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ADUBAÇÃO COM BORO EM BATATA-DOCE EM FUNÇÃO DAS FONTES, DOSES E MODOS DE APLICAÇÃO

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ADUBAÇÃO COM BORO EM BATATA-DOCE EM FUNÇÃO

DAS FONTES, DOSES E MODOS DE APLICAÇÃO

Fábio Rafael Echer1; Júlio Cesar Dominato1; José Eduardo Creste2; Rodrigo Fragas3; Diego Henriques Santos1;Laércio Boratto de Paula4

Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE, Campus II, Centro de Ciências Agrárias. Rodovia Raposo Tavares, km 572, CEP 19067-175, Presidente Prudente-SP. 1 Discente do Mestrado em Agronomia; 2 Docente

do Mestrado em Agronomia.3 Discente de Graduação em Agronomia. 4 Pesquisador do Cefet – GO. E-mail: fabioecher@gmail.com

RESUMO

Objetivou-se avaliar a produtividade da cultura da batata-doce em resposta às fontes, doses e modos de aplicação de boro. O experimento foi conduzido entre os meses de agosto de 2007 e janeiro de 2008, em Presidente Prudente – SP. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três repetições, em esquema fatorial 2x2x2+1, totalizando 9 tratamentos: fontes de boro: ácido bórico e bórax; forma de aplicação: via solo e via foliar e doses de B: 1 e 2 kg ha-1 + testemunha sem a aplicação de B. Os tratamentos foram aplicados aos 62 dias após o plantio e a colheita realizada aos 145 dias após o plantio. Não houve diferença significativa para as fontes e modos de aplicação sobre a produtividade comercial de batata-doce, no entanto observou-se que entre as doses, a produtividade comercial foi superior quando foram aplicados 2 kg ha-1 de B sobre a testemunha, sem a aplicação de B.

PALAVRAS-CHAVE: Ipomoea batatas;

bórax, ácido bórico, produtividade comercial

ABSTRACT

Boron fertilization in sweet-potato in function of source, rate and application

form

With the purpose of assessing the yield of sweet potato in response to boron sources, rates and application. This experiment was carried for August and December of 2007, in Presidente Prudente, São Paulo State, Brazil. The experimental outline was the factorial (2x2x2+1), with plots arranged in randomized blocks, with three repetitions, totaling nine treatments: boron sources: boric acid and borax; application form: foliar spray and via soil; and B rates: 1 and 2 kg ha-1; and control without boron. The treatments was applied 62 days after the planting and the harvesting was 145 days after the planting. The application of difference sources and application form did not promote significant responses on markatable yield of sweet potato, however it was observed that to the rates, the yield was higher when applied 2 kg ha-1 B under the control without boron.

KEYWORDS: Ipomoea batatas; borax, boric

acid, markatable yield.

INTRODUÇÃO

Solos altamente intemperizados, especialmente os arenosos, em condições de alta pluviosidade, tendem a apresentar baixos teores de matéria orgânica, sendo esta a principal fonte de boro (B) disponível às plantas (Abreu et al., 2007).

(2)

O B compõe a membrana celular; atua no transporte de açúcares via floema; participação na divisão, diferenciação e elongação celular; aumenta a absorção de P, Cl e K através do sistema radicular; age no metabolismo e transporte de carboidratos até os órgãos de reserva; outra função do B é a atuação no metabolismo do AIA, pois em tecidos carentes em B, há um acúmulo excessivo de AIA diminuindo o seu crescimento (Malavolta et al.,1997). Na batata-doce a deficiência de B caracteriza-se pela redução dos internódios; morte do meristema apical; formação de raízes curtas, grossas e de tubérculos rachados e formação de bolhas na superfície do tubérculo (O’Sullivan et al., 1997). No Brasil, inexistem resultados de pesquisa da influência de fontes, doses e modo de aplicação de B em batata-doce, entretanto em alguns manuais de adubação, verifica-se a inclusão da adubação boratada via solo (Silva et al.,2002; Reis et al.,1996).

A adubação foliar é uma importante ferramenta para correção de deficiências tardias e complementação da adubação de solo, pois as folhas, assim como as raízes, possuem a capacidade de absorver os nutrientes aplicados em solução sob sua superfície (Abreu et al., 2007). Em batata-doce, não está claro se a aplicação foliar é efetiva, pois por possuir baixa mobilidade, o B não é prontamente transportado das ramas para as raízes, podendo após a aplicação foliar, a parte aérea não apresentar deficiência enquanto os sintomas de carência podem persistir nos tubérculos (O’Sullivan et al.,1997). Dentre as fontes B disponíveis no Brasil, destacam-se o bórax (11% de B) e o ácido bórico (17% de B).

