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NUTRIÇÃO PARENTERAL CENTRAL OU PERIFÉRICA

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NUTRIÇÃO

PARENTERAL

CENTRAL OU

PERIFÉRICA

Dra. Merche Cervera Peris

Serviço de Farmácia, Hospital

Universitário Son Espases, Palma de Mallorca.

Dr. Joan Ramon Urgelés Planella

Serviço de Endocrinologia e Nutrição, Hospital Universitário Son Espases, Palma de Mallorca.

(2)

1 INTRODUÇÃO ... 3

2 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DA NP SEGUNDO VIA DE

ADMINISTRAÇÃO: CENTRAL E PERIFÉRICA ... 3

3 SELEÇÃO DO ACESSO VENOSO ... 6

4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DE CADA TIPO DE SUPORTE

NUTRICIONAL PARENTERAL ... 7

5 INDICAÇÕES GERAIS E RECOMENDAÇÕES: GUIAS ESPEN

SEGUNDO PATOLOGIAS, NP COMPLEMENTAR, NP HIPOCALÓRICA ... 9

6 CONCLUSÕES ... 12

7 BIBLIOGRAFIA ... 13

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(3)

Foi definida a nutrição parenteral (NP)1 como o

conjunto de técnicas de administração por via intraveno-sa para pacientes que tem a função do trato trato gastrointestinal preju-dicada ou ausente. Os nutrientes

administra-dos são hidratos de carbono, lipídios, aminoáci-dos, eletrólitos oligoelementos, vitaminas e água.

A partir da década de 60 do século passado quando Dudrick e Cols realizaram as primeiras infusões de nutrientes hipertônicos nos EEUU, o conhecimento sobre este assunto tem tido um grande desenvolvimento tanto nos diferentes

tipos de soluções para administrar como nas técnicas e dispositivos de administração. Tam-bém se tem melhor conhecimento das possíveis complicações associadas a este tratamento e de sua prevenção.

Nesta revisão vamos tentar atualizar as princi-pais características da NP, tanto para a via cen-tral como para a periférica, dando ênfase em como selecionar o melhor tipo de suporte por tipo de acesso, a condição clínica a tratar e des-crevermos as principais vantagens e desvanta-gens de uma técnica de gestão sobre a outra.

INTRODUÇÃO

1

NUTRIÇÃO PARENTERAL CENTRAL OU

PERIFÉRICA

Dra. Merche Cervera Peris

Serviço de Farmácia, Hospital Universitário Son Espases, Palma de Mallorca.

Dr. Joan Ramon Urgelés Planella

Serviço de Endocrinologia e Nutrição, Hospital Universitário Son Espases, Palma de Mallorca.

DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DA NP

SEGUNDO A VIA DE ADMINISTRAÇÃO:

CENTRAL E PERIFÉRICA

2

A nutrição parenteral central (NPC)1 se define

como o conjunto de técnicas de administração de nutrientes que vão ser infundidos em uma via venosa central, devido principalmente a elevada osmolaridade da solução que vai exceder 900 mOsm/L.

A composição da NPC inclui sempre uma solução de glicose, lipídios e aminoácidos.

Atualmente, salvo por situações metabólicas

particulares — hipertrigliceridemia — não se utili-zam fórmulas sem lipídios2. Sem a limitação de

osmolaridade, a composição da NPC pode ser muito variável e, portanto, se adapta a distintas situações e pacientes.

Os aminoácidos da NP fornecem entre 10 e 18 g de nitrogênio, com relações de Kcal não proteicas/g de nitrogênio que podem variar entre 160:1 e 100:1.

(4)

A esta solução de aminoácidos pode-se agregar além de um suplemento de glutamina (em forma

de dipéptideos de alanina). Foi demostrado a uti-lidade clínica desta suplementação em pacientes críticos, pós-cirurgia abdominal, pancreatite aguda, queima-dos e em transplante de medula óssea3 na dose mínima de 0.3 g/Kg e máxima

de 0.5 g/Kg do dipép-tideos (máximo 30% de fornecimento proteico) durante um mínimo de 5 dias e até um máximo de 3 semanas4. Utilizam-se três tipos de emulsões lipídicas na

nutrição parenteral5. As baseadas em óleo de

soja (LCT: triglicérides de cadeia larga), as que incorporam triglicérides de cadeia media (MCT) ou fórmulas de LCT-MCT, as emulsões de azeite de oliva e soja (80:20) e as que incorporam áci-dos graxos w-3 agregando óleos de peixe (emul-sões MSF: MCT/Soja/Peixe, 50:40:10 e SMOF: Soja/MCT/Oliva/peixe, 30:30:25:15). As emul-sões LCT favorecem a resposta inflamatória e se considera pouco adequadas em pacientes críti-cos6, com enfermidade hepática6 e com nutrição

parenteral domiciliar7.

