POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF

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Damásio Educacional

Polícia Rodoviária Federal

Coordenação Pedagógica Carreiras Públicas - Fevereiro de 2019

FUNDAMENTOS PARA RECURSOS

POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF

Orientações de interposição do recurso

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O prazo para a interposição dos recursos é das 09 horas de 05/02/2019 às 18 horas de 06/02/2019.

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O candidato que interpuser recurso contra os gabaritos oficiais preliminares das provas objetivas, deverá utilizar campo próprio para a interposição de recursos, no site: https://www.cespe.com.br

A equipe de professores Carreiras Públicas do Complexo Damásio Educacional analisou

todas as questões da prova como passíveis de recursos e, deliberou pela fundamentação e

pedido de anulação das questões.

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FUNDAMENTOS

Para os fundamentos, observe o número da questão e a respectiva prova e faça a correspondência com a sua prova.

Língua Portuguesa – Prof. João Bolognesi e Prof. Eloy Gustavo Questão 11

Seriam mantidos os sentidos do texto caso o primeiro período do segundo parágrafo fosse assim reescrito: Quando prestamos atenção a nossa volta, percebemos que quase tudo que vemos existe pelas atividades do trabalho humano.

Argumentação para o recurso

Ainda que a alteração da conjunção “se” para “quando” leve a classificações sintáticas distintas – de oração subordinada adverbial condicional para temporal –, o sentido do texto não é afetado por essa mudança.

É fundamental a banca se responsabilizar pelo alcance das informações da alternativa, pois são tais informações o único meio de abalizar algum critério de julgamento. Uma instância é a alteração na oração; outra é a que comporta o sentido global do texto. Uma perspectiva é a banca questionar a particular mudança de conjunções e de tempos e modos verbais; outra é simplesmente generalizar dizendo “Seriam mantidos os sentidos do texto...”. As ideias globais, as intenções do trecho, a comunicação da ideia estão conservadas na construção proposta pela alternativa. Se o intuito do trecho é tratar de um olhar possível acerca do que existe ao nosso redor, ambos os trechos fazem adequadamente isso sem prejudicar os sentidos do texto.

Reforça esta tese o fato do emprego do futuro do subjuntivo na oração condicional (“Se prestarmos...”), pois torna o ato de “prestar a atenção” possível, e não apenas hipotético no caso de emprego do pretérito imperfeito do subjuntivo (“Se prestássemos...”). Isso permite estabelecer uma equivalência de sentido entre essas duas orações em relação ao sentido maior pretendido pelo texto. Tanto em “Se prestarmos”, quanto em “Quando prestamos”, há ações possíveis que podem ser desempenhadas posteriormente. Para o sentido global do texto, não há perda de sentido.

Gabarito Preliminar: Alternativa indicada pelo gabarito é a E

Questão 16

Com o emprego da expressão “assim como” (ℓ.12), estabelece-se uma relação de comparação entre ideias expressas no período.

Mesmo sendo a locução conjuntiva “assim como” empregada também com valor comparativo, não se pode atribuir indubitavelmente essa relação entre as ideias expressas nos trechos do texto.

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Um traço fundamental na comparação é haver um elemento comum entre as ideias comparadas; duas características ou ações são comparadas com base em algo que tenham em comum. Disso decorre a lógica da comparação, mas tal característica está ausente no trecho que a expressão “assim como” articula.

Atribuir, de maneira descontextualizada e, portanto, arbitrária, o valor de comparação à expressão “assim como” é, além de inadequado, uma falha de interpretação. É possível se considerar apenas uma adição de ideias, tanto que seria possível o emprego da conjunção “e”

no lugar da locução “assim como”. Além disso, o emprego de tempos verbais diferentes (movimentam – presente; alterou-se – pretérito) torna estranha a ideia de comparação.

