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Módulo 3 - Falta de limites e disciplina X Autonomia Intelectual (6h) 1 Disciplina e Autonomia intelectual: reflexões necessárias.

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Academic year: 2021

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Módulo 3 - Falta de limites e disciplina X Autonomia Intelectual (6h)

1 – Disciplina e Autonomia intelectual: reflexões necessárias.

Olá! Estamos começando o terceiro módulo e caminhando para a finalização deste curso. Neste momento cabe realizarmos um balanço das questões, com o objetivo de relacionarmos as discussões levantadas. Em primeiro lugar, é importante destacar que o foco dos temas abordados neste curso é a ética nas relações escolares, como parte da busca por uma sociedade mais democrática e com cidadania para todos.

Passa pela ética a forma como os indivíduos se comportam diante da moral da sociedade a qual pertence. Vejamos como tal questão se concretiza no dia a dia. Pense na diferença que existe na atitude de uma pessoa que parou diante do semáforo vermelho porque é previdente e respeitoso com a vida dos outros; por outro lado, alguém que parou apenas porque não deseja ser punido. Ou, alguém que não pisa na grama, ao ler o aviso de tal proibição, porque considera que a vegetação tem vida e precisa ser respeitada. Compare esta atitude com a de alguém que não pisa na grama porque tem medo de ser chamado a atenção. Ou, numa outra situação, uma pessoa respeita e preserva os equipamentos urbanos porque sabe que pertence a todos é diferente daquele que não se importa com os bens públicos e deliberadamente pratica a depredação dos mesmos. São atitudes muito diferentes e estão diretamente à ética, entendida aqui como construção humana para bem viver e conviver.

O comportamento ético se aprende, é inerente ao próprio processo de humanização da sociedade. Falamos aqui da importância da socialização para que os indivíduos aprendam as regras, a moral e os costumes da sociedade na qual está inserido. O processo de socialização acontece o tempo todo na vida de todos as pessoas. E é através da socialização que aprendemos os limites, que são ferramentas de organização da vida em sociedade. Podem ser, também, aquilo que serve ser transposto, um referencial, uma meta.

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A forma como nos relacionamos, como nos comportamos eticamente ou não, passa pela autonomia e pela disciplina. Conforme procurei discutir no Módulo 1, autonomia, do ponto de vista da Psicologia Moral, é a capacidade que desenvolvemos, através do processo de socialização, por volta dos 11 ou 12 anos, de compreender as regras e a moral da sociedade na qual vivemos e, mais do que isso, segui-las não porque temos medo de punição, mas porque entendemos que elas são necessárias para o convívio social. Faz parte, também, do conceito de autonomia intelectual, além de identificar o quanto é significativo para uma sociedade as regras que a organizam, perceber e discutir aquelas que não mais se encaixam na dinâmica social.

Seguir as normas e a moral da sociedade, de forma consciente e porque concorda com as mesmas cabe, nesta reflexão, como disciplina. Desta forma, ter disciplina, ou ser disciplinado seria, a grosso modo, a capacidade de seguir as normas conscientemente sem necessidade de coerção externa. E, tudo isso se aprende durante a vida. Sendo assim, não cabe à escola esperar o aluno “disciplinado”, prontinho, da família, situação que gera conflitos entre professores e pais. Faz parte das atividades escolares, do trabalho de todos os profissionais envolvidos com a educação escolar, ajudar a criança a construir sua autonomia intelectual, aprender a disciplina e ética. E não através de aulas específicas sobre o assunto, mas através de todas as atividades realizadas no espaço escolar. Afinal, o gesto de cada adulto ensina as crianças.

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2 – Uma aposta na construção da autonomia intelectual dos alunos na Educação Municipal.

Dando continuidade à ideia anterior, sobre o papel de cada um no espaço escolar no sentido de contribuir para que a criança construa sua autonomia intelectual, proponho o encerramento deste curso através da reflexão da importância do PPP – Projeto Político Pedagógico da Escola, como instrumento de realização também deste objetivo.

Projeto Político Pedagógico

Documento elaborado por cada unidade escolar que traduz convicções, define a identidade e indica o caminho a seguir.

O Projeto Político Pedagógico (PPP) é um documento elaborado anualmente por cada unidade escolar que traduz suas convicções, define a identidade da escola e indica o caminho que deverá ser seguido.

Cada escola tem a responsabilidade de elaborar o seu Projeto Político Pedagógico (PPP), considerando as características que lhe são próprias, a realidade à qual está inserida, a legislação e diretrizes em vigor.

Não há regras rígidas para a elaboração do Projeto Político Pedagógico. Ele é o norteador da ação educativa da escola, e seu ponto de partida é sempre a realidade presente, o contexto real de vida dos alunos.

Sua elaboração é um trabalho coletivo que conta com a participação de toda a comunidade educativa, tem objetivos, metas e prioridades claramente definidas e centradas nos alunos, visando à melhoria da qualidade de ensino e do processo de aprendizagem, favorecendo o desenvolvimento das atividades de formação dos educadores e intervindo na ação curricular e na organização do espaço e tempo escolares.

