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CAPÍTULO 47: A ESCOLA COMO CAMPO DE ATUAÇÃO NO FORTALECIMENTO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

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Academic year: 2021

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https://doi.org/10.31692/978-65-88970-00-3.v.2.731-748

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CAPÍTULO 47: A ESCOLA COMO CAMPO DE ATUAÇÃO NO FORTALECIMENTO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: UMA REVISÃO

INTEGRATIVA

CHAPTER 47: SCHOOL AS A FIELD OF ACTIVITY IN STRENGTHENING HEALTHY FOOD: AN INTEGRATIVE REVIEW

Fernanda Tayla de Sousa Silva1; Roseane Saraiva de Santiago Lima2; Maria de Fátima Costa Carneiro3;

Ana Thaís Campos de Oliveira4 Ana Paula Ferreira de Almeida5.

Resumo

Introdução: A formação de hábitos e práticas comportamentais acontece principalmente

durante a infância, sendo importante o desenvolvimento de ações educativas, sobretudo de Educação Alimentar e Nutricional a fim de melhorar as condições de saúde. Objetivo: Identificar a produção científica que abordasse ações de promoção da alimentação saudável realizadas em escolas. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Os dados foram obtidos através da busca eletrônica nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), PubMed e a Scientific Electronic Library Online (SciELO). Após a identificação dos artigos científicos, foram realizadas as seguintes etapas de seleção: a leitura criteriosa dos títulos, dos resumos e na íntegra. Resultados: A amostra consistiu em 13 artigos. Discussão: Os temas mais trabalhados foram alimentação saudável, consumo de frutas, legumes, leites e derivados, pirâmide alimentar, planejamento de cardápio saudável, higiene dos alimentos e utensílios, quantidade de óleo e sal das preparações e opções de lanches saudáveis. Conclusão: Os achados citam a escola como um espaço favorável para realizar ações de promoção da alimentação saudável, ressaltando a importância dos gestores e a comunidade escolar terem o compromisso de colocar em prática os programas de alimentação e nutrição.

Palavras-Chave: Educação alimentar e nutricional, Educação infantil, Promoção da

saúde.

Abstract

Introduction: The formation of habits and behavioral practices happens mainly during

childhood, being important the development of educational actions, especially of Food and Nutrition Education in order to improve health conditions. Objective: To identify scientific production that addressed actions to promote healthy eating in schools.

Methods: This is an integrative literature review. The data were obtained through

electronic search in the databases of Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS), PubMed and the Scientific Electronic Library Online (SciELO). After the identification of scientific articles, the following selection steps were carried out: careful reading of titles, abstracts and in full. Results: The sample consisted of 13

1 Mestranda em Tecnologia de Alimento, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará

(IFCE)tayliinhaf@gmail.com

2 Mestre pelo Programa Saúde da criança e do adolescente, Universidade Estadual do Ceará (UECE)

roseane.saraiva@ifce.edu.br

3 Bacharel em Nutrição, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE)

fati276@yahoo.com.br

4 Mestranda em Tecnologia de Alimento, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará

(IFCE)euthaiscampos.alimentos@gmail.com.br

5 Mestranda em Tecnologia de Alimento, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará

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SILVA, F. T. S; LIMA, R. S. S; CARNEIRO, M. F. C; OLIVEIRA, A. T. C; A. A, P, F.

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articles. Discussion: The most discussed topics were healthy eating, consumption of fruits, vegetables, milk and dairy products, food pyramid, planning a healthy menu, hygiene of food and utensils, quantity of oil and salt in the preparations and options for healthy snacks. Conclusion: The findings cite the school as a favorable space to carry out actions to promote healthy eating, highlighting the importance of managers and the school community being committed to putting food and nutrition programs into practice.

Keywords: Food and nutrition education, Early childhood education, Health promotion.

Introdução

A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) objetiva assegurar o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e promover a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). A EAN conceitua-se como um campo de conhecimento de prática contínua e permanente, transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional que visa a promoção da saúde através da adoção de hábitos alimentares saudáveis de forma autônoma e voluntária (BRASIL, 2012). A garantia do DHAA envolve, muito além da oferta de alimentos saudáveis, implica em respeitar os hábitos alimentares e viabilizar o acesso aos meios necessários para a aquisição do próprio alimento e da sua família, seja através do trabalho no campo ou na cidade (GREENWOOD; FONSECA, 2018). A EAN preocupa-se com o consumo consciente, questões ligadas a sustentabilidade, ao sistema de produção, abastecimento e distribuição, desse modo, incentiva o consumo de alimentos que geram pouco impacto ao meio ambiente, que valorize a cultura alimentar e priorize a produção local (TRICHES, 2015).

O conceito de DHAA refere ao direito humano de que todas as pessoas devem ter acesso regular, permanente, diretamente ou por meio de aquisições financeiras, a alimentos seguros e saudáveis, em quantidade e qualidade suficientes (BURITY et al., 2010). A Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional LOSAN (Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006)ressalta que SAN deve estimular práticas alimentares promotoras de saúde, respeitando a diversidade cultural, a economia e o meio ambiente, enfatiza que o acesso a alimentos de qualidade não deve comprometer o acesso a outras necessidades essenciais (BRASIL, 2006).

