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The Doctrine of Election

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Academic year: 2021

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Traduzido do original em Inglês The Doctrine of Election

By A. W. Pink

A presente tradução consiste somente no Capítulo 3, Its Grand Original, da obra supracitada

Via: PBMinistries.org (Providence Baptist Ministries)

Tradução e Capa por William Teixeira Revisão por Camila Almeida

1ª Edição: Dezembro de 2014

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida permissão do ministério Providence Baptist Ministries, sob a licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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A Grandiosa Origem da Doutrina da Eleição

Por Arthur Walkington Pink

[Capítulo 3 do livro The Doctrine of Election • Editado]

Os decretos de Deus, Seu eterno propósito, os conselhos inescrutáveis de Sua vontade, são realmente um grande abismo; ainda assim, isso nós sabemos: que do primeiro ao último eles têm uma relação estabelecida com Cristo, pois Ele é o Alfa e o Ômega, em todas as operações da Aliança. Spurgeon expressa isto maravilhosamente: “Examine a fonte celestial, a partir da qual todas as correntes da graça Divina fluem para nós, e você encontrará Jesus Cristo, o manancial na Aliança de Amor. Se os seus olhos jamais viram o rolo da Aliança, se você será permitido, em um estado futuro, ver todo o plano da reden-ção, que uma vez que foi traçado nas câmaras da eternidade, você deverá ver a linha de vermelho-sangue do sacrifício expiatório percorrendo através da margem de cada página, e você verá que desde o início até o fim o objetivo sempre foi: a glória do Filho de Deus”. Portanto, parece estranho que muitos que veem que a eleição é o fundamento da salva-ção, ainda ignoram a glorioso Cabeça da eleisalva-ção, em quem os eleitos foram escolhidos e de quem recebem todas as bênçãos.

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo” (Efésios 1:3-4). Visto que fomos escolhidos em Cristo, é evidente que fomos escolhidos fora de nós mesmos; e uma vez que fomos escolhidos em Cristo, segue-se necessariamente que Ele escolheu a nós antes de nós a Ele. Isto está clara-mente implícito no verso anterior, em que o Pai é expressaclara-mente designado “o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”. Agora, de acordo com a analogia da Escritura (ou seja, quando Ele se diz ser o “Deus” de alguém) Deus era o “Deus” de Cristo em primeiro lugar, porque Ele o escolheu para graça e união. Cristo como homem foi predestinado tão verda-deiramente como nós fomos, e por isso tem Deus como sendo o Seu Deus por predesti-nação e livre graça. Em segundo lugar, porque o Pai fez um pacto com Ele (Isaías 42:6). Deus tornou-se conhecido como “o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó” tendo em vista o pacto feito com eles, semelhantemente tendo em vista o pacto que fez com Cristo, Ele tornou-se seu “Deus”. Em terceiro lugar, porque Deus é o autor de toda a bem-aventurança de Cristo (Salmos 45:2, 7).

“Como também [Deus] nos elegeu nele” significa, então, que na eleição Cristo foi feito o Cabeça dos eleitos. “Do ventre da eleição Ele, o Cabeça, saiu primeiro [esboçado em todo

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coisas Cristo deve ter a “preeminência”, e, portanto, Ele é “o Primogênito” na eleição (Romanos 8:29). Na ordem da natureza Cristo foi escolhido em primeiro lugar, mas, no fim dos tempos fomos eleitos com Ele. Nós não fomos escolhidos por nós mesmos à parte de Cristo, mas em Cristo, o que denota três coisas: Primeiro, fomos escolhidos em Cristo como os membros do Seu corpo. Em segundo lugar, fomos escolhidos nEle como o padrão ao qual devemos conformar-nos. Em terceiro lugar, nós fomos escolhidos nEle tendo-O como nosso fim último, ou seja, foi para a glória de Cristo, para ser Sua “plenitude” (Efésios 1:23). “Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se apraz a minha alma” (Isaías 42:1), que essa passagem refere-se a ninguém menos do que ao Senhor Jesus Cristo é inegavelmente claro pela citação do Espírito dela em Mateus 12:15-21. Aqui, então, está a grandiosa origem da eleição, em sua primeira e mais alta instância eletiva é falada e aplicada em relação ao Senhor Jesus! Era da vontade dos Três Eternos eleger e predestinar a segunda Pessoa em estado e existência de criatura, para que, como Deus-homem, “o primogênito de toda criatura” (Colossenses 1:15), Ele fosse o centro dos decretos Divinos e o objeto imediato e principal do amor dos Três co-essenciais. E, como

o Pai tem a vida em Si mesmo, assim deu também ao Filho — considerado como

Deus-homem — ter a vida em Si mesmo (João 5:26), para ser uma fonte de vida, de graça e de glória, para Sua amada Esposa, que recebeu a sua existência e o bem-estar a partir da livre graça e amor eterno de Jeová.

