PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
- Estampagem
Prof. Almir Turazi, Dr.Eng. 2017/2
TÉCNICO EM MECÂNICA Módulo 4
almir.turazi@ifsc.edu.br
Classificação Processos de Fabricação
Processos de Fabricação
Com remoção de cavaco Sem remoção de cavaco
Conformação Mecânica
Soldagem
Fundição
Metalurgia do Pó
Laminação Forjamento Extrusão Trefilação Estampagem
Usinagem
Definição
A conformação de chapas finas é um conjunto
de processos de transformação mecânica que
consistem em conformar uma chapa plana (blank) à
forma de uma matriz, pela aplicação de esforços
transmitidos através de um punção.
Características
As ferramentas básicas utilizadas em um prensa de conformação de chapas metálicas são:
punção
matriz
*O prensa chapas permite a fixação e evita enrugamento do material.
Características
Materiais usualmente conformados
•
Aço de baixo carbono
•
Aços inoxidáveis
•
Ligas alumínio-manganês
•
Ligas alumínio-magnésio
•
Latão 70-30 (70%Cu 30%Ni)
Definição
Basicamente, a conformação de chapas finas compreende as seguintes operações:
1.
Corte
2.
Dobramento ou encurvamento
3.
Estampagem
Definição
1.
Corte
•
Destina-se à obtenção de formas geométricas, a partir de chapas submetidas à ação de pressão exercida por um punção ou uma lâmina de corte.
•
Quando o punção ou a lâmina inicia a penetração na chapa, o esforço de compressão converte-se em esforço cisalhante (esforço cortante) provocando a separação brusca de uma porção da chapa.
•
O processo ocorre a frio.
1. Corte
A chapa é deformada plasticamente e levada até a
ruptura nas superfícies em contato com as lâminas.
1. Corte – Aproveitamento da chapa
Deve-se realizar um planejamento do corte para ter
um melhor aproveitamento da chapa com o menor
desperdício.
1. Corte – Aproveitamento da chapa
O ideal é que matrizes e punções sejam projetados de maneira a permitir que os estágios sucessivos de conformação de uma peça sejam efetuados na mesma matriz, a cada ciclo da prensa.
Esse procedimento é conhecido por conformação
progressiva.
1. Corte - Folga entre punção e a matriz
1. Corte - Folga entre punção e a matriz
Folga = distância entre matriz e punção
Para determinar a folga (e o tamanho do punção) utiliza-se a seguinte relação:
f = af.t f = folgaaf = tolerância da folga
t = espessura do esboço (mm)
1. Corte - Folga entre punção e a matriz
Exemplo:
Um disco de 150 mm de diâmetro deve ser recortado a partir de uma tira de 3,2 mm de aço laminado meio duro. Determine os diâmetros apropriados para o punção e para a matriz.
f = 0,075 x 3,2 = 0,24 mm
Diâmetro da matriz = 150 mm
Diâmetro do punção = 150 – 2 x 0,24 = 149,52 mm
1. Corte - Folga entre punção e a matriz
Exercício:
A partir de uma chapa de 4 mm de espessura de aço macio inoxidável deve-se realizar o corte de um disco com 200 mm de diâmetro. Determine os diâmetros apropriados para o punção e para a matriz.
1. Corte – OPERAÇÕES MAIS IMPORTANTES
-
Cisalhamento
-
Recorte
-
Puncionamento
1. Corte – OPERAÇÕES MAIS IMPORTANTES
-
Cisalhamento
Realizada entre dois gumes afiados ao longo de uma linha retilínea.
O gume superior (punção) se move e o gume inferior (matriz) é estacionário.
1. Corte – OPERAÇÕES MAIS IMPORTANTES
-
Cisalhamento
É realizado em uma máquina chamada guilhotina.
Lâmina superior geralmente inclinada para reduzir esforços.
1. Corte – OPERAÇÕES MAIS IMPORTANTES
-
Cisalhamento – Zonas características
1. A medida que o punção começa a operar no metal se inicia a deformação plástica.
2. Em seguida ocorre a penetração, na qual o punção comprime a chapa.
3. A medida que o punção continua a andar no metal, inicia-se a fratura nos dois gumes de corte.
1. Corte – OPERAÇÕES MAIS IMPORTANTES
-
Cisalhamento – Zonas características
1. Corte – OPERAÇÕES MAIS IMPORTANTES
-
Cisalhamento – Zonas características
1. Corte – OPERAÇÕES MAIS IMPORTANTES
-
Recorte
Corte de uma chapa ao longo de um contorno fechado em um único estágio para separar a peça do metal ao redor.
A parte removida é o produto desejado e é chamado de esboço.
1. Corte – OPERAÇÕES MAIS IMPORTANTES
-
Puncionamento
Similar ao recorte, porém produz um furo.
A apara separada é chamada geratriz.