A alimentação equilibrada ao longo da vida é fundamental para garantir o crescimento e o bom funcionamento fisiológico, bem estar e manutenção da saúde. Tratando-se especialmente da infância, período marcado pela formação dos hábitos alimentares é imprescindível que pais e educadores estimulem os bons hábitos desde cedo já que é nessa fase que ocorre o desenvolvimento dos aspectos motor, cognitivo e afetivo

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SILVA, F. T. S; LIMA, R. S. S; CARNEIRO, M. F. C; OLIVEIRA, A. T. C; A. A, P, F.

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da criança, em vista disso é um período que merece atenção e cuidados (ARAUJO et al., 2018; ALVES et al., 2020).

Sendo assim, uma boa alimentação deve tornar-se uma prática desde a infância e perpetuar-se ao longo de toda a vida. Para que crianças e os adolescentes adquiram um estilo de vida saudável na fase adulta, é fundamental que sejam orientados precocemente a adoção de bons hábitos (RECH et al., 2016). Conforme Alves et al. (2020) a alimentação é primordial para o desenvolvimento da criança, e é nesse período onde ocorre a formação de grande parte das potencialidades humanas, ou seja, qualquer distúrbio que ocorra nessa fase pode gerar sérias consequências na vida adulta.

De acordo com Araújo et al. (2017) nas últimas décadas, observa-se no Brasil um aumento significativo da prevalência de sobrepeso e obesidade em todas as faixas etárias e grupos sociais, modificações no estilo de vida, como alimentação inadequada, redução do gasto calórico diário são fatores que esclarecem o crescimento acerelado desse quadro no país. O excesso de peso é considerado fator de risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), assim tornando-se necessário a implementação de políticas públicas voltadas a prevenção e tratamento da obesidade, objetivando o esclarecimento da população quanto ao consumo de alimentos saudáveis, modificar padrões de comportamento alimentar e estimular a prática de atividade física.

O ambiente escolar é citado como um espaço promissor para a realização de atividades educativas, sobretudo de EAN para promoção de hábitos saudáveis e consequentemente a prevenção e controle do sobrepeso e obesidade. A educação possibilita a ampliação do conhecimento e desenvolvimento intelectual, tornando os indivíduos conscientes dos seus direitos e deveres sociais, além de críticos no momento de fazer escolhas alimentares. A inclusão da educação alimentar na escola torna-se fundamental visto que a ingestão excessiva e inadequada de nutrientes por falta de informações e acesso a alimentos de qualidade, viola o direito humano à alimentação saudável (GREENWOOD; FONSECA, 2018). Em 2007 foi instituído pelo Ministério da Saúde, através do Decreto nº 6.286/2007, o Programa Saúde na Escola (PSE), no qual refere-se à promoção da saúde e prevenção de agravos à saúde, ressaltando a importância de práticas alimentares saudáveis no ambiente escolar(ARAÚJO et al., 2017; BRASIL, 2007).

Segundo Santos (2012) às intervenções de educação alimentar devem possuir abordagens e metodologias transformadoras que assumam uma perspectiva problematizadora, ultrapassando a visão somente instrumental e instrucional da educação. Ressaltando que as práticas educativas devem ser desenvolvidas de forma interdisciplinar

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SILVA, F. T. S; LIMA, R. S. S; CARNEIRO, M. F. C; OLIVEIRA, A. T. C; A. A, P, F.

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a fim de desenvolver a autonomia dos indivíduos. Destaca-se o professor como papel chave nesse processo ensino-aprendizagem, e as ações em educação devem ultrapassar a educação formal de modo que o conjunto de práticas sejam capazes de transformar o ambiente no qual os indivíduos estão inseridos (TRICHES, 2015).

Portanto, as atividades de EAN desenvolvidas no ambiente escolar, devem envolver toda a comunidade escolar, não somente os alunos, por meio da implementação de estratégias educativas em conjunto com o projeto pedagógico das escolas. A alimentação escolar na rede públicas deve ser formulada segundo as diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que além de assegurar assistência alimentar aos alunos com o emprego de alimentos saudáveis e adequados, incentiva a inclusão de ações de educação alimentar e nutricional no processo ensino-aprendizagem, dessa forma envolvendo toda a comunidade escolar(CAMOZZI et al. 2015; BRASIL, 2009).

Nesse contexto, através desse estudo objetivou-se identificar a produção científica que abordasse ações de promoção da alimentação saudável realizadas no ambiente escolar, com o propósito de responder a seguinte pergunta norteadora: o ambiente escolar é um espaço favorável para as ações da promoção da saúde e educação alimentar?

Desenvolvimento Metodologia

Realizou-se uma revisão integrativa da literatura, que é um método de análise e síntese de informações de outros estudos de forma ampla e sistemática que busca identificar, analisar e discutir métodos e resultados de outras pesquisas possibilitando assim, gerar um conhecimento mais aprofundado sobre um tema investigado (SOUSA et al., 2017). Consiste em seis etapas distintas: elaboração da pergunta norteadora, amostragem, coleta de dados, análise crítica dos estudos incluídos, interpretação dos resultados e apresentação da revisão integrativa (DE SOUZA; DA SILVA; CARVALHO, 2010).