Quando Deus decidiu criar, entre todas as criaturas inumeráveis, tanto angelicais quanto humanas, que surgiram na mente Divina, para serem trazidos à existência por Ele, Jesus Cristo homem foi destacado deles, e nomeado para a união com a segunda Pessoa da Trindade bendita, e foi, portanto, santificado e estabelecido. Este ato original e maior da e-leição proveio da pura soberania e da maravilhosa graça. As hostes celestes foram ignora-das, e a semente da mulher foi tomada ao invés delas. Dentre as inúmeras sementes que seriam criadas em Adão, a linhagem de Abraão foi escolhida, em seguida, a de Isaque e de Jacó. Das doze tribos que descenderam de Jacó, a tribo de Judá foi escolhida, Deus não elegeu um anjo para a elevada união com seu Filho, mas “a um eleito do povo” (Salmos 89:19). O que dirão aqueles que tanto se desagradam da verdade de que os herdeiros do Céu são eleitos, quando eles aprendem que Jesus Cristo é o tema da eleição eterna!?

Jeová é a causa primeira e o fim último de todas as coisas. Sua essência e existência são de e para Si mesmo. Ele é o Senhor, a essência auto-existente; a fonte da vida, e bem-aventurança essencial: “Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver” [1 Timóteo 1:17; 6:16]. E ao longo de uma vasta eternidade os Três Eternos se deleitaram na bem-aventurança sem limites e

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incompreensível da contemplação daquelas perfeições essenciais que pertencem ao Pai, ao Filho e ao Espírito, o eterno Jeová, que é a Sua própria eternidade, e não pode receber qualquer adição à Sua felicidade essencial ou glória por qualquer uma ou por todas as Suas criaturas. Ele está exaltado sobre toda a bênção e louvor. Toda a Sua criação é vista como nada diante dEle, e ainda menos do que nada e uma vaidade. Se alguns curiosamente perguntassem a si mesmos: “O que Deus estava fazendo

an-tes de ter estendido os céus e lançado os fundamentos da terra?”. A resposta é: os

Três Benditos, co-iguais e co-essenciais Pai, Filho e Espírito Santo, tinham mútua comunhão juntamente, e eram essencialmente bem-aventurados no que diz respeito à vida eterna e Divina, no mútuo interesse e propriedade que Eles tinham um ao outro, em mútuo amor e deleite — bem como em posse de uma glória em comum.

Mas, como é da natureza do bem o ser comunicativo de si mesmo, por isso agradou à Trindade eterna o propósito de manifestar Seus atos nas criaturas. Os três Sempre-Benditos, a Quem nada pode ser acrescentado ou diminuído, a nascente e fonte da qual aquelas benções essenciais brotam das imensas perfeições e da natureza infinita em que elas existem, do amor mútuo que Eles têm uns para com os outros, e da Sua mútua comunicação entre si, o prazer de deleitar-se na companhia e sociedade da criatura. O Pai eterno predestinou Seu Filho co-essencial em estabelecimento e exis-tência de criatura, e desde a eternidade Ele apresentou a forma e deu luz à persona-lidade de Deus-homem. A criação de todas as coisas é atribuída nas Escrituras à soberania Divina: “Tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (Apocalipse 4:11). Nada fora de Deus pode movê-lO, ou ser um motivo para Ele; Sua vontade é Seu governo, a Sua glória Seu fim último. “Porque dele (como a causa primária), e por meio dele (como preservador da causa), e para ele (como a causa final), são todas as coisas” (Romanos 11:36).

Deus, em Sua efetiva criação de tudo, é a finalidade de tudo. “O Senhor fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios” (Provérbios 16:4), e a soberania de Deus surge naturalmente a partir da relação de todas as coisas em relação a Ele mesmo como o seu criador, e sua dependência natural e inseparável dEle, no que diz respeito à sua existência e bem-estar. Ele tinha o ser de todas as coisas na Sua pró-pria vontade e poder, e dependia de Seu próprio prazer se Ele iria dar-se ou não. “Co-nhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras” (Atos 15:18). Ele compreende e apreende todas as coisas em Sua infinita compreensão. Como Ele tem uma essência incompreensível, frente à qual a nossa nada é senão apenas como a gota de um balde, assim pois Ele tem um conhecimento incompreensível, frente ao qual o nosso é apenas como um grão de poeira. Seu decreto primário e visão, na criação do céu e da terra, anjos e homens, sendo a Sua própria glória, que deu base

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para isso e foi a base para apoiá-lo, foi o desígnio de Jeová exaltar o Seu Filho como Deus-homem, para ser o fundamento e a pedra angular de toda a criação de Deus. Deus nunca teria agido por meio dos atos da criatura, se não houvesse a segunda Pessoa condescendido em tomar sobre Si a nossa natureza para se tornar uma cria-tura. Embora isso tenha ocorrido após a Queda, no entanto, o decreto relativo existiu antes da Queda. Jesus Cristo, o companheiro do Senhor dos exércitos, foi o primeiro de todos os caminhos de Deus (S. E. Pierce).

