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CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DE FRUTOS DE MARACUJÁ- AMARELO COMERCIALIZADOS EM MACAPÁ, AMAPÁ

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ISSN 1517-8595

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DE FRUTOS DE

MARACUJÁ-AMARELO COMERCIALIZADOS EM MACAPÁ, AMAPÁ

Vinícius Batista Campos1, Tainá da Silva Fogaça2, Willians Lopes de Almeida3, José Alves

Barbosa4, Márcia Roseane Targino de Oliveira5, Saulo Cabral Gondim5, Lourival Ferreira

Cavalcante5 RESUMO

Objetivou-se avaliar a qualidade pós-colheita de frutos de maracujá amarelo comercializado no município de Macapá, Amapá, através da caracterização física e química. O experimento foi conduzido no laboratório de bioquímica do CampusI da Universidade do Estado do Amapá, entre o período de maio e julho de 2010. Foi utilizado o delineamento em blocos casualizados com quatro tratamentos (três supermercados e uma feira livre) e quatro repetições (período de coleta), sendo os frutos coletados no dia anterior a análise. A unidade experimental foi constituída de 10 frutos. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste f e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, usando o software sisvar. Os frutos de maracujá-amarelo apresentaram valor médio de massa média dos frutos (166,67 g), diâmetros longitudinal (87,48 mm) e transversal (76,13 mm), índice de formato (1,17), espessura da casca (8,65 mm), rendimento em polpa (38,70%), sólidos solúveis (11,18%), acidez titulável (3,25%), ratio (3,53), pH (3,12) e preço no varejo (R$ 4,03 kg-1). Diante dos resultados pôde-se concluir que os frutos de maracujá-amarelo comercializado em Macapá são de baixa qualidade e, mesmo custando R$ 0,60 kg-1 a mais, os frutos da feira livre, são qualitativamente superiores aos frutos provenientes dos supermercados dessa localidade.

Palavras-chave: Passiflora edulis Sims Deg., pós-colheita, qualidade

PHYSICAL AND CHEMICAL CHARACTERIZATION OF THE YELLOW PASSION FRUIT MARKETED IN MACAPÁ, AMAPÁ STATE, BRAZIL

ABSTRACT

The objective was to evaluate the postharvest quality of yellow passion fruit sold in the city of Macapá, Amapá, through the physical and chemical characterization. The experiment was conducted at the Laboratory of Biochemistry I, Amapá State University, in the period between May and July 2010. We used randomized block design with four treatments (three supermarkets and a street fair) and four replications (collection period), and the fruits collected on the day prior to analysis. The experimental unit consisted of 10 fruits. The data were subjected to analysis of variance by F test and means were compared by Tukey test at 5% probability, using the software SISVAR. The yellow passion fruit had an average value of the mean weight of fruit (166.67 g), longitudinal diameter (87.48 mm) and transverse (76.13 mm), shape index (1.17), skin thickness (8.65 mm), pulp yield (38.70%), soluble solids (11.18%), titratable acidity (3.25%), ratio (3.53), pH (3.12) and price retail (R$ 4.03 kg-1). Considering the results it was concluded that the fruits of passion fruit sold in city of Macapá are of poor quality and even costing R$ 0.60 kg-1 over the fruits of the street fair, are qualitatively superior to the fruits from the supermarket that location.

Keywords: Passiflora edulis Sims Deg., post-harvest, quality

Protocolo 14-2012-07 de 15/03/2012

1Prof. MSc. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá, Campus Laranjal do Jari, Amapá, doutorando em Engenharia Agrícola, CTRN, UFCG. Bolsista CNPq. E-mail: vinicius.campos@ifap.edu.br

2Discente do curso técnico em Meio Ambiente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá. 3Prof. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá, Campus Laranjal do Jari, Amapá.

4 Prof. Dr. Departamento de Ciências Fundamentais e Sociais, CCA, Universidade Federal da Paraíba. 5 Prof. Dr. Departamento de Solos e Engenharia Rural, CCA, Universidade Federal da Paraíba.

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INTRODUÇÃO

A fruticultura é, dentre as atividades do setor primário, uma das principais potencialidades de geração de emprego e renda, em função do aumento no mercado interno e também do crescimento das exportações. Simultaneamente, ocorre desenvolvimento da agroindústria processadora de frutas, favorecendo a expansão de pólos frutícolas em determinadas regiões.

