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PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO 2ª Vara do Trabalho de Novo Hamburgo

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0000366-53.2012.5.04.0302 Ação Trabalhista - Rito Ordinário Autora: Maria de Lourdes Chages dos Santos

Réu: GBBG Indústria e Comércio de Calçados Ltda., DJR Indústria e

Comércio de Calçados Ltda. (Massa Falida de), Odeum Exportação e Importação de Artefatos de Couro Ltda., In Order Comércio de Artigos de Vestuário Ltda., Guilherme Bellegard Bastos Guimarães - ME, Inbrands S.A., Francesca Maria Giobbi - EPP, ZZSAP Indústria e Comércio de Calçados Ltda., Arezzo Indústria e Comércio S.A. e La Martina Indústria e Comércio de Calçados Ltda.

VISTOS, ETC.

Maria de Lourdes Chages dos Santos ajuíza ação trabalhista em

face de GBBG Indústria e Comércio de Calçados Ltda., DJR Indústria e

Comércio de Calçados Ltda. (Massa Falida de), Odeum Exportação e Importação de Artefatos de Couro Ltda., In Order Comércio de Artigos de Vestuário Ltda., Guilherme Bellegard Bastos Guimarães - ME, Inbrands S.A., Francesca Maria Giobbi - EPP, ZZSAP Indústria e Comércio de Calçados Ltda., Arezzo Indústria e Comércio S.A. e La Martina Indústria e Comércio de Calçados Ltda. em 07/03/2012, postulando responsabilização

solidária ou subsidiária; rescisão indireta do contrato de trabalho, com anotação da CTPS; vale do mês de dezembro/2011, saldo de salário, aviso prévio, férias simples e proporcionais com 1/3, 13º salário, diferenças de FGTS e acréscimo de 40%; multa do artigo 477 da CLT; aplicação do artigo 467 da CLT; diferenças de horas extras e reflexos – irregularidade do regime compensatório – adicional de horas extras e reflexos – banco de horas; diferenças de repousos e feriados trabalhados, com reflexos; diferenças de aviso prévio, férias e 13º salário, pelo aumento da média remuneratória; pagamento dos dias indevidamente descontados (dispensas irregulares, descansos semanais); diferenças de FGTS acrescido de 40% - liberação; FGTS acrescido de 40% sobre as parcelas deferidas; contribuições previdenciárias; honorários advocatícios e benefício da Justiça Gratuita. Atribui à causa o valor de R$ 26.000,00.

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0000366-53.2012.5.04.0302 Ação Trabalhista - Rito Ordinário

A segunda Ré (DJR), a quinta Ré (Guilherme Bellegard Bastos Guimarães - ME), a sexta Ré (Inbrands) e a oitava Ré (Francesca), são revéis (fls. 81 e 384).

A primeira Ré (GBBG), a terceira (Odeum), a quarta (In Order), a nona (Zzsap), a décima (Arezzo) e a 11ª (La Martina), apresentam Contestações às fls. 385-92, 217-19, 235-38, 241-50, 260-88 e 367-79, respectivamente.

A Autora desiste da ação em face da sétima Ré (Wwea Comercial Center Couro Ltda., fl. 208 e verso).

Consoante ata das fls. 670-71, foi ouvida a Autora, bem como juntada prova oral emprestada do processo nº 0000366-53.2012.5.04.0302.

Laudo contábil referente ao processo 0000249-65.2012.5.04.0301, às fls. 676 e ss.

Encerradas instrução e audiência, com razões finais pela Autora e pelo sócio da primeira Ré, foi determinado pelo Juiz que os autos viessem conclusos para publicação de sentença "sine die", em Secretaria.

É o relatório.

ISTO POSTO: PRELIMINARES

ILEGITIMIDADE PASSIVA ARGUIDA PELA PRIMEIRA RÉ COM RELAÇÃO ÀS DEMAIS RÉS

A primeira Reclamada (GBBG) sustenta que as demais Reclamadas não são partes legítimas para responderem pelos créditos postulados pela Autora, por ausência de responsabilidade ou de relação de qualquer natureza havida com elas.

