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MIGRACIDADES RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO CAMPO LARGO, PR

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO

CAMPO LARGO, PR

2020

(2)

Informações gerais

CAMPO LARGO, PR

Região: Sul

População estimada em 2020 (IBGE)1: 133.865

População de migrantes internacionais registrados de 2000 a março/2020 (NEPO/UNICAMP)2: 601

Data de fornecimento das informações pelo governo local: 15/09/2020

(3)

O MigraCidades ... 4

O Relatório de diagnóstico ... 7

Diagnóstico geral do governo local ... 9

Boas práticas do governo local ... 10

As 10 dimensões ... 11

Estrutura institucional de governança e estratégia local ... 11

Capacitação de servidores públicos e sensibilização sobre direitos dos migrantes ... 13

Participação social e cultural de migrantes ... 14

Transparência e acesso à informação para migrantes ... 15

Parcerias institucionais ... 16

Acesso à saúde ... 17

Acesso e integração à educação ... 19

Acesso à assistência social ... 21

Acesso ao mercado de trabalho ...23

Acesso e acolhimento a vítimas de violência de gênero migrantes aos serviços de proteção ...25

Prioridades do governo local ... 27

Sumário

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O MigraCidades

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) está implementando o projeto “MigraCidades – Aprimorando a Governança Migratória Local no Brasil” em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e com apoio da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), e financiamento do Fundo da OIM para o Desenvolvimento.

O projeto visa a informar e fortalecer a capacidade de governança local das migrações, a partir da verificação da presença de 10 dimensões de governança migratória. As dimensões estão divididas em dois grupos. O primeiro, dimensões de governança, se dedica a analisar o desenho institucional das políticas locais. O segundo, dimensões de acesso a direitos, avalia o acesso à saúde, à educação, ao mercado de trabalho, dentre outros aspectos relacionados à integração e ao bem-estar dos migrantes internacionais.

A OIM define migrante como uma pessoa que se move do seu local habitual de residência, seja dentro de um país ou através de fronteiras internacionais, de forma temporária ou permanente, por uma variedade de razões. Para os fins deste relatório, cujo enfoque são as migrações internacionais, o termo migrante será doravante utilizado para se referir a uma pessoa nacional de outro país ou apátrida que se estabelece temporária ou definitivamente no Brasil (nos termos da definição de imigrante da Lei de Migração nº 13.445/2017).

(5)

O MigraCidades

O MigraCidades faz parte dos esforços globais da OIM para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em conjunto com o sistema ONU e seus parceiros. São 17 Objetivos ambiciosos e interconectados que abordam os principais desafios de desenvolvimento enfrentados por pessoas no Brasil e no mundo. O MigraCidades contribui principalmente para a concretização meta 10.7 dos ODS.

Meta 10.7 – Facilitar a migração e a mobilidade ordenada, segura, regular e responsável das pessoas, inclusive por meio da

implementação de políticas de migração planejadas e bem geridas.

Em uma tentativa de definir o conceito de “políticas de migração planejadas e bem geridas” conforme a Meta 10.7, a OIM desenvolveu o Marco de Governança da Migração (Migration Governance Framework – MiGOF), que estabelece os elementos essenciais da boa governança migratória.

Com base no MiGOF, a OIM também desenvolveu os Indicadores da Governança Migratória (Migration Governance Indicators – MGI), um conjunto de 90

(6)

O MigraCidades parte da experiência da OIM com estas iniciativas, adaptando-as para criar um processo de certificação adequado para o contexto brasileiro que contribua para o mesmo objetivo em comum: facilitar a migração e a mobilidade ordenada, segura, regular e responsável das pessoas.

O MigraCidades

ODS – Meta 10.7

MGI MiGOF

(7)

O Relatório

de diagnóstico

A certificação MigraCidades envolve cinco etapas: a inscrição, o diagnóstico, a priorização, a certificação e o monitoramento. Na etapa de inscrição, foi aberta uma chamada pública para municípios e estados brasileiros se candidatarem, apontando uma pessoa de referência local para acompanhamento do processo. Após ser selecionado, o governo local foi convidado a preencher o Formulário de Diagnóstico, composto por uma série de perguntas sobre cada uma das 10 dimensões de governança migratória. Após o preenchimento do Formulário, deu-se início à etapa de priorização, na qual o governo local identifica quais as prioridades para o desenvolvimento de políticas migratórias no próximo período. Nesses dois momentos, a pessoa de referência local foi responsável por articular o diálogo com as diferentes áreas do governo local que executam atividades relacionadas à migração, com o objetivo de coletar respostas para o formulário e insumos para a priorização.

