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OLHOS DE RESSACA. 02- "(...) não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas. As minhas cessaram logo.

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Academic year: 2021

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PROFESSOR: Maria Anna

BANCO DE QUESTÕES - PRODUÇÃO TEXTUAL - 2ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO

============================================================================================= • Conteúdos trabalhados na 2ª etapa: procedimentos de coesão, o parágrafo padrão, o tópico frasal, procedimentos de coerência, o texto persuasivo: publicidade, carta argumentativa.

OLHOS DE RESSACA

Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas. As minhas cessaram logo. Fique a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã.

(ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Capítulo 123. São Paulo: Martin Claret, 2004) 01- No texto, a descrição dos fatos não é objetiva, pois temos acesso aos traços e às ações dos demais personagens apenas por meio do olhar comprometido do personagem-narrador.

• A alternativa que indica uma estratégia utilizada pelo narrador-personagem para expressar um ponto de vista individual dos fatos e a passagem que a exemplifica é:

(A) enumeração de ações – “Consolava a outra, queria arrancá-la dali.” (B) seleção de adjetivos e advérbios – “tão fixa, tão apaixonadamente fixa,” (C) narração em 1ª pessoa – “As minhas cessaram logo.”

(D) Imprecisão cronológica – “Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto.”

02-

"(...) não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas. As minhas cessaram logo.”

Nessa passagem, encontra-se um recurso de coesão textual em que o termo sublinhado é retomado por meio de elipse.

• Esse mesmo recurso é empregado em:

(A) “quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos.” (B) “Muitos homens choraram também, as mulheres todas.”

(C) “Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la;” (D) “quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta,”

03- Transcreva dois exemplos de emprego anafórico de pronomes e explique a importância destes para o estabelecimento da coesão referencial, dentro do texto em questão.

R.: ___________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ 04-

“Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva.” • Analise a importância da palavra em destaque para o estabelecimento da coesão textual.

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05- Leia:

Uma mulher volta-se para o seu marido e declara: “Eu não me arrependerei de ter feito aquela compra”. • Que palavra estabeleceu uma referência exofórica?

R.: ___________________________________________________________________________________________

06- Leia atentamente os textos abaixo:

I. Estes são alguns dos equipamentos que a reserva de mercado não permitia a entrada no país sem a autorização do DEPIN. (FSP, 18 out. 1992)

II. Fazer pesquisa insinuando que 64% dos brasileiros acham que existe corrupção no governo Itamar não é um ato inteligente, de um jornal de que todos gostamos e que é dever de nós brasileiros lutar pela conservação de sua isenção. (Adaptado de Ewerton de Almeida. Folha de São Paulo)

• Reescreva os trechos acima, introduzindo as sequências “cuja entrada” e “cuja isenção”, respectivamente. (Faça as alterações necessárias, decorrentes da nova estrutura das frases.)

R.: ___________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

07- A coesão sequencial permite a ordenação das ideias num encadeamento lógico, compreensível. Esse tipo de coesão utiliza, na maioria das vezes, os conectivos: as preposições ou locuções prepositivas e as conjunções ou locuções conjuntivas. O uso correto dos tempos verbais e do vocabulário pertinente ao assunto também contribuem para o estabelecimento adequado da sequência de ideias.

• Sublinhe nos períodos a seguir o elemento que prejudicou a coesão sequencial e reescreva-os, corrigindo-os. a) Comecei a trabalhar cedo para ter de que comer.

R.: ___________________________________________________________________________________________

b) Eu sempre fui estudiosa, responsável e determinada. Contudo, consegui alcançar meus propósitos.

R.: ____________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________

c) Na tevê, são frequentes os programas que se aproveitam da intimidade e sofrimento alheio.

R.: ___________________________________________________________________________________________

08- Leia o trecho a seguir:

A propósito da exposição Malfatti

Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas e em consequência disso fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres.

Quem trilha por esta senda, se tem gênio, é Praxíteles na Grécia, é Rafael na Itália, é Rembrandt na Holanda, é Rubens na Flandres, é Reynolds na Inglaterra, é Leubach na Alemanha, é Iorn na Suécia, é Rodin na França, é Zuloaga na Espanha. Se tem apenas talento, vai engrossar a plêiade de satélites que gravitam em torno daqueles sóis imorredouros.