A primeira Ré não tem legitimidade para se insurgir contra o pedido de condenação solidária ou subsidiária das outras Reclamadas, por ausência de interesse jurídico, nos termos do artigo 6º do CPC, razão porque a análise desse tema é reservada ao contexto de cada uma das respectivas Defesas, legitimamente interessadas.

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0000366-53.2012.5.04.0302 Ação Trabalhista - Rito Ordinário

INÉPCIA DA INICIAL

A Ré La Martina refere a inépcia da Inicial quanto aos pedidos de horas dispensadas e de horas extras, ante a discrepância entre a narrativa contida na Inicial e o postulado nos requerimentos, não decorrendo de ordem lógica. Sem razão.

Para os pedidos atinentes às horas extras e dias de dispensa existe fundamentação. É no exame do mérito que a questão de narrativas incompatíveis devem ser analisadas.

Afasta-se.

RELAÇÃO COMERCIAL

Em sede preliminar, a Reclamada La Martina afirma que há muito tempo adquiriu sapatos fabricados pela segunda Ré, sem qualquer ingerência sobre os seus serviços, não havendo falar em responsabilização pelos créditos perseguidos pela Reclamante.

A matéria ora trazida é de mérito, e como tal será analisada. Afasta-se.

ILEGITIMIDADE PASSIVA

As Reclamadas Odeum, In Order, Zzsap, e La Martina, argúem ilegitimidade passiva para figurarem no presente feito. Para economia de assertivas, decide-se que nenhuma das partes é ilegítima porque apontadas dentro de uma relação material como responsáveis diretas ou indiretas pelos créditos pretendidos. Assim, preenchidos os requisitos do artigo 840, § 1º, da CLT, dá-se por regular o aspecto formal do petitório, passando-dá-se, em dá-seguida, ao exame de mérito, na forma assim disposta:

MÉRITO REVELIA

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0000366-53.2012.5.04.0302 Ação Trabalhista - Rito Ordinário

A Reclamadas revéis sofrem, como consequência, a pena de confissão quanto à matéria de fato, nos termos do artigo 844 da CLT.

RESPONSABILIZAÇÃO SOLIDÁRIA OU SUBSIDIÁRIA

A Autora informa que foi contratada em 29.10.2008, na função de Costureira. Refere que a primeira e a segunda Rés formam grupo econômico, devendo ser declarada a responsabilidade solidária entre elas. Quanto às demais Rés, alega a existência de uma dependência econômica e administrativa da primeira Reclamada para com as elas, razão por quê devem ser declaradas responsáveis solidárias ou subsidiárias.

As Rés negam a existência de relação jurídica com a Autora, bem como negam a contratação de prestação de serviços da primeira Reclamada, à exceção daquelas que foram declaradas revéis.

No laudo contábil juntado à fl. 676 e ss consta que a única empresa que adquiriu produtos da primeira Ré, e de forma não habitual, foi a In Order (vide respostas aos quesitos 2 e 4, fls. 678 e 681), sendo que as outras Reclamadas nenhuma relação mantiveram com a primeira Ré. Consta, ainda, que a primeira e a segunda Reclamadas formam grupo econômico, pois pertencem à mesma pessoa (vide resposta ao quesito 4, fl. 683).

No seu depoimento pessoal (fl. 670/verso), o sócio da GBBG informa que trabalha na empresa La Martina desde 2012, não sendo sócio dela e, que foi sócio da primeira e segunda Reclamadas.

A primeira testemunha da Reclamante (fl. 670/verso) nada refere acerca de possível ligação ou terceirização entre as empresas.

A segunda testemunha da Autora (fl. 670/verso) refere que João também era sócio da empresa La Martina.