Desse modo foi realizado um levantamento bibliográfico com o intuito de analisar publicações sobre a promoção da alimentação saudável no ambiente escolar. O levantamento de dados foi feito através da busca eletrônica nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), PubMed e a biblioteca eletrônica Scientific Eletronic Library Online (SciELO).

A busca de dados foi realizada pelos pesquisadores no período de maio a junho de 2018. Para a coleta dos estudos utilizou-se a combinação dos seguintes descritores

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SILVA, F. T. S; LIMA, R. S. S; CARNEIRO, M. F. C; OLIVEIRA, A. T. C; A. A, P, F.

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“Educação Nutricional” AND “Escolares” e os termos em inglês “Nutrition Education”

AND “School” AND “School Health Services” nas bases de dados citadas anteriormente.

Para a seleção dos estudos foi atribuído alguns critérios de elegibilidade: estudos que tratavam do tema em questão, publicações do período de 2013 a 2018 no idioma português, inglês e espanhol que tivessem disponíveis na íntegra online e fossem artigos gratuitos. Como critérios de exclusão estudos que não abordavam a temática proposta, estudos onde as intervenções não eram realizadas em escolas, revisão de literatura, publicações no formato de monografias, dissertações e teses.

Após a identificação dos artigos científicos, foram realizadas as seguintes etapas de seleção: a leitura criteriosa dos títulos e resumos, excluindo-se os estudos que não tratavam da questão de interesse. Os estudos duplicados nas bases de dados eram excluídos utilizando-se o programa Microsoft Excel versão 2016 que possibilitou a organização e sistematização dos trabalhos. As publicações consideradas elegíveis eram lidas na íntegra e avaliadas segundo o instrumento para coleta de dados validado por Ursi, 2005 que permite organizar as informações dos trabalhos em identificação, tipos de publicações, características metodológicas dos estudos e avaliação do rigor metodológico. Após essa análise os trabalhos eram incluídos nesta revisão (SOUSA et al., 2017).

Foram encontrados 247 artigos, mas somente 13 atenderam aos critérios de elegibilidade. Na figura 1 a seguir, mostra o fluxograma das etapas de seleção dos trabalhos incluídos no estudo.

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SILVA, F. T. S; LIMA, R. S. S; CARNEIRO, M. F. C; OLIVEIRA, A. T. C; A. A, P, F.

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Resultados

Figura 1. Fluxograma das etapas de seleção

Fonte: Própria (2018).

Os artigos científicos foram respectivamente organizados e descritos no Quadro 1 a seguir conforme autor/ano, objetivos, população, intervenções e principais resultados. Dentre os trabalhos científicos selecionados, 7 apresentaram-se em língua inglesa, 4 na língua portuguesa e 2 na língua espanhola.

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[737] Qu ad ro 1 . De sc riç ão dos a rtigos de a co rdo c om a utor, a no, objetivo s, populaç ão int erv enç ão e re sult ado s Pri nc ipa is re sul tado s - A s a ti tude s e m co zi nh ar f or am m ai s posi ti v as p ar a es tudan te s de int er ve nçã o , m eni n as e aqu el es co m expe ri ên ci a a n ter io r em cu li nár ia ; -A um ent o na p ref er ênci a d e ve ge ta is, at it ud es de co m id a e c ul iná ri a e a u to ef icá ci a for am si g ni fi cat iva m en te m ai or es e m e st ud ant es q ue par ti ci pa ra m do (C WK). - O bse rvou -se u m m ai or co nsum o de fr u tas , hor ta li ças e pe ixes n o gr upo de i n te rven çã o ; - C om p ar ando o cons u m o p ré e p ós int er ve nçã o por gr up o, as d if er en ça s for am si gn if ic at ivas par a a int er ve nçã o e m t od os o s c asos . -D im inu içã o da p rev al ênc ia de obes idade ; -O s e scol ar es obe sos au m ent ar am si gn if ica ti va m en te o cons u m o de fr u tas , pei xes e l egu m ino sa s e reduz ir am o con su m o de ref ri g er ant es , bo los , bo m bo ns e choc o lat es . Int er ve nçã o - Foi rea li za do um a a u la int rodu tór ia, tr ês a ul as de cul inár ia, e t rê s s ess õe s de degus taç ão de f ru ta s e v ege tai s, conduz ida s por edu ca do res de al im ent o s tr ei nado s; -A val iou -se a e fet iv idad e d o pr ogr am a. -R ea li zo u -s e of ic ina s de cul inár ia, expo si ção v ídeo e fot og ra fi a pa rt ic ipa ti v a ; -F oi apl ica do u m i n qué ri to de fr eq uênc ia sobr e o c on su m o de fr u tas , leg um es e pei xe e conhe ci m en tos, at it u des e pr át ic as a li m ent ar es f am il ia res a ca da c ri anç a e p ai . -A val iaç ão a n tr opo m ét ri ca e apl ica ção de que st ioná ri o d e fr eq uênc ia al im ent ar ; -Foi rea li za do or ien taç õ es di et ét ic as , r ot u lag em nut ri ci ona l, lanc hes sa udá v ei s, lat ic íni os, legu m es e f ru tas água e f ibr a al im ent ar ; - Pai s: educ aç ão sob re lanc hes e al im en ta çã o sa ud áve l; Popula çã o 257 es tuda nt es de 12 tur m as de 4 es co la s públ ica s do C o lor ado, EU A 18 es col as. For am 59 fam íl ia s, 29 int er v enç õ es e 32 con tr o les , de e sc o las m un ici pai s de S ant iag o, C hi le. 1.453 a lunos do p ri m ei ro ao qua rt o ano d as e sc o las m un ici pai s de educ aç ão bás ica no s ba ir ros d e Sant iago, Ch il e O bj et ivo s A val iar o ef ei to do C o zi nh ar com C ri ança s ( C WK ) u m pr ogr am a de educ aç ão al im ent ar ex per im en tal e det er m ina r s e t inha m ai o r im p ac to co m c ri anç as que n ão ti nh am expo si ção a n te ri o r a s pr át ic as c ul iná ri as. A val iar o ef ei to de um a int er ve nçã o educ at iva sob re o cons u m o d e f rut as , ho rt al iç as e pei xe s e m f am íl ia s de p ré -es co lar es e es col ar es. D et er m ina r m udanç as n os padr õ es a li m ent ar es e no es tado nut ri ci ona l ap ós u m a int er ve nçã o de do is anos qu e pr om oveu al im ent aç ão sa udáv el e a ti v idad e f ís ica em es co lar es . A ut or / ano C unni ngh a m -Sa bo; Lohse, 2013 Fre tes e t al ., 20 13 R at ne r G et a l., 2013.

