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Palavras-chave: habitação social; revistas técnicas; Buenos Aires.

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Academic year: 2021

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Habitação Social como forma de ação: o papel da Revista de Arquitectura na difusão de uma agenda profissional (Argentina, década de 1920)

Ana Carolina Oliveira Alves (Unicamp)

Resumo: Na Argentina, a Comisión Nacional de Casas Baratas (CNCB) foi instituída em 1915 buscando dotar a família trabalhadora de moradia cômoda e higiênica, financiando-a por aluguel barato ou aquisição. A importância desse tema reiterou-se nos anos seguintes culminando em encontros profissionais onde o tema da habitação social foi evidenciado, como o Primer Congreso Argentino de Habitación e o I Congreso Pan-Americano de Arquitectos, realizados em 1920. Os debates expressos nesses espaços tiveram continuidade nos periódicos técnicos cujas publicações acompanharam a consolidação do campo da arquitetura. Tais periódicos, geralmente vinculados às associações profissionais, escolas de formação ou instituições, desempenharam papel fundamental na difusão de ideias, delimitando uma agenda compartilhada por esses profissionais. A formação dos bairros destinados a trabalhadores de pequenos recursos, como estipulado pela CNCB, foi alvo de intensos debates nas páginas da Revista de Arquitectura. A revista, criada em 1915, adquire papel relevante, sendo o primeiro meio de difusão produzido com a colaboração de arquitetos e estudantes tendo uma circulação voltada especificamente a esse público. Destacamos o papel desse tipo de fonte como forma de compreender a atuação pública desses profissionais concordando com Sarlo (1992) na classificação da forma revista como uma prática de produção e circulação pensada no presente para evidenciar o público enquanto espaço de alinhamento e conflito. Reiteramos a importância dessas revistas enquanto fontes para estudos destes profissionais/campos em formação ao lidar com questões da cidade, por permitirem analisar discussões empreendidas por engenheiros, arquitetos e outros profissionais em torno de temas como o aqui selecionado.

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Financiamento: Fapesp processo 2018/15544-0

Introdução/justificativa

Na Argentina, no início do século XX, algumas transformações políticas evidenciaram uma guinada na política liberal dominante até então a partir da emergência de reivindicações de outra ordem. Em 1905 foi sancionada a primeira lei referente a habitação, autorizando o município de Buenos Aires a emitir títulos públicos para a construção de casas voltadas para trabalhadores. Em 1907 a Comissão Municipal aceita a doação feita por Azucena Butteler, membro de uma organização filantrópica, de terrenos a serem destinados a construções com tais fins, o que institucionaliza a caridade como política de habitação associada ao Estado.

No ano seguinte, como reação a “huelga de inquilinos” – um movimento popular contra o aumento dos aluguéis – o presidente José Figueroa Alcorta se pronuncia estimulando o estudo e a análise da questão da habitação popular no continente europeu visando gerar formas de ação locais. A partir de 1912, algumas tentativas demonstram mais diretamente as transformações vivenciadas nas políticas habitacionais, com uma introdução mais direta do papel estatal. Neste momento, no Congresso Nacional se propagam projetos e discussões sobre o tema que deslocarão a açã oficial da caridade para uma articulação direta do Estado com o capital privado.

O resultado da ação estatal é institucionalizado na lei nacional nº 9677, de 1915, que cria a Comisión Nacional de Casas Baratas (CNCB), órgão cujo objetivo consistia em combater a lacuna de habitações populares no país nas primeiras décadas do século XX. As ações da CNCB foram orientadas no sentido de construir casas coletivas para aluguel e individuais para venda visando “dar alojamiento sano y barato, y facilidades para adquirir la pequeña propiedad, según circunstancias y necesidades, a las familias de obreros y empleados”1. As ações previstas para a

comissão incluiam fundos próprioss a serem utilizados para moradias e também a ação indireta a partir do incentivo à iniciativa privada pela liberação de créditos e

1 Comisión Nacional de Casas Baratas, ley 9677, antecedentes relativo de la construcción y venta de las “casas individuales” y reclamo de los inquilinos del “barrio Cafferata” Buenos Aires, Talleres Gráficos Moldes, 1927, pág. 9

