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Percepção de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação sobre as relações interpessoais estabelecidas entre seus pares

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Academic year: 2021

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Evento Salão UFRGS 2017: SIC - XXIX SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRGS

Ano 2017

Local Campus do Vale

Título Percepção de adolescentes em cumprimento de medida

socioeducativa de internação sobre as relações interpessoais estabelecidas entre seus pares

Autor CAROLINE BALBINOT

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Percepção de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação sobre as relações interpessoais estabelecidas entre seus pares

Aluna: Caroline Balbinot - UFRGS

Orientadora: Sílvia Helena Koller - UFRGS

As medidas socioeducativas são aplicadas em adolescentes de 12 a 18 anos incompletos que cometeram atos infracionais. São prioritariamente de caráter educativo e visam à reinserção dos adolescentes em sua comunidade. O objetivo do presente trabalho é conhecer as percepções de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação sobre as relações interpessoais estabelecidas com seus pares dentro da unidade de internação. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, conduzida em uma unidade de internação de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com dez adolescentes, entre 16 e 18 anos, divididas em três partes: primeiramente, investigou-se a relação dos adolescentes internos de maneira geral. Em seguida, os adolescentes eram convidados a pensar no par com quem tinham maior proximidade, respondendo a uma série de questões sobre o adolescente escolhido. Por último, os participantes eram convidados a pensar no par que com quem lidavam pior na unidade. Perguntas semelhantes eram realizadas às efetuadas anteriormente, só que com relação ao segundo adolescente imaginado. Os dados foram organizados a partir da Análise Temática, em uma perspectiva êmica, encontrando-se cinco temas: 1) Facções: os adolescentes revelaram que as facções criminais eram o ponto de partida para a organização da unidade socioeducativa, influenciando o estabelecimento de amizades e as inimizades entre os internos. Aqueles que pertenciam ao mesmo grupo compartilhavam comidas e se protegiam em momentos de tensão. Quanto aos rivais, era mantida uma distância para que se pudesse conviver com respeito. 2) Amizade: alguns adolescentes eram considerados como amigos, sendo caracterizados como alguém em quem se poderia confiar e por quem seriam apoiados quando precisassem, seja dentro da unidade, ou fora. A relação de intimidade era ainda maior quando os adolescentes já se conheciam antes do período de internação, de modo que a convivência permitia o fortalecimento da relação. Com esses adolescentes, a possibilidade de diálogo era maior, além de ser alguém em quem o jovem se inspiravam para sair do crime. Era preciso, contudo, ter cuidado com algumas amizades na unidade, pois elas poderiam influenciar a brigas e se envolver situações ilegais, como o consumo de drogas. 3) Convívio forçado e estratégias para a convivência: uma vez que na unidade de internação os adolescentes encontram rivais de antes do período de internação, o cumprimento da medida exigia estratégias pessoais para evitar brigas. Conversar apenas o básico com os adolescentes e criar um vínculo mais forte com aqueles com quem se dividia o dormitório, eram exemplos de estratégias relatadas pelos participantes. Para além desse respeito geral, existia na unidade uma hierarquia entre aqueles que mereciam mais respeito. Entre esses, aqueles que tinham acesso a camisas de times, drogas e que recebiam visitas. Aqueles que estavam há mais tempo na unidade faziam o papel de ensinar aqueles que estavam chegando as regras criadas pelos próprios adolescentes. 4) Inimizade: adolescentes de facções rivais tendiam a se evitar, porém muitas vezes acontecia de um adolescente provocar o outro, com brincadeiras indesejadas. Isso criava um clima de tensão e os adolescentes não se sentissem confortáveis perto desses pares. Como consequência, ocorriam brigas eventualmente. 5) Relações Sexuais: devido ao longo tempo de internação, ocorria nas unidades a possibilidade de relações sexuais consentidas. O fato de um adolescente interno ser homossexual abria a possibilidade para que situações como essa ocorressem. Ainda que relatadas aspecto interpessoais positivos entre os adolescentes, a unidade de internação apareceu, sobretudo, como um espaço de tensão das relações interpessoais. Intervenções devem ser conduzidas a fim de que a convivência dos adolescentes seja favorecedora do processo socializador e, não, dificultadora dele.

Referências

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