F
UNDAMENTOS
DA
É
TICA
E
B
IOÉTICA
ÉTICA
DO GREGO ETHOS :
Modo de ser, caráter,
costume.
F
ILOSOFIA
GREGA
Ethos : morada
ÉTICA
Ética é a forma que o
homem deve se comportar
no seu meio social.
O E
THOS É
TICAA ética é o abrigo que
confere
proteção
e
segurança aos
indivíduos-cidadãos,
aqueles
responsáveis pelos destinos
da pólis (cidade)
LEIS
COSTUMES
VIRTUDES
HÁBITOS
A ÉTICA SERIA PRODUTO DAS
LEIS
ERIGIDAS
PELOS
COSTUMES E DAS VIRTUDES
E HÁBITOS GERADOS PELO
CARÁTER DOS INDIVÍDUOS
O MUNDO DO ETHOS
.
Coletividade (intersubjetividade)
. Subjetividade (individualidade)
Existem, pois, condicionantes
internos (caráter) e externos
(costumes) que determinam a
conduta do indivíduo
MORAL
Do latim, que vem de “mores”,
M
ORAL
Conjunto
de
regras,
princípios e valores que
determinam a conduta do
indivíduo
M
UNDO DOS VALORES
ÉTICA
MORAL
A
PRÁTICA DO BEM E DAJUSTIÇA ENVOLVE
:
Respeito às
leis
da pólis
(heteronomia)
Intenção
individual
de cada
Sujeito
(autonomia)
ÉTICA
PAIDÉIA:
PROCESSO
DE
FORMAÇÃO
DO
HOMEM
GREGO
Todavia, a boa conduta poderia
ser também determinada pela
educação (Paidéia)
PAIDÉIA (EDUCAÇÃO)
Fornece as regras e ensinamentos
morais aos indivíduos.
Orientam os juízos e decisões dos
homens no seio da comunidade
Transmitem valores acerca do bem e
do mal, do justo e do injusto
Constitui-se
como
elemento
fundamental para a construção da
sociabilidade
A
FUNÇÃO DO ETHOS É PROMOVER A EXCELÊNCIA MORAL,
OU SEJA,
A PRÁTICA DAS VIRTUDES(ARETÉ)
O exercício das virtudes tem como
fim último a felicidade (a vida boa)
ÉTICA
Instrumento fundamental para a
instauração de um viver em
conjunto
Base para a construção do
mundo político
Condição necessária para a
sobrevivência da espécie
humana
A
ÉTICA TRATA DO COMPORTAMENTO DO HOMEM,
DA RELAÇÃO ENTRE SUA VONTADE E A OBRIGAÇÃO DE SEGUIR UMA NORMA,
DO QUE É O BEM E DE ONDE VEM O MAL,
DO QUE É CERTO E ERRADO,
DA LIBERDADE E DA NECESSIDADE DE RESPEITAR O PRÓXIMOA
ÉTICA REVELA QUE:
Nossas ações tem efeitos sobre a
sociedade
Cada homem deve ser livre e
responsável por suas atitudes
A justiça é a principal das virtudes
Nossos valores têm uma origem
histórica
Cada moral é filha do seu tempo
Devemos adequar nossas vontades
Q
UESTÃO CENTRAL DA ÉTICA:
Como devo agir em
relação aos outros?
A
S
TRANSFORMAÇÕES
ECONÔMICO
-
SOCIAIS
,
BEM
COMO
AS
MUDANÇAS
QUE
SE
OPERAM
NO
SEIO
DE
UMA
CULTURA
,
IMPÕEM
DESAFIOS
AOS
SUJEITOS
MORAIS
,
UMA
VEZ
QUE
FAZEM
SURGIR
O
PROBLEMA
REFERENTE
À
OPOSIÇÃO
ENTRE
RELATIVISMO
O
PROBLEMA
ENTRE
UNIVERSALISMO
E
RELATIVISMO
SE
EXPRESSA
DA
SEGUINTE
FORMA
Como uma norma moral pode adquirir validade
universal?
Por que os valores e os princípios morais variam nas
diferentes sociedades?
Como posso adequar a liberdade da minha vontade
às obrigações determinadas pela lei ?
Como encontrar um equilíbrio entre a
responsabilidade moral e os impulsos, desejos e inclinações que constituem a nossa condição?
A
ÉTICA É A TEORIA ACERCA DO COMPORTAMENTO MORAL DOS HOMENS EM SOCIEDADE,
OU SEJA,
ELA TRATA DOS FUNDAMENTOSE DA NATUREZA DAS NOSSAS ATITUDES NORMATIVAS
ÉTICA
M
ORALM
ORAL
Não
existem
normas
acabadas, definitivas.
