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DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA: UM INSTRUMENTO DE SALVAGUARDA DO PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO

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DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA:

UM INSTRUMENTO DE SALVAGUARDA DO PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO

AZEVÊDO, Gabriela

1

, PONTUAL, Virginia

2

, ZANCHETI, Silvio³

1: UFPE e-mail: azvdo.gabi@gmail.com 2: MDU / UFPE e-mail: virginiapontual@gmail.com 3: CECI e-mail: smz@ceci-br.org RESUMO

Este artigo apresenta o procedimento de elaboração de uma declaração de significância voltada para o patrimônio arquitetônico. A declaração é o um documento onde estão expressos os valores e significados de um bem patrimonial, e é utilizada como referência para as ações de conservação, gestão e restauro. Apesar da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), juntamente com o World Heritage Centre (WHC), exigirem uma declaração de significância dos bens que vão ser submetidos à inscrição na Lista de Patrimônio Mundial, são poucos os documentos que se detém na descrição dos procedimentos para sua elaboração. A partir da análise de literatura disponível sobre o tema e das experiências dos autores com trabalhos nesse campo, foi desenvolvido um modelo teórico-metodológico para a elaboração das declarações de significância. Neste artigo serão apresentados os resultados finais dessa pesquisa1 que são: (1) o procedimento de

elaboração de uma declaração de significância voltada para bens arquitetônicos, apresentando o passo-a-passo de cada etapa; e (2) o modelo final da declaração, expondo alguns exemplos de como a declaração ficará estruturada a partir deste processo. Espera-se que este trabalho venha a ser utilizado como auxílio no processo de elaboração da declaração por órgãos e instituições voltadas para a salvaguarda do patrimônio cultural.

PALAVRAS CHAVE: declaração de significância; metodologia; patrimônio cultural

1 Essa pesquisa é resultado do trabalho de graduação da autora Gabriela Azevêdo, orientado pela Profa. Dra. Virginia

Pontual e pelo Prof. Dr. Silvio Zancheti, intitulado “Declaração de significância: uma investigação metodológica”, no curso de arquitetura e urbanismo, na Universidade Federal de Pernambuco, no ano de 2013.

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1 INTRODUÇÃO

A declaração de significância é um documento onde estão expressos os valores e significados de um bem patrimonial. A declaração é utilizada como referência para as ações de conservação, gestão e restauro, pois apresenta quais são as características do bem que devem ser preservados. A declaração é utilizada como instrumento de suporte de memória e orientação para a ação da conservação. Como memória, grava para o futuro, a avaliação cultural que uma comunidade realizou de um bem patrimonial. Como orientação, especifica as características do bem para as quais a comunidade atribuiu valor cultural, e que devem ser mantidas no tempo (ZANCHETI e HIDAKA, 2009). Utilizada por muitas instituições, a declaração de significância passou a ser exigida na década de 1990 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), juntamente com o World Heritage Centre (WHC), para a inscrição dos bens na Lista de Patrimônio Mundial. Apesar do WHC fazer esta exigência, e a literatura ressaltar a importância da declaração para a conservação dos bens patrimoniais, são poucos os documentos que se detém na descrição dos procedimentos para sua elaboração. O suporte teórico existente sobre o tema é escasso e insuficiente, não auxiliando os órgãos e as instituições que necessitam elaborar uma declaração. Por não existir um modelo de referência, as declarações se tornam muito diferentes umas das outras, tanto na extensão do texto quanto em seu conteúdo.

Nesse contexto, este trabalho se desenvolveu a partir de duas bases metodológicas. A primeira tratou de investigar trabalhos especializados que discutem o processo de elaboração da declaração de significância para bens patrimoniais. A segunda avaliou o texto de algumas declarações de bens inscritos na Lista de Patrimônio Mundial, e assim identificou semelhanças e particularidades, bem como lacunas deixadas pela maioria delas. A correlação desses dois procedimentos foi possível desenvolver um modelo teórico-metodológico para a elaboração das declarações para bens arquitetônicos.

A apresentação dos resultados inicia-se pelo procedimento de elaboração de uma declaração de significância voltada para bens arquitetônicos, e segue com o modelo final da declaração. Espera-se com este trabalho auxiliar na consolidação de um importante instrumento de conEspera-servação e gestão do patrimônio cultural.