A relação calórica recomendada entre hidratos de carbono e lipídios normalmente fixa-se em torno de 60/406.

A NPC permite infundir grandes quantidades de nutrientes sem complicações imediatas aparen-tes. De fato, historicamente a nutrição parenteral denominou-se também hiperalimentação. Contu-do, hoje em dia sabe-se que o excesso de nutrien-tes por via parenteral é causa de aumento de infecções, de morbilidade e morta-lidade8. Contraria-mente também se descreve aumento de mortali-dade e morbilidade em pacientes que não recebem suficiente suporte nutricional9.

Tabela 1. Recomendações de calorias segundo ESPEN 2009.

Patología Kcal/Kg/d Grau de evidência

Doente crítico 25 C

Doente crítico + IRA 30-40 C

Cirurgia 25-30 B

Pancreatite aguda 25-30 B

Pancreatite aguda com SIRS ou MODS 15-20 B

Oncologia acamado 20-25 C

Doença de Crohn aguda 25-30 C

Cirrose, hepatite alcoólica HB * 1.3 C

HB: Harris Benedict / IRA: Insuficiência Renal Aguda / SIRS: Síndrome da Respos-ta Inflamatória Sistêmica / MODS: Disfunção Múltipla de Órgãos.

Foi demonstrada utilidade

clínica da suplementação na

NP com Glutamina, em

pacientes críticos,

pós-cirur-gia abdominal, pancreatite

aguda, queimados e

transplante de medula óssea

na dose mínima (0.3g/kg) e

máxima (0.5g/kg)

(5)

Na tabela 1 se destacam as recomendações sobre o fornecimento calórico e proteico dos guias de nutrição parenteral da ESPEN de 2009 6.

A nutrição parenteral periférica (NPP)1 se

define como o conjunto de técnicas de adminis-tração de nutrientes por via venosa periférica a pacientes que tem a função do trato gastrointes-tinal prejudicada ou ausente. Esta localização tem como condicionamen-to a osmolaridade da preparação parenteral.

Em geral, se aceita que a osmolaridade não deve superar os 800-900 mOsm/L e também o pH deve estar entre 6-7,4. Segundo as recomen-dações de diferentes instituições ou sociedades científicas o limite de osmolaridade se situa neste intervalo ESPEN6: não superar 850

mOsm/L, ASPEN [10]: menor a 900 mOsm/L ou bem abaixo dele (Infu-sion Nurses Society (INS de EEUU)11: menor de 600 mOsm/L).

A osmolaridade vem determinada pela quanti-dade de micronutrientes (em especial aminoáci-dos) e pelo volume a administrar, de modo que os pacien-tes com altos requerimentos proteicos e com res-trições de volume em geral são excluí-dos deste tipo de suporte nutricional.

A composição típica de uma NPP fornece geralmente entre 6-10 g de nitrogênio e entre 900-1500 cal, sendo seu volume entre 1500-2500 ml; sua relação Kcal não proteicas/ g nitrogê-nio costuma estar entre 130-150/1 (ainda que já existam algumas no mercado com relações menores de 120/1 como o SmofKabiven Periférico) e sua relação entre hidratos de carbo-no e lipídios se situa carbo-normalmente em 60/40. Sua composição deve conter lipídios pelo efeito benéfico dos mesmos (tabela 2), assim como as RDA de vitaminas e minerais e no caso de agre-gar eletrólitos, estes não devem superar certos limites (sódio e potássio 150 mmol/L, magnésio 5,6 mmol/L e cálcio 5 mmol/L).

Tabela 2. Benefícios da administração de lipídios na NP

É mais fisiológico.

Não afeta a função hepática. Evita e reverte a esteatose hepática. É menos hiperglicêmica.

Evita a saturação das vias oxidativas dos HdC.

Evita e corrige as deficiências de ácidos graxos essenciais. Melhora o sistema imunológico.

