Saúde Animal vs. Saúde Pública
Perspectiva dos ADS/OPP
Évora, 11 de Outubro de 2012
João Palmeiro
Médico Veterinário Coordenador
1.
Um bem público
2.
O contexto
3.
Os ADS na Europa
4.
Lei de Saúde Animal
5.
Conclusões
Saúde Animal vs. Saúde Pública – Perspectiva dos ADS/OPP Universidade de Évora – 11 Out 2012 – JP
América do Norte e Central
162 101
34
América do Sul
350 58
96
UE
89 153
113
África
283 30
610
Ásia
473 582
994
Oceania
37 5
106
Europa oriental
36 36
34
Efectivo mundial
1 430 milhões
965 milhões
1 987
milhões
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A SAÚDE ANIMAL É UM BEM PÚBLICO
60% das doenças do homem são zoonoses
Impacto directo na Segurança Alientar (food safety), na
Sustentabilidade da Produção (food security) e na escassez
de alimentos (food shortage)
Impacto económico significativo: agricultura, comércio,
indústria, turismo
900 M. pessoas dependem da pecuária para sobreviver
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O CONCEITO DE BEM PÚBLICO GLOBAL
Os seus benefícios estendem-se a todos os países, povos e
gerações
Os países estão dependentes uns dos outros
Não são de natureza comercial nem estritamente agrícola
mas totalmente integráveis nos recursos públicos nacionais,
regionais e globais
Quem é afectado pela Saúde Animal?
• Criadores de gado, agricultores, detentores
dos animais, comerciantes
• Médicos Veterinários
• Operadores da cadeia alimentar
• Serviços Veterinários, Laboratórios
• Consumidores
• Sistemas de saúde
• Políticos, economistas
• Turismo
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Sanidade animal e segurança alimentar são pré-requisitos para o
acesso aos mercados e para a melhoria da competitividade
Abordagem de acordo com o conceito « Uma só Saúde »
Necessidade de garantir que a abordagem europeia se reflecte em
normas internacionais relevantes (OIE)
Bem-estar animal cada vez mais considerado como valor social
importante, com benefícios económicos
Métodos de selecção e melhoramento genético são instrumentos
importantes da produção, sanidade e bem-estar animal
Em 2011 :
24 casos de EEB
34 casos de FCO
5 focos de PSC
E também
12 focos de FA
Um esforço permanente
15 Estados-membro oficialmente
indemnes de tuberculose
15 Estados-membro oficialmente
indemnes de brucelose
16 Estados-membro oficialmente
indemnes de leucose
12 Estados-membro oficialmente
indemnes de doença d’Aujeszky
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Na União Europeia, a cada minuto, 54
suínos, 8 bovinos e 8 ovinos atravessam
uma fronteira intracomunitária
Riscos Geográficos:
Existem muitas doenças
na proximidade das
fronteiras da UE
Riscos nas trocas comerciais:
possibilidade
de importar doenças muito depressa e de qualquer lugar do
planeta
No mundo inteiro, a cada segundo, 25
pessoas atravessam uma fronteira
Riscos climáticos
e ambientais
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E ao mundo em geral
9 000 M. habitantes em 2050
Aumento da procura de
proteína animal
Produtividade e eficiência
Doenças emergentes
Fauna selvagem
Acompanhar os mais recentes
avanços científicos
Necessidade de crescimento com
recursos mais escassos
Sustentabilidade e greening
Tuberculose
Brucelose
Gripe aviária
Língua Azul
Peste suína africana
Febre do Nilo Ocidental
Doenças transmitidas por vectores
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« Um só mundo – Uma só saúde »
Mais de 75% dos novos agentes patogénicos são
zoonóticos
Surgem 3 a 4 doenças emergentes por ano; calcula-se que
Expectativas da sociedade:
segurança, ambiente, bem-estar,…
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Um Plano com 34 acções:
Lei de Saúde Animal
Categorização e hierarquização das
doenças
Gestão de crises sanitárias
Biossegurança e vigilância sanitária
Investigação e inovação
Novo quadro financeiro
Assegurar elevados níveis de Saúde Pública e de Segurança
Alimentar
Promover a saúde animal através da prevenção, reduzindo as
doenças dos animais e dando, dessa forma, suporte à
economia do mundo rural
Melhorar a competitividade ao assegurar a livre circulação de
bens alimentares e de produtos de origem animal
Incentivar as boas práticas de bem-estar animal, evitando
o sofrimento e minimizando os impactos ambientais
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Mais vale prevenir do que remediar
Reactiva
« cura »
Proactiva
« prevenção »
Custos Directos e
Indirectos
Investimento na
prevenção
€
€
Organizações diferentes entre si mas que podem ser