2 SISTEMA INTERNACIONAL DE SALVAGUARDA

A conservação do patrimômio se dá em diferentes âmbitos e escalas.2 O processo de

salvaguarda dos bens patrimoniais pode ser feito por instituições locais, estaduais, nacionais ou internacionais, que empreendem ações diversas, tais como: identificação, registro, tombamento, manutenção, monitoramento e restauração dos bens.

Nas últimas décadas o sistema internacional de salvaguarda dos bens patrimoniais tem se baseado em três pilares: significância cultural, integridade e autenticidade. A Unesco exige testes de integridade e autenticidade, bem como um documento com a declaração de significância dos bens a serem submetidos ao processo de inscrição na Lista de Patrimônio Mundial.

A significância cultural é o conjunto de todos os valores conhecidos de um objeto, compartilhados por grupos sociais (Zancheti et al., 2009). A primeira vez que o termo significância cultural foi usado em um documento institucional foi em 1964, na Carta de Veneza. Porém, sua

2A instituição responsável pela salvaguarda dos bens de valores excepcionais é a Unesco, juntamente com o WHC. São

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definição só vem aparecer na Carta de Burra, em 1999. A Carta de Burra compreende a significância como o conjunto de valores de um bem patrimonial para as gerações passadas, atuais e futuras.

No que diz respeito à construção da significância cultural, existem basicamente dois tipos de abordagens. A abordagem objetiva, que compreende os valores como qualidades intrínsecas aos bens patrimoniais, ou seja, como um conceito objetivo e fixo. Este ponto de vista presume que a

cultura pode ser tratada como um conjunto estático de artefatos (MASON, 2004, p.66), e que o

mesmo objeto terá os mesmos valores para diferentes grupos sociais e culturais.

Outro ponto de vista é o da abordagem relativista, que apreende os valores como qualidades subjetivas, atribuídas pelos atores sociais, 3 e que se transformam no tempo e no espaço. Dentro

desta abordagem, Howard Green (1998) compreende que a significância cultural é construída socialmente, a partir da interação de diferentes grupos sociais, não sendo apenas os especialistas que determinam a significância.

Integridade, etimologicamente, significa inteireza, ou seja, qualidade de ser inteiro, na condição de não ter nenhuma parte faltando. Segundo Stovel (2007), para saber se um bem é íntegro deve-se responder a seguinte questão: todos os elementos necessários para contar a história completa do bem estão presentes? De modo complementar, o Guia Operacional (UNESCO, 2005) define integridade como a medida da plenitude e inteireza do patrimônio e seus atributos.

A autenticidade refere-se à qualidade do que é autêntico, ao caráter do que é genuíno e verdadeiro. A UNESCO compreende a importância deste conceito de autenticidade para a validação dos valores patrimoniais. Ainda segundo o Guia, a capacidade de compreender o valor atribuído ao

patrimônio depende do grau de credibilidade ou de veracidade que se pode atribuir às fontes de informação relativas a esse valor (UNESCO, 2005, #80).

Culturalmente, as sociedades ocidentais tendem a enfatizar os aspectos materiais dos bens patrimoniais em detrimento de outros aspectos, de caráter mais subjetivo. Isso tem vários reflexos, e um deles sobrecai na compreensão de autenticidade. Diversos templos asiáticos e africanos tinham o seu pedido de inscrição na Lista do Patrimônio Mundial negados por questão de um costume local. Como muitos desses bens eram construídos com materiais perecíveis, como o barro e a madeira, passavam periodicamente por um processo de substituição dos materiais degradados, tendo em vista a sua conservação.

Em 1994 o Japão sediou um evento internacional para ampliar a discussão sobre as dimensões da autenticidade – a Conferência de Nara. A partir da Conferência o conceito de autenticidade foi ampliado, de modo a reconhecer que há outras formas de autenticidade além da materialidade do objeto patrimonial. Afinal, é necessário aceitar que as diferentes culturas podem ter diferentes formas

de expressar-se sobre questões como a verdade e autenticidade (JOKILEHTO, 2006, p.3, tradução dos

autores). A partir desse evento, a Unesco remodelou os critérios do teste de autenticidade, deixaram de ser meramente materiais e incorporaram aspectos imateriais do patrimônio. 4

Para a avaliação da significância de um determinado bem, os conceitos de integridade e autenticidade também são fundamentais. Assim, neste trabalho a significância cultural é compreendida como uma construção intersubjetiva, fruto das relações entre sujeitos e objetos, que se modificam a partir dos diferentes contextos, no tempo e no espaço.