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[738] - A abo rdage m educ ac iona l apl ica d a teve um ef ei to pos it ivo no des env ol v im en to de conhe ci m ent o s sobr e al im en tos e al im en taç ão sa udáv el dos e sc o la res . - H ouve m el ho ra s o br e o conhe ci m en to nu tr ic iona l; - C om r el aç ão a m ud anç a d e com po rt am en to a li m en ta r, t am bé m for am d em ons tr ad as m el ho ras a pós a int er ve nçã o educ at iva. - Encon tr ou -s e u m nú m er o si gn if ica ti vo de es co la s c o m ho rt as. A s c ul tur as m ai s c ul ti v ada s: pl ant as de c ond im en tos, p lan ta s m edi ci na is, fr u tei ra s, c er ea is, ra íze s e t u bér cu los ; - O s be n ef íc ios rel at ados f o i a cont ri bu iç ão pa ra h ábi tos al im ent ar es m ai s s audá v ei s na e sc o la, m el hor ia dos a spec tos p eda g ógi cos e cons ci en ti za ção a m b ien tal ; - A ti vi d ade s re al iza d as : au las , - N as l anc hone tes i nc ent ivo u -se a ve nd a de a li m ent o s sa udá vei s. - R ea li zou -se av al iaç ão do s al im ent o s e a li m ent açã o sa udáv el dos a luno s a tr avés da apl ica ção de j og os pe dagóg icos , com abor dage m l údi co -di d át ica . - For am r ea li za d as a ti v ida d es de educ açã o nu tr ic iona l c om al uno s, pr of ess o res , pai s e func ioná ri o s da ca n ti n a; - D eba tes , di n âm ica s e g inc ana s; res po nsá v ei s pe la c ant ina or ie nt açõe s de h ig ien ize d e al im ent o s e u ten sí li o s, quant idad e de ól eo e s al d as pr epa ra çõe s, cons er v aç ão d os al im ent o s e op çõe s de lanc hes sa udáv ei s. - A f ase I , con ta to t el ef ôn ic o com ges to r d a e scol a a p li cou -se ques ti on ár io: i de nt if ica çã o e ca ra ct er iza ção d a e scol a, pr es enç a de u m a h or ta; - A f ase I I r ea li zada pes so al m en te, u sa nd o u m ques ti on ár io: i m pl em ent aç ão, m anu ten çã o, cul ti vo da h or ta, com p le m en ta r a a li m ent aç ão es co lar , pa rt ici paç ão da 2 es co la s m u ni ci pa is do ens in o f u nda m en ta l de N it er ói R J. cont ro le (n=56 ) ou tr a i n te rvenç ão (n=170 ), e m t ur m as c o m idade s e n tr e 6 a 10 ano s 93 ado les ce n tes m at ri cu lado s no e n si n o funda m en ta l I e I I de um a es co la d a r ede p ri v ada do m un icí pi o d e J u iz d e For a, MG, al u nos d os 5 º e 6 º anos . 453 es col as qu e par ti ci pa ra m da fa se I e 105 es col as púb li ca s do D ist ri to Fed er al qu e poss u ía m ho rt as da f as e I I. A val iar q uai s e ra m os conc ei tos bás icos d e a li m en tos e al im ent açã o sa ud áve l que o s es co lar es do ens ino funda m en ta l co nhec ia m . A val iar a e fet ivi dade das aç ões de e du ca çã o a li m en ta r e nut ri ci ona l r ea li zada s c o m es co lar es , com par ando o conhe ci m en to nu tr ic iona l e com po rt am en to a li m en ta r a nt es e a pós a i nt er ven çã o. Iden ti fi car expe ri ênc ias co m hor tas e m e sc o las púb li cas do D ist ri to Fed er al , B ras il , ana li sa ndo d et er m in ant es n o se u us o vol tad o à p ro m oçã o da al im ent açã o sa ud áve l. Sil v a et al ., 20 13 . A ss is et al ., 20 14 . B er na rdo n et a l., 2014 .