Em nenhum lugar a soberania de Deus brilhará tão conspicuamente como em Seus atos de eleição e reprovação, que são desde a eternidade passada, nos quais nada na criatura foi a causa disso. O ato de Deus de escolher Seu povo em Cristo se deu antes da fundação do mundo, sem a consideração da Queda, nem ocorreu sobre a previsão e posição das o-bras, mas foi totalmente por graça, e tudo para o louvor e glória da mesma. Em nada mais a soberania de Jeová é tão evidenciada, de fato, o maior exemplo desta foi ao predestinar a segunda Pessoa da Trindade para ser o Deus-homem. Que este esteve sob o decreto de Deus é claro, uma vez mais, a partir das palavras do apóstolo: “O qual, na verdade, [diz ele ao falar de Cristo], foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo” (1 Pedro 1:20). E de quem é dito como sendo posto “em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa” (1 Pedro 2:6). Esta grandiosa origem da eleição, tão pouco conhecida hoje, é de tal impor-tância transcendente que nós nos estenderemos sobre ela um pouco mais, para apontar algumas das razões por que aprouve a Deus predestinar o homem Cristo Jesus para união pessoal com Seu Filho.

Cristo foi predestinado para fins mais elevados do que a salvação de Seu povo contra os efeitos da Queda deste em Adão. Primeiro, Ele foi escolhido por Deus para deleitar-se, muito mais e infinitamente acima de todas as outras criaturas. Sendo unido com a segunda Pessoa, o homem Cristo Jesus foi exaltado a uma união mais estreita e comunhão com Deus. O Senhor dos Exércitos fala de Deus como “o homem que é o meu companheiro” (Zacarias 13:7), “meu eleito, em quem se apraz a minha alma” (Isaías 42:1). Em segundo lugar, Cristo foi escolhido para que Deus possa contemplar a imagem dEle mesmo e de todos as Suas perfeições em uma criatura, de modo que Suas excelências são vistas em Cristo como em nenhum outro: “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa” (Hebreus 1:3), isto é dito a respeito da pessoa de Cristo como Deus-homem. Em terceiro lugar, pela união do homem Cristo Jesus com o Filho eterno de Deus, toda a plenitude da Divindade habitando corporalmente nEle, Ele é “a imagem do Deus invisível” (Colossenses 1:15, 19).

Jesus Cristo Homem, então, foi escolhido para uma maior união e comunhão com o próprio Deus. NEle o amor e a graça do Senhor resplandecem em Sua glória superlativa. O Filho

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de Deus deu subsistência e personalidade à Sua natureza humana, para que o Filho de Deus e Sua natureza humana não fossem apenas uma carne como homem e mulher (que é a união mais íntima entre a humanidade), nem um espírito só (como é o caso entre Cristo e a Igreja: 1 Coríntios 6:17), e assim, esta natureza de criatura é favorecida com uma comu-nhão em sociedade com a Santíssima Trindade, e, portanto, a Ele Deus se comunica sem medida (João 3:34). Descendo agora a um plano inferior, o homem Cristo Jesus também foi escolhido para ser um Cabeça de uma semente de eleitos, que foram escolhidos nEle [...] e abençoados nEle com todas as bênçãos espirituais.

Se Deus ama, Ele deve ter um objeto de Seu amor, e tal objeto deve ter uma existência diante dEle para que Ele possa exercer o Seu amor, pois Ele não pode amar uma não-entidade. Deve, portanto, ser que o Deus-homem, e os eleitos nEle existiam na mente Divi-na, como objetos do amor eterno de Deus, antes de todos os tempos. Em Cristo, a Igreja foi escolhida desde a eternidade, este o Cabeça, a outra Seu corpo; esse é o noivo, e a outra Sua noiva, aquela que está sendo escolhida e designada para o Outro. Eles foram escolhidos em conjunto, mas Cristo veio em primeiro lugar na ordem dos decretos Divinos. Como, então, Cristo e a Igreja já existiam na vontade, pensamentos e propósitos do Pai desde o princípio, Ele podia amá-los e se alegrar-se neles. Como o Deus-homem declara: “Tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim... porque tu me amaste antes da fundação do mundo” (João 17:23-24).

O Filho de Deus é, antes de todos os tempos, predestinado para ser Deus-homem, Ele foi secretamente ungido ou estabelecido como tal, e Sua natureza humana teve uma subsis-tência pactual diante de Deus. Em consequência disso, Ele era o Filho do homem no Céu antes que Ele se tornasse o Filho do homem sobre a terra; Ele era o Filho do homem secre-tamente diante de Deus antes que Ele se tornasse o Filho do homem abersecre-tamente e mani-festamente neste mundo. É por isso que o salmista exclama: “Seja a tua mão sobre o homem da tua destra, sobre o filho do homem, que fortificaste para ti” (80:17); e, portanto, o próprio Cristo declara: “Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde pri-meiro estava?” (João 6:62).

“Deus, pela infinita bondade de Seu amor, ordenou a Cristo para se tornar uma criatu-ra, e se comunicar com as Suas criaturas, ordenando em Seu eterno conselho que a pessoa da Divindade se unisse à nossa natureza e para uma de Suas criaturas em particular, a ponto de que que na pessoa do Mediador a verdadeira escada da salva-ção pudesse ser estabelecida, no qual Deus possa descer para as Suas criaturas e Suas criaturas subirem a Ele” (Sir Francis Bacon).