3 Também conhecidos na literatura como stakeholders.

4 Atualmente os critérios de análise da autenticidade utilizados pela UNESCO são: 1) forma e concepção, 2) materiais e

substância, 3) uso e função, 4) tradições, técnicas e sistemas de gestão, 5) situação e enquadramento, língua e outras formas de património imaterial, 6) espírito e impressão, e 7) outros fatores internos e externos (UNESCO, 2005, #82).

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3 O ESTADO DA ARTE DAS DECLARAÇÕES

Os documentos mais significativos que discutem a importância da significância cultural para a conservação do patrimônio são: A Carta de Burra (Austrália, 1999); Significance: A guide to assessing

the significance of cultural heritage objects and collection (Austrália, 2001); e Guia Operacional

(UNESCO, 2005). Há também o artigo A declaração de significância de exemplares da arquitetura

moderna (Zancheti e Hidaka, 2009).

A Carta de Burra (1999) foi o primeiro documento a discorrer sobre o procedimento de elaboração de uma declaração de significância. O processo se divide em quatro fases, que são: 1) identificar o sítio e o seu entorno; 2) recolher e registrar informações sobre o sítio; 3) avaliar a significância; 4) preparar uma declaração.

As críticas feitas ao processo apresentado na Carta de Burra devem-se a algumas divergências presentes no documento. Uma delas é que apesar da Carta dispor que deve ser dada oportunidade

aos grupos e às pessoas que tenham associações com um sítio (1999, #26), o procedimento é

apresentado como um processo vertical, no qual a significância é avaliada apenas pelos especialistas. A construção da significância cultural é compreendida na Carta de Burra de forma objetiva, linear e, sobretudo, em um processo não democrático.

O Conselho de Patrimônio da Austrália, elaborou em 2001, um guia para auxiliar na elaboração da significância cultural de objetos e coleções patrimoniais. Apesar do guia ser voltado para a área de museus, galerias de arte e coleções históricas, tem grande contribuição na compreensão da construção da significância para os bens patrimoniais como um todo.

Segundo o Guia, a avaliação da significância envolve três fases: 1) análise do objeto; 2) compreensão da história e do contexto; 3) identificação dos valores do objeto para as comunidades. Entretanto, essas três fases não são elaboradas de forma linear, mas estão inter-relacionadas, e se desdobram nas seguintes etapas: compreensão da história e origem do bem, compreensão do contexto no qual o bem está inserido, análise da autenticidade e da integridade do bem, identificação dos valores e elaboração da declaração.

Com relação ao texto da declaração as autoras afirmam: Escreva uma declaração sucinta de

significância que encapsule os valores e significados do objeto. Não basta dizer que o objeto é significativo – deve-se explicar por que é importante e o que isso significa (RUSSELL e WINKWORTH,

2001, p.20, tradução dos autores).

O Guia Operacional (2005) apresenta as diretrizes para elaboração das propostas de inscrição dos bens para a Lista de Patrimônio Mundial. O documento afirma que a declaração deve abordar questões como: o que o bem representa, o que o torna excepcional, quais são os valores específicos

que o distinguem, quais são as relações do bem com o seu entorno (UNESCO, 2005, p.154).

Infelizmente, este é o único trecho em todo o documento em que a questão da significância cultural é abordada. Ou seja, apesar da UNESCO exigir uma declaração para a avaliação da inscrição de um bem na Lista, ela não dá suporte aos Estados-parte para que elaborem a declaração como instrumento de gestão da conservação do sítio.

O quarto documento analisado, Zancheti e Hidaka (2009), é um trabalho acadêmico que foi publicado através da parceria do CECI com o ICCROM. Um dos pontos de discussão levantados pelos autores diz respeito a questão conceitual da significância cultural. A opinião dos autores é que a declaração deve ser construída a partir do entendimento do relativismo cultural, e assim a declaração poderá se tornar um instrumento que estabelece: a) os valores em disputa na sociedade; b) avalia, no

presente, os valores segundo uma escala de importância, indicando os conflitos de avaliação mais relevantes e c) explica as mudanças da significância do passado até o presente (ZANCHETI e HIDAKA,

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2009, p.6).