Fato público e notório, além de incontroverso, que se detém por meio de consulta realizada junto à JUCERGS (Convênio nº 008/2009 – TRT 4ª Região e Estado do Rio Grande do Sul – Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais – SEDAI – Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul), é o de que são sócios da empresa La Martina, Carla Diessica da Silva

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0000366-53.2012.5.04.0302 Ação Trabalhista - Rito Ordinário

Lima e Ricardo Rosenhaim Araújo, ou seja, o sócio das duas primeiras Rés não figura como tal na empresa que diz ser empregado.

As constatações acima citadas e os depoimentos não levam à conclusão de que as Rés tenham firmado contratos de prestação de serviços com a primeira e segunda Rés, não havendo falar, portanto, na sua responsabilização. O que se verificou, tão-somente, é que uma delas, e não habitualmente, comprou produtos da primeira Ré, sem ficar, no entanto, provada a terceirização ou qualquer tipo de dependência que pudesse ensejar a pretensa responsabilidade.

Assim, o pedido de responsabilidade da terceira, quarta, quinta, sexta, oitava, nova, décima e décima primeira Reclamadas, não procede, independentemente da revelia que algumas delas sofreram, pois a perícia contábil, prova que se destina ao contexto geral dos fatos, traz elementos reais que se sobrepõem à confissão ficta das revéis.

As duas primeiras Rés, pelo o que foi exposto, pelo sócio João, formam grupo econômico, sendo, dessa forma, responsáveis solidárias.

O pedido é parcialmente procedente.

RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO, COM ANOTAÇÃO DA CTPS

A Reclamante afirma que a pretensão de rescisão indireta do contrato de trabalho tem como justificativa, os atos faltosos da empregadora, que não vem cumprindo com suas obrigações contratuais, tais como: salários em dia, correto recolhimento de FGTS e contribuições previdenciárias. Assinala que a primeira Ré encerrou suas atividades, sem ter formalizado as rescisões de contrato e efetuado o pagamento das verbas rescisórias, além de que, por diversas vezes, impôs dispensas não remuneradas aos seus empregados. A primeira Ré defende-se sustentando que não se recusou a dar baixa na CTPS, porém, em razão das dificuldades financeiras enfrentadas pela empresa, muitos empregados deixaram de comparecer ao local de trabalho o que prejudicou a realização do procedimento. Requer oportunidade para proceder à baixa da CTPS, com a real data do último dia trabalhado pela Autora.

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0000366-53.2012.5.04.0302 Ação Trabalhista - Rito Ordinário

É incontroverso o encerramento das atividades da primeira Ré, bem como a falência da segunda Ré, conforme documentação acostada aos autos (fls. 38-39 e verso, e 47).

No presente caso, a afirmação da Ré, de que estava atravessando um período de dificuldades financeiras e de que os empregados que deixaram de comparecer ao local de trabalho, o que culminou com o seu fechamento, não a exime do cumprimento de suas obrigações para com seus colaboradores, pois estes como partes hipossuficientes da relação estabelecida, não podem ser onerados por fatos alheios ao contrato de trabalho.

Assim, julga-se procedente o pedido de rescisão indireta. A anotação da CTPS foi resolvida, conforme fls. 47, 35/verso e 68.

O pedido é procedente.

VALE DO MÊS DE DEZEMBRO/2011, SALDO DE SALÁRIO, AVISO PRÉVIO, FÉRIAS SIMPLES E PROPORCIONAIS COM 1/3, 13º SALÁRIO, DIFERENÇAS DE FGTS E ACRÉSCIMO DE 40%

A Reclamante busca o pagamento das parcelas em epígrafe, sob a alegação de que não foram adimplidas, pela Reclamada.

O recibo de salário de dezembro/2011 consta na fl. 400 e, reconhecida a extinção do contrato de trabalho em 12.02.2012, é devido saldo de salário (a ser apurado em liquidação de Sentença). Por fim, reconhecida a rescisão indireta, são devidas as seguintes parcelas: aviso prévio, férias proporcionais com 1/3, 13º salário proporcional e FGTS acrescido de 40%.