O Brasil encontra-se como o maior produtor mundial de frutas tropicais e o terceiro maior produtor mundial de frutas (Fernandes, 2006),

aonde dessas, o maracujazeiro amarelo

(Passiflora edulis Sims Deg) é cultivado em todas as regiões do Brasil. No Norte, destacam-se os estados do Pará (58% da produção), Amazonas (28%), Rondônia (8%) e Amapá (3%). Esse último, mesmo ocupando a quarta posição, apresenta o terceiro maior valor da produção e rendimento médio de 6.092 kg ha-1, entretanto essa produtividade encontra-se abaixo tanto da média regional (8.384,67 kg ha-1) quanto da nacional (13.550,64 kg ha-1), segundo dados do IBGE (2010) referente à lavoura permanente no ano de 2009. As principais causas para baixo rendimento dessa cultura são deficiências nutricionais, manejo de irrigação inadequado, ausência de tratos culturais e ataque de pragas e doenças,

conferindo características biométricas,

organolépticas e nutricionais de frutos, abaixo das exigidas pelos mercados interno e externo.

A destinação do maracujá ao consumo in

natura deve apresentar, dentre outras características, boa aparência (cor da casca, tamanho do fruto, peso do fruto, ausência de defeitos) (Medeiros et al., 2009). Assim, após a classificação, frutas de melhor qualidade são remuneradas a preços significativamente superiores, até 150% a mais que o obtido com a comercialização das frutas de classes inferiores (Farias et al., 2007). Para fins de processamento (indústria), a acidez deve estar entre 3,2 e 4,5%, conteúdo de sólidos solúveis totais (ºBrix), oscilando de 15 a 16% e rendimento em suco acima de 40% (Folegatti & Matsuura, 2002). Além desses parâmetros, existem componentes responsáveis pela qualidade nutricional dos produtos como vitaminas, minerais, açúcares solúveis, amido, fibras, hemicelulose e lignina (Kays, 1999; Silva Júnior et al., 2010).

O fruto de maracujazeiro amarelo

(Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.) é consumido principalmente como suco. A fruta e o suco, a exemplo de outros produtos industrializados, são bem aceitos em todo o

mundo. O suco é muito apreciado pelo valor nutricional; é uma boa fonte de provitamina A, niacina, riboflavina e ácido ascórbico, podendo o suco ser consumido puro ou misturado com outros sucos de fruta (Araújo et al., 2006).

Existem diversos resultados científicos relacionados às características físicas e químicas de frutos do maracujazeiro em âmbito nacional, a cerca de distintos sistemas de produção (Campos et al., 2007; Freire et al., 2010) e da comercialização da fruta em diferentes localidades do país (Farias et al., 2007; Medeiros et al., 2009) e do mundo (Kwon et al., 1974), no entanto, inexistem informações sobre a qualidade pós-colheita do maracujá amarelo comercializado no Estado do Amapá.

Neste sentido, o trabalho teve como objetivo avaliar as características físicas e químicas de

frutos de maracujazeiro-amarelo

comercializados tanto em supermercados

quanto na feira livre da cidade de Macapá, Amapá.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido no período de maio a julho de 2010, no Laboratório de Bioquímica do Campus I da Universidade do Estado do Amapá – UEAP. Foram utilizados frutos de maracujazeiro-amarelo coletados

aleatoriamente no período vespertino,

acondicionados em sacolas de papel com objetivo de evitar escoriações, para análise no dia seguinte.

O delineamento experimental usado foi em

blocos casualizados, contendo quatro

tratamentos, referente aos estabelecimentos comerciais (Estabelecimentos I, II, III e feira livre do buritizal, Macapá-AP) e seis repetições, concernente a épocas de coleta, sendo a unidade experimental constituída de 10 frutos. Os

empreendimentos comerciais foram

selecionados mediante critério de aceitação pelos consumidores.

Foi analisada a massa dos frutos e da polpa obtidas em balança eletrônica semianalítica. As leituras dos diâmetros longitudinal, equatorial e espessura da casca foram efetuadas por medições, nos quatro quadrantes de cada metade dos frutos, com paquímetro digital Digimess® (Freire et al., 2010). O índice de formato compreendeu a relação entre o diâmetro longitudinal e o equatorial do fruto (Silva Júnior et al., 2010). A porcentagem de casca se referiu à relação entre a massa da casca e a massa do fruto multiplicada pelo fator 100.