Todos esses aspectos reforçam a independência das orações articuladas por “assim como”, o que mais uma vez nos aproxima da ideia de adição, já que a comparação produziria sempre uma dependência entre as orações, uma subordinação.

Gabarito Preliminar: Alternativa indicada pelo gabarito é a C

Direitos Humanos e Cidadania – Prof. Erival Oliveira Questão 119

A hierarquia constitucional dos tratados internacionais de direitos humanos depende de sua aprovação por três quintos dos membros de cada casa do Congresso Nacional.

Este gabarito deveria constar como Errado, pois faltou "em dois turnos", como determina o § 3º do art. 5º da CF/1988, onde se lê:

"Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais."

Legislação Especial – Prof. Denis Pigozzi

Questão 111

Um policial rodoviário federal encontrou dois jovens, maiores e capazes, consumindo drogas no acostamento de determinada rodoviária federal. Um dos jovens confessou que havia oferecido ao outro pequena quantidade da substancia para que ele a experimentasse pela primeira vez.

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Nessa situação, o jovem que ofertou a droga respondera por crime e estará sujeito a pena de detenção; o que consumiu pela primeira vez estará sujeito a pena diversa da de detenção.

Entendo que a pessoa que consumiu a droga não incorreu em nenhum crime, pois não adquiriu, guardou, teve em depósito, transportou ou trouxe consigo a droga em questão.

Apenas foi lhe oferecido droga para consumo, sendo certo que a questão em tela não foi clara sobre o lapso temporal entre a oferta da droga é uma das condutas tipificadas no art. 28 da lei 11343/06. Este gabarito deveria constar como Errado.

Noções de Direito Processual Penal – Prof. Orly Kibrit | Prof. Paulo Henrique Fuller

Questão 109

A entrada forçada em determinado domicílio é lícita, mesmo sem mandado judicial e ainda que durante a noite, caso esteja ocorrendo, dentro de casa, situação de flagrante delito nas modalidades próprio, impróprio ou ficto.

Inicialmente, esclarecemos que, tecnicamente, concordamos com o gabarito apresentado pela banca examinadora. Isso porque, nos termos do artigo 5º, inciso XI, da Constituição Federal, não há restrição quanto à espécie de flagrante na permissão para violação de domicílio independentemente de mandado judicial.

Inclusive, a ampla maioria da doutrina entende que pode haver violação em qualquer espécie de flagrante, não havendo também julgado específico em sentido contrário.

Todavia, dois autores sustentam, de forma minoritária, que a violação de domicílio somente se justificaria na hipótese de flagrante próprio: MARTINS, Leonardo. In J. J. Gomes Canotilho [et al.]. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva/Almedina, 2013. p. 289; e GOMES FILHO, Antonio Magalhães. Direito à prova no processo penal. São Paulo: RT, 1997.

Assim, diante da existência de divergência doutrinária, ainda que minoritária, entende-se possível sustentar a anulação da questão.

Gabarito Preliminar: Alternativa indicada pelo gabarito é a CERTO.

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Questão 110

A boleia de um caminhão, utilizada pelo motorista, ainda que provisoriamente, como dormitório e local de guarda de seus objetos pessoais em longas viagens, não poderá ser objeto de busca e apreensão sem a competente ordem judicial na hipótese de fiscalização policial com a finalidade de revista específica àquele veículo.

Igualmente nesta questão, destacamos que a doutrina majoritária está de acordo com o gabarito da banca examinadora (nesse sentido, por todos, BADARÓ, Gustavo Henrique. Processo penal. 6. Ed. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2018. p. 512).

Ademais, conforme destaca Guilherme Madeira Dezem (In Curso de Processo Penal), o STF, ao julgar o RHC 1117767/DF, em 11 de outubro de 2016, entendeu, incidenter tantum, que a busca em boleia de caminhão equivale a uma busca domiciliar.