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suportaria todo o edifício; pois o ato da eleição do Pai em Cristo supõe que Ele foi primeiramente escolhido para este trabalho de mediação e de ser o Cabeça da parte eleita do mundo. Após esta eleição de Cristo, outros foram predestinados ‘para serem conformes à Sua imagem’ (Romanos 8:29), isto é, a Cristo como Mediador, possuindo uma natureza humana; não de Cristo sendo considerado apenas como Deus. Esta conformidade sendo especialmente o propósito da eleição, Cristo era segundo o desígnio do Pai o primeiro exemplar e padrão dos eleitos. Um pé do compasso da graça estava em Cristo como o centro, enquanto o outro andou sobre a circunferência, apontando um aqui e outro ali, para desenhar uma linha, por assim dizer, entre cada um desses pontos e Cristo. O Pai, então, sendo a causa primeira da eleição de alguns dentre a massa da humanidade, foi a causa primeira da eleição de Cristo, ao trazê-los à fruição daquilo a que eles foram eleitos. É provável que Deus, na fundação de um reino eterno, deve consultar sobre os membros antes que ordena um Cabeça? Cristo foi registrado no topo do livro da eleição, e os Seus membros, após Ele. E

portanto este livro se chama: ‘o livro da vida do Cordeiro’ [Apocalipse 13:8; 21:27]”

(Stephen Charnock).

Essa passagem da Escritura que introduz mais plenamente o que estamos aqui contem-plando é Provérbios 8, e é para ela que vamos agora olhar. Há muitas passagens neste livro em que a “sabedoria” de que fala significa muito mais do que uma excelência moral, e algo ainda mais bendito do que a personificação de um dos atributos Divinos. Em não poucas passagens (1:20-21, por exemplo), a referência é a Cristo, um dos títulos usados é “sabedoria de Deus” (1 Coríntios 1:24). É, como tal, Ele deve ser considerado aqui no capítulo 8. Que é uma pessoa que está ali referida, é claro a partir do versículo 17, e que é uma Pessoa Divina aparece a partir do versículo 15; contudo não é uma Pessoa Divina considerada abstratamente, mas como o Deus-homem. Isso é evidente a partir do que é afirmado sobre Ele.

“O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos, desde então, e antes de suas obras” (v. 22). Aqui quem fala é o próprio Cristo, o único Mediador entre o Criador e Suas criaturas. As palavras: “O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos” tendem a esconder o que está ali sendo afirmado. Não há prefixo no original hebraico, nada há para justificar a interposição “no”, enquanto a palavra traduzida como “princípio” significa o primeiro ou o principal. Assim, deve ser traduzida como “o Senhor me possuiu: o início (ou Principal) de seus caminhos, desde então, e antes de suas obras”. Cristo era o primogênito de todos os pensamentos e projetos de Deus, deleitando-Se em e por Ele muito antes do universo ter sido trazido à existência.

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Redentor saiu do ventre de um decreto desde a eternidade, antes que houvesse saído do ventre da virgem no tempo; Ele estava escondido na vontade de Deus antes que Ele se manifestasse na carne de um Redentor; Ele era um Cordeiro imolado no decreto antes que Ele fosse morto na cruz; Deus o possui no princípio, ou no início de seu caminho, o Arquiteto de Suas obras, e estabelecido desde a eternidade para ter Seus deleites entre os filhos dos homens” (Provérbios 8:22, 23, 31) — Stephen Charnock.

“Quando ainda não havia abismos, fui gerada, quando ainda não havia fontes carregadas de águas. Antes que os montes se houvessem assentado, antes dos outeiros, eu fui gera-da” (vv. 24-25). Cristo está aqui se referindo ao seu ser “gerado” na mente de Deus, predes-tinado à existência da criatura antes que o mundo fosse feito. A primeira de todas das intenções de Deus relacionou-se à união do homem Cristo Jesus a Seu Filho. O Mediador se tornou a base de todos os conselhos Divinos (veja Efésios 3:11 e 1:9-10). Como o Triuno Jeová O “possuía” como um tesouro em que foram colocados todos os Seus desígnios. Ele foi, então, “criado” ou “ungido” (v. 23) em Seu caráter oficial como Mediador e Cabeça da Igreja. Como o Deus-homem Ele teve uma influência eficaz e foi o executor de todas as obras e vontade de Deus.

“Então eu estava com ele, e era seu arquiteto; era cada dia as suas delícias, alegrando-me perante ele em todo o tempo” (v. 30). Aqui não é a complacência do Pai no Filho que é con-siderada absolutamente como a segunda Pessoa, mas Sua satisfação e alegria no Media-dor, à medida em que O via pelas lentes de Seus decretos. Foi como encarnado que o Pai disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mateus 3:17), e foi como pré-ordenado Deus-homem, que tinha uma real subsistência diante da mente Divina, que Ele era as delícias de Jeová, antes que o mundo existisse. Em Seus pensamentos eternos e previsões, o homem que foi Seu companheiro, tornando-se o objeto de amor e compla-cência inefável de Deus. Isso foi muito mais do que Jeová simplesmente propondo que o Filho deveria encarnar-se; Seu decreto deu a Cristo uma verdadeira subsistência diante dEle, e como tal uma satisfação infinita foi conferida ao Seu coração.