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Após a fermentação em sacos plásticos para a separação da mucilagem, foi contado o número de sementes por fruto. O rendimento em polpa foi obtido pela relação entre a massa da polpa e a massa do fruto. O pH foi determinado, por potenciometria, através da leitura direta da amostra homogeneizada da polpa em um potenciômetro digital de bancada Digimed DM-20®. O teor de sólidos solúveis (SS - ºBrix) foi determinado por refratometria, conforme Kramer (1973). Para determinação da acidez titulável (AT), adicionou-se três gotas de fenolftaleína em 10 mL de suco, titulando-se com solução de hidróxido de sódio (NaOH) a 0,1 N, o qual é expressando-se os resultados em percentagem de ácido cítrico (Instituto Adolfo Lutz, 1985). De posse dos valores de sólidos solúveis e acidez titulável, foi obtido o ratio, que se refere à relação SS/AT. Avaliou-se também o preço dos maracujás no varejo (R$ kg-1).

Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando o software Sisvar (Ferreira, 2000).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após análise de variância pelo teste F, foi constatada interferência estatística dos

tratamentos sobre a massa média de frutos (MMF), rendimento em polpa (RP), relação SS/AT, também conhecida como ratio e preço ao varejo. Ao nível de 1% de significância, foram afetados estatisticamente o diâmetro transversal dos frutos (DT) e o pH. Entretanto não foi observado efeito estatístico dos diferentes estabelecimentos estudados para o diâmetro longitudinal (DL), índice de formato (IF), espessura de casca (EC), sólidos solúveis (SS) e acidez titulável (AT) de frutos de maracujazeiro-amarelo comercializados em Macapá, Amapá. Esses resultados encontram-se coerentes com os registrados por Farias et al. (2007), ao estudarem a qualidade pós-colheita de frutos de maracujá-amarelo comercializados em Rio Branco, Acre. Medeiros et al. (2009), ao estudarem diferentes progênies de maracujá-roxo e maracujá-amarelo cultivados no Distrito Federal, concluíram que o teor de sólidos solúveis totais, espessura de casca, relação diâmetro equatorial/diâmetro transversal e acidez titulável dos frutos de maracujazeiros analisados foram maiores no mês de fevereiro do que no mês de março, enquanto o peso de polpa foi no mês de março, sendo essas características também influenciadas pelos genótipos.

Tabela 1. Valores das médias referentes à massa média de frutos (MMF), diâmetro longitudinal (DL), diâmetro transversal (DT), índice de formato (IF), espessura da casca (EC) e rendimento em polpa (RP) de frutos de maracujazeiro amarelo comercializado em Macapá – Amapá.

Estabelecimento MMF (g) DL (mm) DT (mm) IF (DL/DT) EC (mm) RP (%) I 184,67 a 88,05 a 78,51 a 1,21 a 10,1 a 34,58 bc II 171,70 b 88,21 a 75,19 ab 1,18 a 9,0 a 37,13 b III 165,32 b 88,02 a 76,82 ab 1,15 a 8,5 a 29,70 c Feira Livre 145,00 c 85,64 a 74,00 b 1,17 a 7,0 a 53,39 a Média 166,67 87,48 76,13 1,175 8,65 38,70 DMS 7,56 6,18 3,95 0,16 4,34 6,06 CV(%) 9,81 4,37 3,21 8,49 24,42 16,71

CV(%): Coeficiente de variação. DMS: Diferença mínima significativa. Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

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A massa média do fruto foi de 166,67 g, sendo considerado acima da média nacional (120 g) (FARIAS et al., 2007) e aos 138 g obtidos por Araújo et al. (2006) fertilizado com potássio sob cultivo com solução nutritiva. Contudo, esse valor encontra-se abaixo dos 177,28 g registrados por Farias et al. (2007), frutos comercializados em Rio Branco-AC e dos 191 g produzidos na região da Paraíba submetidos a sistema de produção alternativo (CAMPOS et al., 2007). O estabelecimento I apresentou o maior valor de massa média de frutos, sendo importante ressaltar que, baseado na análise estatística, os menores valores foram encontrados em frutos comercializados na feira livre do buritizal. Esse resultado é decorrente do fato de ter havido seleção de frutos maiores para comercialização in natura, principalmente nos supermercados, que compram frutos selecionados de outras regiões produtoras, a exemplo de Belém-PA e São Paulo. Já os frutos da feira livre, geralmente produzidos na região, não são selecionados quanto ao tamanho obedecendo aos padrões nacionais, justificando seu menor tamanho.

