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J. bras. pneumol. vol.43 número4

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Academic year: 2018

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ISSN 1806-3713 © 2017 Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37562017000000074

Espessamento da parede traqueal

Edson Marchiori1, Bruno Hochhegger2, Gláucia Zanetti1

1. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (RJ) Brasil.

2. Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre (RS) Brasil.

Paciente feminina, 63 anos, queixando-se de poliartrite recorrente há mais de 1 ano, com aparecimento de tosse seca há 3 meses. Os exames laboratoriais estavam normais. O exame físico mostrava deformidade em

ambas as orelhas, com sinais inlamatórios. A TC de tórax evidenciava espessamento difuso das paredes

da traqueia e dos brônquios principais (Figura 1). O parênquima pulmonar era normal.

O espessamento difuso da parede traqueal tem um número grande de possíveis etiologias — amiloidose; policondrite recidivante (PR); traqueopatia

osteocondroplástica (TOC); infecções, como tuberculose,

paracoccidioidomicose e rinoscleroma; granulomatose com poliangeíte; sarcoidose; linfomas; dentre outras.

Algumas características de imagem podem ser úteis para

estreitar o diagnóstico diferencial, como a presença de calciicações, e deinir se o acometimento é de toda a

circunferência da traqueia ou se a lesão preserva a parede

membranosa posterior, acometendo apenas a porção

cartilaginosa. No caso apresentado, duas características

chamam a atenção no exame tomográico: o espessamento parietal apresenta calciicações em toda a sua extensão longitudinal, e a porção membranosa posterior da parede

traqueal está preservada.

Calcificações nas paredes traqueais podem ser

observadas em pacientes sadios, relacionadas à senilidade.

Contudo, calciicações associadas ao espessamento parietal podem ser vistas em amiloidose, TOC e PR. Na amiloidose, o comprometimento é circunferencial, envolvendo também a parede membranosa posterior. Desta forma, o diagnóstico diferencial no caso apresentado ica restrito a duas doenças: TOC e PR.

A TOC é uma doença de etiologia desconhecida, que se caracteriza pela formação de pequenas nodulações submucosas, em geral calciicadas, fazendo protrusão para a luz traqueal. É uma doença restrita à árvore

traqueobrônquica. Pode ser assintomática, ou cursar com tosse, dispneia, sibilos ou, eventualmente, hemoptise.

A PR é caracterizada por episódios recorrentes, potencialmente graves, de inlamação nos tecidos

cartilaginosos, incluindo a cartilagem das orelhas, do nariz,

das articulações periféricas e da árvore traqueobrônquica. Os sintomas das vias aéreas incluem dispneia progressiva, tosse, estridor e rouquidão, que ocorrem pela destruição e ibrose dos anéis cartilaginosos laríngeos e traqueais, criando colapso luminal, e também pelo estreitamento das vias aéreas devido a inlamação e ibrose cicatricial.

Nossa paciente apresentava, além das alterações tomográicas traqueobrônquicas características, um

quadro de artropatia soronegativa e condrite auricular.

Com esses elementos, o diagnóstico de PR foi irmado. Na maioria dos casos, a biópsia não é necessária para a conirmação diagnóstica.

Figura 1. TCs em corte axial (em A e B) e reconstrução coronal (em C) mostrando espessamento difuso da parede anterior da traqueia e dos brônquios principais, com calciicações (setas). Notar que a parede posterior (cabeças de seta) está preservada.

LEITURA RECOMENDADA

1. Marchiori E, Pozes AS, Souza Junior AS, Escuissato DL, Irion KL, Araújo Neto Cd, et al. Diffuse abnormalities of the trachea: computed tomography indings. J Bras Pneumol. 2008;34(1):47-54. https://doi.org/10.1590/S1806-37132008000100009

A

B

C

J Bras Pneumol. 2017;43(4):251-251

Imagem

Figura 1. TCs em corte axial (em A e B) e reconstrução coronal  (em C) mostrando espessamento difuso da parede anterior da  traqueia e dos brônquios principais, com calciicações (setas)

Referências

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