Além desses documentos, foram analisadas as declarações de três sítios inseridos na Lista de Patrimônio Mundial. Os casos estudados são de diferentes épocas e são bens de configurações distintas, tendo em vista que o recorte fosse o mais diversificado possível. Os casos analisados foram o Centro Histórico de Olinda (inscrito na Lista como conjunto urbano), a Ópera de Sydney (como monumento), e o Rio de Janeiro (como paisagem cultural).

Com esta análise percebeu-se que as declarações de significância se diferenciam de acordo com a finalidade. A declaração elaborada pelo Estado-parte para tentar a inscrição de um bem na Lista é muito diferente de uma declaração elaborada como parte de um plano de gestão da conservação de um bem patrimonial.

As declarações para a inscrição de um bem na Lista, que é o caso das declarações analisadas do Rio de Janeiro e da Ópera de Sydney, se baseiam no conceito de valor universal excepcional5 utilizado

pelo sistema WHC-Unesco. As declarações que se baseiam nesse conceito refletem a pouca precisão conceitual do mesmo, e não apresentam os valores e significados do bem de forma clara e direta, o que dá margem a diferentes interpretações.

A declaração analisada que se diferencia deste modelo é a de Olinda, pois foi elaborada como parte de um plano de gestão da conservação do sítio, trinta anos após a sua inscrição na Lista. Como há um distanciamento temporal, a declaração consegue avaliar quais são os valores que permaneceram ao longo do tempo e quais são os novos valores que foram incorporados ao sítio. O texto desta declaração se baseia em uma categorização de valores e identifica onde estes valores estão expressos, o que auxilia na operacionalização da declaração como instrumento, como mostra o trecho na declaração abaixo.

O valor histórico se expressa através do traçado urbano, testemunho de um processo de ocupação territorial implantado pelos portugueses no nordeste brasileiro ainda no século XVI, que seguia a tradição medieval de defesa por altura; do conjunto arquitetônico, composto por um casario homogêneo e por monumentos religiosos de uma mesma época e estilo; e das disputas políticas e ideológicas, resultado das primeiras iniciativas de libertação da coroa portuguesa, evidenciadas em fatos e documentos históricos que estão registrados em relatos da cultura material e imaterial, dentre outros (CECI – ITUC, 2009, p.08-09).

As conclusões que se chegou com a análise dos estudos de caso foram:

! O texto introdutório da declaração deve fazer uma breve apresentação do bem, focando em pontos importantes da história do bem;

! A redação da declaração deve ser curta e de linguagem clara;

! Os valores e significados culturais devem ser apresentados no texto de forma objetiva, pois quando isso não acontece, abre-se uma lacuna para diferentes interpretações;

! Faz-se necessário identificar tanto os valores antigos como os novos valores incorporados ao bem; ! Deve-se considerar a opinião de diferentes atores sociais para a declaração refletir os diversos

valores do bem;

! A declaração deve incluir também as características (atributos materiais e imateriais) e os objetos patrimoniais responsáveis pela significação do bem;

5 O valor universal excepcional significa uma importância cultural e/ou natural tão excepcional que transcende as fronteiras

nacionais e se reveste do mesmo caráter inestimável para as gerações atuais e futuras de toda a humanidade (UNESCO, 2005, #49).

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! Faz-se de grande importância os levantamentos arquitetônicos e iconográficos, que vai servir de subsídio para a não descaracterização do bem em intervenções futuras.

Estas considerações, juntamente com os documentos analisados anteriormente, foram substanciais para o processo metodológico de elaboração da declaração de significância, que será apresentado a seguir.

4 DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA: UMA CONSTRUÇÃO SOCIAL

A metodologia para a elaboração de uma declaração apresentada neste trabalho se fundamenta no conceito de significância cultural como processo construído e validado socialmente. Em decorrência deste julgamento, identificou-se cinco pontos fundamentais para o procedimento de construção da declaração de significância: i) Objetividade na redação; ii) Multiplicidade dos valores; iii) Diversidade dos atores sociais envolvidos; iv) Validação do processo; v) Atualizações periódicas.

