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Eliane Reis Oliveira. Comunicação sonora do Capitão-da-mata Lipaugus vociferans (aves, Cotingidae): Dinâmica de leques e assinatura vocal

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(1)

Comunicação sonora do Capitão-da-mata Lipaugus vociferans (aves,

Cotingidae): Dinâmica de leques e assinatura vocal

Belém

2009

(2)

ELIANE REIS OLIVEIRA

Comportamento vocal do Capitão-da-mata Lipaugus vociferans (aves,

cotingidae): Dinâmica de leques e assinatura vocal

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Teoria e pesquisa do

Comportamento da Universidade Federal do Pará,

como parte dos requisitos para obtenção do Título

de Mestre.

Área de concentração: Ecoetologia

Orientador: Profa. Dra. Maria Luisa da Silva

Belém

2009

(3)

COMISSÃO EXAMINADORA

Profa. Dra. Maria Luisa da Silva

Universidade Federal do Pará

Instituto de Ciências Biológicas

Programa de Pós Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento

Orientadora

Prof. Dr. Jacques M. E. Vielliard

Unicamp

Instituto de Biologia, Departamento de Zoologia

Membro

Prof. Dr. Olavo Galvão

Universidade Federal do Pará

Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento

Membro

Prof. Dr. Manuel da Silva Filho

Universidade Federal do Pará

Instituto de Biologia, Pós Graduação em Neurociências

Suplente

Prof. Dr. Felipe Andrés Contréra

Universidade Federal do Pará

Instituto de Biologia

Suplente

(4)

Fio d’Água

”Não quero ser o grande rio caudaloso

Que figura nos mapas.

Quero ser o cristalino fio d’água

(ou ser o galanteador fiu-fiu).

Que canta e murmura na mata silenciosa.

(5)

Dedico a meu Deus e a todos pela força.

Ilma, Helena e Pedro, amo vocês.

(6)

AGRADECIMENTOS

A maioria das pessoas sabe pelo que eu passei esse último ano e tenta imaginar o

quanto minha volta está sendo difícil, assim tentarei com palavras agradecer, sabendo o

quanto é difícil fazer isso.

• Minha mãe por ter acreditado e confiado que nosso Senhor ouve

nossos pedidos, por minha sopa na seringa e por cuidar do meu

bebê;

• Obrigada Malu, sempre dando forças e por acreditar na Biologia,

enquanto que muita gente não acredita;

• À Leili, que não saberei agradecer, mas o Lipaugus sabe, então

deixarei com ele. Fiu fiu;

• Amanda, Amandinha te amo de montão, você é um presente de

Deus, ah! Já sei como comemorar com você: mingau;

• Paulo, não deixe os periquitos-de-asa-branca, eles precisam ser

estudados por você! Você os entende, portanto, conte-os de novo

(brincadeira, apenas os estude)

• Amigos de graduação, que nunca se esqueceram de mim.

Leandra, Fábio, Regi, etc.;

• Às minhas tias e tios,(Idalúcia, Jacirene, Tânia, Cris, Naza, Dica,

Ademir, Josenor, Luís, que sempre deram força à minha mãe e

filha Helena;

• Primos (ao primo de coração Bradnaldo) e primas (Márcia,

Quíria, Quellem, Aldacy, Narcy e etc.);

(7)

• Amigos de hospital, amigos que me reencontraram nesse período

(Marcinete, Shirley, Sheila (Cadê meu mingau? e suas famílias,

Dani- você é forte no coração e no “muque”) enfermeiras e

enfermeiros, terapeutas, médicos, assistentes sociais, nutricionista

e seu chocolate, mãe e irmãs do Nato (Tereza e filhas, sogra e

cunhadas que Deus me deu. Amo vocês!). Sem vocês eu não teria

conseguido sobreviver;

• A todas as pessoas que achavam que eu morreria, pois isso me fez

capaz de resistir e estar aqui e estar em menos tempo do que

disseram que eu estaria, isso me deu forças para resistir.

Obrigada!

┼ Perdi pessoas que já amava e que aprendi a amar nesse período,

por isso quero relembrá-las, mesmo que seja aqui. Dona Filita, em

minha infância não tive avó materna e ela assumiu esse papel,

infelizmente a perdi e nem estive ao seu lado. Dona Iró, pessoa de um

coração imenso e que sempre me tratou bem. Nato, dividimos pouco

tempo juntos, mas momentos inesquecíveis. Nós nos encontraremos

ainda e a dor que eu sinto pela ausência de vocês ao perdê-los

finalmente se dissipará.

Enfim, as seqüelas me impedem de realmente lembrar e expressar o que eu sinto

ao pensar em todos. Deus os abençoe e recompense-os.

(8)

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS...

vi

RESUMO...

viii

ABSTRACT...

ix

1. INTRODUÇÃO...

1

1.1. COMUNICAÇÃO...

1

1.1.1. Comunicação sonora...

2

1.2. ARENAS...

4

1.3. GENERALIDADES SOBRE O Lipaugus vociferans...

1.4. JUSTIFICATIVA...

1.5. OBJETIVO GERAL...

7

8

9

1.5.1. Objetivos específicos...

9

2. METODOLOGIA...

10

2.1. O CAPITÃO-DA-MATA E A ÁREA DE ESTUDO...

2.1.1. Sistemática...

2.1.2. Distribuição geográfica...

2.1.3. Parque Ecológico de Gunma...

2.1.4. População estudada...

2.2. GRAVAÇÃO DOS CANTOS...

2.3. MARCAÇÃO DOS POLEIROS DE EXIBIÇÃO NAS

ARENAS...

2.4. ANÁLISE DOS RESULTADOS...

10

10

11

11

12

14

15

16

3. RESULTADOS...

19

3.1. DISPOSIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DENTRO DAS ARENAS....

3.2. ASSINATURA VOCAL...

19

29

4. DISCUSSÃO...

4.1. DINÂMICA DAS

ARENAS...

4.2. COMPORTAMENTO

VOCAL...

