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TÍTULO: IMPACTO DA DIABETES E DO TRATAMENTO COM METFORMINA SOBRE A DENSIDADE ÓSSEA ALVEOLAR COM OU SEM PERIODONTITE INDUZIDA POR LIGADURA EM RATOS.

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TÍTULO: IMPACTO DA DIABETES E DO TRATAMENTO COM METFORMINA SOBRE A DENSIDADE ÓSSEA ALVEOLAR COM OU SEM PERIODONTITE INDUZIDA POR LIGADURA EM RATOS.

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: ODONTOLOGIA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE GUARULHOS INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): GEYSICA KAUANE DOS REIS RIBEIRO AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): MARTA FERREIRA BASTOS, POLIANA MENDES DUARTE ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): FERNANDO DE SOUZA MALTA COLABORADOR(ES):

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RESUMO:

O objetivo do presente estudo foi de avaliar a densidade do osso alveolar em ratos normoglicêmicos e hiperglicêmicos, na presença ou ausência da periodontite induzida por ligadura, tratados ou não com metformina. Foram utilizados 40 ratos Wistar (n=05/grupo) distribuídos entre os grupos: Controle sem ligadura (CTR), Controle com ligadura (CTR-L), Controle sem ligadura Tratado (CTR-T), Controle com ligadura Tratado (CTR-LT), Diabético sem ligadura (D), Diabético com ligadura L), Diabético sem ligadura Tratado (D-T), Diabético com ligadura Tratado (D-LT). O diabetes mellitus tipo 2 foi induzido com administração de frutose e inoculação estreptozotocina. Os animais pertencentes aos grupos não diabéticos receberam somente água, enquanto os animais pertencentes aos grupos de diabetes receberam água com adição de 10% de frutose. No 14º dia do período experimental, os animais pertencentes aos grupos diabetes foram inoculados com estreptozotocina, enquanto os animais pertencentes aos grupos não diabéticos foram inoculados com tampão citrato. No 54º dias após o início do experimento e 40º dias após a inoculação de diabetes, os grupos CTR-L, CTR-LT, D-L, D-LT, receberam a ligadura, permanecendo com a mesma durante 30 dias. No 55º dia após a indução de diabetes, os grupos CTR-T, CTR-LT, D-T, D-LT iniciaram o tratamento diário com metformina (300 mg/Kg de peso corpóreo) por via oral até o fim do período

experimental. Após a eutanásia que ocorreu no 84o. dia, as mandíbulas foram

removidas e o tecido passou por um processamento histológico de rotina. As secções histológicas obtidas foram analisadas histometricamente e submetidos a análise pelo teste de ANOVA com nível de significância estabelecido em 5% (p <0,05). Não foram observadas diferenças significativas para a densidade óssea alveolar para os grupos CTR, D e D-T (p>0,05). Porém, para o grupo CTR-T foi observado uma maior densidade óssea para o grupo sem ligadura quando comparado ao grupo que recebeu a ligadura (p<0,05). Estes resultados sugerem um impacto negativo da metformina sobre a densidade óssea alveolar na presença de ligadura em animais normais.

Palavras-chave: densidade óssea, diabetes, metformina, ratos. INTRODUÇÃO:

O tecido ósseo é renovado durante o crescimento e ao longo da vida adulta, as bases para o processo de remodelação dos ossos são as atividades