Outro ponto que proporciona o

surgimento de frutos menores nas feiras livres está associado à inexistência de indústrias de processamento (suco) no Estado, as quais poderiam receber frutos de dimensões menores.

Independentemente do estabelecimento estudado, o diâmetro longitudinal não sofreu interferência estatística (Tabela 1). O valor médio obtido foi de 87,48 mm, variando entre 88,05 e 85,64 mm. Tendência divergente foi registrada por Farias et al. (2007) para os frutos comercializados em Rio Branco - AC.

O diâmetro transversal ou equatorial, assim como a massa média do fruto, foi superior no estabelecimento I (78,51 mm), além dos menores valores dessa variável (74 mm) serem provenientes de frutos da feira livre do buritizal, resultando num valor médio de 76,13

mm (Tabela 1). A superioridade dos

supermercados I, II e III quando comparado a feira livre são da ordem de 5,74, 1,58 e 3,67%, respectivamente. Esse resultado de valor médio está em acordo com os 76,91 mm obtido por

Farias et al. (2007) para frutos de

maracujazeiro-amarelo comercializados na

capital do Acre.

Dentre as variáveis externas os

diâmetros, longitudinal e transversal,

juntamente com a coloração da casca, constituem atributos de destacada importância

para a classificação do fruto quanto ao tamanho nos centros consumidores mais exigentes. No estado do Rio de Janeiro os frutos são classificados nos tipos grandes, médios e pequenos (CUNHA et al., 2000), no estado de São Paulo nos tipos 4A, 3A, 2A e 1A (MELETTI, 2001). No entanto, o país já possui uma classificação geral baseada na coloração ou cor varietal (amarelo, roxo e rosa maçã); no grau de maturação (cor 1-30% da cor final, cor 2 – predominantemente na cor final e cor 3 – 100% na cor final); calibre que é a classificação de acordo com o diâmetro equatorial do fruto. Essa classificação considera também os efeitos graves e leves dos frutos (Lima & Rossi, 2002).

Pelos resultados obtidos verifica-se que a massa média dos frutos variou de 140 a 184,67g, o diâmetro longitudinal de 85,64 a 88,21mm, o diâmetro transversal de 74 a 78,51mm. Observa-se que a classificação obtida foi do tipo frutos médios, caso esses fossem comercializados no mercado atacadista do Rio de Janeiro, do tipo 3A e 2A para o Estado de São Paulo e de Calibre 4 de acordo com a classificação nacional.

Os frutos oriundos da feira livre do buritizal apresentam maior rendimento em polpa (53,39%), comparativamente aos demais estabelecimentos comerciais (Tabela 1). Entretanto a média do município em estudo foi de 38,70%, estando abaixo dos 44,43% obtido por Farias et al. (2007) e 39,4% registrados por Ritzinger, Manica e Riboldi, (1989).

O baixo rendimento em polpa possui correlação direta com a espessura da casca, número e massa de sementes, fato constatado pela alta espessura da casca dos frutos dos supermercados. Segundo Meletti et al. (2002), o rendimento em polpa admitido como adequado, tanto para o consumo do maracujazeiro-amarelo ao natural como para indústria, é superior a 50%. Conforme os autores maracujá com casca mais espessa sem redução prejudicial no rendimento em polpa e em suco possivelmente favorece transporte e escoamento da produção para mercados consumidores mais distantes.

De acordo com a Tabela 2, a feira livre do buritizal apresentou o maior teor de sólidos solúveis dos frutos de maracujá-amarelo comercializados em Macapá, não diferindo estatisticamente dos estabelecimentos II e III. Esse valor de 12,58%, mesmo estando acima do encontrado por Farias et al. (2007), é considerado baixo no âmbito nacional, ou seja, valores inferiores a 13%. Vários fatores

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interferem no teor de sólidos solúveis, o ponto de colheita (Aular etal., 2000), a época de colheita (Nascimento et al., 1998), o tempo de armazenamento (Arjona et al., 1991). Com o tempo de armazenamento há redução no teor de sólidos solúveis totais, principalmente em

condições ambientais diferentes (Arjona et al., 1991). O maracujá é um fruto climatérico, mas não tem conversão de açúcar significativa após a colheita, o seu teor de açúcar é obtido praticamente da translocação de fotossimilados quando ainda estão ligados à planta.