Pedido parcialmente procedente.

MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT

Incide a multa do § 8º do artigo 477 da CLT no caso de atraso no pagamento das verbas rescisórias. No caso dos autos, verifica-se que não houve pagamento das verbas rescisórias, muito embora a empresa já tenha encerrado suas atividades, o que enseja a procedência do pleito.

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0000366-53.2012.5.04.0302 Ação Trabalhista - Rito Ordinário

O artigo

467 da CLT dispõe que em caso de rescisão de contrato de trabalho,

havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de 50%. As verbas, objeto do litígio, são controvertidas, razão pela qual não se aplica o disposto no referido artigo.

O pedido é improcedente.

DIFERENÇAS DE HORAS EXTRAS E REFLEXOS – IRREGULARIDADE DO REGIME COMPENSATÓRIO – ADICIONAL DE HORAS EXTRAS E REFLEXOS – BANCO DE HORAS

A Autora alega que sua jornada é das 07h30min às 18h, de segunda a sexta-feira, porém, sempre inicia antes e finaliza depois seu horário de trabalho, totalizando, em média, 02 horas extras por dia. Impugna os controles de horário e refere a invalidade do regime de compensação adotado pela Ré, em razão da inobservância de seus requisitos, como por exemplo, a disposição contida no artigo 60 a CLT. Acrescenta que a Ré adota o sistema de banco de horas, que, por não atender às suas próprias especificações, é nulo. Assinala que não houve compensação ou pagamento das horas extras trabalhadas. Postula diferenças e horas extras, além da 8ª hora diária e 44ª hora semanal, com os adicionais legais e normativos, e integrações em aviso prévio, férias com 1/3, 13º salário, repousos e feriados. Postula a declaração de nulidade do regime compensatório e o pagamento do adicional de horas extras, com as mesmas integrações. Postula a nulidade do regime de compensação pelo sistema de banco de horas, com o pagamento de horas extras aquelas horas destinadas a essa espécie de compensação, com as mesmas integrações. Por fim, postula horas extras relativas ao sistema de banco de horas e que não foram compensadas ou adimplidas, com as mesmas integrações.

Na Contestação, a Ré aduz que era permitida a compensação de horário, não havendo horas extras inadimplidas.

Pela ficha de registro de empregado (fl. 450), constata-se que a Ré adota o regime de compensação de horas para a supressão do labor em sábados. Os

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0000366-53.2012.5.04.0302 Ação Trabalhista - Rito Ordinário

recibos de salário e os cartões de ponto (fl. 398 e ss) demonstram a realização e o pagamento de horas extras.

A Autora, no seu depoimento pessoal (fl. 670 e verso), informa que na sexta-feira terminava o expediente às 17h e que as horas extras trabalhadas eram pagas, o que ocorreu até o final do contrato.

Diante dessa declaração, tem-se que as horas extras foram satisfeitas, porém, dada a habitualidade de sua prestação (vide cartões de ponto e recibos de salário), o regime compensatório é nulo. Assim, a Reclamante, com base nos registros de horário - porque é a única prova da jornada de trabalho desenvolvida -, faz jus ao pagamento de horas extras ou adicional, na forma da Súmula 85, IV, do TST, com os adicionais legais ou normativos (o que for mais benéfico), e reflexos em aviso prévio, férias com 1/3, 13º salário, repousos e feriados.

Atenta-se para o fato de que não há adoção de regime compensatório pelo sistema de banco de horas, por parte da Reclamada.

Para o cálculo das horas extras deverão ser observadas as disposições do artigo 58, § 1º, da CLT e da Súmula 264 do TST.

Pedido parcialmente procedente.

DIFERENÇAS DE REPOUSOS E FERIADOS TRABALHADOS, COM REFLEXOS

A Reclamante afirma que trabalhava em dias de repousos e feriados, sem receber, contudo, a devida contraprestação. Requer o pagamento, em dobro, dos repousos e feriados, com integrações em aviso prévio, férias com 1/3 e 13º salário.