39

39

39

5. CONCLUSÃO...

41

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...

42

(9)

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: L. vociferans em ambiente natural.

FIGURA 2: Parque Ecológico de Gunma (PEG), localizado no Município de Santa

Bárbara-PA.

FIGURA 3: Localização das arenas de L. vociferans nas trilhas do PEG.

FIGURA 4: Notas que compõem o canto completo de L. vociferans.

FIGURA 5: Sonograma mostrando os pontos de medições.

FIGURA 6: Parque Ecológico de Gunma, com as trilhas marcadas, as arenas de

Lipaugus vociferans estudados e arena fora da área do Parque.

FIGURA 7: Gráfico com a correlação entre o número e a distância entre os indivíduos

estudados.

FIGURA 8: Gráfico com a correlação entre o número de indivíduos e o comprimento

das arenas.

FIGURA 9: Gráfico Box plot com as médias, erros e desvios-padrão das distâncias em

metros entre os indivíduos em seus poleiros dentro das arenas.

FIGURA 10: Este gráfico mostra que as arenas possuem maiores distâncias entre si do

que entre os indivíduos ou mesmo destes com as bordas ou trilhas.

FIGURA 11: Arena 1 da Trilha B mostrando os poleiros de 11 indivíduos.

FIGURA 12: Arena 2 da Trilha B mostrando os poleiros de 3 indivíduos.

FIGURA 13: Arena 1 da Trilha C mostrando os poleiros de 6 indivíduos.

FIGURA 14: Arena 2 da Trilha C mostrando os poleiros de 5 indivíduos.

FIGURA 15: Arena da Trilha D mostrando os poleiros de 3 indivíduos.

FIGURA 16: Arena I do condomínio Bom Jesus mostrando os poleiros de 2 indivíduos.

FIGURA 17: Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos

cantos dos indivíduos em relação ao parâmetro frequência mínima da nota B.

FIGURA 18: Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos

cantos dos indivíduos em relação ao parâmetro frequência máxima da nota B.

FIGURA 19: Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos

cantos dos indivíduos em relação ao parâmetro duração da nota B.

(10)

FIGURA 20: Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos

cantos dos indivíduos em relação ao parâmetro de duração TB4-TB2.

FIGURA 21: Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos

cantos dos indivíduos em relação ao parâmetro freqüência mínima da nota C.

FIGURA 22: Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos

cantos dos indivíduos em relação ao parâmetro freqüência máxima da nota C.

FIGURA 23: Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos

cantos dos indivíduos em relação ao parâmetro duração da nota C.

FIGURA 24: Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos

cantos dos indivíduos em relação ao parâmetro de duração TC4a-TCa2.

FIGURA 25: Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos

cantos dos indivíduos em relação ao parâmetro de duração TC4b-TC2b.

FIGURA 26: Sonogramas dos cantos de indivíduos de 1 a 4 de Lipaugus vociferans.

FIGURA 27: Sonogramas dos cantos de indivíduos de 5 a 8 de L. vociferans.

FIGURA 28: Sonogramas dos cantos de indivíduos de 9 a 12 de Lipaugus vociferans.

FIGURA 29: Sonogramas dos cantos de indivíduos de 13 a 16 de Lipaugus vociferans.

FIGURA 30: Sonogramas dos cantos de indivíduos de 17 a 19 de Lipaugus vociferans.

FIGURA 31: Distância euclidiana ou complete linkage com 19 indivíduos.

(11)

RESUMO

Lipaugus vociferans, o Capitão-da-mata, conhecido como “a voz da Amazônia”, é uma

espécie florestal abundante na região Amazônica, onde emite um canto forte e peculiar.

Esta ave canta formando arenas, que podem ser definidas como agregações de machos

em territórios de acasalamento. Esses machos se reúnem e defendem um território, se

fazendo notar pela fêmea através de sinais visuais, acústicos ou olfatórios elaborados. O

estudo do comportamento vocal desta espécie pode contribuir para o conhecimento da

estrutura da arena e sua vantagem evolutiva, além do status ecológico da espécie. Foram

analisados os cantos de 19 indivíduos em seis arenas de Lipaugus vociferans quanto aos

parâmetros físicos: duração, frequências mínimas e máximas das unidades sonoras

(notas) nas vocalizações com a melhor qualidade. As gravações foram feitas no Parque

Ecológico de Gunma (PEG), Santa Bárbara, PA e em um terreno ao lado do PEG com

gravador digital profissional Marantz PMD 660 e TASCAM DAP1 e microfone

ultradirecional Sennheiser. Juntamente com o registro das emissões vocais, observou-se

também o comportamento dos indivíduos nas arenas. Os resultados mostraram que é

possível diferenciar os indivíduos através do canto, pois ocorrem diferenças

significativas em pelo menos um dos parâmetros físicos analisados. A diferença

individual pode ser observada na modulação nas notas e principalmente em relação à

freqüência máxima das notas B e C, além da duração de uma parte da nota C, localizada

entre os pontos denominados de TC2b e TC4b (valores observados nas freqüências de

2.000 Hz e 4.000 Hz). Quanto à dinâmica das arenas, observamos que a distribuição dos

participantes e a distância entre os mesmos dentro das agregações não obedecem a um

padrão. Com esses resultados embasaremos estudos posteriores sobre as características

ecológicas dos locais onde essas arenas são formadas e do conhecimento sobre a

comunicação sonora dessas aves.

(12)

ABSTRACT

Lipaugus vociferans (Screaming Piha), known as "the voice of the Amazon", is an

abundant species in the Amazon forest, where emits a strong and peculiar song. This is

a lekking bird, in which males perform displays (conspicuous vocalizations) in

aggregations and are visited by females for the single purpose of mating. The study of

the vocal behavior of the Screaming Piha can contribute to the knowledge about the

structure of the lek mating system

and its evolutionary advantage,

besides the ecological

status of this species.

It was analyzed songs of 19 individuals from six leks of Lipaugus

vociferans, considering the following physical parameters: duration/time,

minimum and

maximum frequencies of the sound elements (notes).