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[739] di nâ m ica s sob re a li m en ta çã o sa udáv el , pr epar aç õe s c u li n ár ias e degus taç ão dos al im en tos cul ti vad o ; - Pro fes sor es pa rt ic ipan te s do pl ant io e cul ti vo da ho rt a, ha v ia um a tendê nci a m ai or d e s er em us ada s com o ár ea educ aci on al . - N a bus ca d e i n for m açõe s sobr e al im ent açã o, a t el evi são f oi a f on te m ai s p rocu rad a; - Fat or es que i n fl u enc ia m a s e sc ol h as al im ent ar es , des ta ca o p reç o pr edo m inan te n as de ci sõe s de com p ra ; - O s r es pon sá ve is tê m u m a noçã o d o que é u m a al im ent aç ão sa u dáve l, por ém t êm pr át ica s al im en tar es inade quad a; - A s pr inc ipa is d if ic ul d ade s par a obt er u m a a li m ent açã o sa u dáve l: o s rec u rso s f inan ce ir os, f al ta d e t em po e hábi to a li m en ta r. - A um ent o u a s el eçã o de f rut as co m a pr ese nç a do che f, e c om a m uda nça na a rqui te tur a de e sc o lha em com p ar açã o com as es co la s cont rol e ; -Me lho rar a qua li dade e a pal at ab il ida de do s a li m en to s f o i o m ét odo d e l o ngo p raz o m ai s e fi ca z ; -A s t éc n ica s de a rqu it et u ra de es co lha aum ent ar am a s el eç ão de com un ida de e sc o lar ; -H or ta us ada p ar a pr o m ov er hábi tos al im ent ar es s audáv ei s. -A pl icou -se u m q ues ti o nár io por m ei o de ent rev is ta fac e a f ace ; -Q ues tões var iáv ei s, soc io ec on ôm ica s. Onde bus ca inf o rm aç õ es so br e al im en ta çã o, fat o re s que i n fl u enc ia m nas es co lhas al im en tar es , a li m ent os fr eq uen tes n a a li m en ta çã o, o que e n tend e po r al im en taç ão sa udáv el , que d if icu ldad es enc on tr a par a s e al im en tar de m ane ir a s audá v el . - O che f e labo rou rec ei tas m el hor ando a pa lat abi li dad e dos al im ent o s e e nsi nou ha bi li d ade s cul inár ia s pa ra a equ ipe d a ca nt ina ; - R ea li zou -se m odi fi ca ções no ref ei tór io d a e scol a, c o m m udan ça s na a rqu it et u ra d e es co lha (ca fé int el igen te ); 77 r espons áve is po r p ré -es co lar es m at ri cu lado s e m um a cr eche em B el o H or izo nt e/ MG . 14 es col as de ens ino funda m en ta l e m éd io, to tal de 2.638 al u nos d a 3ª à 8ª sé ri e qu e f requ ent ava m es co las de M as sac hu se tt s, EU A . C onhec er as per ce p çõe s do s res po nsá v ei s por pr é-esc o la res , sobr e o que ent ende m p or al im ent açã o sa ud áve l e s u as di fi cu ldad es p ar a se al im ent ar em de m anei ra ade qua da. A val iar o s e fei tos a cu rt o e longo p ra zo da s r ef ei çõ es m el hor ada s por um che f de coz in ha. Ve ri fi ca r se a m u d anç a de e xpo si çã o do s a li m en tos par a se leç ão, au m en ta ri a o cons u m o d e a li m en tos m ai s sa udáv ei s. B ent o e t al ., 20 15 . C ohen e t al ., 20 15 .