A objetividade na redação da declaração é um dos pontos mais importantes do texto. Para que a declaração se torne um instrumento na gestão da conservação dos bens, o texto deve ser curto, objetivo e de linguagem clara. Como a significância cultural é um conceito que permeia o campo da subjetividade, para a declaração se tornar um instrumento de fácil operacionalização, deve haver um esforço do pesquisador para relacionar os elementos intangíveis do bem (valores e significados) com os elementos tangíveis (atributos) (STOVEL 2002; HIDAKA 2011; SILVA 2011).

A noção de atributo é discutida por diversos autores, mas nem sempre se chega a um consenso. Neste trabalho entende-se por atributo as características dos bens patrimoniais (materiais ou imateriais) possuidoras de valores. Sendo os valores entidades subjetivas, a identificação dos atributos é uma das formas de objetivar os significados do bem patrimonial.

Com relação à multiplicidade de valores, é importante que a declaração integre valores

reconhecidos em todos os níveis (STOVEL, 2002, p.178), do nível local ao nacional, e se for o caso,

internacional. Zancheti e Hidaka (2009) afirmam ainda que na declaração devem estar inseridos tanto os significados validados como os não validados, construindo um documento que sirva não apenas para o presente mas também para o futuro.

A importância da relação dos atores sociais no processo de conservação e gestão dos bens patrimoniais é tema de discussão há quase quatro décadas, quando o tema foi discutido na Declaração de Amsterdã (1975). Assim, a opinião dos diferentes grupos envolvidos com o bem deve ser considerada para que a declaração de significância seja um instrumento de gestão democrática.

A declaração de significância, também auxilia no monitoramento do estado de conservação dos bens patrimoniais, e para isto, deve refletir os valores do passado e do presente. É necessário que se façam atualizações periódicas para que a declaração possa incorporar as novas significações. 3.1 Processo de construção da declaração

Para uma melhor operacionalização, o processo de construção da declaração de significância foi subdividido em cinco etapas, mais a revisão, como mostra o diagrama a seguir.

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Diagrama 01: Proposta para o processo de construção da declaração

Fonte: AZEVÊDO, 2013.

Etapa 1: Levantamento e identificação

Esta etapa consiste no recolhimento e análise de informações sobre o bem em seus diversos aspectos, que devem ser coletados e organizados em um banco de dados. Este é um dos passos mais importantes, pois os seus resultados estão ligados à compreensão de forma preliminar dos valores e significados do bem. O resultado desta etapa será um documento com diversas informações sobre o bem. As fases de levantamento e identificação são seis: A. Levantamento preliminar, B. Levantamento de fontes documentais e iconográficas, C. Análise arquitetônica, D. Identificação do estado de conservação do bem, E. Levantamento dos instrumentos de salvaguarda, F. Identificação dos atores sociais.

O levantamento preliminar consiste no conhecimento preliminar do bem, com visitas ao local e início das leituras a respeito do bem. O levantamento de fontes documentais e iconográficas consiste na compreensão da história e significado do bem dentro do contexto em que está inserido, desde a sua construção até a data da pesquisa, pois é a história que pode revelar a cultura de um

lugar e os significados expressos ao longo dos séculos (PONTUAL et al., 2008, p.3). Alguns dos dados

levantados devem ser: quando e por quem o bem foi construído, qual a sua importância para a época, como se deu sua evolução no tempo, e quais foram as intervenções pelas quais o bem passou. Estas pesquisas devem ser feitas a partir de diferentes fontes documentais, que permitam maior domínio sobre o tema. Deve-se buscar no acervo da cidade e em outros locais os registros daquele bem, que inclui além dos textos, fotografias, mapas e imagens. As pesquisas devem contemplar também trabalhos técnicos de órgãos públicos e trabalhos acadêmicos sobre o objeto de estudo.

A análise arquitetônica consiste no reconhecimento do bem em seu estado atual. Para esta etapa Zancheti e Hidaka (2009) propõem que se deve fazer uma análise da arquitetura e da construção do edifício em seu estado atual ressaltando: os materiais, métodos e sistemas construtivos; a relação com edifícios de épocas semelhantes de outros países e regiões; a organização espacial dos ambientes e das áreas externas; os elementos construtivos e decorativos; os bens móveis e integrados.