Promove a massa corporal magra. Reduze o estresse metabólica. Evita a sobrecarga hídrica. Reduz a tensão respiratória. Reduz o risco de hipofosfatemia

Permite a NPP com um fornecimento calórico adequado com menor osmolaridade e pH fisiológico.

A composição de uma NPP

deve conter lipídios, uma

relação de hidratos de

carbono e lipídios de

aproximadamente 60/40 e

as RDA de vitaminas e

minerais

(6)

Tabela 3. Acessos vasculares.

Acesso Tipo Lugar de inserção Indicación

Periférico Periférico Basílica / Cefálica NP < 7-14 dias

Drum® Central de inserção periférica Basílica NP de curto prazo hospitalizado

Percutâneo Central Subclávia/Jugular/Femoral NP de curto prazo hospitalizado

Tunelizado Central Subclávia/Jugular NP de longa duração em domicilio

Reservatório Central Subclávia/Jugular NP de longa duração em domicilio

SELEÇÃO DO TIPO DE ACESSO VENOSO

3

Em termos gerais, para conseguir o êxito de qual-quer tratamento intravenoso há que ter em consideração os seguintes fatores12:

A terapia a administrar (seu pH,

osmolarida-de, velocidade de administração, a natureza de sua composição, duração e propósito…).

• Avaliar o local de inserção (limitações,

dificul-dade da técnica de inserção, estado da pele, tamanho da veia…).

• Selecionar o profissional e sua habilidade na colocação do acesso venoso.

Técnica de inserção (controle da infecção, veia

e pele, ângulo de inserção…).

Considerações sobre o paciente (idade,

mobi-lida-de, diagnóstico, alergias, necessidade de educação).

• Seleção do acesso venoso (segundo terapia a

infundir, material, relação segurança/risco,

custo/benefício esperado, preferência do paciente).

• Preparação do ponto de inserção (presença de cabelo, necessidade de anestesia local, profi-laxia antitrombótica. Protocolos).

Manutenção do acesso venoso (técnica

assép-tica, estabilização, tipo de curativo utilizado, vedação, julgamento clínico. Protocolos).

Considera-se que a eleição do tipo de acesso venoso a utilizar para administrar o suporte nutri-cional paren-teral depende principalmente das características do paciente (patologia/ situação clínica) e da previsão de tempo do suporte, e em menor medida, da experiên-cia do hospital com cada tipo de acesso venoso.

Os tipos de acessos venosos e suas indicações princi-pais estão expostos na tabela 313.

(7)

VANTAGENS E DESVANTAGENS DE CADA TIPO

DE SUPORTE NUTRICIONAL PARENTERAL

[14-17]

4

A NPP apresenta certas vantagens quando com-parada a NPC:

• As NPP permitem uma rápida disponibilidade de acesso quando há que iniciar de maneira

imedia-ta o suporte nutricional e não se dispõe de via central ou acesso entérico.

• A colocação dos cateteres periféricos é de simples manuseio e pode ser realizado pelo

pessoal de enfermagem no próprio quarto do paciente, não requer comprovação radiológica de sua colocação.

• Em geral, as NPP têm menos complicações que as NPC, principalmente o tipo mecânico e

infeccioso associadas ao cateter venoso central. • As NPP acostumam ter um custo menor que as

NPC

As principais desvantagens da NPP são:

• Pode não cobrir os requerimentos dos pacien-tes em 100%, sobretudo se apresentar alguma das seguintes situações:

- necessidades elevadas de nutrientes e/ou eletró-litos,

- restrição de volume a administrar, - estresse metabólico importante, - desnutrição significativa

• Costuma apresentar como complicação fre-quente a tromboflebite, que limita seu uso. A tromboflebite costuma manifestar-se pelo apare-cimento de inchaço, vermelhidão, calor e dor na zona de inserção da via periférica. Sua

incidência é muito variável (2,3-70% segundo Payne-James JJ et al 1993, 3-31% segundo Pertkiewicz M et al 2009)14,18. Certamente, esta

variabilidade é devida às diferentes maneiras de quantificar as trombofle-bites pelo que se recomenda seguir, para sua detecção, o uso de escalas de pontuação para determiná-la (tabela 4).

A etiologia das tromboflebites geralmente se

inicia com a inserção do cateter que provoca danos no endotélio gerando vasoconstrição e a ativação de mediadores da inflamação. A repeti-da substituição de cateteres pode formar um ciclo que finaliza com a oclusão da via de aces-so14.