No entanto, ao julgar o AgRg no REsp 1362124, em 19 de março de 2013, o STJ entendeu que a boleia de caminhão não pode ser considerada como domicílio para fins de configuração do crime de posse de arma de fogo. Com efeito, considerando-se a boleia como casa para esses fins, legalizado estaria o porte de arma de fogo para os motoristas de caminhão.

Deste modo, tendo em vista o entendimento adotado no mencionado julgado, ainda que não se refira especificamente à busca e apreensão, entende-se possível sustentar a anulação da questão.

Legislação de Trânsito – Prof. Fernando Pessoa

Questão 61

Um policial rodoviário federal abordou o condutor de um veículo por dirigir sem usar o cinto de segurança. Nessa situação, depois de aplicar a multa, o policial poderá reter o veículo somente até a colocação do cinto pelo motorista, se não constatar outra infração de trânsito.

1- “Policial Rodoviário federal” = pelo CTB é agente da autoridade de trânsito.

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Conforme o Anexo I do CTB:

AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa, civil ou policial militar, credenciada pela autoridade de trânsito para o exercício das atividades de fiscalização, operação, policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento.

Das atribuições específicas do agente da autoridade de trânsito:

CTB - CAPÍTULO XVII – DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS

Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera das competências estabelecidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá adotar as seguintes medidas administrativas:

I - retenção do veículo;

II - remoção do veículo;

III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;

IV - recolhimento da Permissão para Dirigir;

V - recolhimento do Certificado de Registro;

VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual;

VII - (VETADO)

VIII - transbordo do excesso de carga;

IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica;

X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e na faixa de domínio das vias de circulação, restituindo-os aos seus proprietários, após o pagamento de multas e encargos devidos.

XI - realização de exames de aptidão física, mental, de legislação, de prática de primeiros socorros e de direção veicular.

Não existe nesse rol a aplicabilidade de multa por agente da autoridade de trânsito, tão somente se aplica tais medidas administrativas.

2- Um policial rodoviário federal abordou o condutor de um veículo por dirigir sem usar o cinto de segurança. Nessa situação, depois de aplicar a MULTA (...)”

Veja que a questão trás uma atribuição EXCLUSIVA de autoridade de trânsito.

AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de órgão ou entidade executivo integrante do Sistema Nacional de Trânsito ou pessoa por ele expressamente credenciada.

CTB - CAPÍTULO XVI - DAS PENALIDADES

Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das competências estabelecidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele previstas, as seguintes penalidades:

II - Multa;

(...)

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De tal forma solicita-se a mudança do gabarito de CERTO para ERRADO, uma vez que consta erro material e objetivo no campo do direito. Além disso, é assunto trabalhado em qualquer tribunal e já conhecido no país de que o agente da autoridade e a própria autoridade executam as medidas administrativas. Já as penalidades são exclusivas das autoridades de trânsito. Ou seja, policial rodoviário federal não aplica multas!

3 - “(...) o policial poderá reter o veículo somente até a colocação do cinto pelo motorista, se não constatar outra infração de trânsito. ”

O agente da autoridade pode aplicar a retenção (Art. 270, CTB) conforme a infração, conforme a falha apresentada no momento da abordagem, para apresentação de condutor habilitado e a depender da situação, a critério do agente. Dessa forma não existe a imposição condicional fixa de “somente” como indica o comando da questão.

Dessa forma ficam provados dois erros no item. E por isso se pede a modificação do gabarito.

Uma última observação é que a multa segue o processo administrativo e isso dura tempo legal com garantias de contraditório e ampla defesa. Ou seja, o PRF não aplicará multa de forma instantânea como diz a questão, primeiro porque não é atribuição dele e segundo que a multa antes de existir, em regra passa pelo crivo administrativo: Ato administrativo, Auto de infração de trânsito, notificação de infração, prazo para defesa, aplicação de penalidade, prazo para recurso de penalidade e aplicação de penalidade de multa. A questão erra na afirmação de que a aplicação de uma penalidade de multa como competência de um Policial Rodoviário federal, pois é da autoridade de trânsito. Além disso, ofende o devido processo legal e não garante a ampla defesa e contraditório no processo administrativo de aplicação de penalidade conforme consta na Resolução 619/16.