The recordings were made

at the

Ecological Park of Gunma

(PEG), Santa Bárbara/PA,

and at in the adjacencies of the

PEG

using digital recorders Marantz PMD 660 and TASCAM DAP1

Professional

and

an shotgun microphone Sennheiser. It was also observed

the lek behavior of individuals.

The results showed that it is possible to differentiate the individuals by song,

because

there were significant differences in at least one of the physical parameters analyzed.

These differences have an important function in individual recognition inside or

between leks. The mainly parameters that influenced the individual difference in song

were the maximum frequency of the notes B and C

and the part of the duration of C

(TC2b-TC4b).

In relation to the lek dynamics, the distribution and the distance between

individuals

in the aggregations do not present a pattern. With these results we will base

more studies on the ecological and behavioral characteristics of lekking birds.

(13)

1.1.

COMUNICAÇÃO

A capacidade de comunicar informações sobre o estado fisiológico e sobre o

ambiente externo aumenta as chances de sobrevivência dos animais por permitir sua

reprodução. A comunicação envolve o fornecimento de informação de um emissor para um

receptor em potencial, através de um sinal, tornando-o capaz de responder adequadamente

considerando o que foi informado: identidade específica, identificação do sexo,

receptividade para acasalamento, disponibilidade e alocações de recursos; situações de

perigo; e coordenação de ações relativas a situações específicas (Guilford & Dawkins 1991;

Cathpole & Slater,1995; Krebs & Davies, 1996; Bradbury & Vehrencamp, 1998; Vielliard,

2004; Cross, 2009).Os sinais empregados durante a troca de informações podem ser de

natureza química ou física (Alcock, 1989; Endler, 1993; Krebs & Davies, 1996; Bradbury

& Vehrencamp, 1998; Konish, 1999; Vielliard, 2004).

Como a comunicação apresenta custos energéticos muito altos, a utilização dos

diferentes tipos de sinais dependerá dos custos impostos aos emissores e aos receptores,

além de restrições impostas pelos hábitos e hábitats destes indivíduos. Os animais

envolvidos necessitam possuir órgãos especializados e disponibilidade de tempo e energia

para que produzam e processem os sinais. O sinal precisa alcançar eficientemente o

receptor desejado, ser claro (considerando o ruído de fundo), além de facilitar a localização

do emissor pelo receptor, se este é o objetivo do emissor (Alcock, 1989; Endler, 1993;

Bradbury & Vehrencamp, 1998). De modo geral, em ambientes florestais, onde a

visualização dos indivíduos envolvidos é difícil, os sinais sonoros acabam se tornando mais

eficazes que os demais tipos de sinais (Alcock, 1989; Endler, 1993; Krebs & Davies, 1996).

O som se propaga em todas as direções, pode ultrapassar barreiras e percorrer longas

(14)

distâncias (Catchpole & Slater, 1995). Dessa forma, as aves florestais são muito vocais, e a

comunicação sonora desempenha um importante papel em sua sobrevivência (Catchpole &

Slater, 1995; Bradbury & Vehrencamp, 1998).

1.1.1. Comunicação sonora

Em aves, os sinais sonoros podem ser produzidos pela passagem de ar através de um

órgão específico, a siringe; através de sons mecânicos produzidos pelas asas e/ou

articulações; ou pela batida em objetos no ambiente, como fazem os pica-paus, por

exemplo, (Konish, 1999). A siringe é uma estrutura bifurcada, localizada entre a traquéia e

o pulmão, que apresenta uma parte muscular, e ao receber um estímulo nervoso produz o

sinal sonoro (Catchpole & Slater, 1995; Konish, 1999). As aves podem exibir uma

variedade de vocalizações, o que é chamado de repertório vocal. Este repertório é

constituído de muitos chamados ou gritos distintos, relacionados a contextos diversos

(chamados de contato, alarme, defesa do ninho, solicitação de alimentação na corte e

pedido de comida pelos filhotes) e de um canto (Catchpole & Slater, 1995).

(15)

O canto é o sinal de comunicação sonora que possui como função biológica

primordial o reconhecimento específico (Vielliard, 1987; Silva, 1995). A defesa territorial e

o acasalamento são comportamentos em que o canto é muito usado (Vielliard, 1987; Silva

1995). Essa vocalização pode ser estereotipada e transmitida de uma geração para outra

geneticamente, ou com variações e intermediada pela aprendizagem, o canto aprendido. O

canto inato é transmitido geneticamente em sua totalidade, não havendo necessidade de

aprendizagem para que cumpra sua função. Sua transmissão é realizada mesmo na ausência

de um modelo, como se verifica em experimentos de criação em isolamento acústico. O

canto aprendido apresenta parte de suas características determinadas geneticamente e parte,

determinada pela aprendizagem. Ele não é funcional sem um aprendizado adequado (Silva,

1995; Vielliard, 1987).

Em aves a aprendizagem vocal é descrita em membros da família Psittacidae,

algumas espécies de beija-flores e em Passeriformes da subordem Oscines (Kroodsma,

1982; Konishi, 1989; Pepperberg, 1993; Jarvis e cols.; 2000, Vielliard, 2004). Entre os

Passeriformes da ordem Suboscines o canto é inato (Kroodsma & Konishi, 1991).

Na maioria das espécies, o canto é produzido apenas pelos machos e é controlado

pelo hormônio masculino testosterona. Entretanto, em algumas espécies as fêmeas também

cantam, e inclusive alguns casais podem cantar em dueto. No caso das espécies em que o

canto é produzido apenas pelos machos, ele pode ser emitido para atrair fêmeas para

acasalamento (Catchpole & Slater, 1995).

(16)

1

Lek – termo em inglês.

2

Poliginia – Sistema de acasalamento em que um macho possui mais de uma parceira por

estação reprodutiva (Emlen & Oring, 1977; Krebs & Davis, 1996).