As tromboflebites podem se favorecidas por vários fatores como19:

Tamanho do cateter. Melhor utilizar cateteres

de22-24 Ga e longitude media (15-20 cm). • Material do cateter. Preferíveis os cateteres de

poliuretano que, com a mesma espessura, tem maior diâmetro interno.

Tamanho da veia. É melhor utilizar as veias

gran-des do antebraço como a basílica ou cefá-lica.

Local de colocação do cateter. Devem-se

evi-tar pontos de flexão e na medida do possível é preferí-vel utilizar o braço não dominante do paciente.

Traumatismos durante a inserção do cateter.

Usar uma adequada técnica de inserção retar-da a apa-rição de tromboflebite.

Colonização bacteriana dos cateteres. O uso

de técnica asséptica na inserção do cateter retarda também a aparição de tromboflebite. • Fármacos. É muito recomendável utilizar de

manei-ra exclusiva uma via para a NPP.

Duração da infusão. O dano parece menor

quan-do se infundem as NPP de maneira cíclica.

• Tipo de NPP administrada. As fórmulas com

lipídios permitem um maior fornecimento

A incidência de flebite varia

entre 2-70%, isto é devido

às diferentes maneiras de

quantificar as

tromboflebites.

Recomenda-se Recomenda-seguir o uso das escalas

de pontuação para sua

detecção

(8)

calórico sem aumentar a osmolaridade da nutrição.

• Partículas presentes na solução. A utilização

de filtros de maneira rotineira não tem demos-trado diminuir a incidência de tromboflebite.

Tem sido testados diversos tratamentos para pre-venir as tromboflebites com resultados díferen-tes. Só se tem demostrado alguma efetividade o emprego de nitritos locais (na forma de adesivos tipo patches 5mg), a presença de lipídios na solução parenteral e anti-inflamatórios locais. Em respeito à norma de trocar o cateter de maneira rotineira cada 48-72 h a revisão sistemática de 2006 de Idvall E et al, conclui que não há sufi-ciente evidência científica que sugira que substi-tuir de maneira rotineira todos os cateteres peri-féricos reduz a incidência ou severidade da trom-boflebite20-23.

A aparição de tromboflebites

pode ser favorecida por vários

fatores, tem sido testados

diversos tratamentos para

prevenir as Tromboflebites, só

tem demostrado alguma

efetividade o emprego de

nitritos locais, a presença de

lipídios na solução parenteral

e o uso de anti-inflamatórios

locais

Tabela 4. Escalas de avaliação de Tromboflebite.

ESCALA MADDOX ESCALA DE FLEBITES DO INS

Nível Estado Nível Estado

0 Sem dor, eritema, inchaço e sem cordão venoso pal-pável.

0 Sem sinais clínicos. 1 Com dor, mais sem eritema, nem inchaço e sem

cor-dão venoso palpável.

1 Eritema com ou sem dor. Existência ou não de edema. Não formação de linhas nem cordão pal-pável

2 Com dor e eritema ou certo grau de edema ou ambos, mas sem endurecimento nem cordão venoso palpá-vel.

2 Eritema com ou sem dor. Existência ou não de edema. Formação de líneas, mas sem cordão pal-pável.

3 Com dor, eritema e inchaço, e com endureci- mento ou cordão palpável menor de 6 cm por cima do lugar de inserção.

3 Eritema com ou sem dor. Existência ou não de edema. Formação de líneas e cordão palpável. 4 Com dor, eritema e inchaço, e com endureci-

mento ou cordão palpável maior de 6 cm por cima do lugar de inserção.

5 Trombose venosa declarada com todos os sinto-mas anteriores.

(9)

Se aceita que a nutrição artificial (enteral ou

parente-ral), deve ser instituída em todo pacien-te que não pode, não quer ou não deve comer por via oral, sobretudo porque sabemos que a desnutrição pode ter efeitos prejudiciais sobre os pacientes.

Especificando, as indicações gerais do suporte nutri-cional artificial, seja parenteral ou enteral,

vai depen-der se o paciente se encontra em algu-ma destas situações:

• Pacientes sem desnutrição, mas nos quais já se antecipa que não irão receber nenhuma classe de suporte nutricional durante ao menos 7 ou 10 dias.