Para a identificação do estado de conservação do bem deve-se identificar o atual estado de conservação do bem. Esta fase deve ser feita por meio de registros fotográficos, juntamente com a descrição das patologias, e caso seja necessário, deve-se elaborar um mapa de danos. Devem ser identificadas também todas as intervenções e restaurações pelo qual o bem já passou. Esta fase vai dar subsídios para a avaliação da integridade e autenticidade do bem (Etapa 2) e para a elaboração das diretrizes para gestão do bem (Etapa 4).

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O levantamento dos instrumentos de salvaguarda diz respeito à pesquisa da existência (ou ausência) de instrumentos de proteção para a salvaguarda do bem. Deve-se levantar a legislação ao qual o bem está submetido e observar a área de delimitação do tombamento (sendo apresentado em mapa). A identificação dos atores sociais refere-se à identificação dos atores sociais envolvidos com a história e a conservação do bem. A escolha dos atores sociais envolvidos deve refletir as particularidades do bem analisado e está aberto a mudanças e interpretações. Os atores sociais podem ser divididos em quatro categorias: especialistas, residentes, grupos de referência cultural e visitantes (HIDAKA, 2011).

Este é o momento de identificação dos bens móveis e integrados, e também dos atributos (materiais e imateriais) que expressam os valores patrimoniais. Nesta fase o pesquisador estará familiarizado com as características do bem e passará a compreender a importância das paisagens e vistas, a continuidade dos usos, e as relações sócio espaciais. Conseguir elaborar uma lista ilustrativa com esses elementos patrimoniais é uma das formas de objetivar o processo de elaboração da declaração de significância, além de auxiliar aos atores sociais na compreensão da significância do bem.

Etapa 2: Julgamento

A etapa dois é a de julgamento dos dados levantados durante a etapa anterior. As duas primeiras etapas são responsáveis pela construção dos atributos que podem conferir a significância cultural, a partir das ações de levantamento, análise, avaliação, julgamento e validação.

O olhar crítico do pesquisador, juntamente com a experiência e vivência dos atores sociais é que vai identificar os diversos valores e significados do bem patrimonial. Esses valores serão avaliados pelos pesquisadores e depois passarão por uma formulação de um juízo de valor, que é o momento do julgamento. O resultado deste julgamento passará por uma validação social. Esta etapa possui quatro fases, que são: A. Entrevistas com os atores sociais, B. Avaliação dos objetos patrimoniais, C. Avaliação dos valores e significados do sítio, D. Avaliação da autenticidade e da integridade.

Esta etapa se diferencia das demais por suas fases estarem inter-relacionadas – o resultado de uma auxilia a elaboração da outra e podem ser realizadas paralelamente, como mostra o diagrama a seguir.

Diagrama 02: As quatro fases da etapa de Julgamento

Fonte: AZEVÊDO, 2013.

A entrevista com os atores sociais consiste no contato com os atores levantados na etapa anterior. Como afirmam Pontual e Piccolo (2012, p.31), nesta etapa serão identificados os valores e

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atores sociais podem ser feitas por meio de grupos focais, método Delphi ou questionários justificados. Fica a critério do pesquisador escolher o tipo de entrevista que melhor se encaixa em seu contexto. Antes de escolher o tipo de entrevista que será utilizada, deve ser analisado o tamanho do universo e da amostra que será utilizada para a pesquisa. O tamanho da amostra vai depender do tipo de entrevista que será utilizada no procedimento e deve ser analisada com base em métodos estatísticos. Deve-se estar atento tanto às convergências, como às divergências de opiniões.

Os valores e significados vão começar a surgir na etapa de levantamento e identificação do bem. As análises da história, da arquitetura, e do estado de conservação vão mostrar qual a importância do bem para a comunidade, e como se deu sua evolução no tempo. As entrevistas com os atores sociais vão servir para confirmar os valores levantamentos inicialmente, acrescentar outros e mostrar qual a escala de importância entre eles.

A avaliação da autenticidade e integridade se desenvolve em dois momentos. O primeiro está relacionado aos levantamentos documentais do bem, que apresentarão se o bem foi modificado ao longo da história, e se essas modificações ocasionaram alterações significativas nas características (materiais e imateriais) de valor patrimonial. O segundo momento diz respeito à opinião dos atores sociais com relação à integridade e autenticidade do bem, já que a percepção desses conceitos muda de acordo com o contexto cultural.