1.2. ARENAS

O sistema de arenas ou lek

1

é uma forma de poliginia

2

em que machos agregam-se

em pequenos territórios e exibem-se conspicuamente na tentativa de atrair fêmeas para o

acasalamento (Bradbury, 1981; Bradbury & Gibson, 1983; Wiley, 1991; Andersson, 1994;

Höglund & Alatalo, 1995; Prum, 1998). Bradbury (1981) sugeriu quatro critérios que

podem ser utilizados para definir este sistema: (1) os locais de exibições não contêm os

recursos básicos requeridos pelas fêmeas (o que inclui alimentação, água, poleiros, locais

de ninhos, etc.), a não ser os próprios machos. Ou seja, os benefícios adquiridos pelas

fêmeas são indiretos, e as mesmas freqüentam as arenas com o único propósito de acasalar;

(2) os machos contribuem apenas com os gametas; (3) os machos não provêem nenhum

cuidado parental aos seus descendentes, e depois da cópula, as fêmeas deixarão as arenas

sozinhas para incubar os ovos e cuidar dos filhotes; e (4) as fêmeas têm a oportunidade de

selecionar um parceiro em potencial.

A evolução das arenas provavelmente está limitada a espécies nas quais os machos

podem dedicar a maior parte de seu tempo e energia defendendo áreas e exibindo-se para as

fêmeas, e isto requer sua emancipação total de esforços parentais (Snow, 1962, 1963).

Podem ocorrer também quando o número de fêmeas é maior que o de machos e quando

nem os recursos nem as fêmeas podem ser defendidos economicamente, dentre outras

hipóteses (Krebs & Davies, 1996).

(17)

A razão mais provável para que os machos se agreguem em arenas é a de que este

comportamento fornece a oportunidade para que as fêmeas selecionem o “melhor parceiro”,

uma vez que elas podem ter acesso a uma grande quantidade de machos, além de ser

vantajoso para os machos por aumentar suas chances de encontrar fêmeas (Bradbury &

Gibson, 1983; Höglund & Alatalo, 1995). A preferência de fêmeas por machos que se

reúnem em arenas pode beneficiá-las também reduzindo o risco de predação e o custo

energético de procurar por parceiros (Bradbury, 1981; Reynolds & Gross, 1990). Neste

caso, um macho poderia gerar potencialmente mais descendentes unindo-se a outros

machos do que exibindo-se para fêmeas solitariamente (Ballard & Robel, 1974).

Tipicamente, em sistemas de arena, a seleção sexual é muito forte e quase sempre

há uma inclinação de sucesso reprodutivo, com poucos machos obtendo a maior proporção

de acasalamentos e a maioria dos machos não obtendo nenhuma. Cada macho defende um

território de exibição dentro da arena resultando em uma intensa competição, o que leva a

uma classificação de machos na hierarquia de dominância, e determina quem terá mais

descendentes na próxima geração (Beehler & Foster, 1988).

As fêmeas geralmente selecionam os machos com base na variação de seu fenótipo,

dando preferência a indivíduos com plumagens mais conspícuas ou cantos mais fortes e que

desempenhem exibições exageradas (danças nupciais elaboradas acompanhadas de

vocalizações especializadas e sons mecânicos), presumivelmente porque estes machos têm

“genes de alta qualidade” (Snow, 1961; Andersson, 1989, 1993; Andersson, 1993; Grafe,

1997; Prum, 1998; Saether e cols., 2000; Rintamaki e cols., 2001; Takahashi e cols., 2008).

Em algumas espécies, durante a seleção de parceiros, as fêmeas também parecem

prestar atenção em aspectos do território, tais como a posição do macho dentro da arena

(Rokko e cols., 1998). Geralmente machos centrais são mais experientes e/ou mais antigos

(18)

na arena que aqueles das periferias (Höglund & Lundberg, 1987), e podem mostrar também

maiores níveis de testosterona (Alatalo e cols., 1996). Portanto, a centralidade também

sugere qualidade do macho. Alternativas incluem a possibilidade de a centralidade estar

correlacionada com o sucesso de acasalamento porque machos menos atraentes agregam-se

ao redor daqueles mais atraentes (Bradbury & Gibson, 1983; Beehler & Foster, 1988), ou

porque as fêmeas preferem se acasalar em posições mais seguras de predadores (Gosling &

Petrie, 1990).

Em muitos casos, as arenas situam-se em locais tradicionais, com os machos

reunindo-se nos mesmos lugares durante anos sucessivos ao invés de estabelecerem novos

territórios (Wiley, 1991; Hovi e cols., 1996; Durães e cols., 2008).

O sistema de arena ocorre em uma grande variedade de táxons, incluindo insetos,

peixes, anfíbios, aves e mamíferos (Snow, 1961, 1974;

Lederhouse, 1982;

Snow, 1982;

Shelly, 2000; Booth-Binczi e cols., 2004; Friedl & Klump, 2005;

Murray & Fleming,

2008). Em aves, este sistema está presente em aproximadamente 6% das espécies (Gill

1995), incluindo alguns membros das famílias Phasianidae, Otidae, Scolopacidae,

Psittacidae, Trochilidae, Indicatoridae, Tyranidae, Pipridae, Cotingidae, entre outros (ver

Höglund & Alatalo, 1995).

(19)

1. 3. GENERALIDADES SOBRE O Lipaugus vociferans

A espécie Lipaugus vociverans, popularmente conhecida no estado do Pará como

Capitão-da-mata, é uma ave da família Cotingidae que exibe em seu sistema de

acasalamento comportamento em arena.

Não chama atenção por sua aparência,

apresentando plumagem críptica, não apresenta dimorfismo sexual e possui porte médio

24,5 cm (Snow, 1982; Sick, 1997). Apesar de ainda não se conhecer o critério utilizado

pela fêmea para a escolha do “melhor macho” para a cópula, é provável que seu canto

desempenhe este papel. Em qualquer filme ou documentário que apresente a Floresta

Amazônica como temática é comum ouvirmos como fundo “musical” um assobio descrito

de forma onomatopéica como “fiu-fiu”, que, apesar de não ser um assobio vindo do

galanteio de um homem para uma mulher, pode possuir comparativamente essa função.