Este relatório consolida as respostas do governo local nas etapas de Diagnóstico e Priorização, incluindo revisões e recomendações realizadas pela equipe do MigraCidades. Exceto quando citada a fonte, todas as informações contidas neste relatório foram fornecidas pelos próprios governos locais, através de suas pessoas de referência apontadas no início do processo. A realização do relatório é uma exigência para obtenção da certificação, e servirá de base para a etapa de monitoramento.

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Acesso ao mercado de trabalho Conheça as 10 dimensões de governança migratória:

O Relatório

de diagnóstico

Estrutura institucional de governança Capacitação de servidores públicos Participação social e cultural de migrantes Transparência e acesso à informação Parcerias institucionais Acesso à saúde Acesso e integração à educação Acesso à assistência social Serviços de proteção para mulheres e LGBTI+

(9)

Campo Largo é um município brasileiro do estado do Paraná, localizado na Região Metropolitana de Curitiba. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2020), o município tem, em 2020, uma população estimada de 133.865 habitantes. De 2000 a 2020, 601 imigrantes obtiveram o Registro Nacional Migratório como habitantes do município, de acordo com dados do Sistema de Registro Nacional Migratório (Sismigra) (NEPO/UNICAMP, 2020). Entre abril de 2018 e agosto de 2020, o município de Campo Largo recebeu cerca de 71 venezuelanos por meio da estratégia de interiorização do Governo Federal (Operação Acolhida, 2020).

O município de Campo Largo indicou realizar pelo menos uma ação na Dimensão de Governança que se refere à Capacitação de servidores públicos; e Transparência e acesso à informação. Também indicou realizar ações nas seguintes dimensões de Acesso a Direitos: Acesso à saúde; Acesso e integração à educação; Acesso à assistência e proteção social; Acesso ao mercado de trabalho; e Acesso e acolhimento a vítimas de violência de gênero migrantes aos serviços de proteção.

Diagnóstico geral

do governo local

(10)

Destaca-se como prática positiva do governo local a realização de capacitações voltadas para a população migrante para acesso a direitos nas diversas áreas e documentação. Ambas contaram com tradutor para repassar as informações com maior exatidão. Destaca-se também a articulação com a Cáritas Curitiba na qual alguns profissionais da proteção social básica e rede de proteção receberam formação sobre documentação e encaminhamentos para Polícia Federal.

Boas práticas

do governo local

(11)

Estrutura institucional de governança

e estratégia local

Esta dimensão busca compreender se o governo possui estratégia local ou setores ou referências locais dedicadas à formulação, ao acompanhamento e à implementação de políticas públicas e serviços voltados à migração.

O governo local indicou ainda não possuir ações ou políticas na dimensão de estrutura institucional de governança. Diante disso, foram identificadas ações com potencial desenvolvimento, que podem ser adotadas futuramente pelo governo para desenvolver e aprimorar essa dimensão.

É importante que o governo local desenvolva uma estratégia local de acolhimento e integração de pessoas migrantes que seja descrita em política, plano ou documento público. Ela pode ser construída em articulação com diferentes setores da gestão pública e com participação social, e abranger diversos setores. Além disso, é importante que essa estratégia esteja alinhada com o planejamento plurianual do governo local, com a lei nacional de migração (Lei 13.445/2017) e com as agendas mundiais de desenvolvimento, como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, por exemplo. Como diferencial, a estratégia pode também prever o acolhimento de pessoas migrantes em situações de crise.

O governo local pode ainda estabelecer, em sua estrutura institucional, um fluxo ou rede entre diferentes setores, bem como desenvolver um setor ou pessoa dedicada à formulação e ao acompanhamento de políticas públicas sobre migração, com auxílio de um mecanismo de coordenação das ações e políticas de diferentes setores para o tema da migração.