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[740] fr u tas e ve g et ai s, m as nã o t iver am ef ei to na s el eçã o d e l ei te a p ós expos içã o pr o long ada . -A m ai o ri a dos ref ei tór ios d as es co las er am t er ce ir iza d os e ve nd ia m pr in ci p al m en te lan che s; - O n ut ri ci on is ta n ão e st ava di spo ní v el p ar a ger enc ia r o pr epa ro de a li m en tos ; - A li m ent o s or g âni cos , al im ent os es pec ia is n ão e ra m of er ec id os. I tens m ai s ve ndi d os: sa ls icha coz ida, quei jo, m as sa s, re fr ige ran te s aç uca rad os, c h oco lat e, s u co s de fr u tas i ndu st ri al iza d o, m is tur as de bebi d as , p izz as e doce s, p ir ul it os e chi cl et es , sa lada de fr u tas e suc o d e pol pa de f ru ta ou suc o nat u ral ; - Me nos d a m et ade d a ge rê nci a es co lar i n te rf er iu na v enda de al im ent o s. - Est at ís ti ca i nsu fi ci en te n a m el hor ia da c an ti na s audá v el ; -A pr opo rç ão de es co la s de int er ve nçã o se m i ten s ve rm el hos e m ai s de 50% de it ens v er de s f o i es ta ti st ic am ent e i n suf ic ien te; - A i n ter venç ão de m on st ro u i m pac to posi ti v o na redu çã o d a -A s f rut as f or am col o ca da s em rec ipi ent es a tr ae n tes , e ou tr as opçõe s de fr u tas f o ra m col oc ada s a o lado das ca ixa s regi st rado ra s; -I n for m es pr o m ov endo fr u tas e legu m es f o ra m ex ibi das . - Ent rev is tas com os repr es ent ant es da s l anchon et es . - It ens da e n tr evi st a: ca ra ct er iza ção do s repr es ent ant es da es co la, ref ei tór io e lan chon et e, l ist a de al im ent o s of er eci d os e anú nci os vi sua is, aç õ es de pr o m o ç ão da al im ent açã o sa ud áve l des env ol v ida s no ref ei tór io, inf luên ci a da c om u ni d ade es co lar ( d ir et o res e pa is ) na venda d e pr odut os a li m ent íci os. - U ti li zou -se o si st em a de se m áf o ro pa ra cl ass if ica r i tens do ca rdáp io co m o v er m el h o, am ar el o e v er d e c o m ba se n o se u pe rf il nut ri ci on al ; - C ons ide rado ef et ivo o c ar dápi o se m i tens ver m el hos e c o m >50% i tens v er d es ; 202 es col as co m lanc h one tes do D is tr it o Feder al , B ras il , 114 ref ei tór ios de e sc o las públ ica s e 109 pr ivad as do pr é-es col ar , en si n o funda m en ta l e m éd io . 36 es col as i n te rven çõe s, 36 cont rol es l oca li za d as e m um a reg ião d e NS W, A ust rál ia . C ar ac te ri zar l an chone te s es co lar es e ana li sa r va ri áve is que f ac il it av a ou d if icu lt av a a pr om oçã o de a li m ent o s sa udáv ei s no am b ien te e sc o lar . Im p le m en ta r Pol ít ic a de R ef ei çõe s Esc o la res Saudá vei s em N ov a Gal es do S ul ( N SW ). A val iar o im pac to d a int er ve nçã o na c om p osi çã o do ca rd ápi o . Port o et al ., 20 15 . Y oong et al ., 20 1 6 .

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[741] di spo ni b il idad e de i tens v er m el hos no ca rdáp io. - 30,6 % dos es col ar es c o m exc es so de pe so; - A li m ent o s ul tr a pr oce ss ad os pr es ent es no s c ar dáp ios do des jej u m /l anche da tar d e; - A li m ent o s i n nat ur a e m in im am ent e pr oce ss ados p res ent es no al m oço ; - O s t em as t rab al h ados : a li m en taç ão sa udáv el , pi râ m id e a li m en tar e hi gi ene d os a li m ent o s; A ti v idade s des env ol v ida s na s es col as di a/ se m an a da al im ent aç ão sa udáv el , degus taç ão de al im ent os e of ic ina cul inár ia, cul ti vo de hor ta. - O s e st ud ant es da i n te rven çã o rel at ar am u m au m ent o si g n if ica ti v o de 3 po rçõe s e 1, 8 por çõe s por d ia de fr u tas / l egu m es e l ei te /de ri v ados res p ec ti va m ent e, e m co m pa raç ão com o gr up o con tr ol e. - D isp oni b il iz ar am gu ia de pl ane ja m en to d e c ar dá pi o, m anu al sobr e ge st ão f inan cei ra e se gur anç a a li m en tar , di re tr ize s de a li m en taç ão s audáv el , li st a de a li m en tos q ue a tend ia m aos cr it ér io s a m ar el o e ve rde. - A val iou -se o es tado nut ri ci ona l dos e scol ar es; - A nal iso u -s e a qu al idad e d a al im ent açã o es co la r; - V er if icou -se a i ncl usã o de te m as r el ac iona dos à al im ent açã o, n ut ri ção e at ivi d ade f ís ic a. - O si te for n ec ia u m c al end ár io de s ei s s em ana s, ond e c ad a par ti ci pan te er a conv ida do a gr ava r, du as v ez es por di a, o cons u m o d e f rut as , legu m es , lei te s e de ri vado s; - O s a do le sc en te s r ece b ia m pr êm io s s im b ól icos no s it e par a ince n ti vo; - For am r ea li za d as m ed idas ant ropo m ét ri ca s. 21 es col as púb li ca s, do ens in o f u nda m en ta l Par ti ci pan te s do PSE , It ap evi SP (n=7.1 24) 3 es co la s s ecundá ri as n a ci dad e de Q u ebe c, C ana dá, cont ro le n =89 al uno s e i nt er v enç ão n = 193 al unos. D es cr eve r aç õ es do P rog ra m a Saúde n a Esc o la (PS E) e da al im ent açã o es co la r; Int er ve nçõe s r el aci o nada s à pr eve nçã o do ex ce sso de pe so. A val iar o im pac to d e u m a int er ve nçã o nut ri ci o nal na w eb (Team N ut ri a th lon ) que v is a pr om ove r o co nsu m o de vege tai s, f rut as , le it e e der ivado s. Pos si b il it ar o des env ol v im en to da aut o no m ia dos a lunos nas sua s es col h as al im ent ar es . B at ist a et al ., 20 17 . C ham be rl and e t al ., 2017 .