A outra espécie é formada pelos que veem anormalmente a natureza, e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. São produtos do cansaço e do sadismo de todos os períodos de decadência: são frutos de fim de estação, bichados ao nascedouro. Estrelas cadentes, brilham um instante, as mais das vezes com a luz do escândalo, e somem-se logo nas trevas do esquecimento.

Embora se deem como novos, como precursores duma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranoia e a mistificação.

De há muito já que a estudam os psiquiatras em seus tratados, documentando-se nos inúmeros desenhos que ornam as paredes dos manicômios. A única diferença reside em que nos manicômios esta arte é sincera, produto ilógico de cérebros transtornados pelas mais estranhas psicoses; e fora deles, nas exposições públicas, zabumbadas pela imprensa e absorvidas por americanos malucos, não há sinceridade nenhuma, nem nenhuma lógica, sendo mistificação pura.

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Todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não dependem do tempo nem da latitude. As medidas de proporção e equilíbrio, na forma ou na cor, decorrem do que chamamos sentir. Quando as sensações do mundo externo transformam-se em impressões cerebrais, nós “sentimos”; para que sintamos de maneira diversa, cúbica ou futurista, é forçoso ou que a harmonia do universo sofra completa alteração, ou que o nosso cérebro esteja em “pane” por virtude de alguma grave lesão. (...)

Estas considerações são provocadas pela exposição da Sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e Companhia. (...).

LOBATO, Monteiro. A propósito da Exposição Malfatti. In: BATISTA, Marta Rossetti: ANCONA LOPEZ, Telê Porto; LIMA, Yone Soares de. Brasil: 1º tempo modernista – 1917/29. Documentação, São Paulo: IEB-USP, 1972. a) O 1º parágrafo do texto apresenta a questão sobre a qual o texto tratará.

• Para tanto, o enunciador lança mão de que tipo de tópico frasal?

R.: ___________________________________________________________________________________________

b) O enunciador não apresentou no parágrafo de introdução toda a informação prevista no tópico frasal. • Em que parágrafo essa informação é fornecida ao leitor? Transcreva-a.

R.: ____________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________

c) Copie do texto o tópico frasal em que o enunciador expõe claramente o que para ele fundamenta a classificação de algo como arte.

R.: ____________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________

09- “Embora se deem como novos, como precursores duma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranoia e a mistificação.”

• Cite uma conjunção que, no lugar dos dois pontos do período acima, explicitaria a relação de sentido existente entre as orações.

R.: ___________________________________________________________________________________________

10- Transcreva do texto a oração que revela a condição necessária para que o artista possa , assim como Praxíteles, Rafael, Rembrandt, tornar-se um “sol imorredouro”.

R.: ___________________________________________________________________________________________

11- Leia:

“... Se o verbo pôr anda esquecido, pior aconteceu com o verbo botar. Esse parece que foi banido do nosso vocabulário. A cozinheira que antes “botava água no feijão”, agora prefere “colocar água no feijão”. E a pobre galinha que antigamente preferia “pôr ou botar ovos”, agora é obrigada a “colocar ovos”. Em breve, a galinha poedeira será substituída pela “galinha colocadeira”.

O excessivo uso do verbo colocar é uma comprovação da nossa pobreza vocabular. Podemos citar uma infinidade de exemplos em que o verbo colocar vem expulsando muitos outros verbos, empobrecendo ainda mais o nosso vocabulário: em vez de “calçar as chuteiras”, preferem “colocar as chuteiras”; em vez de “vestir a camisa”, preferem “colocar a camisa”; em vez de “atear fogo na casa”, preferem “colocar fogo na casa”...

Mas, sem dúvida, o pior de todos é o uso pedante do “fazer colocações”. Ninguém mais “diz, fala, afirma ou opina”. Em vez de “expressar suas idéias”, muitos preferem “colocar suas idéias”.