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Estrutura institucional de governança

e estratégia local

Esforços para aprimorar a coordenação com outros entes federativos em temas relacionados à migração, na forma de grupos de trabalho com diferentes níveis de governança, consórcios intermunicipais e mecanismos fundo a fundo, também podem contribuir para aprimorar a governança migratória local, bem como para definir uma estratégia de monitoramento, planejamento e aporte orçamentário voltado aos custos relacionados à integração de pessoas migrantes. Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Capacitação de servidores públicos e

sensibilização sobre direitos dos migrantes

Esta dimensão busca compreender se o governo local oferta capacitações regulares para servidores públicos da gestão e dos serviços sobre a temática migratória, incluindo questões de sensibilidade cultural, gênero e direitos humanos.

O município indicou que foram feitas capacitações relacionadas à temática migratória com os servidores da atenção e assistência direta, com o apoio da Cáritas de Curitiba.

Foram identificadas ações com potencial

desenvolvimento, que podem ser adotadas futuramente pelo governo para desenvolver e aprimorar essa dimensão. Dentre essas ações está a realização de capacitações relacionadas à temática migratória também junto aos servidores da gestão. Essas capacitações podem ser projetadas a partir do monitoramento e identificação de demandas de treinamento relacionadas à temática migratória apresentadas pelos servidores da gestão. As capacitações podem abordar discussões sobre diversidade cultural, de gênero e direitos humanos. Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Participação social e cultural

de migrantes

Esta dimensão busca compreender se há incentivos para participação social e cultural de migrantes junto à comunidade de acolhida.

O governo local indicou ainda não possuir ações ou políticas nesta dimensão. Diante disso, foram identificadas ações que podem ser adotadas futuramente pelo governo para desenvolver e aprimorar essa dimensão.

Dentre as ações com potencial de desenvolvimento futuro está a adoção de medidas para informar e empoderar pessoas migrantes sobre seus direitos de participação social. Pode, ainda, realizar consultas públicas junto às pessoas migrantes para conhecer demandas, bem como criar condições para haver representação de migrantes nos conselhos municipais. Também pode criar vagas específicas ou adotar medidas para fomentar a igualdade de gênero na participação social de migrantes.

Em relação à participação cultural, o governo local pode fornecer algum tipo de apoio financeiro para realização de festas e feiras de migrantes. Também pode oferecer apoio na forma de infraestrutura e divulgação a festas e feiras realizadas por migrantes. Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Transparência e acesso à informação

para migrantes

Esta dimensão busca compreender se o governo local disponibiliza, de forma presencial ou virtual, informações compreensíveis e transparentes sobre direitos e obrigações dos migrantes e sobre acesso a serviços públicos. Também considera se isso é feito em outros idiomas além do português.

O município indicou que disponibiliza informações compreensíveis sobre direitos e deveres dos migrantes em locais de atendimento presencial, de forma gratuita. O governo local indicou ainda, que realizou dois encontros com a população migrante, para apresentar informações acerca dos direitos das pessoas migrantes e sobre acesso a documentos, com apoio de um tradutor.

Algumas ações potenciais que podem ser adotadas futuramente pelo governo para desenvolver e aprimorar essa dimensão incluem a produção de informações compreensíveis sobre acesso a serviços públicos. Todas as informações podem também ser disponibilizadas no site ou em outros canais do governo local. As informações devem ser disponibilizadas, preferencialmente, também nos idiomas falados pelas pessoas migrantes, e em formatos acessíveis, como áudio ou vídeo.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Parcerias institucionais

Esta dimensão busca compreender se o governo local possui parcerias com instituições-chave para tratar da agenda de migrações e questões relacionadas (ex.: grupos de trabalho ou convênio para execução de serviços).

O município indicou que ainda não desenvolveu parcerias formais com outras instituições. Esta dimensão apresenta como possibilidades para aprimoramento futuro o estabelecimento de parcerias com associações de migrantes, organizações da sociedade civil, universidades, setor privado, outros entes federativos e organismos internacionais.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Acesso à saúde

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso de migrantes a serviços públicos de saúde, em especial os de atenção primária em saúde.

Nesta dimensão, o município indicou que as pessoas migrantes têm acesso a serviços de atenção primária em saúde e a encaminhamento para serviços de atenção ambulatorial e hospitalar. Para aprimorar esta dimensão, o governo local pode estabelecer fluxos, orientações ou protocolos para facilitação e qualificação do acesso, acolhimento e atendimento à saúde para migrantes, para que o acesso aos serviços seja realizado de forma desburocratizada, ou seja, sem exigências de documentos nacionais e facilitação no cadastro para o Cartão SUS. O governo local pode ainda, fomentar que os serviços de atenção em saúde sejam regionalizados, de forma a terem equipes atuantes em todos os locais onde residem migrantes.