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exclusão de impostos. Estas intervenções se inseriam, também, dentro de uma tentativa de higienização da habitação popular e de busca pelo desaparecimento dos

conventillos – tipo peculiar de habitação com serviços utilizados de maneira

comunitária – e outras formas de moradia consideradas inadequadas. O deputado católico Juan Cafferata, responsável pela criação da lei que instituiu a CNCB, descreveu este tipo de habitação como locais onde

“habita la promiscuidad, germina la rebeldía, florece la tuberculosis, se disgrega la familia, se corrompe la niñez y naufraga la edad madura. Los conventillos son atroces. Las suciedades en contact. El pudor y la independencia imposibles. […] Este es el conventillo, foco de todas ruindades”2

Neste momento, se evidencia a ideia de que o problema habitacional da classe trabalhadora demandava atenção. Ana Cravino assinala que depois da instauração da Lei Sáenz Peña, que definiu o voto secreto e universal na Argentina, o Partido Socialista consquistou representantes tanto no Congresso Nacional quanto na Câmara de Deputados3. Estes representantes interfeririam ativiamente nas

discussões legislativas relacionadas com questões sociais e a criação da CNCB, neste contexto, demarca o efetivo ingresso no Estado como regulador ativo da problemática habitacional, um dos cernes das questões sociais, que emerge enquanto importante campo de ação política e profissional.

Todos estes debates, fortemente expressos nas discussões públicas da esfera governamental também encontram correlatos nas instituições profissionais associadas aos problemas da cidade. A importância desse tema reiterou-se nos anos seguintes culminando em encontros profissionais onde o tema da habitação social foi evidenciado, como o Primer Congreso Argentino de Habitación e o I Congreso Pan-Americano de Arquitectos, ambos realizados no ano de 1920.

O Congreso Argentino de Habitación surgiu enquanto iniciativa do Museo Social Argentino a partir do reconhecimento do problema da habitação enquanto questão social. Para Camila Ferrari, sua importância estaria não apenas em seu

2 Ministerio de Relaciones Exteriores y Culto, 1934 Citado em: CRAVINO, Ana. Historia de la vivienda social. Primera Parte: del conventillo a las casas baratas en Vivienda & Ciudad. Vol. 3: 7-24. Buenos Aires. Diciembre del 2016.

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pioneirismo enquanto espaço de discussão, mas também no fato da questão habitacional já ter sido tratada enquanto questão urbanística, associando moradia e planejamento urbano de maneira articulada4. Suas conclusões apontaram para uma

responsabilização do Estado para com a construção de moradias econômicas, o que seria realizado por meio de expropriações de terrenos vazios e apoio da iniciativa privada5.

Já os Congressos Pan-Americanos de Arquitetos surgiram enquanto iniciativas de criação de um movimento estruturado capaz de pressionar governos nacionais no que tange a questões profissionais. A primeira edição destes congressos, sediada na cidade de Montevidéu no Uruguai em 1920, definiu como programa de debate nove temas e o quarto destes era “casas baratas, urbanas y rurales en América”6. Dentro

deste tema, o arquiteto argentino Raúl Pasman apresentou seu trabalho intitulado “Casas Baratas” no qual já inicia rechaçando a utilização de tal expressão e defendendo a substituição por “vivienda higienica e economica” que representaria um aperfeiçoamento da ideia de habitação popular7. A retórica da defesa das condições

higiênicas também fica clara para Pasman que defende a criação de leis que expropriem aquelas construções destinadas a moradia consideradas insalubres além de um sistema de estímulo para garantir o bom estado de conservação das construções a partir de prêmios e multas.

O texto do arquiteto argentino é um exemplo de como o tema da habitação social começara a reverberar não apenas com relevância dentro da esfera estatal, mas também nos círculos profissionais enquanto uma forma de ação. As conclusões do encontro de arquitetos relativas ao tema IV demonstram a intenção de definir uma agenda profissional que englobasse as questões que ali estavam sendo debatidas.

1º Fomentar la construcción de habitaciones higiénicas y baratas, por medio del apoyo moral, legal y pecuniario de los Gobiernos, de las Municipalidaddes e instituciones particulares.

4 FERRARI, Camila. Produção habitacional em grande escala em São Paulo e Buenos Aires: o aparato estatal e a atuação dos profissionais nas décadas de 1940 e 1950. Tese (Doutorado). IAU-USP, São Carlos, 2018.

