Nome Empresarial
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Assim como a pessoa natural tem nome um civil, que é o sinal revelador da personalidade, constituindo um dos fatores de individualização da personalidade da pessoa
natural, ao lado do domicílio e do estado, o empresário e a sociedade empresária possui um nome com o qual se
apresentam perante terceiros e se identificam, assinando os atos relativos às obrigações e direitos.
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Esse sinal distintivo e revelador, que serve para identificar o sujeito de direito, o titular da empresa, vem a ser o nome empresarial, correspondendo ao que se conhecia como
nome comercial. Repare-se que a Constituição da República alude a “nomes de empresas” (CR/88, art. 5º, inc. XXIX).
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O Livro II da Parte Especial do Cód. Civil (Direito de
Empresa) contém quatro Títulos.
O Título IV trata dos Institutos complementares,
disciplinando o registro, o nome empresarial, os prepostos e a escrituração.
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Instrução Normativa nº 104/2007 do DNRC
Art. 1º Nome empresarial é aquele sob o qual o empresário e a sociedade empresária exercem suas atividades e se
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Parágrafo único do art. 1.155 do Código Civil:
Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações.
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Na doutrina de João Eunápio Borges:
Se, observa Rocco, a necessidade de individualizar a pessoa é já vivamente sentida na vida civil, como atestam as
numerosas cautelas com que a lei rodeia e disciplina o nome civil, na vida comercial a necessidade e a exigência de
individualizar a pessoa do comerciante, distinguindo-a da de seus concorrentes, é ainda maior e mais importante.[1]
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Voto do Relator, Min. Direito, no Resp 65.002, julg. unân: Por outro lado, é necessário atentar para o fato de ser o nome uma identidade da empresa, que não pode ser desconstituído indiretamente pela afirmação de ser
inapropriável. Se o nome está com o devido registro, neste caso, no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, considerando ser a autora sociedade civil, prestadora de serviços, matéria, de resto, que não está sob o crivo deste especial, e se está identificando a sociedade nas suas relações com a clientela, não é possível afastá-lo. Veja-se que a Convenção da União de Paris teve a cautela de comandar a proteção
independente de registro, dada a natureza especial da identidade da empresa.
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O nome empresarial serve à tutela do (a):
a) Clientela, coibindo-se a concorrência desleal, “derivada de possíveis confusões provocadas aos consumidores em razão da identidade ou semelhança das expressões nucleares que compõe os nomes iguais ou semelhantes.”*
b) Crédito, tendo por finalidade “proteger a higidez do crédito do empresário na praça na qual atua, que poderia ser prejudicada com a publicidade de protestos e
requerimentos de falência em face de empresário com nome igual ou semelhante.”*
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O nome empresarial possui natureza de direito da personalidade.
“A Constituição Federal assegura a proteção do nome
empresarial em seu art. 5º, XXIX. Ademais, o Código Civil de 2002, no capítulo que trata dos direitos da
personalidade, confere a todas as pessoas o direito ao nome
(art. 16), e impede o uso do nome de outrem em
publicações ou representações que o exponham ao desprezo público, mesmo sem intenção difamatória (art. 17), bem
como o uso não autorizado de nome de outrem em
propaganda comercial (art. 18). E a aplicação desses artigos do Código às pessoas jurídicas é garantida pelo art. 52, que estende a estas a proteção dos direitos da personalidade.” (Modesto Carvalhosa, Comentários ao Código Civil, Saraiva, 2003, p. 704)
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O nome empresarial possui natureza de direito da personalidade:
“.... a orientação do Código Civil de 2002 é no sentido de reconhecer no nome apenas e tão-somente um direito
personalíssimo, insuscetível de alienação, conforme dispõe o
art. 1.164”. (destaque do original)
(Modesto Carvalhosa, Comentários ao Código Civil, Saraiva, 2003, p. 705)
Concurso para Advogado da União, organizado pela CESPE, prova aplicada em 1º.02.09: “Segundo a doutrina majoritária nacional, o direito ao nome empresarial é um direito personalíssimo”.
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O nome é, portanto, a expressão distintiva e reveladora da pessoa, indicadora do sujeito que exerce a atividade
empresária.
Não se confunde o nome empresarial com marca nem com título de estabelecimento.