A moral é um constructo
A
ÉTICA SE IMPÕE COMO A CONDIÇÃO FUNDAMENTAL DE POSSIBILIDADE PARA A PRÁTICA DAS VIRTUDES E O EXERCÍCIO DA CIDADANIAA cidadania
pressupõe processos
e conquistas
Criação de novos direitos
Meio para alcançar a integração social e
política
Base institucional da coesão social
JUSTIÇA
Condição de possibilidade à
conquista da paz
Justiça
Eqüidade
Igualdade
“
A justiça é aquilo em função do
qual se diz que o homem justo
pratica, por escolha própria, de
maneira a dar o que é igual de
acordo com a proporção”
Moralidade
Cidadania
Construções
sociais
Os direitos de cidadania são
uma realidade apenas para
aqueles que têm a capacidade
C
ÓDIGO DEN
UREMBERG- 1947
Foi o primeiro de uma série de documentos que
procuram regulamentar eticamente as pesquisas clínicas.
Este documento pondera sobre a necessidade do
consentimento voluntário e esclarecido das pessoas que serão submetidas ao experimento, pessoas estas que deverão ser legalmente capazes de fornecer tal consentimento.
D
ECLARAÇÃO
DE
H
ELSIQUE
- 1964
(1975,1983, 1989, 1996, 2000
E
2008)
desenvolvidas para complementar o Código deNuremberg, fornecendo orientações éticas aos médicos e outros participantes de pesquisas com seres humanos.
“É missão do médico resguardar a saúde do Povo.
Seu conhecimento e sua consciência são dedicados a cumprimento dessa missão.”
A Declaração de Helsinque está dividida em duas
partes:
I - Princípios básicos para toda pesquisa clínica e II – Princípios adicionais para pesquisa clínica
combinada com cuidados médicos
(ASSOCIAÇÃO
MÉDICA
MUNDIAL,
2000)
.R
ELATÓRIOB
ELMONTE(1978)
elaborado em resposta aos escândalos de algumas
pesquisas americanas como:
I - o caso do Hospital Israelita em Nova York, em
1963, onde células tumorais foram injetadas em idosos doentes, sem prévio consentimento, para avaliar sua evolução fora do organismo que as havia gerado;
II- o Estudo de Willowbrook (1950-1870), onde
pais de crianças deficientes mentais foram coagidos a aceitar a injeção de cepas de vírus da hepatite em seus filhos para estudar uma nova forma de profilaxia eficaz;
III - o Estudo de Tuskegee (1930-1972), no qual
400 negros sifilíticos foram deixados sem tratamento, mesmo após a descoberta da penicilina nos anos 40, para um estudo da evolução natural da doença
(PESSINI & BARCHIFONTAINE, 1998; ARFORD, 2004).
Desde o mesmo não se analisa mais a partir da
letra dos códigos e juramentos, mas a partir dos três princípios éticos fundamentais para a pesquisa com seres humanos considerados nele (PESSINI & BARCHIFONTAINE, 1998):
o
respeito
pelas
pessoas
(autonomia);
a beneficência;
e a justiça.
Este princípio é muito arraigado à prática da
Medicina e está contido até mesmo no juramento
de Hipócrates:
“Aplicarei os regimes para o bem do doente
segundo o meu poder e entendimento, nunca para
causar dano ou mal a alguém.
A ninguém darei por comprazer, nem remédio
mortal nem um conselho que induza a perda...
Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos
doentes, mantendo-me longe de todo o dano
voluntário...”
D
IRETRIZESÉ
TICASI
NTERNACIONAIS PARAP
ESQUISASB
IOMÉDICASE
NVOLVENDOS
ERESH
UMANOS(1993)
Foram concebidas para implementar a
aplicação da Declaração de Helsinque nos
países em vias de desenvolvimento,
particularmente para ensaios em grande
escala de vacinas e medicamentos,
especialmente para a AIDS.
Essas diretrizes estão baseadas nos três
princípios do relatório Belmont e
consistem de 15 tópicos.
R
ESOLUÇÃO NO196
DE1996
DOC
ONSELHON
ACIONAL DES
AÚDE
No
Brasil
, as pesquisas com seres
humanos
são
regulamentadas
pela
Resolução nº 196 de 10 de outubro de
1996, do Conselho Nacional de Saúde.
“Esta resolução apresenta algumas
particularidades inovadoras e pioneiras,
que
a
consagraram
no
cenário
internacional – particularmente no
latino-americano – como peça relevante da
Bioética” (HOSSNE, 1998).
Algumas
áreas
temáticas
(genética
humana; reprodução humana; fármacos,
medicamentos,
vacinas
e
testes
diagnósticos novos; novos procedimentos
ainda não consagrados na literatura;
populações
indígenas;
projetos
que
envolvam aspectos de biossegurança;
pesquisas coordenadas do exterior), por
serem consideradas específicas, receberam
diretrizes complementares.
Da Resolução nº 196/96 alguns pontos merecem
destaque: todo e qualquer projeto de pesquisa, em qualquer área, envolvendo seres humanos deverá conter análise dos aspectos éticos – realizada pelo próprio pesquisador – e ser aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa da instituição onde será realizada a pesquisa. O papel do Comitê de Ética em Pesquisa é consultivo e educativo, sua composição deve ser obrigatoriamente pluralista: metade de seus membros pode pertencer a uma mesma categoria profissional; a outra metade deve incluir juristas, filósofos, bioeticistas, sociólogos, teólogos e, obrigatoriamente, um representante comunitário.