Tabela 2. Valores das médias referentes a sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT), ratio (SS/AT), potencial hidrogeniônico (pH) e preço no varejo (P) de frutos de maracujazeiro amarelo comercializado em Macapá – Amapá.

Estabelecimento SS (°Brix) AT (%) Ratio (SS/AT) pH P (R$ kg-1) I 9,95 b 3,50 a 3,10 b 3,24 a 3,87 b II 11,39 ab 3,35 a 3,30 ab 2,97 b 3,88 b III 10,80 ab 3,23 a 3,80 a 3,21 ab 3,87 b Feira Livre 12,58 a 2,90 a 3,92 a 3,05 ab 4,50 a Média 11,18 3,25 3,53 3,12 4,03 DMS 2,41 0,63 0,61 0,25 0,01 CV (%) 13,40 16,24 10,71 4,94 0,2

CV(%): Coeficiente de variação. DMS: Diferença mínima significativa. Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

A acidez titulável da polpa de maracujá-amarelo comercializado em Macapá (Tabela 2), não sofreu efeito estatístico dos tratamentos. Os valores variaram entre 2,9 e 3,5%, tendo como acidez média 3,25%. Apesar de homogêneos, ficaram abaixo do valor máximo recomendado para o consumo na forma de fruta fresca (4,41 a 4,59%) (Folegatti & Matsuura, 2002). Tendência divergente foi verificada por Farias et al. (2007) para a região de Rio Branco-AC, onde a acidez titulável médio foi de 5,2%. Para a industrialização é importante que os frutos apresentem elevada acidez total titulável, o que diminui a adição de acidificantes e propicia melhoria nutricional, segurança alimentar e qualidade organoléptica.

O ratio (SS/AT) oscilou entre 3,1 e 3,92, tendo como valor médio 3,53 (Tabela 2). Pela relação SS/AT avalia-se a natureza doce ou ácida da polpa que caracteriza o sabor dos frutos conforme discutido por Haendler (1965). Segundo o autor, valores de relação (SS/AT)

superior a 4,2 expressam sabor muito bom e igual ou superior a 5,2, sabor excelente. Por outro lado, valores de SS/AT entre 3,4 e 4,5 (Folegatti & Matsuura, 2002), evidenciam frutos com qualidade adequada tanto para o consumo in natura como para o processamento do fruto.

Os frutos dos estabelecimentos

analisados apresentaram variabilidade no

tocante ao índice que indica acidez,

neutralidade ou alcalinidade das substâncias, também conhecido como pH (Tabela 2). O menor valor foi observado no estabelecimento II (2,97) e o maior no estabelecimento I (3,24), não diferindo estatisticamente esse último do estabelecimento III e feira livre. O valor médio (3,12) está próximo ao máximo permitido para o armazenamento que é pH = 3,3 (Folegatti & Matsuura, 2002). Esta situação indica que a produção obtida, conforme os dados da acidez se adéqua tanto ao mercado para consumo in

(6)

pH da polpa na faixa de 2,5 e 3,5 conforme Tocchini et al. (1994) são mais adequados à produção de suco concentrado do que para o consumo na forma de suco ao natural.

Os supermercados, no período de

realização do trabalho, apresentavam

semelhança no preço da fruta de maracujá-amarelo. Todavia, o produto procedente da feira livre custava cerca de R$ 0,60 mais caro. Farias et al. (2007), no período entre abril e maio de 2007, constataram que o maracujá-amarelo da cidade de Rio Branco-AC custava, em média, R$ 2,44.

A baixa produção amapaense e a necessidade de importação do produto de outros grandes centros produtores (Belém-PA e São Paulo-SP) são os principais fatores para o

encarecimento do maracujá-amarelo em

Macapá.

CONCLUSÃO

Os frutos de maracujá amarelo

comercializados em Macapá são de baixa qualidade e, mesmo custando R$ 0,60 kg-1 a

mais, os frutos da feira livre, são

qualitativamente superiores aos frutos

provenientes dos supermercados dessa

localidade.

AGRADECIMENTOS

Ao Bioquímico Rafael Cirqueira pelo auxílio nas análises e a Universidade Estadual do Amapá pelo apoio logístico e estrutural para a condução do experimento.

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