5

6 I Congreso Panamericano de Arquitectos, Actas e Trabajos. Montevideo, 1920

7 PASMAN, Raúl. Casas Baratas. In: I Congreso Panamericano de Arquitectos, Actas e Trabajos. Montevideo, 1920, p. 388-399

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2º Difundir la edificación individual familiar en los alrededores de barrios fabriles e industriales, dotándolos de fácil acceso a los centros urbanos y recomendando la edificación de casas coletivas en los centros densamente povoados

3º Exigir como condición previa para la edificación de poblaciones baratas, que los terrenos destinados a este objeto estén dotados de servicio sanitario, luz y pavimentación.

4º Solicitar a las Municipalidades y Reparticiones de Obras Sanitarias de la Nación, Provincias y Gobiernaciones, las modificaiones de los reglamentos de construcción vigentes, adaptándolos a as necesidades económicas requeridas para los trabajos sanitarios, alturas de habitaciones y afirmados menos costosos a fin de obtener com ello economia en sua ejecución sin faltar a las reglas de higiene, seguridad y estética edilicia.

5º Indicar como conveniente la fundación, en cada país, del <Banco Nacional Constructor de Csas Económicas>

6º Señalar como obra de previsión social la construcción de refugios nocturnos para indigentes que llegan periódicamente a las grandes ciudades, sin encontrar lugares baratos y respetables en que hospedarse.8

A grande potencialidade dos encontros profissionais estava, justamente, na possibilidade de colocar algumas questões no centro de debate, proporcionando oportunidades de discussão. Estes debates não aconteciam apenas nestes espaços e nem se encerravam ali. O movimento de discussão de demandas e agendas acontecia também nas publicações periódicas gerenciadas por técnicos. Silvia Cirvini, ao analisar o periodismo técnico na Argentina, ressalta a importância das revistas de transformar em públicos ações e escolhas de um grupo de agentes especializados que demanda reconhecimento enquanto grupo para legitimar eu modo de operar. Os atos de fundar, dirigir e sustentar uma revista, para a autora, são realizados por indivíduos/grupos que tem algo a dizer e no caso dos técnicos, suas palavras implicam em ações de transformação da cidade. Os debates instaurados nas páginas das revistas modelam práticas, estabelecem códigos e, portanto, participam do processo de construção de certa identidade profissional. Dessa forma, Cirvini defende que tais publicações periódicas aparecem enquanto correlatas das associações profissionais, científicas e acadêmicas e são valiosas fontes de produção textual destes técnicos que difundem ideias e propostas em torno de um “quehacer” profissional.

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Max Aguirre González, ainda que se centre no estudo do caso chileno, traz suportes interessantes para pensar as revistas técnicas que, para ele, emergem enquanto pilares estratégicos na defesa do exercício profissional dos arquitetos9. Para

o autor, a publicação destas revistas cumpria um papel estratégico para o alcance de alguns objetivos já que unificava os temas de discussão e assumia uma representação profissional legitimando-a frente a outros profissionais, o público em geral e até mesmo as autoridades administrativas. Considerando esse relevante papel exercido pelos periódicos técnicos, optamos aqui por encarar o tema da habitação a partir destas fontes, visando compreender como as questões que estavam sendo discutidas em esferas legislativas do governo e também em outros espaços profissionais apareceram também, constantemente, nas publicações das revistas, preocupadas na definição de uma agenda profissional de ação.

Objetivos

Defendemos aqui, em conssonância com as ideias já explicitadas, que o periodismo técnico converte-se em importante veículo de disseminação de questões profissionais, sendo espaço de proliferação de debates, manifestação de opiniões e argumentações e mesmo defesa de formas de intervenção e estratégias sobre o espaço da cidade. Muitos dos temas debatidos pelos profissionais em outros espaços, aqueles de formação ou de encontros, por exemplo, encontram também nas páginas das revistas espaço de manifestação.