• Pacientes com desnutrição que, segundo ESPEN, são aqueles que presentam ao menos um dos seguintes critérios:

- Albumina < 3g/dl (sem insuficiência renal ou hepática).

- Perda de peso > 10-15% do peso habitual em 6 meses.

- IMC < 18 kg/m2.

- Avaliação Global Subjetiva de grau C.

• Pacientes com risco de mal nutrição. São pacientes com patologias ou situações clínicas nas quais se encontra alterada a absorção de nutrien-tes, existe necessidade de repouso intestinal ou serão aumentadas as necessida-des de nutrientes (tabela 5)13.

INDICAÇÕES GERAIS E RECOMENDAÇÕES:

GUIAS ESPEN SEGUNDO PATOLOGIAS, NP

COMPLEMENTARIA, NP HIPOCALÓRICA

5

Tabela 5: indicações da NP no adulto.

Indicação Alteração em absor-ção de nutrientes Necessidade de re-pouso intestinal Aumento das neces-sidades nutritivas

Cirurgia maior de tubo digestivo X X

Ressecção intestinal massiva X pós-cirurgia

Enfermidade inflamatória intestinal

aguda descompensada X X

Enterite por radiação X

Diarreia grave X

Vómitos intratáveis X

Íleo paralítico X X

Pancreatite aguda grave X X

Fístulas digestivas altas X

Obstrução intestinal completa X X

Hemorragia digestiva alta X

Pacientes críticos X

(10)

Figura 1 - Seleção do tipo de suporte nutricional artificial. Sim Sim Não Não Não Contra-Indicação NE NPC NPP NP NP COMPLEMENTAR NE COBRE > 60% REQUERIMENTOS

- Tempo estimado >7 dias - Alto estresse metabólico - Intolerância a sobrecarga hídrica - Desnutrição grave

- Existe acesso central por outros motivos

Também se diz que a única indicação da NP é a impossibilidade de utilização do tubo digestivo, isto é, que são indicações do suporte nutricional por via parenteral, bem seja central ou periférico, todas aquelas situações nas quais se considera contraindicado o suporte nutricional por via enteral. Um algoritmo para a seleção do suporte nutricional poderia ser o exposto no gráfico 1.

Existem situações consideradas como indi-cações absolutas de NP24:

• vômitos persistentes e incontroláveis; • hemorragias digestivas;

• íleo paralítico; • obstrução intestinal; • perfuração intestinal; • isquemia intestinal.

E outras situações que se consideram indi-cações rela-tivas de NP24:

• fístulas jejunais altas;

• enfermidade inflamatória em fase aguda; • síndrome de intestino curto grave (no pós-

operató-rio imediato e cronicamente se apre-senta insuficiên-cia intestinal completa); • má digestão ou má absorção intestinal grave; • pancreatite aguda grave.

A respeito às indicações do tipo de acesso, cen-tral ou periférico, em geral um paciente é candi-dato a NPP quando apresenta alguma destas

situações16:

• íleo não cirúrgico;

• pré-cirurgia da cirurgia maior, se há má nutrição e neoplasia;

(11)

• pós-cirurgia se existe uma previsão de jejum entre 7-14 dias e um grau de estresse leve ou moderado;

• previsão de jejum maior de 7 dias ou em caso de duração incerta pendente de um diagnóstico defi-nitivo;

• problemas em relação com o acesso central (mecâ-nicos e/ou infecciosos, transtornos da coagulação, dificuldades técnicas no acesso); • pancreatite aguda (os primeiros 5-10 dias); • outras situações: nutrição complementar (se

não se alcançam pelo menos o 60% das neces-sidades nutritivas via oral ou enteral), nutrição hipocalórica, impossibilidade de colocação de acesso enteral.

Assim mesmo deveria evitar-se a utilização de NPP quando existam necessidades energético/ protei-cas elevadas, necessidade de restrição de volume, um mau acesso venoso periférico ou se já existe colocada uma linha venosa cen-tral que tenha pos-sibilidade de dedicar uma via exclusiva à NP.

As guias ESPEN [6] de 2009 segundo a patolo-gia do paciente recomenda-se com grau A, a NP:

Cirurgia:

• A NP pré-operatória está indicada em pacientes com desnutrição grave que não podem ser ade-quadamente alimentados por via oral ou ente-ral.