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O nome serve para individualizar a pessoa do empresário, o próprio sujeito de direito. A sua proteção é obtida pelo
registro da própria sociedade ou da declaração em
empresário individual na Junta Comercial. Tanto o Código Civil (art. 1.166) quanto a Lei do Registro das Empresas (Lei nº 8.974/94, art. 33) estabelecem que a proteção ao uso
exclusivo do nome decorrem automaticamente da inscrição do empresário individual ou dos atos constitutivos (contrato social, estatuto) das sociedades e de suas eventuais
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Por outro lado, a marca serve para distinguir e assinalar produtos, serviços, a certificação de especificações técnicas ou para identificar produtos ou serviços provindos de
membros de uma mesma entidade.
O nome empresarial é protegido independentemente do ramo de atividade econômica, porque se refere ao
empresário ou sociedade empresária como um todo, se relacionado diretamente ao sujeito de direito, e não
propriamente à sua atividade ou objeto oferecido ao mercado.
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A marca, a sua vez, tem a sua proteção restrita à classe dos produtos ou serviços para a qual foi concedida (princípio da especialidade) pelo IPI, constituindo exceção a marca de alto renome.
Em suma, marca e nome empresarial se distinguem quanto ao:
a) objeto semântico: nome empresarial identifica o sujeito de direito, enquanto a marca assinala produtos, serviços, certificação de especificações técnicas e produtos ou
serviços provindos de membros de uma mesma entidade; b) órgão de registro: Junta Comercial para o nome
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Em suma, marca e nome empresarial se distinguem quanto ao:
c) âmbito material: o nome é protegido independentemente do ramo da atividade econômica, pois serve à tutela do
crédito, além da proteção da clientela, ao passo que a marca sujeita-se ao princípio da especialidade, salvo marcas de
alto renome, limitando-se a proteção à classe de produtos ou serviços em que se acha registrada;
d) âmbito territorial:o nome tem proteção administrativa restrito ao estado a que pertença a Junta Comercial. A marca é protegida em todo território nacional;
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Em suma, marca e nome empresarial se distinguem quanto ao:
e) âmbito temporal: o direito à utilização do nome
empresarial é indeterminado e perdura enquanto subsistir o exercício da atividade para o qual foi adotado. Já a marca possui prazo de vigência de 10 anos, embora suscetível de prorrogação por igual período.
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Na ocorrência de conflito entre marca e nome empresarial, por identidade ou semelhanças gráficas ou fonéticas, entre exercentes do mesmo ramo de atividade, de modo a causar confusão na clientela, a jurisprudência vem decidindo pela prevalência do que houver sido registrado anteriormente (Resp 32.263-SP). Se a autuação se der em diferentes ramos de atividade, o critério de solução será o da
especificidade ou especialidade, caso em que ambos
conviverão de forma harmônica. Vale então dizer que os
critérios utilizados são (Resp 658.702-RJ): especificidade (se os ramos forem distintos afasta-se a problemática) e
anterioridade (se iguais forem os ramos, prevalecerá quem obteve precedentemente a proteção).
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O DNRC editou a Instrução Normativa nº 104, de 2007, que fornece critérios para a análise da identidade ou semelhança entre nomes empresariais, que gera a proibição do registro. Nesse sentido, transcreve-se o disposto em seu art. 8º:
Art. 8º. Ficam estabelecidos os seguintes critérios para a
análise de identidade e semelhança dos nomes empresariais, pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis - Sinrem:
I - entre firmas, consideram-se os nomes por inteiro, havendo identidade se homógrafos e semelhança se
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Instrução Normativa nº 104, de 2007 Art. 8º (...)
II - entre denominações:
a) consideram-se os nomes por inteiro, quando compostos por expressões comuns, de fantasia, de uso generalizado ou vulgar, ocorrendo identidade se homógrafos e semelhança se homófonos;
b) quando contiverem expressões de fantasia incomuns,
serão elas analisadas isoladamente, ocorrendo identidade se homógrafas e semelhança se homófonas.
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Instrução Normativa nº 104, de 2007
Art. 9º. Não são exclusivas, para fins de proteção, palavras ou expressões que denotem:
a) denominações genéricas de atividades;
b) gênero, espécie, natureza, lugar ou procedência; c) termos técnicos, científicos, literários e artísticos do vernáculo nacional ou estrangeiro, assim como quaisquer outros de uso comum ou vulgar;
d) nomes civis.
Parágrafo único. Não são suscetíveis de exclusividade letras ou conjunto de letras, desde que não configurem siglas.
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Noticiário do STJ na internet – 17.09.09
O registro de termo que remete a determinada localização geográfica como nome empresarial não garante
exclusividade de uso.
Esse foi o entendimento adotado pela Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no julgamento de um recurso especial do restaurante Arábia, que questionava o nome Areibian de um concorrente. (Resp 989105, unân.)
