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Colégio XIX de Março Educação do jeito que deve ser

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Academic year: 2021

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(1)

2ª PS de Português / 9º ano / Profª Letícia Silva / Pág. 1

Aluno(a): Nº

Ano: 9º Turma: Data: 10/09/2018 Nota:

Professor(a): Letícia Silva Valor da Prova: 30 pontos Orientações gerais:

1) Número de questões desta prova: 15

2) Valor das questões: Abertas (5): 3,0 pontos cada. Fechadas (10): 1,5 cada.

3) Provas feitas a lápis ou com uso de corretivo não têm direito à revisão.

4) Aluno que usar de meio ilícito na realização desta prova terá nota zerada e conceituação comprometida.

5) Tópicos desta prova: Interpretação de texto: Gêneros textuais diversificados/Tipos de predicado/Regência Verbal/Colocação do pronome oblíquo/Redação dissertativa

1ª Questão: Leia o texto para responder à questão:

CAPÍTULO IV/UM DEVER AMARÍSSIMO!

José Dias amava os superlativos. Era um modo de dar feição monumental às ideias; não as havendo, servia a prolongar as frases. Levantou-se para ir buscar o gamão, que estava no interior da casa. Cosi-me muito à parede, e vi-o passar com as suas calças brancas engomadas, presilhas, rodaque e gravata de mola. Foi dos últimos que usaram presilhas no Rio de Janeiro, e talvez neste mundo. Trazia as calças curtas para que lhe ficassem bem esticadas. A gravata de cetim preto, com um aro de aço por dentro, imobilizava-lhe o pescoço; era então moda. O rodaque de chita, veste caseira e leve, parecia nele uma casaca de cerimônia. Era magro, chupado, com um princípio de calva;

teria os seus cinquenta e cinco anos. Levantou-se com o passo vagaroso do costume, não aquele vagar arrastado dos preguiçosos, mas um vagar calculado e deduzido, um silogismo completo, a premissa antes da consequência, a consequência antes da conclusão. Um dever amaríssimo!

Machado de Assis, Dom Casmurro

. Das afirmações abaixo sobre a expressão sublinhada nos seguintes trechos destacados do texto, a única que NÃO está correta é:

a) “imobilizava-lhe o pescoço”: é um pronome pessoal com valor possessivo.

b) “Um dever amaríssimo!”: trata-se de um superlativo que enfatiza qualificação de sentido positivo.

c) “era então moda”: assume valor temporal.

d) “não as havendo”: pode ser substituída pela frase “quando não as havia”, sem prejuízo para o sentido ou para a correção gramatical.

e) “servia a prolongar as frases”: é uma preposição que estabelece uma relação de finalidade.

Colégio XIX de Março

Educação do jeito que deve ser

2018

2ª PROVA SUBSTITUTIVA DE PORTUGUÊS

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2ª PS de Português / 9º ano / Profª Letícia Silva / Pág. 2

2ª Questão: Observe a tirinha a seguir e responda às questões 2 e 3.

http://2.bp.blogspot.com/_wBWh8NQAZ78/TBWEMQ8147I/AAAAAAAAACE/zmfW9c8uAKk/s1600/Tirinha_Se nsacionalismo.jpg (Acesso em 29/08/2018)

Que atitude típica de parte do público televisivo é reproduzida por Calvin, o garoto da tirinha?

a) Assistir àquilo que critica.

b) Assistir somente àquilo que está na moda.

c) Mudar de opinião de acordo com o momento.

d) Não criticar aquilo a que assiste.

e) Interagir com o apresentador de TV.

3ª Questão: Os dois primeiros quadros da tirinha criam no leitor uma expectativa de desfecho que não se concretiza, gerando daí o efeito de humor. Nesse contexto, a conjunção e estabelece a relação de

a) conclusão.

b) explicação.

c) oposição.

d) consequência.

e) alternância.

4ª Questão: Observe a predicação dos verbos.

I. O paciente permanece desacordado.

II. Os expectadores assistiram a uma tragédia naquela noite.

III. Os paramédicos assistiram todos os feridos.

IV. Os jogadores chegaram hoje.

Os verbos destacados nas orações acima são, respectivamente, a) transitivo direto, transitivo indireto, de ligação, intransitivo.

b) de ligação, transitivo direto, transitivo indireto, intransitivo.

c) intransitivo, transitivo direto, transitivo indireto, de ligação.

d) de ligação, transitivo indireto, transitivo direto, intransitivo.

e) transitivo direto, transitivo indireto, intransitivo, de ligação.