Integram o PPP os vários documentos que definem e regulamentam as atividades escolares como o regimento, calendário escolar, e o plano da escola.

Embora o PPP seja continuamente revisto ao longo do processo educativo, as unidades educacionais devem prever, ao final de cada ano letivo, sua a avaliação a fim de redimensioná-lo e definir as prioridades para o ano seguinte.

Cabe ao Supervisor Escolar orientar na elaboração, acompanhamento, execução e avaliação do Projeto.

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Fundamentação Legal:

Lei Federal nº 9.394, de 20/12/96 – artigos 12, 13, 14 e 15

Decreto nº 33.991, de 24/02/94 - Título III, Capítulo I, artigos 70 a 75 Deliberação CME 01/99 – artigos 11, 12 e 13

Indicação CME 04, de 27/11/97 Indicação CME 07, de 10/12/98

Portaria SME nº 5.491, de 29/08/03 – Parágrafo Único do artigo 10 Orientação Normativa SME nº 01 de 04/12/04

(Portal da Secretaria Municipal da Educação – PMSP)

http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Main/Noticia/Visualizar/PortalSMESP/P rojeto-Politico-Pedagogico

Desta forma, participar da elaboração do PPP é também um exercício de cidadania. Colocar as discussões sobre ética, disciplina, limites e autonomia intelectual no PPP, repensando como tais conceitos aparecem no documento e – principalmente – no trabalho de cada um, é fundamental para que tenhamos um processo de educação escolar baseado na ética e fortalecedor da autonomia intelectual de nossas crianças. Bom trabalho!

Assista: Entre os muros da escola

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Referência Bibliográfica:

AQUINO, Julio Groppa. A indisciplina e a escola atual. Rev. Fac. Educ. vol.24 n.2 São Paulo July/Dec. 1998 Endereço Eletrônico: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-25551998000200011

ARAÚJO, Greicy Boness de & SPERB, Tania Mara. Crianças e a construção de limites: narrativas de mães e professoras. Psicol. estud. vol.14 no. 1 Maringá Jan./Mar.

2009.

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-73722009000100022&script=sci_arttext

DISKIN, Lia. Paz, como se faz?: semeando cultura de paz nas escolas / Lia Diskin e Laura Gorresio Roizman — Rio de Janeiro: Governo do Estado.do Rio de Janeiro, UNESCO, Associação Palas Athena, 2002. 95p.

http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001308/130851por.pdf

FREITAS, Alexandre Simão de Freitas. O cuidado de si e os perigos de uma ontologia ainda sem cabimento: o legado ético-espiritual de Foucault. Proposições vol.25 no.2

Campinas maio/ago. 2014.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73072014000200007&lng=pt&nrm=iso

GONZALEZ, Maria Eunice Quilici; BROENS, Mariana Claudia & MARTINS, Clélia Ap. Informação, Conhecimento e Ação Ética. ISBN: 978-85-7983-344-1. 218 pág. 2012. http://www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/e-book_informacao-e

conhecimento.pdf

LODI, Lúcia Helena. Ética e cidadania: construindo valores na escola e na sociedade/ Programa de Desenvolvimento Profissional Continuado coordenadora-geral: Lucia Helena Lodi. – Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos: Ministério da Educação, SEIF, SEMTEC, SEED, 2003.6 v.: il. Endereço Eletrônico: http://www.oei.es/quipu/brasil/ec_intro.pdf

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RIOS, Terezinha Azerêdo. O Gesto do Professor Ensina? Arquivo digital UNESP. http://www.acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/25/3/D04_O_Gesto_do_Prof essor_Ensina.pdf

RIOS, Terezinha. A Autonomia Como Projeto - Horizonte Ético-Político. Endereço eletrônico: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_16_p013-018_c.pdf

TAILLE, Yves de La. Moral e Ética: Uma Leitura Psicológica. Endereço Eletrônico http://www.scielo.br/pdf/ptp/v26nspe/a09v26ns.pdf

TAILLE, Yves de La. A Dimensão Ética na Obra de Jean Piaget. 1994 Endereço Eletrônico: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_20_p075-082_c.pdf

TAILLE, Yves de La. A Importância da Generosidade no Início da Gênese da Moralidade na Criança Endereço Eletrônico www.scielo.br/prc. http://www.scielo.br/pdf/prc/v19n1/31287

TREVISOL. Maria Teresa Ceron Trevisol. RELATO DE UM PROJETO DE

EDUCAÇÃO MORAL E EDUCAÇÃO EM VALORES NA ESCOLA:

CONTEXTUALIZANDO A EXPERIÊNCIA. XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas – 2012.

http://www.fasug.edu.br/files/docs/2015/221.pdf

SANTOS, Edvanderson Ramalho dos Santos & ROSSO, Ademir José. A indisciplina escolar nas representações sociais de professores paranaenses. Psicol. educ. no.34

São Paulo jun. 2012.

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752012000100008

Referências

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