O canto do Capitão-da-mata é de fácil reconhecimento e potente, ecoando nas

florestas úmidas amazônicas, chamando atenção de quem passa por ele, o que o faz merecer

o título de “voz da Amazônia” (Snow, 1982; Sick, 1997). O número de indivíduos por

arena pode chegar até trinta, mas em geral varia entre quatro e dez. O único ninho

registrado da espécie foi encontrado em setembro de 1972 na reserva Ducke, próximo a

Manaus. Era feito de gravetos espaçados, a uma altura aproximada de 7 metros, próximo a

um igarapé, entretanto seu conteúdo nunca foi visto (Snow, 1982).

(20)

1. 4. JUSTIFICATIVA

O Lipaugus vociferans pode ser considerado uma boa espécie para que sejam

realizadas observações comportamentais porque, apesar de ser uma ave críptica, apresenta

hábito diurno e de modo geral é de fácil localização na Amazônia. Apesar dessas

características, um estudo profundo sobre seu comportamento e biologia ainda não foi

realizado e algumas questões sobre seu canto ainda não são conhecidas.

Há uma carência de dados sobre aspectos básicos a respeito de seu comportamento

alimentar e reprodutivo, sobre a reação do macho durante a chegada da fêmea à arena, de

como a fêmea seleciona o “melhor” parceiro, ou mesmo se a sua localização em ambientes

florestais na Amazônia pode influenciar os parâmetros físicos de seu canto. Com isso, é

necessário que se inicie uma série de estudos para que estas questões fiquem esclarecidas.

Grafe (1997) observou o comportamento da espécie de sapo Hyperolius marmoratus, em

uma arena, e sugeriu que o sinal sonoro seria o único recurso utilizado para atrair a fêmea,

devido à grande semelhança entre os machos. Possivelmente o L. vociferans também pode

utilizar o recurso sonoro para seleção de parceiros, pois a priori o canto seria o único sinal

de exibição utilizado por ele, uma vez que sua visualização em ambiente natural é difícil,

devido a sua coloração quase imperceptível em relação a esse meio (Oliveira, 2007).

(21)

1.5. OBJETIVO GERAL

Verificar a existência de diferenças individuais no canto de L. vociferans, uma vez

que esta espécie é um Passeriforme da subordem Suboscines e, provavelmente, apresenta

um canto genético e estereotipado.

1.5.1. Objetivos específicos

• Examinar diferenças individuais dentro e entre as arenas, considerando o canto e a

posição geográfica dos poleiros, através do estudo do sonograma do canto do

animal, medindo os parâmetros físicos;

• Identificar a localização de cada macho dentro das arenas através de

georreferenciamento e mostrá-la graficamente utilizando o programa de computador

Google earth.

(22)

2. METODOLOGIA

2.1. O CAPITÃO-DA-MATA E A ÁREA DE ESTUDO

2.1.1. Sistemática

Reino: Animalia

Filo: Cordata

Classe: Aves

Ordem: Passeriformes

Subordem: Suboscines

Família: Cotingidae

Gênero: Lipaugus

Espécie: Lipaugus vociferans (Wied, 1820)

(23)

2.1.2. Distribuição geográfica

O Lipaugus vociferans está presente em toda Amazônia, das Guianas até a

Bolívia, Mato Grosso, Rondônia e Maranhão (Sick, 1997).

2.1.3. O Parque Ecológico de Gunma

Figura 2. Parque Ecológico de Gunma (PEG), localizado no Município de Santa

Bárbara-PA.

(24)

Os dados foram obtidos no Parque Ecológico de Gunma, o PEG (Figura 2),

localizado na altura do km 16 da rodovia Augusto Meira Filho (PA 391), no município

de Santa Bárbara do Pará, entre as coordenadas aproximadas de 01º13’00.86” S e

48º17’41.18” W. O PEG pertence à Associação Gunma Kenjin-Kai do Norte do Brasil,

possui aproximadamente 400 hectares de floresta nativa com cerca de 10 km de trilhas e

140 hectares de área aberta para uso múltiplo

(http://amazon-gunma.hp.infoseek.co.jp/p-forest.htm).

O parque possui clima do tipo tropical úmido e a temperatura elevada durante

todo o ano com média de 26°C. A floresta ombrófila (úmida) densa de terra firme é o

ambiente mais representativo, seguido de floresta secundária (capoeira) latifoliada,

igapó e várzea. O dossel da terra firme está entre 30-35m de altura, com as emergentes

podendo alcançar 45m. A várzea e o igapó são mais baixos e mais abertos. A floresta de

terra firme apresenta espécies típicas como a Maçaranduba Manilkara huberi, Acapu

Vuoacapoua americana, Ipê-roxo Tabebuia impetiginosa e o Tauari Couratari

guianensis. A floresta de igapó e de várzea é composta de espécies típicas de áreas

alagadas como Anani Symphonia globulifera, Ucuúba-verdadeira Virola surinamensis,

Açaí Euterpe oleracea dentre outras (Almeida 2003).

2.1.4. População estudada

O estudo foi realizado com a população de Lipaugus vociferans que se agrega

em seis arenas localizadas nas trilhas B (arenas B1 e B2), C (arenas C1 e C2), e D

(arena D) do Parque Ecológico de Gunma, e na estrada de um igarapé do condomínio

Bom Jesus (arena I), em frente ao parque (Figura. 3). Essas arenas apresentam de 2 a 11

(25)

indivíduos, o que está de acordo com o número de machos por arena encontrados por

Snow (1982). Nas arenas B1 e B2 da trilha B encontram-se 11 e 3 machos,

respectivamente; nas arenas C1 e C2 da trilha C encontram-se 6 e 5 machos,

respectivamente; na arena da trilha D encontram-se 3 machos; e na arena I do

condomínio encontram-se 2 machos.