Bioética
Emerge como uma reflexão
sobre tudo o que interfira
no respeito à qualidade e
dignidade da vida.
Representa,assim:
•o resgate da ética
,
•da condição plena de cidadania
•e do respeito às diferenças.
Beneficência
Não - Maleficência
Autonomia
J
ustiça Distributiva
Alguns autores não distinguem estes dois princípios, mas há diferença em fazer o bem e não fazer o mal.
Beneficência Não - Maleficência
Autonomia
Justiça Distributiva
São princípios que evidenciam o resgate da subjetividade, da alteridade, da solidariedade e do conhecimento interdisciplinar
Início de Vida
Direito à Saúde
Direitos dos Pacientes Humanos e Animais Pesquisa em Seres
Deveres para com as
Gerações Futuras Final de Vida
Aborto, Reprodução Assistida (eliminação de embriões), Papel da Mulher/Feminismo, Direito
Início de Vida
Direito à Saúde
Direitos dos Pacientes Humanos e Animais Pesquisa em Seres
Deveres para com as
Gerações Futuras Final de Vida
Transplantes, Obstinação em Tratar Ignorando Qualidade de Vida, Terceira Idade - Estatuto do
Início de Vida
Direito à Saúde
Direitos dos Pacientes Humanos e Animais Pesquisa em Seres
Deveres para com as
Gerações Futuras Final de Vida
Alocação de Recursos com Equidade
Início de Vida
Direito à Saúde
Direitos dos Pacientes Humanos e Animais Pesquisa em Seres
Deveres para com as
Gerações Futuras Final de Vida
Preservação do Meio Ambiente
“Bioética nada mais é do que os deveres do ser humano para com o outro ser humano e de todos para com a humanidade.”
André Comte-Sponville*
O dilema de Sharon: contar ou não contar?
Sharon e Jill eram grandes amigas. Embora fizesse um tempo que não se encontravam, um dia elas foram para o Shopping juntas. Jill experimentou um suéter e então, para a surpresa de Sharon, saiu da loja usando o suéter por baixo do casaco. No momento seguinte, o segurança da loja parou Sharon e insistiu com ela para que contasse o nome da moça que havia saído da loja. O dono da loja se aproxima rapidamente e o segurança afirma para o dono da loja que havia visto as duas garotas juntas e estava seguro de que a moça
que havia saído havia furtado.
O dono da loja disse para Sharon “– Venha, vamos, seja honesta.
Você poderá se meter em sérios apuros se você não der o nome da
sua amiga.”
Deveria Sharon contar o nome de Jill para o proprietário? Por que
Heinz e a medicação
Na Europa, uma mulher estava perto da morte com um tipo especial de câncer. Havia uma droga que os médicos pensavam que podia salvá-la. Era uma forma de rádio que um farmacêutico (químico) na mesma cidade havia descoberto recentemente. O preparo da droga era muito caro e dispendioso, mas o farmacêutico (químico) cobrava dez vezes mais do que a droga lhe custava. Ele pagava 200 dólares pelo rádio e cobrava 2000 dólares por uma pequena dose da droga (valores atualizados). O marido da mulher enferma, Heinz, foi a cada pessoa que conhecia e pediu emprestado, mas conseguiu juntar somente a quantia de 1000 dólares, que era a metade do custo da droga. Falou para o farmacêutico que a sua mulher estava quase morrendo e lhe pediu que vendesse a droga para ele mais barato ou então que permitisse pagar a diferença depois. O farmacêutico disse:- Não, eu descobri esta droga e eu tenho o direito de ganhar dinheiro com ela. Então Heinz ficou desesperado e momentos depois quebrou a loja do homem para roubar a droga para a sua
Heinz poderia ter roubado a droga?
Esse roubo era certo ou errado? Por quê?
Era um dever roubar a droga para a sua esposa se não havia outra maneira?
Poderia um bom marido roubar?
Tinha o farmacêutico o direito de cobrar o quanto
quisesse já que não havia uma lei estabelecendo limites no preço? Por quê?
IIª Guerra Mundial
“Um padre alemão decide por sua própria conta e risco proteger uma família de judeus da perseguição nazista. A sua casa possuía um quarto que ficava embaixo da sala. A comunicação da sala para
este quarto se dava por uma passagem secreta que, à primeira vista, parecia imperceptível. E como sobre esta passagem havia um tapete, ninguém imaginaria que ali embaixo estaria uma família.
Como uma pessoa íntegra e veraz, que não mentia em hipótese alguma, o padre temia que, de alguma forma, alguém pudesse
descobrir e delatar o que ele fazia.
Infelizmente, um dia a Gestapo bateu à sua porta. Ao ele abrir, perguntaram à queima-roupa:
O que deveria o padre dizer?
Deveria ele mentir e dizer que não havia judeus lá? Deveria dizer a verdade e “deixar com Deus” as
consequências?
Poderia ele salvar aquelas pessoas? É correto mentir?