Em relação à capacitação, o município relatou que os profissionais da área da saúde são qualificados para compreender as diferenças culturais que podem estar relacionadas a questões de gênero, e para identificar casos de violência doméstica ou de gênero. Informou ainda, que as capacitações, campanhas ou materiais informativos buscaram promover a diversidade, fortalecer a sensibilidade cultural e coibir qualquer forma de discriminação. Algumas ações que podem ser desenvolvidas futuramente são: a realização de capacitações para que os profissionais dos serviços de saúde possam acolher migrantes, considerando as dimensões da diversidade cultural e da diferença linguística. E podem incluir questões de gênero e temáticas de proteção, como a identificação de potenciais casos de tráfico de pessoas. Outra ação possível é a realização de

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Acesso à saúde

No âmbito da produção de informação, o município indicou que coleta dados sobre o perfil de acesso a serviços e as demandas de saúde de migrantes. É importante que o governo local utilize esses dados para propor fluxos, programas e políticas locais que facilitem o acesso à saúde de migrantes, e para identificar se há uma demanda reprimida de acesso à saúde pelas pessoas migrantes. O governo local pode também estabelecer um setor para acolher demandas das pessoas migrantes, bem como registrar práticas de discriminação e xenofobia nos serviços de saúde. No âmbito da governança, é recomendada a criação de um setor ou referência local na gestão dedicado à promoção do acesso à saúde por migrantes, que trabalhe também de forma conjunta com outros setores.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Acesso e integração à educação

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso e a integração de migrantes à educação.

Nesta dimensão, o município indicou que as pessoas migrantes têm acesso a vagas desde a educação infantil até o ensino fundamental e médio, de forma desburocratizada. Informou ainda, que não houve casos de negativa de matrícula a migrantes no ensino municipal, no último ano. Para aprimorar esta dimensão, o governo local pode também ofertar atividades extracurriculares e cursos de idiomas, e estabelecer fluxos, protocolos ou orientações para a rede de ensino facilitar o acesso e integração de migrantes no sistema educacional.

Também se sugere como possibilidade de aprimoramento o desenvolvimento de capacitação para que os profissionais dos estabelecimentos de ensino facilitem a integração à educação e a acolhida de migrantes, considerando as dimensões da diversidade cultural e da diferença linguística. É importante também que no futuro sejam realizadas campanhas e ações informativas que abordem direito à educação, oferta de cursos e funcionamento da educação e dos sistemas de matrícula. As capacitações, campanhas ou distribuição de materiais informativos devem sempre buscar promover a diversidade, fortalecer a sensibilidade cultural e coibir qualquer forma de discriminação.

Em relação à produção de dados, sugere-se coletar regularmente dados desagregados sobre o perfil de acesso a serviços e as demandas de educação de migrantes, de modo que possam ser utilizados para

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Acesso e integração à educação

No âmbito da governança, é recomendado que se estabeleça um setor ou referência local na gestão dedicado à promoção do acesso à educação por migrantes, que trabalhe também de forma conjunta com outros setores.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Acesso à assistência social

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso de migrantes a serviços públicos de assistência e proteção social, tais como os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e os Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), seus programas e benefícios.

O município informou que as pessoas migrantes têm acesso ao Sistema Único da Assistência Social (SUAS), através de serviços como o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), a cadastros para benefícios sociais como o Bolsa Família, de forma desburocratizada. Os migrantes também têm acesso a iniciativas de apoio à moradia executadas pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Ações com potencial de desenvolvimento futuro nesta dimensão, no aspecto do acesso, são o estabelecimento de orientações, fluxos ou protocolos na rede de assistência social para facilitar e qualificar o acesso e acolhimento a migrantes nos serviços; e o acompanhamento e assessoria pela secretaria de assistência social, ou outro setor do âmbito da assistência social, às demandas de atendimento especializado apresentadas por migrantes. Outra sugestão é a adoção de medidas específicas para a proteção social e garantia dos direitos de crianças migrantes.