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[742] - R eduç ão de sob repe so e o bes id ade em t oda s a s es co la s, m as n ão houve di fe ren ça e st at is ti cam ent e si gn if ica ti va na m édi a de I MC ent re os gr u pos c om p ar ados ; - A s cr ia nça s das es col as de int er ve nçã o cons um ir am m ai s por çõ es de f rut as po r di a e os pa is for n ec iam l anche ir as co m m ai or pr obab il ida de d e i n cl u ir um copo de água e m enos p roba bi li d ad e de inc lui r u m a b ebi d a a do ça da do que as cr ia nça s nas es col as de com p ar açã o . F o nte : Pró p ria (2 0 1 8 ). - Foi rea li za d a a va li aç ão ant ropo m ét ri ca . A v al iaç ão do cons u m o a li m ent ar , a tr avé s de ques ti on ár ios aos p ai s sob re os hábi tos al im ent ar es f am il ia res ; - Q ues ti o nár io inf ant il que se ava li ou o s c o m po rt am ent o s al im ent ar es das cr ian ça s. A val iaç ão di re ta de al im en tos es co lar es : l eva n ta m en to da lanc h ei ra. 10 es col as de com par aç ão, 12 es col as de i n ter v enç ão, V ict o ri a, Aus tr ál ia Me lh or ar o am b ien te es co la r com i m pl em ent açã o do Progr am a di ver ti dos e sa udáv ei s, a u m en ta r o c ons um o de f rut as , ve get ai s, á gu a, e a pr át ic a da at ivi d ade f ísi ca . Ince n ti var a a u tono m ia e m cr ianç as e enga ja m en to do s pai s. W ater s et a l., 2018 .

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Discussão

As ações de educação alimentar e nutricional realizadas pelos estudos citados anteriormente utilizaram as seguintes metodologias: aulas expositivas, palestras, debates, dinâmicas, gincanas, oficinas culinárias, degustação de frutas e vegetais, atividades lúdicas, exposição de vídeos, cartazes, mudanças na arquitetura de escolha dos alimentos, melhora da palatabilidade da merenda escolar, jogos lúdico-didático, jogos web e cultivo de hortas escolares. Os temas mais trabalhados foram alimentação saudável, consumo de frutas, legumes, leites e derivados, pirâmide alimentar, planejamento de cardápio saudável, higiene dos alimentos e utensílios, quantidade de óleo e sal das preparações e opções de lanches saudáveis. Dentre as técnicas para verificação do sucesso das ações, ressalta-se avaliação antropométrica, peso, estatura e IMC, levantamento do consumo alimentar através da aplicação de inquéritos alimentares realizados antes e após as intervenções, cálculo de resto-ingesta, observações visuais e aplicação de questionários padronizados. Destaca-se o sistema de semáforo, jogos lúdicos didáticos e os jogos web, mudança na arquitetura de escolha dos alimentos as metodologias mais interativas e inovadoras entre os estudos.

As metodologias dos estudos citados anteriormente como cozinhar com crianças, orientações nutricionais com pais, crianças e donos das lanchonetes, cultivo de hortas escolares, melhorar a palatabilidade dos alimentos através de um chefe de cozinha e intervenção nutricional na web, são as abordagens que obtiveram os resultados mais significativos (CUNNINGHAM-SABO; LOHSE, 2013; RATNER et al., 2013; BERNARDON et al., 2014; COHEN et al., 2015; CHAMBERLAND et al., 2017). Referindo ao estudo Chamberland et al. (2017)apontam que os adolescentes são mais receptivos ao uso de ferramentas online, pois foram criados na evolução da tecnologia, mostrando-se uma boa metodologia para ser usada com esse público alvo.

Em contrapartida as metodologias que realizam somente antropometria, aplicação de questionários e atividades expositivas geram menos impacto quanto a mudança de hábitos alimentares e estilo de vida saudável pois, estimula menos a atenção do público alvo, dificultando assim, o processo de aprendizagem. No estudo Bento et al. (2015)realizaram aplicação de questionário semiestruturado a fim de conhecer a percepção dos pais dos escolares sobre alimentação saudável, esse estudo não realizou ações de educação nutricional, porém vale ressaltar que pesquisas de análises como esta são importantes para diagnóstico do estado nutricional, categorização socioeconômica e educacional, do público, porém não geram impacto a nível de mudança de hábitos alimentares e estilo de vida.

A implementação de políticas de alimentação saudável na escola é uma estratégia de caráter determinante na prevenção e redução da obesidade e outras doenças decorrentes da má alimentação em crianças e adolescentes, porém, o que se observa é que a maioria das escolas

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não executam de maneira adequada estes programas. No estudo Batista et al. (2017) encontraram um alto percentual de crianças com excesso de peso e associado a isso percebeu-se uma oferta significativa de alimentos processados e ultraprocessados nos lanches escolares. Assim como Porto et al. (2015) demonstraram em seu estudo que a maioria dos alimentos oferecidos nas cantinas escolares eram industrializados em comparação com somente a presença do suco natural nos cardápios compondo os itens mais vendidos. A escola deve ser um local para oferta de alimentos saudáveis havendo a necessidade de melhorias nos alimentos fornecidos.