Para a análise e georreferenciamento denominamos os indivíduos participantes

das arenas como o esquema a seguir:

Nome da arena (nome da trilha que está localizada) +Letras iniciais do nome da

espécie Lipaugus vocíferans (Lv) + Número do indivíduo dentro da arena (EX.: B1Lv8,

Esse indivíduo pertence à trilha B em sua primeira arena e é o indivíduo de número 8).

(26)

2.2. GRAVAÇÃO DOS CANTOS

As gravações dos cantos de machos de Lipaugus vociferans foram realizadas

dentro das arenas, durante duas visitas mensais realizadas de outubro de 2007 a

fevereiro de 2008, entre os horários de 6h30 e 10h30 da manhã. Estas gravações foram

feitas a cerca de 6m dos poleiros, com auxílio de um microfone ultradirecional

Sennheiser ME-67 e gravadores digitais Tascam DA-P1 e Marantz PMD660, todas

devidamente identificadas com data, hora e local.

Dos cantos gravados foram selecionados, considerando a melhor qualidade das

gravações, 10 cantos de 19 indivíduos para análises posteriores acerca das diferenças

individuais nos cantos do Capitão-da-mata. O número de indivíduos por arena que

tiveram seus cantos analisados também foram selecionados de acordo com a qualidade

das gravações.

2.3. MARCAÇÃO DOS POLEIROS DE EXIBIÇÃO NAS ARENAS

Dentro das arenas encontradas previamente (Oliveira, 2007), cada indivíduo foi

localizado, a priori, a partir de seu canto, e em seguida através de contato visual com

Binóculo Nikula (10X50). Dessa forma, os pontos dos poleiros onde eles estavam se

exibindo foram marcados com um GPS (Global Position System) Garmin 60Cx, durante

seis visitas realizadas nos meses de outubro e novembro de 2009, entre os horários de

7h00 e 10h00 da manhã. Nas arenas B2 e D não foi possível realizar o mapeamento de

todos os indivíduos, porque durante o período de marcação os machos estavam

cantando com menor freqüência que no período em que as gravações foram realizadas.

(27)

Após a marcação, os pontos foram plotados no programa de computador Google earth

5.1, onde medimos a distância entre os indivíduos dentro das arenas.

2.4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Silva (1996) apresenta a nota como unidade sonora contínua que pode ser

individualizada no sonograma. O canto completo do Capitão-da-mata é composto por

três notas, dadas em ordem alfabética, A, B e C (Figura. 4). A emissão de seu canto

muitas vezes não é completa, podendo ser emitidas separadamente de várias formas

(Ex.: notas AA, notas AC, somente nota C, somente B, entre outros). No estudo de

assinatura vocal iremos utilizar apenas as notas B e C para a análise, por apresentarem

uma estrutura mais complexa, a nota A apresenta variações mínimas de freqüência.

Os parâmetros físicos analisados foram: freqüências mínimas (Fmin) e máximas

(Fmáx) das notas B e C; duração de B (DB) e C (DC); a duração da nota B entre as

frequências 2000 Hz (TB2) e 4000 Hz (TB4); a duração da nota C entre as frequências

de 2000 Hz (TC2a) e de 4000 Hz (TC4a), na primeira vez em que estas frequências

tocam a nota; e a duração da nota C entre as frequências de 2000Hz (TC2b) e de

4000Hz (TC2b), na segunda vez em que estas a tocam, como mostrado na Figura 5.

(28)

Figura 4. Notas que compõem o canto completo de Lipaugus vociferans.

Figura 5. Sonograma mostrando os pontos de medições.

A análise das vocalizações foi feita através dos programas de computador Adobe

Audition 1.5, Avisoft, e os dados foram analisados estatisticamente com o programa

Statistica 7.1 da Statsoft, com o qual produzimos gráficos, verificamos a estatística

descritiva e realizamos testes de significância. Antes da realização destes testes de

(29)

significância, verificamos através do teste para normalidade Kolmogorov-Smirnov se os

dados coletados apresentavam distribuição normal. Quando os dados estavam de acordo

com a curva normal, realizamos o teste paramétrico de Correlação de Pearson, caso

contrário foi utilizado o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis.

Além disso, realizamos a Análise de Componentes Principais (PCA), para

verificar que parâmetros físicos do canto do Capitão-da-mata são mais importantes para

diferenciação individual, e uma análise de conglomerados, utilizando como método a

distância euclidiana de ligação completa, com o intuito de agrupar os indivíduos que

apresentem cantos mais semelhantes.

(30)

3. RESULTADOS

3.1.

DISPOSIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DENTRO DAS ARENAS

As arenas apresentaram variações em seu tamanho, número e disposições

dos indivíduos e nas distâncias entre os indivíduos. Sem levarmos em consideração

os erros em metros dos programas utilizados em computador e do GPS, por estar em

mata fechada, podemos estimar a distância mínima de 31,2 m entre os indivíduos

Lv7 e Lv8 do leque B1, a distância máxima de 266,9 m entre os indivíduos LV8 e

Lv9, também no leque B1, e média geral da distância de 116m entre os indivíduos.

Figura 6: Parque Ecológico de Gunma, com as trilhas marcadas, as arenas de Lipaugus

vociferans estudados e arena fora da área do Parque.

(31)

A figura 6 mostra a área do Gunma com os leques analisados e à esquerda com ILv1

e ILv2 que são os indivíduos de uma arena que está localizada na área de um condomínio,

fora da área da reserva.

Através do teste de correlação de Pearson, verificamos que houve uma correlação

moderada, negativa e significativa entre a distância e o número de indivíduos dentro das

arenas, ou seja, quanto maior o número de indivíduos em uma arena, menor é a distância

entre eles (Figura 7). Verificamos ainda uma correlação forte, positiva e significativa entre

o comprimento das arenas e o número de indivíduos, portanto quanto maior o número os

indivíduos, maior será o comprimento da arena (Figura 8).