Os cartões de ponto acostados aos autos revelam que a Autora não trabalhou em dias de repouso e em feriados. Além disso, não foi produzida prova capaz de afastar essa constatação, pelo que o pedido não procede.

DIFERENÇAS DE AVISO PRÉVIO, FÉRIAS E 13º SALÁRIO, PELO AUMENTO DA MÉDIA REMUNERATÓRIA

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0000366-53.2012.5.04.0302 Ação Trabalhista - Rito Ordinário

A Autora pretende o pagamento de diferenças de aviso prévio, férias e 13º salário, pelo aumento da média remuneratória decorrentes da integração das horas extras em repousos semanais remunerados.

A integração das horas extras em repousos semanais remunerados e, após, nas demais verbas, implica em

bis in idem

. Logo, a teor da Orientação Jurisprudencial 394 da SDI-I do TST, é esse o entendimento atual deste Magistrado, não havendo falar em repercussão das horas extras em repousos semanais remunerados e, após, pelo aumento da média remuneratória, nas demais verbas.

O pedido não procede.

PAGAMENTO DOS DIAS INDEVIDAMENTE DESCONTADOS (DISPENSAS IRREGULARES, DESCANSOS SEMANAIS)

A Reclamante refere que muitas vezes foi dispensada do trabalho, sem remuneração, em face da baixa demanda de trabalho, o que é arbitrário e ilegal. Postula o pagamento dos dias de dispensa irregular e os descansos semanais remunerados que foram indevidamente descontados.

Nos registros de horário que foram juntados aos autos não se verifica a dispensa do trabalho e, por outro lado, inexiste prova dessas dispensas, assim como não há apontamento do número de dias e quando isso ocorreu, razão pela qual o pedido não procede.

DIFERENÇAS DE FGTS ACRESCIDO DE 40% - LIBERAÇÃO

A Reclamante busca o pagamento de diferenças de FGTS acrescido de 40%, sob o fundamento de que os depósitos não vinham sido feitos regularmente. A Ré defende-se sustentando que os depósitos de FGTS foram corretamente recolhidos.

Nos autos, inexiste prova ou demonstrativo de diferenças devidas a esse título. O pedido não procede.

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0000366-53.2012.5.04.0302 Ação Trabalhista - Rito Ordinário

Face à existência de parcelas de natureza salarial deferidas, incide o FGTS acrescido de 40%, sobre elas.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA

A Autora está assistida por advogado credenciado junto ao Sindicato de sua categoria profissional (fl. 12), nos termos do artigo 14 da Lei nº 5.584/70; fazendo jus, portanto, que a Ré seja condenada ao pagamento de honorários advocatícios, na razão de 15% sobre o valor bruto da condenação, nos termos da Súmula da Jurisprudência nº 037 do TRT da 4ª Região. Adotam-se as Súmulas nº 219 e nº 329 do TST. Procede.

Concede-se, também, o benefício da Justiça Gratuita, face à declaração de pobreza acostada à fl. 11/verso.

DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS

Em observância ao contido no artigo 832, § 3º, da CLT, declara-se que as parcelas deferidas são de natureza salarial, à exceção do terço constitucional de férias, da multa do artigo 477 da CLT e do FGTS acrescido de 40%, integrando, portanto, o salário-de-contribuição. Sobre tais parcelas, deverá a parte Ré recolher a contribuição previdenciária incidente, quotas do empregado e do empregador, no prazo de quinze dias a contar do respectivo fato gerador, autorizada a dedução da parte do Autor, pois contribuinte obrigatório do sistema previdenciário.

O Imposto de Renda na fonte deverá ser recolhido pelo empregador e descontado dos haveres do empregado, já que o Imposto de Renda, no caso de pagamento de parcelas trabalhistas, incide sobre o valor que exceda o limite de isenção, devendo o tributo ser recolhido à Receita Federal. A obrigatoriedade de recolhimento decorre da previsão legal existente e do disposto pelo art. 5º, II, da CF.