Além de possuírem diferentes concentrações de B, o bórax apresenta-se na forma de borato de sódio, enquanto o segundo na forma de ácido. Outro fator relevante diz respeito à solubilidade, pois o bórax possui solubilidade de 21 g L-1 enquanto o ácido bórico de 63,5 g L

-1

(Burt et al., 1995). Este trabalho teve por objetivo avaliar a eficiência das fontes, doses e modos de aplicação de boro sobre a produtividade da cultura da batata-doce, na região do Oeste Paulista, em Presidente Prudente - SP.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido entre os meses de agosto de 2007 e janeiro de 2008, em lavoura comercial de batata doce, no Rancho Ebenezer, localizado em Mundo Novo, Distrito de Moltalvão em Presidente Prudente – SP, definida pelas seguintes coordenadas geográficas: latitude 22°06’50’’S e longitude 51°27’32’’W, à uma altitude média de 406 m.

O solo da área foi classificado como ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO arenoso (Embrapa, 1999). De acordo com a análise de solo, este apresentou as seguintes características: pH (CaCl

2

0,01 mol L-1) 5,4; 10 g dm-3 de MO; 39 mg dm-3 de P resina; 15 mmolc dm-3 de H+Al; 2,1 mmolc dm-3 de K; 19 mmolc dm-3 de Ca; 5 mmolc dm-3 de Mg; 5,6 mg dm-3 de S; 26 mmolc dm-3 de SB; 41 mmolc dm-3 de CTC; saturação por bases de 63%; 40,4 mg dm-3 de Mn; 19 mg dm-3 de Fe; 0,7 mg dm-3 de Cu; 1,9 mg dm-3 de Zn e 0,13 mg dm

-3

de B.

O preparo de solo deu-se com duas arações pesadas, três gradagens leves e com a marcação de curvas de níveis. As leiras foram demarcadas com espaçamento entre si de 0,90 m. O plantio foi realizado em meados de agosto de 2007, utilizando-se ramas da variedade Canadense, coletadas na mesma propriedade. A adubação de plantio foi de 250 kg ha-1 do formulado NPK 4-30-10.

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O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três repetições, em esquema fatorial 2x2x2+1, totalizando 9 tratamentos: fontes de boro: ácido bórico e bórax; forma de aplicação: via solo e via foliar e doses de B: 1 e 2 kg ha-1 + testemunha sem a aplicação de B. Cada parcela continha 50 plantas, em uma área de 18 m2, com dimensões de 5 m x 3,6 m, com quatro linhas de plantio. A área útil compreendeu as duas linhas centrais da parcela, totalizando 9 m². Os tratamentos foram aplicados em dezoito de outubro de 2007, 62 dias após o plantio.

A aplicação foliar nos tratamentos foi realizada com a utilização de um equipamento de pulverização manual de precisão, pressurizado a CO

2

, com pressão constante de 150 kPa, com bico jato plano do tipo leque, posicionado a aproximadamente 0,5 m acima do dossel das plantas, com velocidade média de deslocamento de 1,0 m s-1 e volume de calda de 500 L ha-1, determinados em ensaios de calibração preliminares. Para a adubação via solo, misturou-se os adubos com areia em virtude da baixa quantidade de fertilizante, e essa mistura foi aplicada sobre as leiras de plantio.

A colheita foi realizada em treze de janeiro de 2008, 145 dias após o plantio. A produtividade comercial correspondeu ao peso das raízes de formato uniforme e lisas, com peso entre 150-450 g, conforme Embrapa (1995). O estudo estatístico constou da análise de variância, e para os efeitos significativos as médias foram comparadas pelo teste de t a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na tabela 1 apresentam-se os resultados da produtividade comercial de batata-doce em função da fonte de boro aplicada. Observa-se que não houve diferença significativa entre os tratamentos, com média geral 19,71 Mg ha-1. Para a dose de B aplicada, observou-se que a produtividade foi maior quando aplicou-observou-se 2 kg ha-1 de B sobre a ausência de boro (0 kg ha-1 de B), sendo que os demais tratamentos não diferiram entre si (Tabela 2). Segundo Silva et al. (2002), a recomendação de B varia de 1 a 2 kg ha-1 de B aplicado ao solo, em solos com baixa fertilidade, como é o caso dos solos da região do cerrado brasileiro. Já Reis et al (1996) indica a utilização de 0,5 a 1 kg ha-1 de B em solos com baixos teores desse micronutriente.