A Política de Refeitório Escolar Saudável em Nova Gales do Sul (NSW) exige que as cantinas escolares proíbam a venda de alimentos “vermelhos” ou seja, alimentos que são pobres em nutrientes e ricos em energia, como confeitaria, alimentos fritos e bebidas açucaradas e que a maioria dos itens do cardápio sejam itens “verdes” aqueles com boas fontes de nutrientes, como frutas, legumes, carnes magras (YOONG et al., 2016).Se a escola ofertar alimentos saudáveis possivelmente está contribuindo para redução de sobrepeso e obesidade além da melhoria da saúde dos escolares como mostra o estudo de Ratner et al. (2013) observaram diminuição do percentual de obesidade e as crianças aumentaram o consumo de frutas e legumes, isso pode se dar pela importância de realizar ações com pais, crianças e priorizar venda de alimentos saudáveis no ambiente escolar.

Para aceitabilidade de frutas, legumes e hortaliças no ambiente escolar no estudo Cohen et al. (2015) destacaram algumas estratégias: ofertar primeiro os alimentos mais saudáveis, é uma alternativa que se mostra promissora para adesão desses alimentos, e colocar um chef de cozinha seria uma boa opção para melhorar a palatabilidade dessas preparações de forma a possibilitar a adesão da merenda escolar.

Deve-se introduzir hábitos alimentares corretos precocemente, desde a primeira infância, proporcionando assim, que crianças e adolescentes adquiram bons hábitos alimentares e se tornem adultos mais saudável (LANNES et al., 2018). No estudo de Waters et al. (2018) destacaram que as ações em educação nutricional são mais efetivas quando há o envolvimento não somente dos escolares mas também dos seus pais ou responsáveis, já que estes são encarregados pela alimentação das crianças fora do ambiente escolar, assim como Assis et al. (2014)encontraram no estudo que envolvia alunos, professores, pais e funcionários da cantina, resultados positivos quanto a melhora do conhecimento nutricional e mudanças no comportamento alimentar.

O estudo Cunningham-Sabo; Lohse, (2013) mostra que cozinhar com crianças influência nas suas escolhas alimentares, favorecendo estimular o gosto por frutas e legumes, então incluí a culinária como uma atividade cotidiana da escola com crianças proporciona preferência por alimentos saudáveis através da experimentação direta por meio da degustação

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e do ato de brincar com a comida, já que são atividades que permitem vivenciar o alimento na prática. Assim como Bernardon et al. (2014) demonstraram que as hortas escolares proporcionam experiência de aprendizagem na prática, possibilitando conhecer as características sensoriais e este é um ótimo espaço para desenvolver atividades lúdicas de educação alimentar porém, precisa ser mais explorado pela comunidade escolar pois além de atividades educativas, têm os aspectos da sustentabilidade pois não utiliza agrotóxicos no cultivo, e os alimentos cultivados podem ser usados para complementar a alimentação escolar. A escola enfrenta algumas dificuldades para alcançar bons resultados de promoção da alimentação saudável, segundo o estudo Waters et al. (2018) citam que as intervenções podem ser limitadas pela influência do marketing vinculado a produtos destinados às crianças que promovem alimentos não saudáveis e está fora do alcance da escola. Assim como Bento et al. (2015) demonstraram em seu estudo que os pais dos escolares utilizavam a televisão como principal meio de obter informações sobre alimentação. Já no estudo Porto et al. (2015)mostram que a pouca interferência da gestão escolar na venda de alimentos nas cantinas escolares favorece aos donos das lanchonetes ofertarem alimentos visando o lucro em detrimento da oferta de alimentos mais saudáveis.

Sendo assim, a escola um espaço social onde crianças e adolescentes passam grande parte do seu tempo, aprendendo e realizando atividades, por tanto é um ambiente propicio para desenvolver bons hábitos alimentares, alcançando estudantes nas etapas mais influenciáveis da sua vida.

Considerações Finais

Diante disso, vê-se a importância de se realizar ações que promovam e divulguem os alimentos saudáveis, para que as escolas e os gestores tenham o compromisso de executar as políticas de promoção da saúde. Assim, as crianças e os adolescente desde cedo podem se envolver com atividades relacionadas a alimentação e nutrição, visando garantir a prevenção de sobrepeso e obesidade. As metodologias educativas utilizadas como cultivo de hortas escolares, cozinhar com crianças, conhecer o alimento na prática se mostraram mais eficazes do que somente ações expositivas. Constatou-se então que a escola é um espaço ideal para realização destas atividades, principalmente quando existe um elo entre profissionais da saúde e educadores, pois juntos podem definir os melhores métodos de ensino e tornar eficaz a promoção da alimentação saudável, acredita-se que o professor é um grande influenciador de ideias entre os escolares.

Apesar da pesquisa mostrar que Educação Alimentar e Nutricional ganhou espaço nos últimos anos, é preciso ainda formular novas metodologias de ensino, que sejam inovadoras e interativas capazes de facilitar a compreensão dos alunos, desenvolver sua autonomia e

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participação de forma integral, além de aumentar o engajamento de toda a comunidade escolar, pais, professores, gestores e os profissionais da saúde.

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