O objetivo deste trabalho é analisar a presença de temas relativos ao debate da questões de habitações social da Argentina na Revista de Arquitectura na década de 1920. Ainda que não tenha sido o primeiro periódico voltado para a área da arquitetura, essa revista adquire papel relevante, sendo o primeiro meio de difusão produzido com a colaboração de arquitetos e estudantes tendo uma circulação voltada especificamente a esse público. A publicação anterior a esta consistia apenas em um siplemento de um periódico geral. A Revista de Arquitectura, portanto, foi criada em

9 AGUIRRE GONZÁLES, Max. Un triángulo estratégico para una inserción cultural. organización gremial, revistas de arquitectura y modernidad 1907-1942. De Arquitectura, Santiago, n. 23, p.14 - 19, 2001

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1915 e suas edições contaram com a colaboração de arquitetos formados e professores até jovens estudantes, evidenciando movimentos que afetam a disciplina nessas primeiras décadas do século XX a partir de movimentos que entrecruzam conflitos externos e mesmo do interior do campo da arquitetura pela hegemonia profissional.

Nesse sentido, nos detivemos nas 93 edições publicadas da revista entre os anos de 1921 e 1930. Cabe destacar que, neste período, a periodicidade dela não foi a mesma: entre 1921 e 1923 apenas três edições foram lançadas por ano enquanto entre 1924 e 1930 foi publicada uma edição referente a cada mês, totalizando doze. O acesso a este periódico foi feito a partir do acervo online da Biblioteca “Prof. Arq. Manuel Ignacio Net” relativa ao Centro de Documentación da Facultad de Arquitectura, Diseño y Urbanismo da Universidad de Buenos Aires.

Resultados

Direta ou tangencialmente, os temas relativos às discussões da habitação social encontraram também nas páginas das revistas técnicas e profissionais espaço de difusão. Ao analisarmos as edições da já citada Revista de Arquitectura ao longo da década de 1920 é possível perceber a reverberação do tema expressa em textos autorais publicados por arquitetos pertencentes a Sociedad Central de Arquitectos, comentários acerca do já citado Congreso de Habitación e concursos relacionados com este tipo específico de construção. Nos chamou a atenção nestas publicações as argumentações profissionais em torno da seleção de vocabulário para referir-se a este tipo de habitação. As expressões “casas baratas” e “casas economicas” aparecem com frequência e seus usos são discutidos pelos arquitetos ao longo dos textos que parecem buscar afastar-se da primeira.

Os arquitetos Berçaitz e Falomir, membros da Sociedad Central de Arquitectos, publicam um artigo na edição 30 da revista atestando o desejo de contribuir com o problema da habitação a partir da apresentação do anteprojeto de Casas Economicas para Obreros que fora premiado em um concurso celebrado no interior do país por uma instituição privada. Ambos defendem uma concepção construtiva que tenta

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conciliar o conforto com a economia que lhes fez optar por casas gêmeas, ainda que independentes entre si.10

O arquiteto Narciso del Valle, ao discorrer sobre as habitações destinadas “a vivienda de gente que cuenta com recursos limitados” afirma ter optado pelo termo

casas economicas por convicção em detrimento do uso de casas barata”11. Del Valle

sustenta que a palavra barata concederia unicamnete a ideia de uma construção pouco custosa e não seria apenas esse ponto de vista que deveria ser considerado pelos profissionais. Alguns aspectos da construção, ressalta, podem não ser exatamente baratos, mas, gradualmente, produzirem certa economia.

Del Valle destaca como principais requisitos a serem considerados para este tipo de casa: (a) a localização, forma, tamanho e condições do terreno; (b) o estudo de seus planos; (c) as condições da construção; (d) a conservação e manutenção da casa; (e) o custo total; (f) os hábitos das pessoas as quais são destinadas. Em todo seu texto, fica clara a preocupação com a parte higiênica de tal tipo de habitação – luz, entrada de ar, ventilação, etc – e também com uma adequação às necessidades dos futuros habitantes.

As condições da construção, já debatidas na revista, seria aonde poderia obter-se maior economia no custo total, ainda que o arquiteto eitere não querer, com isso, incentivar o emprego de materiais baratos. A perspectiva, ao contrário, seria o emprego de materiais que assegurassem uma boa construção deixando, entretanto, de lado, tudo aquilo que fosse considerado supérfluo ou inadequado aos habitantes. O quarto aspecto, entretanto, parece pressupor certa intervenção no próprio modo de vida dessas pessoas para modificar o que seria considerada uma má tendência de degradação.