A Ré é responsável pela retenção e recolhimento do imposto de renda retido na fonte e incidentes sobre o valor da condenação, de conformidade com o disposto pelo art. 46 da Lei nº 8.541/92.

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REQUERIMENTOS FINAIS

A Autora pede, em audiência, o bloqueio das contas da Ré e de seu sócio João, ofício ao Registro de Imóveis e ao Detran, bem como o bloqueio de créditos da primeira Ré junto à empresa Zenglein, a fim de garantir o pagamento dos créditos deferidos. Os requerimentos tratam-se de medidas inerentes à fase de execução, pelo que, neste momento, não podem ser deferidas.

Ante o exposto, preliminarmente, nos termos da

fundamentação, afasta-se a prefacial de ilegitimidade passiva das demais Rés, arguida pela primeira Ré, nos termos do artigo 6º do CPC. Preliminarmente, também, afastam-se as prefaciais de inépcia da Inicial – horas extras e horas de dispensa - , e da relação comercial havida com as demais Rés, arguidas por La Martina Indústria e Comércio de Calçados Ltda. Preliminarmente, ainda, nos termos da fundamentação, afasta-se a prefacial de ilegitimidade passiva, arguida pelas Rés Odeum, In Order, Zzsap e La Martina. No mérito, nos termos da fundamentação, julga-se procedente, em parte, a ação movida por Maria de Lourdes Chages dos Santos em face de GBBG Indústria e Comércio de Calçados Ltda.,

DJR Indústria e Comércio de Calçados Ltda. (Massa Falida de), Odeum Exportação e Importação de Artefatos de Couro Ltda., In Order Comércio de Artigos de Vestuário Ltda., Guilherme Bellegard Bastos Guimarães - ME, Inbrands S.A., Francesca Maria Giobbi - EPP, ZZSAP Indústria e Comércio de Calçados Ltda., Arezzo Indústria e Comércio S.A. e La Martina Indústria e Comércio de Calçados Ltda., para reconhecer a

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rescisão indireta do contrato de trabalho e condenar a primeira e a segunda Reclamadas, solidariamente, a pagarem à Autora, com juros e correção monetária na forma da lei, as seguintes parcelas, a serem apuradas na liquidação de Sentença por cálculos:

a) saldo de salário; b) aviso prévio;

c) férias proporcionais com 1/3; d) 13º salário proporcional;

e) horas extras ou adicional, na forma da na forma da Súmula 85, IV, do TST, com base nos cartões de ponto, com os adicionais legais ou normativos (o que for mais benéfico), e reflexos em aviso prévio, férias com 1/3, 13º salário, repousos e feriados;

f) FGTS acrescido de 40%;

g) multa do artigo 477, § 8º, da CLT;

h) incidência de FGTS acrescido de 40% sobre as parcelas de natureza salarial, deferidas nesta ação. Autorizados os descontos previdenciários e fiscais cabíveis, na forma da lei e nos termos da fundamentação.

Para o cálculo das horas extras deverão ser observadas as disposições do artigo 58, § 1º, da CLT e da Súmula 264

do TST.

Determina-se que a devedora, tão-logo efetue o

pagamento, comprove nos autos que prestou as informações a que se refere o artigo 32, IV, da Lei nº

8.212/91, consoante Recomendação nº 01, da

Corregedoria do TRT da 4ª Região, de 15.10.2012, sob

pena de multa diária, que ora se fixa em meio salário

mínimo nacional, limitada ao valor total das contribuições previdenciárias devidas.

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A Ré pagará custas de R$ 70,00, complementáveis ao final, calculadas sobre o valor de R$ 3.500,00, provisoriamente atribuído à condenação, e honorários advocatícios, na razão de 15% sobre o valor bruto da condenação.

Intimem-se as Partes e a União.

CUMPRA-SE após o trânsito em julgado. NADA MAIS.

Em 21.01.2016

Paulo André de França Cordovil Juiz do Trabalho

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