Questão 62

O condutor de um veículo foi abordado por policial rodoviário federal depois de ultrapassar outro veículo pelo acostamento. Nessa situação, o policial poderá multar o condutor, mas não poderá reter nem remover o seu veículo.

1) “Policial Rodoviário federal” = pelo CTB é agente da autoridade de trânsito.

AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa, civil ou policial militar, credenciada pela autoridade de trânsito para o exercício das atividades de fiscalização, operação, policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento.

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Das atribuições específicas do agente da autoridade de trânsito:

CTB - CAPÍTULO XVII – DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS

Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera das competências estabelecidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá adotar as seguintes medidas administrativas:

I - retenção do veículo;

II - remoção do veículo;

III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;

IV - recolhimento da Permissão para Dirigir;

V - recolhimento do Certificado de Registro;

VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual;

VII - (VETADO)

VIII - transbordo do excesso de carga;

IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica;

X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e na faixa de domínio das vias de circulação, restituindo-os aos seus proprietários, após o pagamento de multas e encargos devidos.

XI - realização de exames de aptidão física, mental, de legislação, de prática de primeiros socorros e de direção veicular.

Não existe nesse rol a aplicabilidade de multa por agente da autoridade de trânsito, tão somente se aplica tais medidas administrativas.

2) Um policial rodoviário federal abordou o condutor de um veículo por dirigir sem usar o cinto de segurança. Nessa situação, depois de aplicar a MULTA (...)”

Veja que a questão trás uma atribuição EXCLUSIVA de autoridade de trânsito.

AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de órgão ou entidade executivo integrante do Sistema Nacional de Trânsito ou pessoa por ele expressamente credenciada.

CTB - CAPÍTULO XVI - DAS PENALIDADES

Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das competências estabelecidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele previstas, as seguintes penalidades:

II - multa;

(...)

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De tal forma solicita-se a mudança do gabarito de CERTO para ERRADO, uma vez que consta erro material e objetivo no campo do direito. Além disso, é assunto trabalhado em qualquer tribunal e já conhecido no país de que o agente da autoridade e a própria autoridade executam as medidas administrativas. Já as penalidades são exclusivas das autoridades de trânsito. Ou seja, policial rodoviário federal não aplica multas!

3) “O condutor de um veículo foi abordado por policial rodoviário federal depois de ultrapassar outro veículo pelo acostamento. Nessa situação, o policial poderá multar o condutor, mas não poderá reter nem remover o seu veículo.”

èArt. 202. Ultrapassar outro veículo:

I - pelo acostamento;

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (cinco vezes).

Apesar da infração do artigo 202 não trazer a medida administrativa de retenção, essa pode ser aplicada quando o agente da autoridade achar necessária. Conforme ensina o Manual Brasileiro de Fiscalização (Resolução 371/2010) e o artigo 269, CTB – MEDIDAS ADMINISTRATIVAS.

Uma última observação é que a multa segue o processo administrativo e isso dura tempo legal com garantias de contraditório e da ampla defesa. Ou seja, o PRF não aplicará multa de forma instantânea como diz a questão, primeiro porque não é atribuição dele e segundo que a multa antes de existir, em regra passa pelo crivo administrativo: Ato administrativo, Auto de infração de trânsito, notificação de infração, prazo para defesa, aplicação de penalidade, prazo para recurso de penalidade e aplicação de penalidade de multa. A questão erra na afirmação de que a aplicação de uma penalidade de multa como competência de um Policial Rodoviário federal, pois é da autoridade de trânsito. Além disso, ofende o devido processo legal e não garante a ampla defesa e contraditório no processo administrativo de aplicação de penalidade conforme consta na Resolução 619/16.