A utilização de questionários ilustrados pode auxiliar este processo: seleciona-se um conjunto de características que são significativas para a compreensão do bem como um todo, dispõe cada item do conjunto em forma de lista, escolhe-se duas imagens de cada item – sendo uma antiga e outra recente. O resultado é um quadro ilustrado que pode ser utilizado como questionário individual ou em reuniões de grupo, onde se verifica a opinião dos participantes com relação a autenticidade e integridade de cada item do conjunto. As duas imagens (uma antiga e outra recente) vão servir de suporte de memória, ou seja, vão reavivar as lembranças dos participantes com relação às mudanças por quais os itens passaram ao longo do tempo. A avaliação da integridade e autenticidade, além de orientar a conservação do bem patrimonial na atualidade, servirá de referência para as intervenções futuras.

Ao final desta etapa será feita uma validação com os atores sociais envolvidos no processo, para saber a opinião deles a respeito da construção da significância do bem. Caso a significância não seja validada, o processo será refeito, e se for o caso retorna-se à etapa inicial, até a negociação chegar a um consenso.

Etapa 3: Redação

Após a validação da significância cultural segue-se a de redação de dois textos: o da significância cultural e o de apresentação do bem. O texto deve ser curto, objetivo e de linguagem clara, evitando adjetivos e opiniões pessoais. Caso haja valores distintos para os grupos sociais, deve-se apredeve-sentar quais valores são importantes para cada grupo. O texto deve apredeve-sentar tanto os valores antigos como os novos. Como na etapa anterior, ao fim da elaboração do texto da declaração, faz-se uma validação com os atores envolvidos para saber se o texto está de acordo com os valores e significados dos diversos grupos sociais.

Etapa 4: Diretrizes

A quarta etapa é a de elaboração de um conjunto de diretrizes que auxiliem na conservação do bem. Essas diretrizes vão se desenvolver em dois momentos. No primeiro momento vai se analisar os estudos feitos nas etapas anteriores sobre o estado de conservação do bem e a integridade e autenticidade, e identificar quais são os problemas que necessitam de medidas de caráter de urgência. Deve-se elaborar um relatório sucinto para ser encaminhado ao órgão responsável pela

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salvaguarda do bem. No relatório deve constar uma análise das descaracterizações ou patologias do bem, imagens do atual estado de conservação, mapa de danos (caso necessário), e sugestões de usos e de medidas para a resolução dos problemas identificados. No segundo momento vai se analisar quais as potencialidades e restrições do bem e apresentar medidas que auxiliem na conservação do bem a médio e longo prazo, com base nos conceitos da conservação integrada. O documento deve também ressaltar a importância da utilização de outros instrumentos, como o monitoramento e os planos de conservação e gestão.

Etapa 5: Consolidação

A última etapa é a de consolidação, que é o momento de revisão do processo e do produto final. Nesta etapa será feita uma reunião com os especialistas para apresentar o documento final e fazer pequenos ajustes, caso necessário. Após esta revisão, deve ser organizada uma apresentação e divulgação do documento final para os atores sociais envolvidos e para a sociedade.

Revisão Periódica

Tendo em vista que a declaração de significância é um julgamento espaciotemporal, e que a significância cultural não é fixa, o processo de elaboração da declaração deve ser revisado periodicamente. Entretanto, o espaço de tempo para se refazer o processo de elaboração da declaração ainda não está consensuado. Fala-se apenas em um tempo necessário para identificar as permanências e mudanças nos valores. No relatório periódico dos Estados Árabes, elaborado pela UNESCO em 2004, diz-se que um plano de gestão geralmente é adotado por um período de cinco a dez anos. Considerando que a declaração de significância é um dos instrumentos utilizados na elaboração de um plano de gestão, pode-se considerar o mesmo intervalo de tempo até a sua revisão.

A elaboração da primeira declaração de significância de um bem é a que demandará mais tempo, pois será necessário levantar todos aqueles dados apresentados na Etapa 1. A primeira declaração servirá de ponto inicial para a avaliação da conservação e monitoramento do bem e as posteriores devem identificar acréscimos e/ou perdas de significância, integridade e autenticidade.

4 O MODELO FINAL DA DECLARAÇÃO

A declaração de significância, caso seja elaborada com base no modelo proposto nesse trabalho, possuirá uma estrutura de seis itens, que foram elaborados ao longo do processo e neste momento precisa apenas ser organizado na forma de um documento único.