No âmbito da capacitação, o município indicou que os profissionais de assistência e proteção social são capacitados para acolher migrantes considerando a dimensão da diversidade cultural, para identificar casos de tráfico de pessoas e casos de violência doméstica ou de gênero. Informou ainda, que foram realizadas capacitações sobre acolhimento de migrantes junto a profissionais dos serviços de assistência e proteção social, e junto aos migrantes acerca de temas como

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Acesso à assistência social

Como potencial de desenvolvimento, o governo local pode ainda, capacitar os profissionais para atenderem as pessoas migrantes em diferentes idiomas, e para compreender diferenças culturais que podem estar relacionadas a questões de gênero.

No campo da produção de informação, o município indicou que coleta dados sobre o perfil de acesso à assistência e proteção social de migrantes, de forma que seja possível enxergar se há uma demanda reprimida de acesso. Indicou ainda, que há um setor capacitado para acolher as demandas de pessoas migrantes, bem como registrar práticas de discriminação e xenofobia nos serviços de assistência e proteção social. Para potencializar a coleta de dados, é recomendado que esses dados possam ser desagregados por país de origem da pessoa migrante, e que o governo local utilize-os para propor mudanças nos fluxos, programas e políticas do governo de acesso à assistência e proteção social de migrantes.

No âmbito da governança, é recomendado que se estabeleça um setor ou referência local na gestão dedicado à promoção do acesso à assistência e proteção social de migrantes, que trabalhe também de forma conjunta com outros setores.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Acesso ao mercado de trabalho

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso de migrantes ao mercado de trabalho (setor público, setor privado ou empreendedorismo).

O município indicou que as pessoas migrantes têm acesso a uma central de vagas de emprego ou algum serviço semelhante, e a vagas no setor privado e público. Nesta dimensão foram identificadas ações com potencial de desenvolvimento, como: a adoção de medidas específicas para desburocratização, assistência legal e administrativa para desenvolvimento do empreendedorismo por migrantes, e para favorecer o acesso de mulheres migrantes ao mercado de trabalho; o estabelecimento de orientações, fluxos ou protocolos para apoio à integração de migrantes ao mercado de trabalho; a disponibilização de aconselhamento ou orientação profissional a migrantes; e o acompanhamento de situações de revalidação de diploma.

No âmbito da capacitação, o governo local indicou que foram ofertadas capacitações sobre acesso de migrantes ao mercado de trabalho para profissionais dos serviços de trabalho e emprego, e para os migrantes, como oficinas de currículos, orientação vocacional, cursos de treinamentos para negócios. Foram identificadas algumas ações com potencial de desenvolvimento futuro. Podem ser realizadas capacitações junto aos servidores da área, para que esses possam: realizar comunicação em diferentes idiomas; identificar casos de trabalho em condições degradantes ou análogas à escravidão; compreender diferenças culturais que podem estar relacionadas ao acesso ao mercado de trabalho por migrantes; e identificar casos de tráfico de pessoas e de discriminação por diferença de gênero.

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Acesso ao mercado de trabalho

No âmbito da produção de informação, o município indicou que coleta dados sobre o perfil de acesso ao mercado de trabalho por migrantes, respeitando o sigilo e anonimato dos usuários. É recomendado que esses dados possam ser desagregados por país de origem, e que permitam enxergar se há uma demanda reprimida nesse acesso, podendo assim, apoiar no desenvolvimento de políticas para tal população.

No âmbito da governança, é recomendada a criação de uma referência local na gestão dedicado à promoção do acesso ao mercado de trabalho por migrantes, que atue também de forma conjunta com outros setores. Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Acesso e acolhimento a vítimas

de violência de gênero migrantes

aos serviços de proteção

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso e acolhimento de migrantes mulheres e LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais e assexuais) a serviços de proteção, tais como casas de acolhimento, canais telefônicos de apoio e delegacias especializadas.

Nesta dimensão o município indicou que as mulheres e LGBTQIA+ migrantes têm acesso a canais de proteção como números telefônicos de apoio ou iniciativas locais que realizam essa acolhida. Indicou também que existem orientações, fluxos ou protocolos estabelecidos nos serviços de proteção para o acolhimento a mulheres e LGBTQIA+ migrantes que sofrem violência. Como forma de aprimoramento futuro, o governo local pode disponibilizar acesso a delegacias especializadas, a casas de acolhimento, de forma desburocratizada, ou seja, sem exigências de documentos nacionais, e de modo a garantir o sigilo da pessoa.