agrupadas em 4 categorias principais:
- os ADS «únicos» à escala de um País ou de uma grande
região (Bélgica, Holanda, Irlanda, Baviera, …)
- os ADS departamentais (Áustria, França, …)
- os ADS locais ou sectoriais (Espanha, Portugal, …)
- os ADS «integrados», isto é, secções de organizações
nacionais mais generalistas (Alemanha, Itália, Luxemburgo, …)
Não existem em todos os países europeus,
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A sua matriz possui valores fortes e partilhados:
O produtor enquanto principal protagonista da Saúde
Animal (primeiro sentinela, primeiro auxiliar, primeiro
interessado)
Papel primordial da acção colectiva
Baseada numa estreita colaboração entre:
- Os serviços públicos
- Os veterinários assistentes e os laboratórios
- A fileira económica
Produtor
MVE
ADS/OPP
DIV/NIV
Exemplos de actividades que podem ser realizadas:
Luta contra as doenças regulamentadas (Planos de
erradicação, de controlo, de vigilância, …)
Identificação e traçabilidade
Gestão de dados e documentação sanitária
Acompanhamento de surtos, análises, necrópsias, …
Aconselhamento às explorações
Elaboração e execução de Planos de luta contra outras
doenças (IBR, BVD, Paratuberculose, …)
Profilaxia médica
Outros serviços
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O produtor não está sozinho! Há
que contar com:
- os seus vizinhos,
-
os seus fornecedores de animais
vivos,
- os seus clientes.
A segurança sanitária de uma região ou de um País depende
do nível de envolvimento de cada um dos seus produtores
É preciso garantir um nível comum de mobilização
Surtos de doença menos frequentes, menos
graves e mais facilmente suportáveis
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Agrupa e defende os produtores
de 9 Estados-membro:
Alemanha,
Bélgica,
Espanha,
França,
Holanda,
Irlanda,
Itália,
Luxemburgo
Portugal
A FESASS representa:
60 milhões de bovinos
57 milhões de ovinos e caprinos
100 milhões de suínos
•
Junto das Instituições Europeias
-
lobbying (novas estratégias, Lei de Saúde Animal, FCO, Schmallenberg, ...)
- colaboração (« One Health » e Semana Veterinária)
- participação (comités consultivos, grupos de especialistas)
•
Junto de outros parceiros
- cooperação bilateral ou multilateral (EPRUMA, conferência sobre vigilância
sanitária, ...)
- observador convidado da OIE (Comissão Regional da Europa, Sessão Geral,
conferências temáticas, …)
•
Junto dos seus membros
- informação e divulgação
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Prevenção
Gestão de crises sanitárias
Saúde Pública e expectativas dos consumidores
Financiamento
A par dos seguintes objectivos:
Simplificação (uma Lei básica)
Hierarquização mais objectiva das doenças
Responsabilidades dos intervenientes
Biossegurança
Formação
Vigilância Sanitária
Planos de Emergência
Sistemas de partilha de custos
Antibiorresistência
Bem-estar animal
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Atribuição de responsabilidade explícita e reforçada
implicações jurídicas?
implicações financeiras?
Necessidade de conhecimentos básicos em saúde
animal, biossegurança e bem-estar
Reforço da biossegurança
aplicabilidade
custo/eficácia
Orientação para a vigilância e o aconselhamento
sanitário
Interessante na perspectiva da prevenção, mas imprecisa
Risco de catalogação das explorações
Custo
E ainda preocupações com …
O financiamento
Despesa suplementares para os produtores?
Melhores indemnizações?
A importância de abordagens colectivas de gestão
do risco nas explorações
(para evitar pontos fracos)
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Reforço/reorientação da capacidade operativa para:
• Fazer o acompanhamento individual e colectivo dos
produtores
(responsabilidade, biossegurança, vigilância, formação, …)
• Assegurar uma colaboração reforçada com os serviços
públicos e veterinários
(programas de erradicação, planos de
controlo, emergências sanitárias, vigilância, …)
Desenvolver sinergias/cooperação e a representatividade dos ADS
• Fazer propostas realistas e ser parceiro eficaz
• Controlar os custos
Mas isto implica:
- Um campo de actividade mais amplo
- Meios técnicos e humanos reforçados/racionalizados
- Procedimentos mais rigorosos
necessidade de reestruturação dos ADS (maior dimensão
média e algum grau de autonomia financeira)
necessidade de parceria estreita com os outros agentes
necessidade de maior envolvimento dos produtores
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