Tão pouco compreendido é este aspecto abençoado de nosso assunto, e tão importante que mais algumas observações adicionais sobre isso parecem necessárias. Que Cristo é o Primogênito ou Cabeça de eleição da graça foi prefigurado no início das obras de Deus, na verdade, a criação deste mundo e a formação do primeiro homem foram com o propósito de fazer Cristo conhecido. Como nos é dito em Romanos 5:14: “o qual é a figura daquele que havia de vir”. Em Sua criação, formação e constituição como o Cabeça federal da nossa raça, Adão era um tipo notável de Cristo como Eleito de Deus. Ao ampliar esta afirmação, será necessário seguir sobre o mesmo fundamento que nós percorremos em União

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Espi-ritual e Comunhão, mas nós confiamos que o leitor suportará que nós repitamos aqui uma certa quantidade de coisas.

Há uma certa classe de pessoas — aquelas que desprezam toda a doutrina e,

particular-mente, as que não gostam da doutrina da soberania absoluta de Deus — que muitas vezes nos exortam a “pregar a Cristo”, mas temos observado que eles nunca pregam a Cristo no Seu maior caráter oficial, como o Cabeça da Aliança do povo de Deus, que eles nunca dizem uma palavra sobre Ele como o Eleito de Deus “em quem se apraz a minha alma” [Isaías 42:1]! A pregação de Cristo é uma tarefa muito mais abrangente do que muitos supõem, nem pode ser feita de forma correta por qualquer homem, até que ele comece pelo princípio e mostre que o homem Jesus Cristo foi eternamente predestinado para a união com a segunda Pessoa da Trindade. “Exaltei a um eleito do povo” (Salmos 89:19), esta exaltação começou com a elevação da humanidade de Cristo para a união pessoal com o Verbo eterno — honra única!

As próprias palavras “escolhidos em Cristo” implica necessariamente que Ele foi escolhido em primeiro lugar, tornando-se o fundamento em que os outros foram escolhidos. Quando Deus escolheu Cristo não era como uma pessoa única ou particular, mas como uma pessoa pública, como Cabeça do Seu corpo, sendo nós escolhidos nEle como os Seus membros. Assim, na medida em que foi então dado a subsistência representante diante de Deus, Deus poderia fazer um Pacto com Cristo em nosso favor. Que Ele assim entrou em um acordo eterno com Cristo na qualidade de Cabeça da eleição da graça, é claramente de-mostrado: “Fiz uma aliança com o meu escolhido, e jurei ao meu servo Davi” (Salmo 89:3), esta aliança foi esboçada no tempo com aquele que era tipicamente “o homem segundo o seu coração”, pois Davi era na verdade uma sombra de Cristo, quando Deus fez um pacto com ele; como José foi quando ele forneceu comida aos seus irmãos necessitados, ou como Moisés foi quando ele conduziu os Hebreus para fora da casa da servidão.

Que aqueles, então, que desejam pregar a Cristo, cuidem para dar-Lhe a preeminência em todas as coisas, e a eleição não uma é exceção! Deixe-os aprender a dar a Jesus de Nazaré Sua plena honra, pois a honra que o próprio Pai deu a Ele é uma honra superlativa, a saber, que Cristo é o canal através do qual toda a graça e glória que temos, ou teremos, flui para nós, e foi estabelecido como tal desde o início. Como Romanos 8:29 ensina tão claramente, foi em relação à eleição que Deus designou Seu próprio Filho amado para ser “o primogênito entre muitos irmãos”. Cristo sendo apontado como a obra-prima da sabedoria Divina, o grande protótipo, e nós ordenados a sermos muitas pequenas cópias segundo o Seu Modelo. Cristo é o primeiro e último de todos os pensamentos, conselhos e caminhos de Deus.

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O universo nada é senão o teatro e este mundo o palco principal em que o Senhor Deus considera adequado executar alguns de Seus projetos mais profundos. Sua criação de Adão foi uma sombra para apontar para um melhor Adão, que teria uma liderança univer-sal sobre todas as criaturas de Deus, e cujas glórias deveriam brilhar visivelmente em e através de todas as partes da criação. Quando o mundo foi criado e decorado, o homem foi trazido à existência. Mas, antes de sua formação lemos sobre aquela célebre consulta dos três eternos: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem” (Gênesis 1:26). Isto diz respeito a Cristo, o Deus-homem, que era desde toda a eternidade o objeto e sujeito de todos os conselhos da Trindade. Adão, foi criado e feito segundo a imagem de Deus, que consistia em verdadeira justiça e santidade, foi um tipo, pois Cristo é por excelência “a imagem do Deus invisível” (Colossenses 1:15).