No âmbito da capacitação, o município indicou que há profissionais qualificados para acolher mulheres e LGBTQIA+ migrantes nos serviços de proteção, considerando a dimensão da diversidade cultural. Esses profissionais podem ainda ser qualificados para realizar a comunicação em diferentes idiomas. Outras ações que podem ser desenvolvidas são a realização de campanhas voltadas à população que abordem o tema da não-violência, não-discriminação e proteção de mulheres e LGBTQIA+, além de ações informativas sobre temas como violência, mecanismos de denúncia de situações de violência, direitos das pessoas migrantes nesse âmbito e serviços de proteção

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Acesso e acolhimento a vítimas

de violência de gênero migrantes

aos serviços de proteção

No campo da produção de informação, é importante que o governo local colete dados sobre o acesso a serviços e demandas de proteção de mulheres e LGBTQIA+ migrantes, e que esses possam ser desagregados por país de origem. Assim, poderá utilizar os dados para propor mudanças nos fluxos, programas e políticas do governo local de proteção de mulheres e LGBTQIA+ migrantes, respeitando sempre o sigilo e anonimato dos usuários.

No âmbito da governança, é recomendada a criação de uma referência local na gestão dedicado à proteção contra violência contra migrantes mulheres e LGBTQIA+, que atue também de forma conjunta com outros setores.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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A partir dos resultados identificados através do Formulário de Diagnóstico, os governos locais foram convidados a indicar as prioridades para elaboração, implementação e monitoramento de políticas públicas relacionadas à migração durante o próximo período. Esse exercício foi feito através do preenchimento de uma Matriz de Priorização, que solicitava as seguintes informações para cada proposta prioritária: 1) Dimensão do MigraCidades priorizada; 2) Detalhamento das ações planejadas dentro da dimensão; 3) Justificativa; 4) Atores locais potencialmente envolvidos na execução e acompanhamento das ações priorizadas.

Como requisito, o governo local deveria incluir no mínimo três dimensões priorizadas, sendo necessariamente ao menos uma dimensão de governança institucional e uma de acesso a direitos. Não havia limite máximo para a priorização.

Prioridades

do governo local

DIMENSÃO PRIORIZADA

Acesso à saúde

DETALHAMENTO DAS AÇÕES

Promover o acesso à saúde da população migrante através da vinculação nas Unidades Básicas de Saúde e de acordo com os parâmetros do Ministério da Saúde e Política Nacional de Atenção Básica.

JUSTIFICATIVA

Garantir o acesso à saúde visando os princípios do SUS: universalidade, equidade e integralidade.

ATORES LOCAIS ENVOLVIDOS COM A DIMENSÃO

Secretaria de Saúde, equipe de Atenção Primária e equipe de Urgência e Emergência.

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Prioridades

do governo local

DIMENSÃO PRIORIZADA

Acesso e integração à educação

DETALHAMENTO DAS AÇÕES

Promoção da diversidade na Rede Municipal de Ensino através da sensibilização dos docentes para o acolhimento, divulgação nas instituições de Ensino Municipal de campanhas sobre direitos dos migrantes, cursos como idiomas, culturais e esportivos e outras atividades que possam servir para maior participação social. Além de encaminhamentos pedagógicos diferenciados que oportunizem avanços e acesso à educação.

JUSTIFICATIVA

Busca-se com as ações acima mencionadas, oportunizar maior participação social dos migrantes no município em especial, no âmbito escolar.

ATORES LOCAIS ENVOLVIDOS COM A DIMENSÃO

Secretaria Municipal de Educação, esporte e cultura e profissionais nas instituições de ensino.

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DIMENSÃO PRIORIZADA

Acesso à assistência e proteção social

DETALHAMENTO DAS AÇÕES

Realização de eventos/reuniões/encontros com as pessoas migrantes a fim de possibilitar o levantamento de demandas e ações que estão surtindo efeito para a construção, conjunta, de ações visando o acesso de direitos dos migrantes dentro dos mecanismos municipais, buscando sempre a participação de um tradutor a fim de facilitar a comunicação; Realização de eventos/ reuniões/encontros continuado a fim de fornecer informações sobre acesso aos serviços públicos e conhecimento sobre a política pública municipal, em especial às pessoas migrantes recém-chegadas ao município de Campo Largo/PR, buscando sempre a participação de um tradutor a fim de facilitar a comunicação.