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O título de estabelecimento – que pode conter a insígnia, constituída de uma representação gráfica ou um desenho, emblema ou qualquer outro sinal distintivo - apenas
identifica o local onde é exercida a atividade empresarial. É, na verdade, o letreiro, tabuleta, cartaz utilizado para identificar o estabelecimento.
O título não tem registro em órgão algum. A sua proteção não é registraria. Decorre de forma indireta da própria
utilização em si e da idéia exteriorizada anteriormente, porque a Lei da Propriedade Industrial estabelece como crime de concorrência desleal o uso de título de
estabelecimento de outrem, na medida em que confunde e desvia a clientela (art. 195, inc.V).
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O nome empresarial possui duas espécies:
a) firma individual ou social (esta equivalendo a razão
social), de um lado, que leva obrigatoriamente o nome do sócio ou titular, por inteiro ou abreviado e, de outro, b) denominação social, por emprego de uma expressão de fantasia ou inventada.
Quando não constar o nome de todos os sócios na firma social, aparecerá a expressão & CIA (e companhia), na forma do artigo 1.157 do Código Civil. Tal expressão só pode vir no final, pois se estiver na frente indica a
denominação de sociedade anônima (art. art. 1.160 do Código Civil e art. 3º da nº 6.404/76).
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A denominação e a firma têm funções comuns e diferentes. Ambas identificam a sociedade empresária ou o empresário individual.
Há uma segunda função, na qual se diferenciam, que é a de assinatura e que está presente na firma ou razão (art. 968, inc. II, do Código Civil), sendo inaplicável à denominação. Embora na prática isso não seja observado, nos papéis, documentos e contratos terá que ser assinada a firma ou razão social, e não o nome civil da pessoa que intervém no ato. Ao assinar o seu nome civil, estará contrariando o
Decreto nº 916 de 24/01/1890, que ainda possui eficácia e não foi revogado pelo Código Civil de 2002.
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Numa síntese compreensiva dos critérios legais para adoção de firma ou razão e denominação social, ressalte-se que se baseiam fundamentalmente na lei e na vontade dos sócios em optar por uma ou outra espécie de nome empresarial.
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Princípios do nome empresarial:
a) Novidade (art. 1.163 do Código Civil e art. 34 da Lei nº 8.934/94).
b) Veracidade (artigos 1.165 do Código Civil e 34 da Lei nº 8.934/94. O art. 62 do Decreto nº 1.800/96 confere
concreção a esses dispositivos).[1]
[1] Art. 62. O nome empresarial atenderá aos princípios da veracidade e da novidade e identificará, quando assim o exigir a lei, o tipo jurídico da sociedade.
§ 1º. Havendo indicação de atividades econômicas no nome empresarial, essas
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Dispõe o art. 1.164. que o nome empresarial não pode ser objeto de alienação.
Entretanto, estabelece parágrafo único que o adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.
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Segundo Sérgio Campinho,* a transferência do nome empresarial sujeita-se às seguintes condições:
“a) cessão do estabelecimento por ato entre vivos; b) permissão de utilização expressa no instrumento contratual;
c) Emprego do nome do cedente, precedido do nome do adquirente, com a qualificação de sucessor.”
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Para Modesto Carvalhosa,
“Estando o nome ligado à personalidade jurídica da empresa, proíbe-se que seja dela destacado e alienado, para que não venha a designar outra empresa, sob pena de se gerar
grande confusão no público em geral e naqueles que contratam com a sociedade.
Porém, o Código Civil de 2002 prevê uma exceção na qual não se pode dizer que haja uma transferência do nome
empresarial, mas tão-somente a cessão do direito de usá-lo em adição ao nome do adquirente, para sua melhor
identificação. Essa exceção ocorre quando há a cessão do
estabelecimento comercial.” (Comentários ao Código Civil,
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A proteção ao nome empresarial decorre automaticamente do arquivamento na Junta Comercial do contrato social ou da alteração contratual que modifica o nome empresarial. Ao se registrar como empresário individual ou como
sociedade empresária, já se obtém a proteção, o direito à utilização exclusiva do nome empresarial, segundo deflui do art. 1.166 do Código Civil e do art. 33 da Lei nº 8.934/94.
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Os diplomas legais que se conjugam na disciplina da
proteção ao nome empresarial não conseguiram dar amparo efetivo ao instituto, de modo a resguardá-lo e tutelá-lo de forma satisfatória. Representam um retrocesso à própria evolução histórica da proteção conferida à matéria.