Correlation: r = -0,5207; p=0,002

0 20 40 60 80 100 120 140 160

distância entre os indivíduos 0 2 4 6 8 10 12 NÚ M E RO DE IN D IV ÍDUO S 95% confidence

Figura 7: Gráfico com a correlação entre o número e a distância entre os indivíduos

estudados.

DISTÂNCIA ENTRE OS INDIVÍDUOS

NÚM

ERO DE

INDIVÍ

D

(32)

Figura 8: Gráfico com a correlação entre o número de indivíduos e o comprimento das

arenas.

A figura 9 mostra as médias das distâncias entre os indivíduos dentro das arenas.

Através dela verificamos que as médias das distâncias nas arenas B1, B2 e C1 são

semelhantes, a da arena D é um pouco mais baixa e em C2 e I, os indivíduos ficam em

média mais próximos uns dos outros.

Correl ação: r = 0,83117; p=0,04

40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280

comprimento das arenas em metros 0 2 4 6 8 10 12 n ú m e r o d e i n d i v í d u o s 95%confidence

COMPRIMENTO DAS ARENAS EM METROS

N Ú MERO DE IND IVÍDU OS

(33)

Média Erro-padrão Desv io-padrão B1 B2 C1 C 2 D I Arena 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

Figura 9. Gráfico Box plot com as médias, erros e desvios-padrão das distâncias em metro

entre os indivíduos em seus poleiros dentro das arenas.

A figura 10 mostra as médias das distâncias entre os indivíduos e as trilhas (88±55

m), entre os indivíduos dentro das arenas (116±55 m), entre os indivíduos e a borda da mata

(257±185 m), e entre as arenas (1.587±929 m).

ARENA DI STÂNC IA EM METR O S E N TRE O S I NDI VÍ D UOS

(34)

Figura 10. Este gráfico mostra que as arenas possuem maiores distâncias entre si do que

entre os indivíduos ou mesmo destes com as bordas ou trilhas.

DIS T ÂN CI A EM MET R OS Média Erro-padrão Desvio-padrão Indx tr ilh a s In d Indx B o rd a A rena s 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100 2200 2300 2400 di s tânc ia e m m e tr o s DIS T Â N CI A EM METROS

(35)

A primeira arena da trilha B é a maior em comprimento (266,9 m) e em número de

indivíduos (N=11). A figura 11 mostra a disposição dos machos dentro da arena B e em

relação à trilha.

(36)

A segunda arena da trilha B apresenta um comprimento de 133,5 m e 3 indivíduos

(Figura 12).

(37)

A primeira arena da trilha C apresenta um comprimento de 256,2 m e 6 indivíduos

(Fig. 13).

(38)

A segunda arena da trilha C apresenta um comprimento de 96,8 m e 5 indivíduos

(Fig. 14).

(39)

A arena da trilha D apresenta um comprimento de 117,6 m e 3 indivíduos (Fig. 15).

(40)

A arena do condomínio Bom Jesus, em frente ao Parque Ecológico de Gunma,

apresenta um comprimento de 63,7 m e 2 indivíduos (Fig. 16).

(41)

Em relação à distância entre as arenas, a maior distância ocorre entre as arenas C2 e

I (3.382,6 m) e a menor distância ocorre entre as arenas B1 e I (633,3 m), como mostra a

tabela abaixo com as distâncias.

Tabela 1. Distância entre as arenas de Lipaugus vociferans na área de estudo.

Arenas Distância

em

metros

B1xB2 646,1

B1xC1 1.864,9

B1xC2 2.597,2

B1xD 755,4

B1xI 633,3

B2xC1 1182

B2xC2 1.854,5

B2xD 788,5

B2xI 1.462,3

C1xC2 686,5

C1xD 1.544,2

C1XI 2.645,5

C2xD 2.441,1

C2xI 3.382,6

DxI 1.314,5

3.2. ASSINATURA VOCAL

Os cantos analisados de L. vociferans apresentaram diferenças globais significativas

quanto aos parâmetros físicos medidos, o que demonstra que estes indivíduos apresentam

assinatura vocal, ou seja, diferenças individuais em seu canto (Figs. 18 a 26).

(42)

Média Erro-padrão Desvio-padrão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 indivíduo s 1200 1250 1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600 1650 Fm in B F min B: KW-H(18;190) = 173,6345; p = 00,0000

Figura 17. Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos cantos

dos indivíduos em relação ao parâmetro frequência mínima da nota B.

F R EQU Ê NCI A MÍNI MA DE B INDIVÍDUOS

(43)

Média Erro-padrão Desvio-padrão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 indivíduos 4700 4800 4900 5000 5100 5200 5300 5400 5500 5600 Fm á x B F max B: KW-H(18;190) = 186,9287; p = 00,0000

Figura 18. Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos cantos

dos indivíduos em relação ao parâmetro frequência máxima da nota B.

F R E Q UÊNCIA MÁX IMA DE B INDIVÍDUOS

(44)

Média Erro-padrão Desvio-padrão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 indivíduos 0,46 0,48 0,50 0,52 0,54 0,56 0,58 0,60 0,62 0,64 d u ra ç ã od eB Dur B: KW-H(18;190) = 144,6898; p = 00,0000

Figura 19: Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos

cantos dos indivíduos em relação ao parâmetro duração da nota B em mili segundos.

DURA Ç ÃO D E B EM MS INDIVÍDUOS

(45)

Média Erro-padrão Desvio-padrão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 indivíduos 0,056 0,058 0,060 0,062 0,064 0,066 0,068 0,070 0,072 0,074 0,076 0,078 0,080 0,082 0,084 TB 4 -TB 2 T B4-T B2: KW-H(18;190) = 146,3799; p = 00,0000

Figura 20. Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos cantos

dos indivíduos em relação ao parâmetro de duração TB4-TB2.

TB4- TB2

(46)

Média Erro-padrão Desvio-padrão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 indivíduos 1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600 1650 Fm in C F min C: KW-H(18;190) = 161,3807; p = 00,0000

Figura 21. Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos cantos

dos indivíduos em relação ao parâmetro freqüência mínima da nota C.