JUSTIFICATIVA

Busca-se aproximação dos migrantes ao poder público de forma participativa e contributiva na criação de políticas públicas voltadas a eles.

ATORES LOCAIS ENVOLVIDOS COM A DIMENSÃO

Secretaria de Desenvolvimento Social através da Direção da Proteção Social Básica e Especial e Divisão da Rede de Proteção.

Prioridades

(30)

Prioridades

do governo local

DIMENSÃO PRIORIZADA

Parcerias institucionais

DETALHAMENTO DAS AÇÕES

Buscar, novamente, formalizar parceria com o IFPR para disponibilização de aulas de língua portuguesa e cursos de empreendedorismo, voltados especificadamente aos migrantes do Município de Campo Largo/PR; Buscar parceria com a Caritas e OIM para realização de capacitações para os servidores e auxílio na estruturação de fluxos de atendimento dos migrantes no Município de Campo Largo/PR; Buscar aproximação com a pastoral do migrante e outras Organizações da Sociedade Civil (OSCs) que atendam migrantes a fim de estruturar uma rede afinada de atendimento deste público.

JUSTIFICATIVA

Tais parcerias serão de suma importância para aumentar o leque de direitos dos migrantes do Município de Campo Largo e/ou facilitar o acesso de direitos já garantidos pelo Município.

ATORES LOCAIS ENVOLVIDOS COM A DIMENSÃO

Secretaria de Desenvolvimento Social através da divisão da rede de proteção será responsável pela articulação inicial, contudo envolverá todas as secretarias.

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DIMENSÃO PRIORIZADA

Capacitação de servidores públicos

e sensibilização sobre direitos dos

migrantes

DETALHAMENTO DAS AÇÕES

Capacitação destinada aos servidores da gestão abordando temas como diversidade cultural, gênero e direitos humanos; Capacitação voltada aos servidores abordando documentação migratória (o que é, como se apresenta, validade, etc) a fim de facilitar o atendimento nos diversos setores, bem como poder orientar os migrantes sobre os caminhos a seguir, nas diversas políticas do município.

JUSTIFICATIVA

As capacitações são de extrema importância não somente para formação técnica dos profissionais, como também para aproximação aos migrantes a fim de conhecer e entender sua cultura e realizar trocas de experiências.

ATORES LOCAIS ENVOLVIDOS COM A DIMENSÃO

Secretaria de Desenvolvimento Social através da divisão da rede de proteção será responsável pela articulação inicial, contudo envolverá todas as secretarias.

Prioridades

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Como citar esse documento:

MIGRACIDADES. Perfil de Governança Migratória Local do Município de Campo Largo. Porto Alegre: Organização Internacional para as Migrações (OIM) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 2020.

As opiniões expressas nas publicações da Organização Internacional para as Migrações (OIM) são dos autores e não refletem necessariamente a opinião da OIM ou de qualquer outra organização à qual os participantes possam estar profissionalmente vinculados. As denominações utilizadas no presente relatório e a maneira como são apresentados os dados não implicam, por parte da OIM, qualquer opinião sobre a condição jurídica dos países, territórios, cidades ou áreas, ou mesmo de suas autoridades, nem tampouco a respeito da delimitação de suas fronteiras ou limites.

A OIM está comprometida com o princípio de que a migração segura, ordenada e digna beneficia os migrantes e a sociedade. Por seu caráter de organização intergovernamental, a OIM atua com seus parceiros da comunidade internacional para: ajudar a enfrentar os crescentes desafios da gestão da migração; fomentar a compreensão das questões migratórias; alentar o desenvolvimento social e econômico através da migração; e garantir o respeito à dignidade humana e ao bem‐estar dos migrantes.

Editorial

Organização Internacional para as Migrações (OIM) – Brasil SAS Quadra 05, Bloco N, Ed. OAB, 3º Andar

Brasília-DF - 70070-913 iombrazil@iom.int

CHEFE DE MISSÃO DA OIM NO BRASIL

Stéphane Rostiaux Expediente técnico COORDENAÇÃO Isadora Steffens Marcelo Torelly Roberta Baggio ANÁLISE

Ana Laura Anschau Anelise Dias

REVISÃO

Fabian Scholze Domingues Pâmela Marconatto Marques Verônica Korber Gonçalves

APOIO METODOLÓGICO

Laura Boeira

BOLSISTAS DE EXTENSÃO

Referências

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