A formação do corpo de Adão, pela mão imediata de Deus, do pó da terra, era uma figura ou sombra do pressuposto da natureza humana por meio do Filho de Deus, cuja humani -dade se formou imediatamente pelo Espírito Santo, assim como o corpo de Adão foi produ-zido a partir da terra virgem, semelhantemente a natureza humana de Cristo foi produzida a partir do ventre da virgem. Mais uma vez, esta união da alma e do corpo em Adão era uma maneira de expressar o mais profundo e maior de todos os mistérios, a união hipostá-tica de nossa natureza na pessoa de Cristo, como é justamente expresso no que é comu-mente chamado de Credo de Atanásio: “como a alma racional e a carne são um só homem, assim Deus e homem são um só Cristo”. Mais uma vez; como a pessoa de Adão compreen-deu as perfeições de todas as criaturas, e foi adaptado para desfrutar de todos os confortos e prazeres que eles podiam lhe conceder e transmitir, deste modo a glória da humanidade de Cristo supera todas as criaturas, até mesmo os próprios anjos. Quanto mais atentamente consideramos a pessoa e a posição do primeiro Adão, melhor podemos discernir quão total e apropriadamente ele era uma figura do último Adão.

Como Adão, foi posto no Paraíso, tendo todas as criaturas da terra trazidas diante dele e foi constituído como dominador sobre todos elas (Gênesis 1:28), sendo assim coroado de glória e honra sobre o mundo, por isso também ele antecipou com precisão Cristo, que tem império universal e domínio sobre todos os mundos, seres e coisas, como pode ser visto no Salmo 8, que é aplicado ao Salvador em Hebreus 2:9, onde a soberania sobre todas as criaturas é atribuída a Ele; a terra, o céu, o sol, a lua e as estrelas O magnificam. Pois, ainda que Ele tenha sido por pouco tempo descido abaixo dos anjos em Sua humilhação, contudo agora em Sua exaltação, Ele é coroado Rei dos reis e Senhor dos senhores. Além disso, embora o Deus-homem, o “companheiro do Senhor dos Exércitos”, tenha passado por um período de degradação antes de Sua exaltação, não obstante Sua glorificação foi conhecida ainda antes que o mundo começasse: “E eu vos destino o reino, como meu Pai

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mo destinou” (Lucas 22:29); “Ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos” (Atos 10:42).

Que Cristo tinha tanto a precedência quanto à presidência na eleição também foi prefigu-rado neste tipo de parente-primitivo, pois lemos: “E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o animal do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea” (Gênesis 2:20). Observe ainda a precisão perfeita do tipo: quando Deus criou Adão,

Ele criou Eva nele (e em abençoar Adão — Gênesis 1:28 — Ele abençoou toda a

huma-nidade nele); do mesmo modo, quando Deus elegeu a Cristo, o Seu povo foi eleito nEle (Efésios 1:4), e, portanto, eles tiveram uma existência virtual e subsistência nEle desde toda a eternidade, e, consequentemente, Ele foi denominado “Pai da Eternidade” (Isaías 9:6 — Cf. Hebreus 2:13); e, consequentemente, ao abençoar a Cristo, Deus abençoou todos os eleitos nEle e com Ele (Efésios 1:3; 2:5).

Embora Adão tenha saído “muito bom” das mãos de seu Criador, e tenha recebido o domí-nio sobre todas as criaturas da terra, ainda lemos: “mas para o homem não se achava aju-dadora idônea”. Por isso, Deus proveu uma parceira idônea para ele, que sendo retirada de sua costela foi, então, “formada” (Gênesis 2:22), e em seguida trazida a ele, e Adão se agradou dela. Da mesma forma, apesar de Cristo ter existido no início dos caminhos de Deus, ter sido criado desde a eternidade, deleitando-Se no Pai (Provérbios 8:22-23, 30), contudo Deus não achou que fosse bom que para Ele estar sozinho, e Ele, portanto, decre-tou uma esposa para Ele, que devia compartilhar de Suas graças comunicáveis, honras, riquezas e glórias; um cônjuge que, em devido tempo, fosse o fruto de Seu lado traspas-sado, e fosse trazido a Ele pelas operações graciosas do Espírito Santo.

Quando Eva foi formada pelo Senhor Deus e trazida a Adão, de modo a realizar uma união matrimonial, foi prefigurado o maior mistério da graça, a saber, Deus Pai apresentando os Seus eleitos e dando-lhes a Cristo: “eram teus, e tu mos deste” (João 17:6). Prevendo-os pelas lentes dos decretos Divinos, o Mediador amou e contentou-Se com eles (Provérbios 8:31), prometeu a eles para Si mesmo, tendo a Igreja assim como que sido apresentada por Deus a Ele, em um ato de acordo de casamento e contrato pactual como o dom do Pai. Como Adão confessou a relação entre Eva e ele mesmo, dizendo: “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne” (Gênesis 2:23), semelhantemente, Cristo tornou-Se um marido eterno para a Igreja. E, assim como Adão e Eva estavam unidos antes da Queda, assim Cristo e a Igreja eram um na mente de Deus antes de qualquer ocorrência de pecado. Se, então, devemos “pregar Cristo” em Seu ofício mais glorioso, deve ser claramente de-monstrar que Ele não foi ordenado no propósito eterno de Deus para a Igreja, mas a Igreja é que foi ordenada para Ele. Observe como o Espírito Santo tem enfatizado este ponto