Realmente, o Código Civil, no artigo 1.166, § ú, e o Decreto nº 1.800/96, no artigo 61, §§ 1º e 2º, e a Instrução
Normativa nº 104/07 do DNRC, no artigo 11, constroem a convicção de que a referida proteção circunscreve-se aos limites do respectivo Estado. Todavia, estabelecem a
possibilidade de extensão da proteção para outros estados-membros.
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O professor Theophilo de Azeredo Santos mostrou-se inconformado com as disposições do Código Civil no informativo Bancário nº 12, ano 1 – abril de 2004, da
Associação/sindicato dos Bancos do Estado do Rio de Janeiro. Diz o professor: “Causou perplexidade no meio jurídico o
dispositivo equivocado do Código Civil que só assegura o uso exclusivo do nome nos limite do respectivo Estado, deixando à desvalia a Convenção da União de Paris, com força da lei no Brasil, e não limita essa proteção, que pode ser municipal, estadual, nacional ou internacional. Já está no Congresso Nacional emenda no sentido de corrigir essa
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Tais dispositivos colidem com a Convenção da União de Paris, da qual o Brasil é signatário e que estabelece, no
artigo 8º, a possibilidade da proteção internacional ao nome empresarial, independentemente de registro em cada país integrante do pacto, bastando a proteção obtida no país de origem.
Desse modo, a aplicação da legislação interna aos
empresários brasileiros, exigindo-lhes o arquivamento nas Juntas Comerciais de outros estados, acarreta violação ao princípio constitucional da isonomia, pois acaba conferindo tratamento mais favorável aos estrangeiros do que aos
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Doutrina e jurisprudência dominantes, inclusive do STJ, sempre concluíram pela ampliação nacional e internacional da proteção ao nome empresarial, para conferir maior
efetividade em sua tutela, com fundamento na referida Convenção e no princípio igualitário. Ademais, lembre-se
que o nome empresarial possui status constitucional (CR/88, artigo 5º, XXIX) e isso, por si só, descaracterizaria a tímida proteção outorgada pelo Código Civil e legislação citada, tendo em vista o inadequado amparo a um instituto de dignidade constitucional por meio de diplomas internos desatentos aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade. Esse entendimento está de tal forma
consolidado que o projeto de lei nº 7070/02, em tramitação no Congresso, altera o Código Civil para eliminar o ônus de arquivar o registro originário em outras Juntas Comerciais.
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Conseqüentemente, tem-se que a tutela do nome
empresarial se expande para além do âmbito estadual,
consistindo o arquivamento da certidão originária do registro em outras Juntas Comerciais do país em mera providência acautelatória administrativa. A ausência ou omissão desse ato não impede a proteção nacional e internacional atribuída ao nome empresarial, alcançada a partir do registro
originário efetuado em uma Junta Comercial, a ser obtida judicialmente.
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Não se admite que a proteção a um direito da personalidade permaneça fundamentalmente restrita à esfera estadual.
Outro forte argumento que estabelece a vinculação dos institutos é a impossibilidade de alienação. O nome
empresarial, como elemento de identificação dos sujeitos nas relações jurídicas, exerce a mesma função do nome civil e, de tal sorte, não pode ser objeto de alienação, conforme a regra geral do artigo 1.164 do Código Civil.
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Aspecto também a ser destacado refere-se à ausência de prazo para que um empresário prejudicado promova a anulação da inscrição de nome empresarial idêntico ou semelhante ao seu (CC, art. 1.167), exatamente como sucede com a tutela do nome civil e de outros direitos da personalidade. Preservam-se, com isso, os interesses do titular do nome empresarial prejudicado, sua clientela e a segurança do crédito.
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Portanto, deve prevalecer a interpretação que amplia nacional e internacionalmente a proteção concedida ao nome empresarial, não somente pelos relevantes
argumentos apresentados, mas também pela necessidade de o ordenamento legal pátrio caminhar de mãos dadas com a globalização e com os compromissos externos, visando a tornar as relações comerciais mais justas e seguras.
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A perda da proteção se dá quando a pessoa jurídica se extingue ou quando cessada a atividade do empresário individual, segundo o art. 1.168 do Código Civil,
complementado pelo art. 51 e seu § 3º.
Temos também a possibilidade de perda da proteção, na forma do art. 60 da Lei nº 8.634/1994, quando não se fizer nenhum arquivamento ou comunicação à Junta Comercial no prazo de 10 anos acerca da continuidade do exercício da