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de formação óssea pelos osteoblastos e a reabsorção pelos osteoclastos (Lerner, 2006). Segundo o Lindhe (2005), o osso alveolar, aparece como “lâmina dura”, que reveste o alvéolo e é perfurado por numerosos canais de Volkmann, através dos vasos sanguíneos, linfáticos e fibras nervosas passam do osso alveolar para o ligamento periodontal. As doenças periodontais têm como principal característica o processo inflamatório e perda óssea, sendo que estão associados ao início e a progressão de doenças periodontais com a presença de bactérias gram negativas e anaeróbias que estimulam uma reação inflamatória (Cochran, 2008). A destruição periodontal em ratos é normalmente induzida por inoculação de microrganismo e/ou de seus produtos, ou por colocar uma ligadura em torno da área cervical dos molares que permite o acúmulo de placa, mimetizando a doença humana. O Algodão, seda ou nylon são os fios mais utilizados e podem ser colocados na área cervical dos molares maxilares ou mandibulares de ratos, com intuito de permitir o acúmulo de placa, induzindo alterações nos tecidos periodontais que são observados em periodontite humana (Grossi et al.,1995: Duarte et al., 2004; Duarte et al., 2009).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (1999), o diabetes mellitus é uma desordem metabólica de múltipla etiologia caracterizada pela hiperglicemia crônica com distúrbios no metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas, ocasionados por defeitos na secreção e/ou na ação de Insulina. O diabetes tipo 2, é o tipo mais comum de diabetes que acomete cerca de 90% dos casos de diabetes e é caracterizada pela progressiva diminuição da ação da insulina seguida pela disfunção das células β do pâncreas, devido ao uso ineficiente da insulina pelo organismo (Tartaranni; Bogardus, 2001, American Association of Diabetes, 2012).

Diferentes modelos experimentais têm sido desenvolvidos para uma melhor compreensão da patogênese do diabetes tipo 2, incluindo primatas não humanos, grandes mamíferos (porcos, cachorros, gatos) e pequenos animais (coelhos, ratos e camundongos). Modelos experimentais não genéticos são mais baratos e fáceis de serem desenvolvidos (Reuter et al, 2007). Os modelos utilizando nicotinamida em associação com estreptozotocina e animais inoculados com estreptozotocina e dieta rica em gordura têm sido considerados os melhores modelos para diabetes tipo 2 (Masiello et al, 1998; Srinivasan et al., 2005). Recentemente Islam e Wilson (2012) sugeriram um novo modelo experimental de diabetes tipo 2 induzida, no qual ratos com 45 dias de idade

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recebiam água acrescida de 10% de frutose durante as duas primeiras semanas do período experimental e em seguida foram inoculados com estreptozotocina (40 mg/kg de peso corpóreo) via intraperitoneal. A metformina é a medicação inicial de escolha para o tratamento de indivíduos diabéticos tipo 2 que ainda não apresentam nenhuma patologia associada como cardiomiopatias, retinopatias ou insuficiência renal. É um dos hipoglicemiantes mais utilizados e recentes estudos demonstraram que esta droga inibe os efeitos prejudiciais do diabetes sobre o tecido ósseo reduzindo o risco de fraturas em pacientes (Vestergaard et al., 2005; Rejnmark, 2008).

OBJETIVO

O presente estudo teve como objetivo avaliar a densidade do osso alveolar em animais normoglicêmicos e hiperglicêmicos, na presença ou ausência da periodontite induzida por ligadura, em animais tratados ou não com metformina.

METODOLOGIA

Foram utilizados 40 ratos Wistar com idade de 45 dias com peso aproximado de 200g, adquiridos no Biotério do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade São Paulo (USP). Antes do início do experimento os animais foram aclimatizados ao ambiente do biotério da Universidade Guarulhos por um período de 5 dias. Todos os animais foram mantidos durante o período experimental em gaiolas plásticas individuais para melhor controle da ingestão de frutose sob as mesmas condições ambientais e receberam água ad libitum. Todos os grupos permaneceram em períodos alternados de luz e escuridão (12/12 horas). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética para o Uso de Animais de Experimentação da Universidade Guarulhos (CEUA-UnG, Anexo). No início do estudo, os animais serão divididos em um dos seguintes grupos experimentais:

 Controle sem ligadura (CTR, n=05): ratos que receberam água sem

frutose, foram inoculados com tampão citrato e não receberam a ligadura.

 Controle com ligadura (CTR-L, n=05): ratos que receberam água sem

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 Controle sem ligadura Tratado (CTR-T, n=05): ratos que receberam água sem frutose, foram inoculados com tampão citrato, tratados com metformina e que não receberam a ligadura.

 Controle com ligadura Tratado (CTR-LT, n=05): ratos que receberam

água sem frutose, foram inoculados com tampão citrato, tratados com metformina e que receberam a ligadura.

 Diabético sem ligadura (D, N=05): ratos que receberam água com frutose

durante as duas primeiras semanas do período experimental, inoculados com estreptozotocina e que não receberam ligadura.