1. Corte – FORÇA DE CORTE
A força de corte (Fc) depende do tipo de material, perímetro de corte (p) e da espessura da chapa (e);
Força de corte: produto da tensão de ruptura ao cisalhamento (Ks) pela área de corte (Ac).
2. Dobramento
• A chapa sofre uma deformação por flexão em prensas que fornecem a energia e os movimentos necessários para realizar a operação.
• O dobramento pode ser conseguido em uma ou mais operações, com uma ou mais peças por vez, de forma progressiva ou em operações individuais.
• O processo ocorre a frio.
2. Dobramento
2. Dobramento
2. Dobramento
2. Dobramento
2. Dobramento – Aspectos Importantes
• Cantos vivos ou raios pequenos podem provocar a ruptura durante o dobramento. Em geral, a determinação do raio de curvatura é função do projeto ou desenho da peça, do tipo de material usado, da espessura da peça e do sentido da laminação da chapa.
• Materiais mais dúcteis como o alumínio, o cobre, o latão e o aço com baixo teor de carbono necessitam de raios menores do que materiais mais duros como os aços de médio e alto teores de carbono, aços ligados etc.
2. Dobramento – Aspectos Importantes
2. Dobramento – Aspectos Importantes
2. Dobramento – Aspectos Importantes
2. Dobramento – Aspectos Importantes
Efeito Mola
Por causa do efeito mola, quando se constrói o estampo, o cálculo do ângulo de dobramento deve considerar esse retorno e prever um dobramento em um ângulo levemente superior ao desejado.
2. Dobramento – Aspectos Importantes
2. Dobramento
A recuperação elástica será tanto maior quanto maior for o limite de escoamento, menor o módulo de elasticidade e maior a deformação plástica.
2. Dobramento - Deformações
2. Dobramento
Posição da Linha Neutra (LN)
Posição da Linha Neutra (LN)
2. Dobramento
Cálculo do Desenvolvimento da Peça
Cálculo do Desenvolvimento da Peça
Exemplo:
Cálculo do Desenvolvimento da Peça
Cálculo do Desenvolvimento da Peça
Exercício 2:
Qual o comprimento (L) da chapa para realizar seu dobramento conforme proposto abaixo?
h = 100 mm l = 50 mm R = 6 mm
ângulo de dobramento = 90°
e = 3 mm
D
Rn = R + x
x = 3 . e (tabelado) 7
3. Estampagem
- O processo também é conhecido como embutimento.
Pode ocorrer a frio ou a quente.
- É o processo utilizado para fazer com que uma chapa plana, denominada de “blank”, adquira a forma de uma matriz, imposta pela ação de um punção.
3. Estampagem
Vídeo: Ferramental de Estampagem Profunda Vídeo: Embutimento de Panela
Conformação de chapas finas - Produtos
Componentes de automóveis
Conformação de chapas finas - Produtos
•
Panelas
•
Latas de bebidas
•
Dobradiças
•
Botijão de gás
•
Talheres
3. Estampagem
Distinção entre estampagem rasa e profunda:
-
A estampagem rasa geralmente se refere à conformação de um copo com profundidade menor do que a metade de seu diâmetro com pequena redução de parede.
-
Na estampagem profunda, o copo é mais
profundo do que a metade do seu diâmetro.
3. Estampagem - Lubrificação
- Para o rendimento do processo, é importante que se tenha boa lubrificação para redução dos esforços de conformação e do desgaste de ferramental.
- Geralmente são óleos minerais com uma série de aditivos (Cl, Pb, P, e etc).
- Funções: 1) boa proteção contra corrosão da
chapa; 2) fácil limpeza / desengraxe; 3) não produzir
oxidação no material.
3. Estampagem Progressiva
- Quando deve-se fabricar um copo com profundidade muito elevada pode ser necessário uma sequência de operações de estampagem, utilizando uma série de ferramentas e com diâmetros decrescentes.
3. Estampagem
3. Estampagem Progressiva
3. Estampagem
- Deve-se ainda especificar a pressão a ser aplicada no prensa-chapas:
• Pressão pequena: pode surgir rugas nas laterais da peça.
• Pressão elevada: pode ocorrer ruptura da peça.
3. Estampagem
Pressão insuficiente do prensa chapas
3. Estampagem
A folga entre a matriz e o punção tem que ser suficiente para permitir o escoamento do material para o interior da matriz, sem que ocorra tensões cisalhantes ocasionadas pelo atrito, levando a ruptura do metal.
Vídeo: Botijão de Gás
3. Estampagem – Defeitos
- Os principais defeitos encontrados em peças embutidas originam-se basicamente de defeitos preexistentes na chapa, de defeitos no projeto e construção da ferramenta e de defeitos na conservação das ferramentas. Exemplos:
- furos alongados, - estrias,
- diferenças de espessuras nas laterais da peça, - rompimento do fundo da peça
Desenvolvimento de Peças Embutidas
Desenvolvimento de Peças Embutidas
Exercício: Calcule o diâmetro do blank para estampar o corpo de uma lata com as seguintes dimensões: