Regulação metabólica e
equilíbrio energético
Laboratório de Bioquímica da Faculdade de Medicina do Porto
Semelhanças
1- Usam a oxidação de compostos orgânicos como fonte de energia. 2- A velocidade de oxidação dos compostos orgânicos aumenta com o exercício.
Uma diferença óbvia
Os seres vivos não têm chave de ignição: continuam “a gastar gasolina” (a oxidar nutrientes) mesmo quando estão parados.
À despesa energética de um indivíduo (1) em repouso físico e mental, (2) em jejum há 10-18 h (3) e num ambiente com temperatura agradável chama-se
taxa de metabolismo basal
(BMR)
.
Como medi-la? 70 Kg O2 consumido ≈ 16 moles / dia (350 L) Calor libertado ≈ 1700 Kcal/diaPorque é que, ao contrário do automóvel, o ser vivo continua a libertar calor e a consumir O2quando está parado?
Mesmo em repouso, os órgãos continuam activos ocorrendo processos cíclicos cujo somatório é a hidrólise de ATP. Um exemplo é o transporte de iões.
Na
+
Na+K
+
K+Ca
+
Ca+Na
+
Na+K
+
K+Ca
+
Ca+ ATP + H2O ADP + Pi ATP + H2O ADP + Pi No final do ciclo as concentrações dos iõesmantiveram-se constantes mas... ocorreu hidrólise de ATP
(acção da Na+/K+ATPase e Ca2+ATPases).
⇒
Uma das consequências da entrada de Na+e Ca2+ para dentro das células é facilmente observada nos casos do
coração e
diafragma.
Mesmo quando o indivíduo está em repouso,
continuam a contrair-se e a relaxar-se ritmicamente.
Neste processo mecânico participa a
ATPase da actina-miosinaque gasta ATP.
Outros processos cíclicos cujo somatório é a hidrólise de ATP são a degradação e síntese proteica e
a degradação e síntese de ácidos nucleicos. H2O Protéases e peptídases ATP + H 2O AMP + 2Pi 2 GTP + 2 H2O 2 GDP + 2Pi 2 ATP 2 ADP RNAm nucleotídeos nucleosídeos H2O H2O Pi nucleosídeos NTP RNAm 3ATP Cínases Polimérase do RNA
[glicose]
plasma≈ 5 mM
alanina CO2 CO2 6 ATPA BMR é medida quando o indivíduo está em jejum há 10-18 h. Nessas condições o cérebro e outros órgãos consomem glicose mas, apesar desse consumo, a concentração de glicose
sanguínea mantém-se normal...
A glicemia mantém-se normal porque está activa a
gliconeogénese.
Na gliconeogénese consome-se ATP: se se considerar o
substrato alanina, 6 ATPs por mole de glicose formada.
Se os processos anabólicos e catabólicos de uma mesma substância ocorrem ao mesmo tempo cria-se um “ciclo fútil” (substrate cicling) em que o único resultado é gastar-se ATP.
A + ATP → ADP + A-P A-P + H2O → A + Pi
Existe ciclo fútil no fígado nos casos dos pares de enzimas:
cínase da glicose / glicose-6-fosfátase e cínase da frutose-6-fosfato / fosfátase da frutose-1,6-bisfosfato Glicose Glicose-6-P Frutose-6-P Frutose-1,6-bisP ADP H2O Pi ATP H2O Pi ATP ADP
3 H2O
alanina glicerol-3-P
2 ATP
No tecido adiposo também existe um “ciclo fútil” de lipólise e esterificação e, em jejum, está activa a gliceroneogénese. A gliceroneogénese e a esterificação consomem ATP.
gliceroneogénese 6 ATP esterificação ácidos gordos glicerol triacilgliceróis
A síntese de ureia também está activa nas condições em que se mede a BMR e também consome ATP.
NH4+ aspartato fumarato UREIA carbamil-fosfato 2 ATP 2 ATP
Em condições de BMR, o grosso dos ATPs é consumido no transporte iónico (≈ 30 %) e síntese proteica (≈ 30 %). Uma percentagem menor (≈ 5 %) é consumida pela ATPase da actina-miosina. ADP + Pi transporte activo síntese proteica trabalho mecânico Na+ Ca2+ outros Estima-se que nas condições BMR um indivíduo adulto de 70 Kg hidrolise cerca de 40 mmoles/min (60 moles/dia). 40 mmol ATP / min
Na ausência de mecanismos que fosforilem o ADP formado, todo o ATP do indivíduo (≈ 120 mmoles) se esgotaria em 3 min.
⇒
30% 30%
5%
Cada ATP hidrolisado é imediatamente reposto: a concentração de ATP é “estacionária” porque vel. de síntese = vel. de hidrólise.
nutrientes
O
2 ADP+ PiCO
2+ H
2O
0,04 mol ATP / min ≈ 0,008 mol O2 consumido na cadeia respiratória / min (180 mL/min).Admitindo que se formam cerca de 2,5 ATPs por átomo de oxigénio consumido (P:O = 2,5 ⇔ P:O2 = 5)
a velocidade de 0,04 moles de ATP / min⇔ 0,008 moles de O2consumido / min. Na+
Ca2+
A “reposição” do ATP (fosforilação do ADP) depende, em última análise, da oxidação dos nutrientes pelo O2.
I II-FAD III IV dG3P-FAD Q cyt c NADH NAD+ 4 H+ 2 H+ 4 H+ O H 2O V Simp. Pi 10 H+ 2,5 ADP + 2,5 Pi 2,5 ATP II-FAD III IV dG3P-FAD Q cyt c V fumarato Simp. Pi 2 H+ 4 H+ succinato 6 H+ O H 2O 1,5 ADP + 1,5 Pi 1,5 ATP Glicerol-3-P Dihidroxi-acetona-P
Se acoplagem perfeita: oxidação de 1 NADH por 1 O = 2,5 ATP
Se acoplagem perfeita: oxidação de 1 FADH2por 1 O = 1,5 ATP
matriz matriz glicose 2 piruvato 2 acetil-CoA 4 CO2 2 piruvato 2 CO2 I II III IV dG3P Q cyt c V 2 ATP 2 ATP 6 NAD+ 6 NADH 2 NAD+ 2 NADH 2 FAD 2 FADH2 2 NAD+ 2 NADH
6 O
2 H2O ADP+Pi 26 ATP 28 ATPSe houver acoplagem perfeita entre oxidação e fosforilação, na oxidação de um mole de glicose podem formar-se
(1) admitindo a “lançadeira do malato” = 32 ATPs (28+4)
(2) admitindo a “lançadeira do glicerol-3-P” = 30 ATPs (26+4) 6 moles de O2⇒ 30-32 ATPs ≈ 5 ATPs / mole O2 nutrientes
O
2 ADP+ Pi CO2+ H2O Na+ Ca2+ 0,04 mol ATP / min ≈ 0,008 mol O2 consumido na cadeia respiratória / minA oxidação dos nutrientes é um processo exotérmico;
para além de CO2 e H2O gera um terceiro produto: calor.
Nas reacções de oxidação dos nutrientes libertam-se cerca de 106 Kcal / mole de O2consumido.
A BMR pode ser estimada medindo o O2consumido ou o calor libertado porque
existe proporcionalidade (quase perfeita) entre o O2consumido e o calor libertado. 0,85
Kcal/min
O calor libertado num sistema onde ocorrem reacções = diferença entre as entalpias dos produtos e reagentes.
Entalpia de A A + B → C + D Entalpia de B Entalpia de C Entalpia de D → ∆H = calor libertado
Nos casos dos glicídeos e lipídeos, o calor libertado na sua oxidação é igual
nos seres vivos e
nutrientes
O
2CO2+ H2O Poderá parecer estranho que,
sendo o metabolismo tão complexo,
quando se fala no calor libertado
pelo ser vivo apenas se refiram as
reacções de oxidação dos nutrientes mas...
... nos ser vivo as
concentrações dos
intermediários, coenzimas, ATP, ADP, Pi, etc. são
estacionárias (quase
não variam). O calor libertado = ∆H das reacções onde ocorreu
consumo efectivo de reagentes e formação efectiva de produtos.
Exemplificando para o caso da oxidação do palmitato.
palmitato + 23O2+ 106ADP + 106Pi → 16CO2+ 16H2O +106ATP +106H2O+ 1866 Kcal
O processo de oxidação do palmitato está acoplado à síntese de ATP e poderia pensar-se que a equação a escrever quando se pensa num organismo vivo inteiro deveria ser:
Mas só sintetizamos uma molécula de ATP quando uma se hidrolisa... 106 ATP + 106 H2O →106 ADP + 106 Pi + 530 Kcal palmitato + 23 O2 → 16 CO2+ 16 H2O + 2396 Kcal
... e o somatório das duas últimas equações é:
palmitato + 23 O2 → 16 CO2+ 16 H2O + 2396 Kcal
Que acontece à despesa energética quando um indivíduo aumenta a sua actividade física?
O2consumido >> 16 moles / dia (>> 350 L) Calor libertado >> 1700 Kcal/dia
A maioria dos indivíduos têm uma taxa metabólica máxima (máximo esforço físico durante um período curto de tempo) que é ≈ 10 x BMR.
A despesa energética tem assim um 2º componente: despesa energética = BMR
+ despesa energética associada à actividade física voluntária
nutrientes
O
2ADP
+
Pi
CO
2+ H
2O
0,04 mol ATP / min ≈ 0,008 mol O2 consumido na cadeia respiratória / min Na+ Ca2+O esforço físico provoca aumento das actividades da ATPase da actina-miosina e das ATPases do Na+/K+e do Ca2+.
0,40 mol
ATP / minATP
A concentração de ATP desceria, a de ADP e Pi aumentaria e os processos dependentes de ATP deixariam de ocorrer.
Que aconteceria se a despesa energética não aumentasse quando um indivíduo aumenta a sua actividade física?
Chance e Williams (1955) JBC 217:383
Um automóvel aumenta de velocidade quando aumentamos a velocidade com
que a gasolina é injectada no motor. E nos seres vivos como é que é
regulada a velocidade de oxidação dos nutrientes?
A 1ª resposta veio de estudos com mitocôndrias isoladas ainda antes de o modelo de Mitchell ter sido
proposto (ADP = acelerador).
I II-FAD III IV dG3P-FAD Q cyt c NADH
NAD
+ H+ H+ H+ O H 2O V Simp. Pi H+↑
ADP
ATP ↓ ⇒ ↑ desidrogénasesAdaptando essa resposta à teoria de Mitchell.
ADP ↑ e ATP ↓ ⇒ ↑ síntase do ATP ⇒
↓ gradiente electroquímico da membrana mitocondrial ⇒ ↑ cadeia respiratória ⇒ ↓ [NADH] e ↑ [NAD+] ⇒
↑ desidrogénases do ciclo de Krebs, glicólise e oxidação em β
Outras observações feitas in
vitro também apontam para
a importância das variações de concentração de ADP, ATP, NAD+e NADH.
glicose acetil-CoA Piruvato NAD+ NADH NAD+ NADH NAD+ NADH Frutose-6-P Frutose-1,6-BisP Desidrogénase do isocitrato Desidrogénase do piruvato Desidrogénase do α-cetoglutarato Cínase da frutose-6-P ADP ATP ADP e NAD+ ATP e NADH ADP e NAD+ ATP e NADH ADP e NAD+ ATP e NADH
No entanto, os dados experimentais obtidos in vivo mostram que as concentrações celulares do ADP, ATP, NAD+e NADH não
sofrem variações significativas, mesmo em situações em que
as velocidades do consumo de oxigénio e nutrientes e a velocidade de síntese/hidrólise de ATP
aumentam muitas vezes.
0 1 2 3 4 5 consumo de O2
NADH NAD+ ATP ADP
Controlo Dobutamina Sharma e col. (2005) J Physiol 562: 593 Estudo em porcos. A administração de um agonistaβ aumentava o consumo de O2
pelo coração mas não provocava variação nas concentrações dos metabolitos estudados.
Para explicar esta ausência de variação na concentração do ATP, ADP, NAD+e NADH terá de se admitir que algo exterior ao
sistema estimula as enzimas envolvidas nos processos oxidativos de tal forma que as velocidades são iguais em todos os passos.
NAD+ NADH nutrientes CO2 O2 H2O H+ (dentro) H+ (fora) ADP+Pi ATP ATPases Síntase do ATP Cadeia respiratória desidrogénases
vel.1 = vel.2 = vel.3 = vel.4
X
Ainda não se sabe o que é o X;poderá haver vários X e um deles pode ser o ião Ca2+.
Adaptado de
Korzeniewski (2006) Am
J Physiol Heart Circ Physiol 291: 1466
Quando um músculo é estimulado por um nervo motor ocorre despolarização que induz uma cadeia de fenómenos...
Com origem no meio extracelular ou no retículo sarcoplasmático o Ca2+move-se para o citoplasma.
[Ca
2+]
citoplasmático ↑ 100 vezes (0,1 → 10 µM) ↑[Ca
2+]
na matriz da mitocôndriaQue efeitos provoca o Ca2+ na célula? NAD+ NADH nutrientes CO2 O2 H2O H+ (dentro) H+ (fora) ADP+Pi ATP Síntase do ATP Cadeia respiratória desidrogénases
Ca
2+
citoplasmático
ATPases ↑ATPase da actina-miosina ↑ ATPase do Ca2+ ↑ Síntase do ATP ↑ Complexo IV ↑ desidrogénase do glicerol-3-P ↑ desidrogénases do piruvato do isocitrato do α-cetoglutaratoCa
2+
mitocôndrial
Quando se mede a BMR a temperatura ambiente tem de ser agradável. Que acontece se estiver frio?
O frio provoca ↑ do consumo de O2(e da produção de calor). A despesa energética tem assim um 3º componente:
despesa energética associada à adaptação ao
frio
.Trémulo = ↑[Ca2+]citoplasma que estimula as actividades das ATPases da actina-miosina, Ca2+e Na+/K+. Estimulação do SNSimpático (SNS) –adrenalina e noradrenalina Estimulação do sistema TRF – TSH – ↑ hormonas tiroideias
Desacoplagem (uncoupling) entre fosforilação e oxidação de nutrientes
Desacoplagem entre fosforilação e oxidação =
↑ da vel. da oxidação dos nutrientes (reacções exotérmicas) sem↑ na vel. de síntese/hidrólise de ATP.
nutrientes
O
2 ADP+ Pi CO2+ H2O Na+ Ca2+ 40 mmol ATP / min>
0,008 mol O2 consumido na cadeia respiratória / min>
0,85
Kcal/min
mas se 1 mol O2consumido ⇔ 5 mol de ATP formado... como é possível aumentar a vel. de consumo de O2 sem aumentar a vel. de formação de ATP?
I Q III cyt c IV 1 NADH NAD+ 4 H+ 2 H+ 4 H+ O H 2O V Simp. Pi 10 H+ 2,5 ADP + 2,5 Pi 2,5 ATP
Se a acoplagem não é perfeita para manter uma determinada velocidade de síntese de ATP é necessário aumentar a velocidade de oxidação do NADH.
O bebé humano tem tecido adiposo castanho, onde existe termogenina (UCP1) cuja actividade é estimulada pelo SNS.
A UCP1 (Uncoupling Protein 1) é uma proteína da membrana da mitocondria que, como a síntase do ATP, deixa passar H+ a favor
do gradiente mas não sintetiza ATP.
A passagem dos H+diminui o gradiente electroquímico
“facilitando a tarefa” (estimulando) dos complexos I, III e IV.
UCP1 n H+ leak + n/10 NADH + n/10 NADH SNS + n/10 NADH + n/10 NADH
O homem adulto não tem tecido adiposo castanho nem UCP1 mas também tem, no músculo esquelético e cardíaco, mecanismos (leak – “pingar” e slip –
“deslisar”) que podem diminuir a acoplagem oxidação – fosforilação.
I Q III cyt c IV 1 NADH NAD+ 4 H+ 2 H+ 4 H+ O H 2O V Simp. Pi 10 H+ 2,5 ADP + 2,5 Pi 2,5 ATP UCP2 UCP3 I Q III cyt c IV 1 NADH NAD+ 4 H+ 2 H+ 4 H+- n H+ O H 2O V Simp. Pi 10 H+ 2,5 ADP + 2,5 Pi 2,5 ATP leak
slip
SNS SNS + n/10 O n H+ + n/10 O + n/10 NADH + n/10 NAD+(1) Crê-se que o leak e o slip também existem na ausência de estimulação pelo frio (ou seja, P:O2< 5, sempre).
(2) Sabe-se que existem enzimas que consomem O2(oxigénases e oxídases) que não são a oxídase do citocromo c (complexo IV). ⇒ uma parte do calor do calor libertado e do oxigénio consumido em condições de medida da BMR não estão estritamente relacionados com síntese de ATP. Kcal/dia 16 mol de O2 / dia Calor libertado ou O2 consumido estritamente acoplado com síntese/hidrólise de ATP
Calor ou O2 ⇔ leak, slip
+ oxigénases e oxídases
BMR
Quando se mede a BMR o indivíduo deve estar em jejum há 10-18 h. Que acontece se tiver acabado de comer?
A ingestão de alimentos provoca ↑ do consumo de O2 (e da produção de calor).
A despesa energética tem assim um 4º componente: efeito termogénico dos nutrientes(ou acção dinâmica específica).
Aumento do consumo de ATP nos processos de armazenamento de glicose (síntese de glicogénio) e gorduras (síntese de
triacilgliceróis).
Estimulação do SNSimpático com aumento do leak (estimulação de UCP2 e UCP3)
Causas mal conhecidas mas possivelmente associadas a...
Um indivíduo está em balanço energético nulo quando não está a emagrecer nem a engordar...
Um indivíduo em
balanço energético nulo mantém constante a massa corporal porque toma do exterior
energia metabolizável = despesa energética.
(1) BMR (2) despesa associada a actividade física voluntária (3) despesa energética associada à adaptação ao frio
(4) efeito termogénico dos nutrientes
Quando o balanço energético é
negativoos nutrientes ingeridos
não chegam para substituir os que são oxidados ⇒
oxidamos os nossos próprios lipídeos, glicídeos e proteínas.
Quando balanço
energético é positivo
os nutrientes ingeridos são mais do que os que são oxidados ⇒
engordamos (ou no caso das crianças e adolescentes) crescemos.
Bibliografia consultada:
1. Brand, M. D. (2005) The efficiency and plasticity of mitochondrial energy transduction, Biochem Soc Trans. 33, 897-904.
2. Das, A. M. (2003) Regulation of the mitochondrial ATP-synthase in health and disease, Mol Genet Metab. 79, 71-82. 3. DosSantos, R. A., Alfadda, A., Eto, K., Kadowaki, T. & Silva, J. E. (2003) Evidence for a compensated thermogenic defect in transgenic mice lacking the mitochondrial glycerol-3-phosphate dehydrogenase gene, Endocrinology. 144, 5469-79.
4. Hansford, R. G. & Zorov, D. (1998) Role of mitochondrial calcium transport in the control of substrate oxidation, Mol
Cell Biochem. 184, 359-69.
5. Kadenbach, B. (2003) Intrinsic and extrinsic uncoupling of oxidative phosphorylation, Biochim Biophys Acta. 1604, 77-94.
6. Korzeniewski, B., Noma, A. & Matsuoka, S. (2005) Regulation of oxidative phosphorylation in intact mammalian heart in vivo, Biophys Chem. 116, 145-57.
7. Rolfe, D. F. & Brown, G. C. (1997) Cellular energy utilization and molecular origin of standard metabolic rate in mammals, Physiol Rev. 77, 731-58.
8. Sharma, N., Okere, I. C., Brunengraber, D. Z., McElfresh, T. A., King, K. L., Sterk, J. P., Huang, H., Chandler, M. P. & Stanley, W. C. (2005) Regulation of pyruvate dehydrogenase activity and citric acid cycle intermediates during high cardiac power generation, J Physiol. 562, 593-603.
9. Silvestri, E., Schiavo, L., Lombardi, A. & Goglia, F. (2005) Thyroid hormones as molecular determinants of thermogenesis, Acta Physiol Scand. 184, 265-83.
10. Zaninovich, A. A., Rebagliati, I., Raices, M., Ricci, C. & Hagmuller, K. (2003) Mitochondrial respiration in muscle and liver from cold-acclimated hypothyroid rats, J Appl Physiol. 95, 1584-90.
11. Fontes R. (2006) Entrevistas com a Senhora Leptina. Editora da Universidade do Porto. 12. Fontes R. (2005) Equilibrio Energético – calorimetria animal. Disponível em: http://users.med.up.pt/ruifonte/PDFs/2004-2005/EquEnerg_calorimetria_animal.pdf
13. Fontes R. (2002) Notas de termodinâmica química e calorimetria (A energia como um conceito menos intuitivo que o que parece). Disponível em:
http://users.med.up.pt/ruifonte/PDFs/2002-2003/comuns/Notas_de_termodinamica_quimica_e_calorimetria.pdf