 Diabético com ligadura (D-L, N=05): ratos que receberam água com

frutose durante as duas primeiras semanas do período experimental, inoculados com estreptozotocina e que receberam ligadura.

 Diabético sem ligadura Tratado (D-T, n=05): ratos que receberam água

com frutose, inoculados com estreptozotocina, tratados com metformina e que não receberam ligadura.

 Diabético com ligadura Tratado (D-LT, n=05): ratos que receberam água

com frutose, inoculados com estreptozotocina, tratados com metformina e que receberam ligadura.

O período experimental levou um total de 84 dias, nos quais os animais receberam somente água (CTR, CTR-L, CTR-T, CTR-LT) ou água com adição de frutose (D, D-L, D-T, D-LT) a partir do dia zero. Os animais pertencentes aos grupos D, D-L, D-T, D-LT foram inoculados com estreptozotocina no 14º dia do período experimental, enquanto os animais pertencentes aos grupos CTR, CTR-L, CTR-T, CTR-LT foram inoculados com tampão citrato no mesmo dia. Semanalmente, os grupos foram acompanhados para análise dos níveis sanguíneos de glicose por meio de coletas da veia caudal. No 54º dias após o início do experimento e 40º dias após a inoculação de diabetes, os grupos CTR-L, CTR-LT, D-CTR-L, D-LT receberam a ligadura, permanecendo com a mesma durante 30 dias. No 69º dia após o início do experimento e 55º dia após indução de diabetes, os grupos CTR-T, CTR-LT, D-T, D-LT, iniciaram o tratamento diário com metformina (300 mg/Kg de peso corpóreo) por via oral até o fim do período experimental. No final do período experimental, que ocorreu no 84º dia a eutanásia dos animais. Para indução do diabetes mellitus tipo 2, os animais pertencentes ao grupo do D, D-L, D-T, D-LT receberam água suplementada com frutose ad libitum durante as duas primeiras semanas do período experimental,

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e foram inoculados por via intraperitoneal com estreptozotocina em Tampão Citrato. Os animais pertencentes aos grupos CTR, CTR-L, CTR-T, CTR-LT foram inoculados somente com o tampão. Uma semana após a inoculação de STZ, os níveis de glicose sanguínea foram monitorados com auxílio de um medidor de glicose sanguínea portátil, por meio de coletas semanais, via veia caudal. Os animais pertencentes aos grupos diabéticos em situação de não jejum que apresentaram níveis > 300mg/dL foram considerados diabéticos e permaneceram no estudo, enquanto aqueles que apresentaram níveis inferiores ao estabelecido foram removidos do estudo (Srinivasan et al., 2005).

Após 54 dias do início do período experimental, e 40 dias após a indução do diabetes tipo 2, os animais pertencentes aos grupos CTR-L, CTR-LT, L, D-LT receberam uma ligadura para induzir um acúmulo do biofilme e perda óssea. Todos os animais foram pesados e anestesiados por via intraperitoneal com uma solução de 10mg/Kg de cloridrato de quetamina (Francotar®; Virbac do Brasil Indústria e Comércio LTDA, Roseira, SP,Brasil) e 0,1 mL/Kg de cloridrato de xilazina (Virbaxil®; Virbac do Brasil Indústria e Comércio LTDA, Roseira,SP, Brasil). Os Animais pertencentes aos grupos CTR-L, CTR-LT, D-L, D-LT receberam um fio de algodão ao redor do primeiro molar direito, e o mesmo foram mantido durante 30 dias, até o fim do experimento.

Para avaliar os efeitos da metformina sobre a densidade óssea alveolar na ausência ou presença do diabetes mellitus, os grupos CTR-T, CTR-LT, D-T, D-LT foram tratados com metformina (Merck, USA) na dose de 300 mg/kg diluído em água mineral por via oral, conforme descrito por Liu et al. (2012). O tratamento foi realizado com os últimos 15 dias. Oitenta e quatro dias após o início do estudo, todo os animais foram eutanaziados por meio de dose excessiva de anestésico. Após eutanásia, as mandíbulas foram removidas e seccionadas em blocos contendo os molares direito e esquerdo. Os espécimes foram fixados em uma solução contendo formol, após o processo de fixação e posterior lavagem em água destilada, os espécimes foram descalcificados em uma solução de EDTA. Em seguida, os mesmos foram desidratados em uma solução de álcool etílico sob constante agitação. As peças foram então diafanizadas em xilol, infiltradas e incluídas em blocos de parafina. Destes blocos, foram obtidas secções seriadas de cerca de 5 µm de espessura que posteriormente foram coradas por hematoxilina e eosina (HE). As secções histológicas coradas com HE foram digitalizadas e por meio do software NIS