Depois de fazer todas essas “colocações”, vou tentar “colocar” a minha cabeça em ordem e “colocar” as barbas de molho. Por ter “colocado” todas as minhas idéias para fora, agora eu posso “colocar” a cabeça no travesseiro e descansar. Estou esperando que você também “coloque” para fora a sua opinião e que “coloque” em prática o que aprendeu aqui: “coloque” outro verbo no lugar de colocar.”

Prof.: Sérgio Nogueira Duarte a) Que problema relativo ao emprego da língua portuguesa o texto acima aborda?

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b) Reescreva o último parágrafo do texto de Sérgio Nogueira Duarte, substituindo as palavras entre aspas por outras de sentido mais claro e objetivo, fazendo modificações indispensáveis à elegância do fragmento.

R.: ___________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

12- Redija um tópico frasal adequado ao desenvolvimento do parágrafo a seguir:

______________________________________________________________________________ pois o ser humano, há muito tempo, necessita de outros para conseguir alimentação e abrigo. E no mundo moderno, com a grande maioria das pessoas morando em cidades, com hábitos que tornam cada vez mais necessários muitos bens produzidos pela indústria, não há quem não necessite dos outros muitas vezes por dia.

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GABARITO 01- (B) 02- (B)

03- Há várias possibilidades de resposta: “Consolava a outra, queria arrancá-la dali.”/ “No meio dela,”/ ” Fiquei a ver as dela”/ “Capitu enxugou-as depressa.” O importante é perceber que por várias vezes pronomes fazem remissão a elementos já citados , retomando-os, e isso é o que se chama de anáfora. A importância destes pronomes para a coesão referencial, dentro do texto em questão é que, do contrário, haveria repetição inadequada de palavras.

04- A palavra em destaque é importante para o estabelecimento da coesão textual, pois retoma os referentes marido e cadáver que já haviam sido usados no texto, evitando a repetição destas palavras e mantendo a relação semântica adequada ao contexto de que faz parte: um velório.

05- A palavra “aquela”, pois aponta para algo que está fora do texto.

06- Estes são alguns dos equipamentos cuja entrada no país sem a autorização do DEPIN a reserva de mercado não permitia. (FSP, 18 out. 1992)

Fazer pesquisa insinuando que 64% dos brasileiros acham que existe corrupção no governo Itamar não é um ato inteligente, de um jornal de que todos gostamos e por cuja conservação da isenção é dever de nós brasileiros lutar. 07-

a) Comecei a trabalhar cedo para ter de que comer. Comecei a trabalhar cedo para ter o que comer.

b) Eu sempre fui estudiosa, responsável e determinada. Contudo, consegui alcançar meus propósitos.

Eu sempre fui estudiosa, responsável e determinada. Por isso, consegui alcançar meus propósitos. (Contudo é conjunção adversativa, serve para indicar contraste, não conclusão, como deve ser.)

c) Na tevê, são frequentes os programas que se aproveitam da intimidade e sofrimento alheio. Na tevê, são frequentes os programas que se aproveitam da intimidade e do sofrimento alheio. 08- a) O enunciador lança mão de uma divisão.

b) A informação é fornecida ao leitor no terceiro parágrafo. “A outra espécie é formada pelos que vêem anormalmente a natureza...”

c) “Todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não dependem do tempo nem da latitude.”

09- Uma dentre as seguintes: pois, porque, visto que, uma vez que. 10- “se tem gênio”

11- a) O texto aborda a pobreza de vocabulário e a imprecisão vocabular decorrente dela.

b) SUGESTÃO: Depois de fazer todas essas “CONSIDERAÇÕES”, vou tentar “ORDENAR” minha cabeça e “POR” as barbas de molho. Por ter “EXPRESSADO” todas as minhas ideias, agora eu posso “DEITAR” a cabeça no travesseiro e descansar. Estou esperando que você também “EXTERNE” a sua opinião e que “PRATIQUE”o que aprendeu aqui: “USE” outro verbo no lugar de colocar.”

12- O HOMEM PRECISA VIVER EM SOCIEDADE, pois o ser humano, há muito tempo, necessita de outros para conseguir

alimentação e abrigo. E no mundo moderno, com a grande maioria das pessoas morando em cidades, com hábitos que tornam cada vez mais necessários muitos bens produzidos pela indústria, não há quem não necessite dos outros muitas vezes por dia.

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