De acordo com O’Sullivan et al. (1997), na Austrália, a recomendação de B na cultura da batata-doce varia de 1,0 a 1,5 kg ha-1 de B em solos arenosos e ácidos, e até 4 kg ha-1 de B em solos argilosos e alcalinos. Na tabela 3, observa-se que não houve diferença significativa (P>0,05) entre as formas de aplicação de boro na batata-doce, com média de 19,71 Mg ha-1. De acordo com O’Sullivan et al. (1997), nas adubações em lavouras irrigadas ou via foliar, deve ser preconizada a utilização de fontes com menores concentrações de B, a fim de se evitar fitotoxidez, no entanto no presente trabalho não foram observados problemas com fitotoxidez. Não houve interação significativa entre fontes x formas x doses de B, e os resultados estão dispostos na tabela 4.

A produtividade de batata-doce foi superior quando aplicou-se 2 kg ha-1 de B sobre o tratamento sem aplicação de B, no entanto não houve efeito das fontes e nem das formas de aplicação.

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LITERATURA CITADA

ABREU CA; LOPES AS; SANTOS G. 2007. Micronutrientes. In: NOVAIS RF; ALVAREZ VVH; BARROS NF; FONTES RLF; CANTARUTTI RB; NEVES JCL (eds). Fertilidade do Solo. Viçosa: SBCS/UFV. p. 645-736

BURT C; O’CONNOR K; RUEHR T. 1995. Fertigation. San Luis Obispo, Irrigation Training and Research Center/ California Polytechnic State University, 1995. 320p.

EMBRAPA. CNPS (Rio de Janeiro, RJ). 1999. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: Embrapa-SPI, Embrapa-CNPS. 412 p.

EMBRAPA. 1995. Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças. Cultivo da batata-doce

(Ipomoea batatas (L.) Lam). 3. ed. Brasília: Ministério da Agricultura, do Abastecimento e

Reforma Agrária, (EMBRAPA-CNPH. Instruções Técnicas, 7).

MALAVOLTA E; VITTI GC; OLIVEIRA SA. 1997. Avaliação do estado nutricional das plantas:

princípios e aplicações. Piracicaba: POTAFOS, 201p.

O’SULLIVAN JN; ASHER CJ; BLAMEY FPC. 1997. Nutrient Disorders of Sweet Potato. ACIAR,

Monograph nº. 48, Australian Centre for International Agricultural Research, Canberra. 136 p.

REIS MS; SOUZA RJ; CECÍLIO FILHO AB. 1996. A cultura da batata-doce (Ipomoea batatas (L) LAM). Boletim Técnico. Ano V, nº 10. Lavras.

SILVA JBC; LOPES CA; MAGALHÃES JS. 2002. Cultura da batata-doce. In: CEREDA MP; Agricultura: Tuberosas amiláceas Latino Americanas, São Paulo: Cargill, 2: 449-503.

Tabela 1. Produtividade de batatas doces comerciais em função da fonte de boro, Presidente Prudente, 2008. (Markatable yield of sweet potatoes in function of the boron source, Presidente Prudente, 2008.)

Fonte Produtividade (Mg ha-1) Ácido Bórico 20,12 a Bórax 19,31 a Testemunha 18,37 a Dms (Mg ha-1) 2,36 CV (%) 17,55

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Tabela 2. Produtividade de batatas doces comerciais em função da dose de boro, Presidente Prudente, 2008. (Markatable yield of sweet potatoes in function of the boron rates, Presidente Prudente, 2008.)

Dose (kg ha-1) Produtividade (Mg ha-1) 0 (testemunha) 18,37 b 1 19,42 ab 2 21,36 a Dms (Mg ha-1) 2,89 CV (%) 17,55

Médias seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste t a 5% de probabilidade.

Tabela 3. Produtividade de batatas doces comerciais em função da forma de aplicação de boro, Presidente Prudente, 2008. (Markatable yield of sweet potatoes in function of the application form of boron, Presidente Prudente, 2008.)

Forma de aplicação Produtividade (Mg ha-1)

Via Solo 19,81 a

Via Foliar 19,62 a

Testemunha 18,37 a

Dms (Mg ha-1) 2,36

CV (%) 17,55

Médias seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste t a 5% de probabilidade.

Tabela 4. Produtividade comercial de batata-doce, em Mg ha-1, em função da aplicação de fontes, formas de aplicação e doses de B, Presidente Prudente, 2008. (Markatable yield of sweet potatoes in function of the sources, application form and boron rates, Presidente Prudente, 2008.).

Fonte Forma kg ha

-1

de B

1 2

Ácido Bórico Solo 19,57 22,59

Foliar 22,32 19,53 Bórax Solo 18,20 21,75 Foliar 17,59 21,57 Testemunha - 18,37 Dms (Mg ha-1) - 5,79 CV (%) - 17,55

Referências

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