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Elements (Nikon). A densidade óssea no alvéolo foi avaliada com o auxílio de

um retículo quadriculado (contendo 170 intersecções) sobre o qual será feita a contagem dos pontos coincidentes com osso em relação a quantidade de pontos total (densidade (%) = 100 x pontos com osso/314). As leituras foram realizadas por um examinador cego para o grupo experimental (testes ou controle).

RESULTADOS

Após a execução da parte experimental junto aos animais e do processamento histológico foi possível observar que todos os animais ganharam peso durante o estudo (p<0,05) e não foi observada diferença significativa para o peso inicial dos animais pertencentes ao grupo controle e ao grupo diabético. Porém ao final do período experimental e consequentemente após indução do diabetes, foi possível observar que os animais do grupo controle apresentavam peso significativamente maior que os animais do grupo diabetes.Os níveis glicêmicos em situação de não jejum dos animais pertencentes ao grupo controle e diabéticos foram monitorados semanalmente e não foi observada diferença significativa para este parâmetro entre dos animais do grupo não diabético e diabético no início do período experimental (p>0,05). A média e desvio padrão

para o grupo controle foi de 102 12 mg/dL e para o grupo diabéticos foi de 98

 11 mg/dL. Após 14 dias de ingestão de frutose, os animais do grupo diabéticos

receberam STZ por via intraperitoneal enquanto os animais do grupo controle receberam apenas o tempão citrato (veículo) pela mesma via. Os níveis glicêmicos foram novamente mensurados 72 horas após esta etapa do experimento e foi observado um aumento significativo da glicemia para os animais do grupo diabéticos em comparação ao grupo controle (p<0,05). A

média e desvio padrão dos níveis glicêmicos para o grupo controle foi de 100 

12 mg/dL e para o grupo diabéticos foi de 350 129 mg/dL,.Os animais que não

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Figura 1: Níveis glicêmicos iniciais e finais dos animais pertencentes ao grupo controle e diabéticos. Barras escuras representam os animais do grupo controle e as barras brancas os animais do grupo diabéticos. Não foram detectadas diferenças significativas para a glicemia inicial e final (Teste t de Student para amostras dependentes). Símbolo representa diferença significativa entre os grupos para níveis glicêmicos iniciais e finais, separadamente (Teste t de Student para amostras independentes).

A figura 2 representa a densidade óssea alveolar dos grupos CTR, CTR-T D e D-L com e sem ligadura. Não foram observadas diferenças significativas para a desn9idade óssea alveolar para os grupos CTR, D e D-T (p>0,05). Porém, para o grupo CTR-T foi observado uma maior densidade óssea para o grupo sem ligadura quando comparado ao grupo que recebeu a ligadura (p<0,05). A figura 3 (A-H) ilustra as secções histológicas referentes aos diferentes grupos experimentais.

Figura 2: Porcentagem de densidade óssea alveolar obtida para os diferentes grupos experimentais. Barras escuras representam os animais que receberam a ligadura e as barras brancas os animais que não receberam a ligadura. Não foram detectadas diferenças significativas para os grupos: controle, diabéticos e diabéticos tratados (Teste two-way ANOVA). Símbolo (*) representa diferença significativa entre os grupos controle tratado com e sem ligadura.