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particular do tipo. “O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem” (1 Coríntios 11:7-9). No entanto, como Adão não estava completo sem Eva, do mesmo modo, Cristo também não estava sem a Igreja: ela é Sua “plenitude” ou “complemento” (Efésios 1:23), sim, ela é Sua coroa de glória e diadema real (Isaías 62:3). A Igreja pode ser considerada necessária para Cristo como um vaso vazio para que Ele a possa encher com graça e glória. Todo o Seu prazer está nela, e Ele será glorificado nela e por ela por toda a eternidade, colocando a Sua glória sobre ela (João 17:22). “Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro... que de Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus” (Apocalipse 21:9-11)

Em Seu caráter de “Eleito” o Cristo de Deus foi prefigurado por outros que não Adão. Na verdade, é impressionante ver que quantidade de pessoas que eram tipos importantes de Cristo e foram feitos sujeitos de uma eleição real de Deus, pelo qual eles foram designados para algum cargo especial. Quanto a Moisés, lemos: “Por isso disse que os destruiria, não houvesse Moisés, seu escolhido, ficado perante ele na brecha, para desviar a sua indigna-ção, a fim de não os destruir” (Salmos 106:23). De Arão é dito, “E ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão” (Hebreus 5:4). Dos sacerdotes de Israel está registrado: “Então se achegarão os sacerdotes, filhos de Levi; pois o Senhor teu Deus os escolheu para o servirem, e para abençoarem em nome do Senhor” (Deutero-nômio 21:5). Quanto Davi e a tribo de onde ele veio, está escrito: “Além disto, recusou o tabernáculo de José, e não elegeu a tribo de Efraim. Antes elegeu a tribo de Judá; o monte Sião, que ele amava... Também elegeu a Davi seu servo, e o tirou dos apriscos das ovelhas” (Salmos 78:67-68, 70). Cada um desses casos esboça a grande verdade de que o homem Cristo Jesus foi escolhido por Deus para um mais alto grau de glória e bem-aventurança do que que todas as Suas criaturas.

“E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” (Apocalipse 21:27). Esta expressão “O livro da vida” é, sem dúvida, figurativa, pois o Espírito Santo se deleita em representar as coisas espirituais, celestiais e eternas, bem como a bênção e benefícios destas, sob uma variedade de imagens e metáforas, para que nossas mentes possam mais facilmente compreender e nossos corações sintam a realidade delas, e assim, nos tornamos mais capaz de recebê-las. Ainda assim, isto nós sabemos: a similaridade assim empregada para representá-las à nossa visão espiritual são apenas sombras, mas o que é representado por elas tem existência real e substancial.

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mundo espiritual, o que o sol é para o mundo natural. Entretanto o sol é apenas a sombra, mas Cristo é a substância real, portanto, ele é denominado “o Sol da justiça”. Assim, quando

Cristo é comparado à luz, Ele é a “verdadeira luz” (João 1:9), quando comparado a uma

videira, Ele é a “videira verdadeira” (João 15:1), quando comparado ao pão, Ele é “o verda-deiro pão”, o pão da vida, aquele Pão de Deus que desceu do céu (João 6). Deixe este princípio, então, ser devidamente mantido em mente por nós quando nos deparamos com muitas metáforas que são aplicadas ao Redentor nas Escrituras. Então, aqui em Apocalipse 21:27, admitindo que “livro da vida” é uma expressão figurativa, estamos longe de garantir que não há no Céu o que é figurado por ele, ou melhor, a própria realidade em si.

Esta expressão “o livro da vida” tem suas raízes em Isaías 4:3, onde Deus se refere ao Seu remanescente escolhido como “todo aquele que estiver inscrito entre os viventes em Jerusalém”, e é isso que explica o significado de todas as outras referências que fazem ao mesmo. O ato eterno da eleição de Deus é descrito como o escrever dos nomes de seus escolhidos no livro da vida, e as seguintes coisas são sugeridas por esta figura: Em primeiro lugar, o conhecimento exato que Deus tem de todos os eleitos, Sua lembrança especial deles, Seu amor e prazer neles. Em segundo lugar, que a Sua eleição eterna trata cada pessoa em particular, cujos nomes são, definitivamente, inscritos por Ele. Em terceiro lugar, para mostrar que eles estão absolutamente seguros, pois Deus escreveu seus nomes no livro da vida, e eles nunca serão apagados (Apocalipse 3:5). Quando os setenta voltaram de sua viagem missionária, eufóricos, porque os próprios demônios se sujeitaram a eles, Cristo disse: “alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus” (Lucas 10:20 e cf. Filipenses 4:3; Hebreus 12:23), o que mostra que a eleição de Deus para a vida eterna é de pessoas particulares — pelo nome — e, portanto, é segura e imutável.

Vamos agora particularmente observar que este registro da eleição é designado “livro da vida do Cordeiro”, e isso por pelo menos duas razões. Primeiro, porque o nome do Cordeiro o encabeça, sendo Ele o primeiro a ser escrito nele, pois Ele deve ter a preeminência; após o qual segue a inscrição dos nomes particulares de todo o Seu povo. Observe como o Seu nome é o primeiro registrado no Novo Testamento em Mateus 1:1! Em segundo lugar, porque Cristo, é a raiz e Seus eleitos são os ramos, para que eles recebam a sua vida dEle como eles são nEle e sustentados por Ele. Está escrito: “Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória” (Colossenses 3:4). Cristo é a nossa vida, porque Ele é o próprio “Príncipe da vida” (Atos 3:15). Assim, o registro Divino da eleição em que estão inscritos os nomes de todos os membros de Cristo, é apropriadamente chamado de “livro da vida do Cordeiro”, pois são totalmente depen-dentes dEle para a vida.