As condições de construção se apresentam como mais importantes do que o lucro/custo. Para del Valle, até a parte técnica deveria ser econômica sem que isso implicasse em desatenção profissional, afinal, como profissional liberal, o arquiteto deveria mostrar preocupação com a assitencia a pobres. A partir disto, o autor defende

10 BERÇAITIZ E FALOMIR. Casas Baratas. In: Revista de Arquitectura. Buenos Aires: Sociedad Central de Arquitectos, n.30, 1921.

11 DEL VALLE, Narciso. Casas Economicas. In: Revista de Arquitectura. Buenos Aires: Sociedad Central de Arquitectos, n.40, abr., 1924.

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a posição de fixação de uma taxa profissional para as construções economicas – na qual deveriam incluir-se as de obreros e empregados.

Na edição seguinte da Revista o também arquiteto C. E. Medhurst-Thomas segue semelhante linha de argumentação ao tratar o termo “casas baratas” como uma anomalia e defender “casas pequeñas” ou “casas economicas”12. O arquiteto defende,

ainda, que pensar no conceito de econômica, nesse caso, depende diretamente de pensar no indivíduo que naquelas construções habitaria e, argumenta a necessidade de pensar os materiais e outras especificidades dessas habitações. Medhurst-Thomas defende ainda a necessidade de que alguns profissionais desloquem seus interesses e projetos para esse tipo de temática popular, tendo em vista que “todos no podemos

aspirar a proyectar palacios”. Considerações Finais

Concordando com Sarlo na classificação da forma revista como uma prática de produção e circulação pensada no presente para evidenciar o público enquanto espaço de alinhamento e conflito, destacamos o papel desse tipo de fonte como forma de compreender a atuação pública dos profissionais dedicados a cidade13. Reiteramos

a importância dessas revistas enquanto fontes para estudos destes campos em formação ao lidar com questões da cidade, por permitirem analisar discussões empreendidas por engenheiros, arquitetos e outros profissionais em torno de temas como o aqui selecionado.

Nas páginas da Revista de Arquitectura, ao longo da década de 1920, percebemos que os debates acerca da habitação social tiveram espaço e se expressaram, majoritariamente, como argumentações dos profissionais contra a classificação dessas construções enquanto “casas baratas” e na defesa de modelos específicos a serem pensados para estas construções. Como espaço de reverberação de debates acontecidos em outros espaços, as revistas se mostram fontes essenciais

12 MERDHURST-THOMAS, C. E. Casas Baratas; In: Revista de Arquitectura. Buenos Aires: Sociedad Central de Arquitectos, n.41, mai., 1924.

13 SARLO, Beatriz. Intelectuales y revistas: razones de una práctica. In: América: Cahiers Du CRICCAL. Paris, 1992, p. 9-16.

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para compreender a formação do saber profissional e do próprio campo em meio a uma busca pela legitimação das ações que se buscava operar na cidade.

Referências Bibliográficas

AGUIRRE GONZÁLES, Max. Un triángulo estratégico para una inserción cultural. organización gremial, revistas de arquitectura y modernidad 1907-1942. De Arquitectura, Santiago, n. 23, p.14 - 19, 2001

CIRVINI, Silvia Augusta. Las revistas técnicas y de arquitectura (1880-1945). Periodismo especializado y modernización en Argentina. Argos, Buenos Aires, v. 28, n. 54, p. 13 - 60, 2011.

CRAVINO, Ana. Historia de la vivienda social. Primera Parte: del conventillo a las casas baratas en Vivienda & Ciudad. Vol. 3: 7-24. Buenos Aires. Diciembre del 2016.

FERRARI, Camila. Produção habitacional em grande escala em São Paulo e Buenos Aires: o aparato estatal e a atuação dos profissionais nas décadas de 1940 e 1950. Tese (Doutorado). IAU-USP, São Carlos, 2018.

SARLO, Beatriz. Intelectuales y revistas: razones de una práctica. In: América: Cahiers Du CRICCAL. Paris, 1992, p. 9-16.

I Congreso Panamericano de Arquitectos, Actas e Trabajos. Montevideo, 1920

Revista de Arquitectura órgano oficial de la Sociedad de Arquitectos y del centro de estudiantes de arquitectura. Buenos Aires, Argentina - Universidad de Buenos Aires. Facultad de Arquitectura, Diseño y Urbanismo. Centro de Documentación - Biblioteca “Prof. Arq. Manuel Ignacio Net”. Buenos Aires, Argentina.

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