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Figura 3: Fotomicrograficas ilustrativas das secções histológicas mandibulares, ilustrando a região de furca dos animais pertencentes aos grupos: CTR com e sem ligadura (A e B, respectivamente), CTR tratado com e sem ligadura (C e D, respectivamente), Diabéticos com e sem ligadura (E e F, respectivamente) e Diabéticos tratados com e sem ligadura (G e H, respectivamente).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabe-se que o tecido ósseo sofre um constante processo de remodelamento e assim é renovado durante o crescimento e ao longo da vida, com atividade equilibrada de formação óssea pelos osteoblastos e reabsorção pelos osteoclastos (Lerner,2006). Devido ao processo inflamatório e a perda óssea associada a progressão das doenças periodontais, o tecido ósseo alveolar pode ter sua qualidade comprometida (Cochran, 2008). Segundo Duarte e Grossi (1995 e 2009) a destruição periodontal em animais pode ser induzida pela inoculação de microrganismo, ou através do fio de nylon, seda ou até mesmo um algodão colocado nas áreas cervicais dos molares maxilares ou mandibulares. Assim é possível, mimetizar a destruição causada na periodontite humana em animais, o que permite a realização de estudos que permitam compreender os mecanismos envolvidos na etiopatogênese da doença periodontal. Na periodontite humana, e tem sido demostrado que hábitos de vida, como o tabagismo, consumo de álcool, estresse e fatores sistêmicos como hipertensão, osteoporose e diabetes mellitus atuam como indicadores de riscos que facilitam a progressão da doença periodontal. No presente estudo foi utilizado o modelo experimental de indução de doença periodontal utilizando a ligadura. Todos os animais com ligadura tiveram um aumento da perda óssea alveolar (dados não mostrados), comprovando a eficiência do modelo de indução de periodontite em ratos. A análise dos resultados referentes aos animais normoglicêmicos mostrou que a presença da perda óssea alveolar não afetou a densidade óssea alveolar.

Além da análise da qualidade do osso alveolar referente a presença ou ausência de periodontite induzida por ligadura, o presente estudo também avaliou o impacto do diabetes sobre a densidade óssea alveolar. Foi utilizado um modelo não genético de indução do diabetes tipo 2, no qual os animais receberem água com 10% de frutose durante as primeiras semanas do período experimental e subsequentemente foram inoculados com estreptozotocina (Islam e Wilson 2012). O modelo foi eficaz na indução da hiperglicemia, porém não foram detectadas diferenças na qualidade do tecido ósseo alveolar

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associado a periodontite induzida por ligadura. Estudos recentes têm demonstrado que pacientes com diabetes tipo 2 apresentam maior fragilidade óssea esquelética quando comparado aos indivíduos normoglicêmicos (Gilbert; Pratley, 2015). Segundo Abbassy (2010) têm demostrado que diabetes mellitus contém redução na taxa de densidade óssea em torno da raiz e afeta a qualidade da estrutura óssea. Estes resultados são discordantes do descrito no presente estudo, no qual a diabetes não apresentou efeito sobre a densidade óssea alveolar. Ao invés de Brawick (2016) demostrou que diabetes não teve impacto sobre a densidade óssea, sendo que este resultado é concordantes do descrito no presente do estudo.

A metformina é a medicação inicial de escolha para o tratamento de indivíduos diabéticos tipo 2 que ainda não apresentam nenhuma patologia associada como cardiomiopatias, retinopatias ou insuficiência renal. No presente estudo, os animais foram tratados durante quinze dias com metformina resultado na diminuição da hiperglicemia (dados não mostrados). Para os animais diabéticos, o tratamento com metformina não alterou a densidade óssea alveolar. Porém, um efeito diferente da metformina foi observado para os animais normoglicêmicos tratados. A análise da densidade óssea para os animais pertencentes ao grupo controle tratado com metformina revelou uma menor densidade óssea na presença da periodontite induzida por ligadura, o que sugere um efeito negativo da metformina sobre o tecido ósseo alveolar na presença do desafio bacteriano em animais normoglicêmicos. A metformina é um dos hipoglicemiantes mais utilizados e recentes estudos demonstraram que esta droga inibiu os efeitos prejudiciais do diabetes sobre o tecido ósseo reduzindo o risco de fraturas em pacientes diabéticos (Vestergaard et al., 2005; Rejnmark, 2008). Novos estudos sobre o impacto negativo do tratamento com metformina em indivíduos normais na presença de periodontite se fazem necessários afim de compreender os mecanismos e mediadores envolvidos no processo.Conclui-se que estes resultados sugerem um impacto negativo da metformina sobre a densidade óssea alveolar na presença de ligadura em animais normais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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