5ª Questão: Considerando as normas do português contemporâneo, quanto à concordância e a regência verbal, a alternativa que se conforma à norma-padrão é:

a) Não há dúvida de que o mito das agruras português, de que o autor se refere, dizem muito sobre a falência educacional brasileira.

b) A lenda que houveram regiões em que se fala mais corretamente o português ainda não foram rejeitadas.

c) Qual dos estrangeiros que se confrontaram com a arquitetura barroca de nossos verbos não se sentiram desanimados?

d) Argumentos à favor que a língua portuguesa é difícil foi apresentados em comentários de vários jornais.

e) Nenhum dos linguistas e gramáticos sustenta que a língua – à qual nos referimos – apresenta

dificuldades incontornáveis.

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2ª PS de Português / 9º ano / Profª Letícia Silva / Pág. 3

6ª Questão: Assinale a opção que apresenta a regência verbal incorreta, de acordo com a norma culta da língua:

a) Os sertanejos aspiram a uma vida mais confortável.

b) Obedeceu rigorosamente ao horário de trabalho do corte de cana.

c) O rapaz presenciou o trabalho dos canavieiros.

d) O fazendeiro agrediu-lhe sem necessidade.

e) Ao assinar o contrato, o usineiro visou, apenas, ao lucro pretendido.

Texto para as questões 7 e 8:

What?

Quando ouvi falar do projeto do deputado Carrion de restringir o uso de palavras estrangeiras no Rio Grande do Sul, até achei bacana, embora inócuo. Sempre achei um saco aquelas pessoas que, na tentativa furada de conseguir algum tipo de distinção, dizem que precisam de um feedback no lugar de um retorno, ou que querem printar alguma coisa ao invés de imprimir. Para alguns parece que empregar o vocabulário do inglês, por exemplo, dá àqueles que o usam a mesma sofisticação de alguém que mora em Nova Iorque tem (ou não). Daí eu vi que o deputado queria que trocassem mouse por rato e já deixei de simpatizar com a ideia.

Aliás, a forma como algumas pessoas se expressam mostram muito uma certa “carência” que sentem. O caso clássico disso é o ambiente de trabalho. Quanto maior o uso de termos técnicos desnecessários, maior é a necessidade de pedir um esclarecimento. Para se sentirem úteis, importantes, alguns começam a falar em código para que possam traduzir para os leigos o seu conhecimento.

In: http://ccdoarnaldo.blogspot.com/2011/04/what.html

7ª Questão: Assinale a opção correta sobre o posicionamento do autor:

a) É totalmente a favor da ideia do deputado.

b) Sempre foi contra a ideia do deputado.

c) Inicialmente, era a contra, mas ao conhecer mais sobre o plano do deputado, passou a ser a favor.

d) Deixou de simpatizar com a ideia, porque o projeto previa trocar estrangeirismos muito comuns, que já faziam parte da língua portuguesa.

e) Passou a simpatizar com o projeto, porque seriam proibidos quaisquer estrangeirismos, já que nosso idioma oficial é a Língua Portuguesa.

8ª Questão: O autor revela sua opinião sobre quem usa expressões técnicas e de origem estrangeira em demasia. Sobre isso, assinale a alternativa incorreta:

a) Algumas pessoas se valem de termos em inglês e de termos técnicos de forma exagerada, principalmente no ambiente corporativo, para chamar a atenção e se sentirem superiores.

b) Quanto maior o uso de termos técnicos desnecessários, maior é a necessidade de pedir um esclarecimento.

c) A forma como algumas pessoas se expressam mostram muito uma certa carência.

d) Para se sentirem úteis, importantes, alguns começam a falar em código para que possam traduzir para os leigos o seu conhecimento.

e) As pessoas que empregam excessivamente palavras estrangeiras no ambiente de trabalho estão apenas praticando outros idiomas, sobretudo o inglês.

9ª Questão: Leia o texto abaixo para responder à questão:

Bullying virou racismo

Confusão semântica tem virado prática nas escolas

Uma confusão semântica entre os termos “racismo” e “bullying” tem virado problema escolar.

Trabalho do Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdades (CEERT) mostra que casos de racismo no ambiente escolar têm sido tratados como episódios de

bullying por muitas escolas.

Bullying é uma violência institucionalizada na escola, para causar medo na vítima. Racismo é um

comportamento que gera uma aversão e, por vezes, ódio. Segundo a pedagoga Ellen Lima, autora do

estudo, ao confundir os dois, a escola trilha um caminho “mais fácil”. O bullying em si é tratado como

fase e crianças negras ficam duplamente suscetíveis na escola, podendo ser vítimas tanto do racismo

quanto de bullying.