FREQUÊNCIA M

ÍNIMA D

E

C

(47)

Média Erro-padrão Desvio-padrão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 indivíduos 4600 4700 4800 4900 5000 5100 5200 5300 5400 Fm á x C F max C: KW-H(18;190) = 184,9108; p = 00,0000

Figura 22: Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos cantos

dos indivíduos em relação ao parâmetro freqüência máxima da nota C.

F R E Q UÊ N C IA M Á XI M A D E C INDIVÍDUOS

(48)

Média Erro-padrão Desvio-padrão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 indivíduos 0,46 0,48 0,50 0,52 0,54 0,56 0,58 0,60 d u ra ç ã od eC Dur C: KW-H(18;190) = 159,7634; p = 00,0000

Figura 23: Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos cantos

dos indivíduos em relação ao parâmetro duração da nota C.

DU R A Ç ÃO DE C INDIVÍDUOS

(49)

Média Erro-padrão Desvio-padrão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 indi víduos 0,036 0,038 0,040 0,042 0,044 0,046 0,048 0,050 0,052 0,054 TC 4 a -T C 2 a T C4a-T C2a: KW-H(18;190) = 99,1131; p = 0,0000

Figura 24: Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos cantos

dos indivíduos em relação ao parâmetro de duração TC4a-TCa2.

TC4a-T

C2

a

(50)

Média Erro-padrão Desvio-padrão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 indivíduos 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20 0,22 0,24 0,26 0,28 TC 2 b -T C 4 b TC2b-TC4b: KW-H(18;190) = 178,7933; p = 00,0000

Figura 25: Gráfico Box plot e teste de Kruskal-Wallis mostrando as diferenças nos cantos

dos indivíduos em relação ao parâmetro de duração TC4b-TC2b.

Segundo a análise de componentes principais (PCA) os parâmetros que mais

influenciam na assinatura vocal do primeiro componente são as freqüências máximas de B,

C, e a duração da nota C entre as frequências de 2000 Hz (TC2b) e de 4000 Hz (TC4b)

(Tab. 2). Este componente explica 32% de toda a variação nas medidas dos parâmetros

físicos dos cantos.

INDIVÍDUOS

TC2b-T

C

(51)

Tabela 2. Valores do primeiro componente da análise de componentes principais,

valores em vermelho indicam as variáveis mais influentes.

Parâmetros físicos

Valores do componente 1

Frequência mínima de B

0,44

Frequência máxima de B

0,91

Duração de B

0,27

Duração de TB4-TB2

-0,08

Frequência mínima de C

0,61

Frequência máxima de C

0,88

Duração de C

0,07

Duração de TC4a-TC2a

-0,08

Duração de TC2b-TC4b

-0,79

As figuras de 27 a 31 mostram os sonogramas de todos os cantos dos indivíduos

analisados. Observações minuciosas destes sonogramas já podem evidenciar algumas

diferenças nos cantos de Lipaugus vociferans.

(52)

Figura 26: Sonogramas dos cantos de indivíduos de 1 a 4 de Lipaugus vociferans

(53)

Figura 27: Sonogramas dos cantos de indivíduos de 5 a 8 de Lipaugus vociferans

(54)
(55)

(56)

(57)

Segundo a análise de conglomerados, considerando os parâmetros físicos medidos,

os indivíduos das diferentes arenas se misturam, portanto a diferenciação vocal é

individual, não importando a que arena os machos pertençam. Exemplos dessa mistura são

que os indivíduos 1 e 2, pertencentes a mesma arena, encontram-se bem distantes no

dendograma e os indivíduos 5 e 9, pertencentes a arenas diferentes estão bem próximos

(Figura 32).

Análise de Conglomerados Distância Euclidiana: Ligação completa

M édi a I G _15 M é di a B 1_6 Mé d ia C2 _ 1 9 M édi a D _ 3 M édi a D _ 2 Mé d ia C1 _ 1 4 M é di a B 1_7 M é di aB 2 _ 1 6 Mé d ia C1 _ 1 2 M édi a B 2 _17 Mé d ia C1 _ 1 1 M é di a B 1_9 M édi a D _ 5 Mé d ia C1 _ 1 0 M édi a D _ 4 Mé d ia C2 _ 1 8 Mé d ia C1 _ 1 3 M é di a B 1_8 M édi a D _ 1 indivíduos 0 200 400 600 800 1000 di stânci a d e l iga ção

Figura 31: Distância euclidiana ou complete linkage com 19 indivíduos.

(58)

4. DISCUSSÃO

4.1 DINÂMICA DAS ARENAS

De acordo com os nossos resultados cada arena apresenta uma distribuição

característica de indivíduos. Verificamos que as arenas estão distribuídas de forma a não

permitir que haja a audição da vocalização dos machos de Lipaugus vociferans entre elas.

Não é possível escutar os indivíduos da arena B1 quando se está na arena IG e vice-versa,

que correspondem às arenas mais próximas entre si – distam 633,3 m.

A arena I é a que apresenta o menor número de indivíduos (2), a menor distância da

borda da mata (49,2 m), que neste caso está fora da área do parque e é secundária. Um

estudo mais detalhado das condições ecológicas de cada arena pode mostrar se estas

diferenças que observamos neste estudo podem corresponder a uma influência ambiental na

composição e distribuição dos indivíduos na arena.

4.2 COMPORTAMENTO VOCAL

Verificamos que os cantos de Lipaugus vociferans podem ser diferenciados

individualmente e podem ser relevantes para o reconhecimento dos participantes da arena,

facilitando a identificação de machos provenientes de outras arenas. Estudos detalhados

com marcação de indivíduos e identificação das fêmeas podem elucidar se o canto pode ser

utilizado como um fator de seleção sexual.

Por fazer parte da subordem Suboscines é provável que o canto do Capitão-da-mata

seja inato, entretanto, Kroodsma (2005) forneceu evidências de aprendizagem vocal em

(59)

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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