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observação. Isso é chamado livro da vida do Cordeiro, porque Ele é o primeiro nome escrito no mesmo. Esta não é uma afirmação arbitrária da nossa parte, mas algo que é claramente justificado pela Bíblia: “Eis aqui venho (no rolo do livro está escrito de mim)” (Hebreus 10:7 – tradução literal). O orador aqui é o Senhor Jesus e, como é tão frequentemente o caso (tal é a plenitude de Suas palavras), há uma dupla referência aqui: primeiro aos arquivos eternos dos conselhos de Deus, o livro dos Seus decretos; em segundo lugar, às Escrituras Sagradas, que são uma transcrição de uma parte deles. De acordo com esta dupla referên-cia é o duplo sentido da palavra “livro”. No Salmo 40:7, “rolo” é sem dúvida o significado da palavra hebraica aqui utilizada; mas em Hebreus 10:7 a palavra Grega certamente deve ser traduzida como “cabeça” — kephale ocorre setenta e seis vezes no Novo Testamento, e é sempre traduzida como “cabeça”, exceto aqui. Assim, devidamente traduzido, Hebreus 10:7 diz: “na cabeça do livro está escrito de mim”.

Aqui, então, esta é a prova de nossa afirmação. O livro da vida — o registo Divino da eleição — é denominado livro da vida do Cordeiro, “porque Seu nome é o primeiro escrito nEle, e Ele, que tinha visto a Si mesmo no rolo disse, quando Ele entrou neste mundo, ‘na cabeça do livro está escrito de mim’. Uma outra referência a este livro foi feita por Cristo: “no teu livro todos os meus membros foram escritos” (Salmos 139:16 – tradução literal). O salmista estava se referindo ao seu corpo natural, primeiro como formado no útero (v. 15), e depois como sendo o tema dos decretos divinos (v. 16). Mas a referência mais profunda é a de Cristo, falando, como o antítipo de Davi, dos membros do Seu corpo místico. “A substância da Igreja, da qual esta deveria ser formada, estava sob os olhos de Deus, tal como proposto no decreto de eleição” (John Owen).

Talvez um leitor preocupado esteja se perguntando: Como posso ter certeza de que agora meu nome está escrito no livro da vida do Cordeiro? Nós respondemos muito brevemente. Em primeiro lugar, por Deus ter te ensinado a ver e te conduzido a sentir sua corrupção in-terior, sua vileza pessoal, sua terrível culpa, a sua extrema necessidade do sacrifício do Cordeiro. Em segundo lugar, fazendo com que você dê a Cristo o primeiro lugar de impor-tância em seus pensamentos e estima, compreendendo que somente Ele pode te salvar. Em terceiro lugar, por Deus ter te conduzido a crer nEle, descansar toda a sua alma nEle, desejando ser achado nEle, não tendo a sua própria justiça, mas a dEle. Em quarto lugar, fazendo-O infinitamente precioso para você, de modo que Ele é todo Seu desejo. Em quinto lugar, por estar operando em você a determinação de agradá-lO e glorificá-lO.

Sola Scriptura! Sola Gratia! Sola Fide! Solus Christus! Soli Deo Gloria!

(17)

 10 Sermões — R. M. M’Cheyne  Adoração — A. W. Pink

 Agonia de Cristo — J. Edwards  Batismo, O — John Gill

 Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo Neotestamentário e Batista — William R. Downing  Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

 Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

 Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a Doutrina da Eleição

 Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos Cessaram — Peter Masters

 Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da Eleição — A. W. Pink

 Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer  Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen  Confissão de Fé Batista de 1689  Conversão — John Gill

 Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs  Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel  Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon  Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

 Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins  Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

 Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne  Eleição Particular — C. H. Spurgeon

 Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A — J. Owen

 Evangelismo Moderno — A. W. Pink  Excelência de Cristo, A — J. Edwards  Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon  Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink  Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

 In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah Spurgeon

 Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A — Jeremiah Burroughs

 Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação dos Pecadores, A — A. W. Pink

 Jesus! – C. H. Spurgeon

 Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon  Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

 Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield  Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

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 Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston  Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

 Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W. Pink

 Oração — Thomas Watson

 Pacto da Graça, O — Mike Renihan  Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

 Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards  Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

 Plenitude do Mediador, A — John Gill  Porção do Ímpios, A — J. Edwards  Pregação Chocante — Paul Washer  Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

 Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

 Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon  Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

 Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M. M'Cheyne

 Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer  Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon  Sangue, O — C. H. Spurgeon

 Semper Idem — Thomas Adams

 Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill, Owen e Charnock

 Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de Deus) — C. H. Spurgeon

 Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J. Edwards

 Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen  Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J. Owen

 Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

 Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R. Downing

 Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

 Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de Claraval

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2 Coríntios 4

1

Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2

Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.

8

Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9

Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; 10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11 E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12 De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13 E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14 Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15 Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16 Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação

Referências

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