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2ª PS de Português / 9º ano / Profª Letícia Silva / Pág. 4

(Revista Língua Portuguesa, ano 9, n.º 116, jun. 2015, p. 08)

No trecho apresentado, são utilizados argumentos que demonstram que o objetivo principal do autor do texto, em relação ao público-alvo da revista, é

a) denunciar a omissão da escola quando ela não combate o problema em foco.

b) convencer o leitor que não há diferença semântica entre os termos “racismo” e “bullying”.

c) mostrar ao leitor a dificuldade que a escola tem para conduzir episódios de bullying.

d) conscientizar o leitor que a escola busca resolver os problemas de racismo de forma correta.

e) levar o leitor a conhecer o trabalho do Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdades – CEERT.

10ª Questão:

A unidade de sentido de um texto se constrói a partir daquilo que é dito, daquilo que não é dito, a partir do modo de se dizer, dos motivos, das aparências, do contexto. Nesse sentido, a partir da leitura do anúncio, depreende-se que

a) a referência à proibição de beber no trânsito é feita a partir da intertextualidade entre a placa de trânsito, que normalmente remete à ideia de proibição, tendo ao fundo a imagem de uma garrafa.

b) a relação estabelecida entre a frase “novo sinal de trânsito” e a parte não verbal permite estabelecer um público-alvo específico, ou seja, pessoas envolvidas com o álcool.

c) o adjetivo “novo”, seguido do substantivo “sinal” empregado no anúncio, remete à ideia de que agora existe uma nova placa de trânsito que deve ser respeitada pelos motoristas.

d) o anúncio tem uma finalidade específica inter-relacionada, nesse caso, à ideia de persuadir as pessoas a não consumirem bebidas alcoólicas, pois elas fazem mal à saúde.

e) a conexão estabelecida entre a placa de trânsito e a imagem da garrafa é construída com o objetivo de evidenciar quais são os motivos que levam as pessoas a não ingerirem bebida alcoólica enquanto estão dirigindo.

11ª Questão: Redação.

Texto I

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2ª PS de Português / 9º ano / Profª Letícia Silva / Pág. 5

Texto II

Tensão econômica gera sobrecarga de trabalho

Redução de 17% na criação de postos de trabalho e tensão no cenário econômico. A instabilidade que ronda o mercado hoje tem um efeito direto na agenda de executivos: jornadas mais extensas, segundo especialistas consultados pela Folha.

Em tempos de turbulência, as tarefas invadem os fins de semana e os profissionais ficam até mais tarde no escritório, diz Betania Tanure, professora da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica).

Para o professor da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas) Roberto Heloani, o medo de demissão e o corte de pessoal explicam a ampliação dos horários. "É lógica aritmética: cortam-se postos, mas o trabalho não diminui." (...)

Felipe Gutierrez, Folha de S. Paulo, 07/07/2012.

Texto III

Alunos tomam estimulantes para melhorar seu desempenho nas provas

Nas escolas de segundo grau dos EUA, a pressão por boas notas e a concorrência por vagas em universidades estão incentivando estudantes a abusar de estimulantes vendidos com receita médica. Os adolescentes dizem que obtêm os estimulantes de amigos, os compram de traficantes, também estudantes, ou falsificam sintomas para que médicos lhes deem receitas médicas.

"Isso acontece em todos os colégios particulares daqui", comentou a psicóloga nova-iorquina DeAnsin Parker, que atende adolescentes de bairros de alto padrão como o Upper East Side de Manhattan.

"Não é como se houvesse apenas um colégio com esse problema. Esse é o padrão." (...)

Alan Schwarz, The New York Times / Folha de S. Paulo, 25/06/2012

Texto IV

Uma estranha loucura apossa-se das classes operárias das nações onde impera a civilização capitalista. Esta loucura tem como consequência as misérias individuais e sociais que, há dois séculos, torturam a triste humanidade. Esta loucura é o amor pelo trabalho, a paixão moribunda pelo trabalho, levada até o esgotamento das forças vitais do indivíduo e sua prole. Em vez de reagir contra essa aberração mental, os padres, economistas, moralistas sacrossantificaram o trabalho.

Paul Lafargue, O direito à preguiça, 1880.

Tendo em vista os textos da coletânea aqui apresentada, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema para o qual todos eles apontam: A exigência de desempenho feita, hoje, aos indivíduos.

Instruções:

1. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.

3. A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.

4. A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.

4. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

5. Seu texto NÃO será corrigido se for entregue a lápis.

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2ª PS de Português / 9º ano / Profª Letícia Silva / Pág. 6

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12ª Questão: Na tira de Garfield, a comicidade se dá por uma dupla possibilidade de leitura.