• A NP pós-operatória é benéfica em pacientes com desnutrição que não toleram ou não pos-sam rece-ber nutrição enteral (NE).

• A NP pós-operatória é benéfica em pacientes com complicações pós-operatórias que alteram a função digestiva e que não podem receber ou absorver quantidades adequadas de alimen-tação oral ou enteral durante ao menos 7 dias. • Nos pacientes que requerem nutrição pôs ope-rató-ria é de primeira eleição a NE ou a combi-nação de NE e NP complementar.

Gastroenterologia: Enfermidade inflamatória

intestinal:

• A NP não deve ser empregada como tratamen-to primário da enfermidade de Crohn. O

repouso intestinal não tem demostrado ser mais eficaz que a nutrição via gastrointestinal.

Hepatologia:

• Começar a NP de forma imediata em pacientes com hepatite alcoólica moderada ou severa-mente malnutridos que não possam ser alimen-tados sufi-cientemente por via oral ou enteral. • Começar a NP de forma imediata em pacientes

com cirrose hepática moderada ou severamen-te malnutridos que não possam ser alimenta-dos sufi-cientemente por via oral ou enteral. • Em pacientes cirróticos, empregar

precoce-mente NP pós-operatória se o paciente não pode ser nutrido suficientemente por via oral ou enteral.

Pâncreas:

• Na pancreatite aguda leve, a recuperação espontâ-nea da alimentação oral costuma oco-rrer em 3-7 dias, e por tanto, não é necessário suporte nutricio-nal (nem NE nem NP) a não ser que exista má-nutrição prévia, ou quando se requer um período de jejum terapêutico maior de 5-7 dias. Nestes casos deveriam ini-ciar NE o mais cedo possível.

Oncologia:

• A NP não é efetiva e provavelmente é prejudi-cial naqueles pacientes em que não há razões para a insuficiência intestinal.

A NP complementar está

indicada quando com o

suporte enteral não

alcançamos ao menos 60%

das necessidades do paciente.

A NP Complementar é aquela que se utiliza

conjun-tamente com a NE para corrigir o déficit de nutrientes. Está indicada quando com o suporte enteral não alcançamos ao menos 60% dos requerimentos do paciente e com ela deve-mos tentar cobrir pelo menos até o 80% dos mesmos, sendo ideal cobrir o 100%. Não há

muitos ensaios clínicos que tenham estudado seu uso, mas o que se tem feito em pacientes

(12)

CONCLUSÕES

6

• As fórmulas de NP aptas para via periférica ou para via central diferem essencialmente em sua osmolaridade. O limite de tolerância está em 900 mOsm/l.

• A indicação da NP, tanto central como periférica depende de que não se possa usar a nutrição enteral ou de que esta não consiga cobrir adequadamente as necessidades nutricionais dos pacientes.

• As limitações para o uso de NPP dependem da frequência de tromboflebite das vias

periféricas que impede que possa administrar-se durante períodos prolongados e da situação clínica do paciente. Quando as necessidades proteicas são elevadas ou está limi-tado o fornecimento de líquidos intravenosos.

• A NPP pode utilizar-se como complementar da nutrição enteral ou oral, no

peri-ope-ratório de cirurgia não complicada com desnutrição e em situações sem diagnóstico preciso.

• A NPC é preferível, quando há de usar-se, em pacientes com pancreatite grave, em pacientes críticos e em pacientes com nutrição artificial domiciliar.

críticos utilizando a NP Complementar como preventiva ou corretiva dão resultados não con-clusivos quanto a sua eficácia (Kutsogiannis et al 2011, Singer P et al 2011)25-27.

A NP Hipocalórica é uma estratégia de

alimen-tação abaixo das necessidades (geralmente 20 kcal/Kg/dia) com que se pretende alcançar benefícios mediante a modulação da resposta metabólica e a correção da hiperglicemia.

Recentemente foi publicada uma meta-análise (Jiang H et al 2011) sobre este tipo de suporte nutricional em pacientes cirúrgicos na qual se conclui que podem ser reduzidas as compli-cações infecciosas e a estadia hospita-lar no pós-operatório destes pacientes28.

A NP hipocalórica tem como

objetivo alcançar benefícios

mediante a modulação da

resposta metabólica e

correção da hiperglicemia. Há

estudos que demonstram que

podem ser reduzidas as

complicações infecciosas e a

(13)

BIBLIOGRAFIA

7

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