1. Dados do bem: São dados referentes à identificação do bem, e deve conter três informações

principais: o nome do bem, a localização e os dados de tombamento. No nome deve-se inserir o nome oficial e, caso o bem possua mais de uma denominação, seus outros nomes. Na localização deve conter o nome do município, da região e do país. Deve conter também o endereço e suas coordenadas geográficas. Em dados de tombamento deve conter informações a respeito da salvaguarda do bem, que incluem as instituições de proteção e o ano de tombamento.

Apresentação: Refere-se a um texto breve(aproximadamente 500 palavras)que apresente a história do edifício e introduza aspectos importantes sobre o bem ao longo do tempo. Pode abordar questões como quem o construiu, a importância da construção na época e no lugar, a relação entre o bem e o entorno ou a cidade, a relação com a comunidade, as intervenções pelas quais passou, qual o seu estado de conservação atual, entre outros aspectos pertinentes sobre a história do bem. Deve informar também quais são os atores sociais envolvidos com o bem e quais deles foram consultados na avaliação da significância cultural.

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Avaliação da significância cultural: Esta é a parte da declaração onde será apresentada a avaliação

da significância. Há diversas formas de estruturar a redação da significância. Percebeu-se que o modelo mais eficaz é aquele que estrutura o texto a partir dos valores identificados. No primeiro parágrafo apresentam-se os valores que foram identificados, e em seguida, onde estão expressos esses valores.

Lista ilustrada dos objetos patrimoniais: Esta lista diz respeito às características (tangíveis e

intangíveis) nas quais se corporificam os valores patrimoniais do bem. Esta lista apresentará os atributos, os bens móveis e integrados do edifício. A função da lista é auxiliar na operacionalização do monitoramento da significância, da integridade e da autenticidade do bem.

Diretrizes de conservação: Consiste em diretrizes que vão auxiliar nas medidas de conservação e

gestão do bem. Deve incluir uma breve avaliação do estado de conservação do bem, as análises de integridade e autenticidade e sugestões para a resolução dos problemas identificados e medidas que auxiliem na conservação a médio e longo prazo.

Anexos: Os demais documentos, mapas e imagens que sejam relevantes para a compreensão da

significância do bem devem entrar nos anexos. Também é interessante que sejam anexados os registros iconográficos que mostram as mudanças pelas quais o bem passou ao longo do tempo. Outros documentos importantes ou as leis de proteção ao bem podem ser inseridos nesta seção.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A declaração de significância é uma seleção de valores e significados de um bem julgados importantes em determinado contexto social. Tendo em vista que a declaração passa por um processo de seleção, avaliação e julgamento – baseado em opiniões e juízos de valor, não deve ser considerada como representante absoluta dos valores e significados do bem; mas sim como um recorte parcial e temporal dos valores patrimoniais. Por isso a declaração deve ser revisada periodicamente, para que novos valores possam ser incorporados ao documento.

A necessidade de relacionar a intersubjetividade com a objetividade no processo de formulação da declaração foi outro ponto que se destacou durante a elaboração deste trabalho. Significância cultural é um conceito intersubjetivo, fruto da negociação de diferentes atores sociais. Contudo, a declaração não conseguirá se tornar um instrumento operacional caso se mantenha no campo da subjetividade. Deve haver um esforço do pesquisador que a desenvolve para identificar os atributos, objetos e processos patrimoniais que corporificam os valores e significados do bem.

A metodologia aplicada neste trabalho se baseou na análise documental, e tomou como ponto de partida o estudo de bens patrimoniais, ou seja, que já possuem instrumentos de salvaguarda. Assim, o método desenvolvido neste trabalho serve apenas para aqueles bens que possuem registros históricos. Considera-se que há outras formas de desenvolver uma declaração de significância, e ainda é cedo para avaliar se o processo desenvolvido pode ser utilizado para bens culturais6.

Sendo assim, espera-se que outros trabalhos venham a ser desenvolvidos focando a metodologia, a operacionalização e até a normatização do modelo da declaração de significância, contribuindo para a conservação dos bens patrimoniais arquitetônicos.

6 Bens culturais são aqueles bens que possuem valores culturais, mas não são salvaguardados pelas instituições

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