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2ª PS de Português / 9º ano / Profª Letícia Silva / Pág. 7

a) Explicite as duas leituras possíveis e explique como se constrói cada uma delas.

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b) Reescreva a frase do primeiro quadrinho de forma a evitar a duplicidade de sentido.

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Texto para as questões 13 e 14 ELOQUÊNCIA SINGULAR

Fernando Sabino

Mal iniciara seu discurso, o deputado embatucou:

_ Senhor Presidente: não sou daqueles que...

O verbo ia para o singular ou para o plural? Tudo indicava o plural. No entanto, podia perfeitamente ser o singular:

_Não sou daqueles que...

Não sou daqueles que recusam... No plural soava melhor. Mas era preciso precaver-se contra essas armadilhas da linguagem, - que recusa? - ele que tão facilmente caía nelas, e era logo mascarado com um aparte. Não sou daqueles que... Resolveu ganhar tempo.

_ ...embora perfeitamente cônscio das minhas responsabilidades como representante do povo nesta Casa , não sou ...

Daqueles que recusa, evidentemente. Como é que podia ter pensado em plural? Era um desses casos que os gramáticos registram nas suas questiúnculas de português : ia para o singular, não tinha dúvida. Idiotismo de linguagem devia ser

_... daqueles que , em momentos de extrema gravidade, como este que o Brasil atravessa Safara-se porque nem se lembrava do verbo que pretendia usar:

_... Não sou daqueles que...

Daqueles o quê? Qualquer coisa, contanto que atravessasse de uma vez esta traiçoeira pinguela gramatical em que sua oratória lamentavelmente se havia metido logo de saída. Mas a concordância? Qualquer verbo servia, desde que conjugado corretamente, no singular. Ou no plural:

_Não sou daqueles que, dizia eu - e é bom que se repita sempre, senhor Presidente, para que possamos ser dignos da confiança em nós depositada...

Intercalava orações e mais orações, voltando sempre ao ponto de partida, incapaz de se definir por esta ou aquela concordância. Ambas com aparência castiça. Ambas legítimas. Ambas gramaticalmente lídimas, segundo o vernáculo:

_Neste momento tão grave para os destinos de nossa nacionalidade.

Ambas legítimas ? Não, não podia ser. Sabia bem que a expressão "daqueles que" era coisa já estudada e decidida por tudo quanto é gramaticoide por aí, qualquer um sabia que levava sempre o verbo ao plural:

_... não sou daqueles que, conforme afirmava ...

Ou no singular? Há exceções, e aquela bem podia ser uma delas. Daqueles que. Não sou UM daqueles que. Um que recusa, daqueles que recusam. Ah! o verbo era recusar:

_ Senhor Presidente. Meus nobres colegas.

_ A concordância que fosse para o diabo. Intercalou mais uma oração e foi em frente com bravura, disposto a tudo, afirmando não ser daqueles que...

_ Como?

Acolheu a interrupção com um suspiro de alívio:

_ Não ouvi bem o aparte do nobre deputado. Silêncio. Ninguém dera aparte nenhum.

_ Vossa Excelência, por obséquio, queira falar mais alto, que não ouvi bem - e apertava, agoniado, um dos deputados mais próximos.

_ Eu ? - Mas eu não disse nada...

_ Terei o maior prazer em responder ao aparte do nobre colega. Qualquer aparte.

(8)

2ª PS de Português / 9º ano / Profª Letícia Silva / Pág. 8

O silêncio continuava. Interessados, os demais deputados se agrupavam em torno do orador, aguardando o desfecho daquela agonia da tarde.

_ Que é que você acha? Cochichou um.

_ Acho que vai para o singular.

_ Pois eu não: para o plural é lógico.

O orador prosseguia na sua luta.

_ Como afirmava no começo de meu discurso, Senhor Presidente...

Tirou o lenço do bolso e enxugou o suor da testa. Vontade de aproveitar-se do gesto e pedir ajuda ao próprio Presidente da mesa : por favor, apura aí para mim, como é que é , me tira desta ...

_ Quero comunicar ao nobre orador que o seu tempo se acha esgotado.

_ Apenas algumas palavras, Senhor Presidente, para terminar o meu discurso : e antes de terminar, quero deixar bem claro que, a esta altura de minha existência, depois de mais de vinte anos de vida pública ...

_ E entrava por novos desvios:

_ Muito embora... sabendo perfeitamente ... os imperativos de minha consciência cívica ...

Senhor Presidente... declaro peremptoriamente ... não sou daqueles que ...

O Presidente voltou a adverti-lo que seu tempo se esgotara. Não havia mais por onde fugir:

_ Senhor Presidente, nobres colegas!

Resolveu arrematar de qualquer maneira. Encheu o peito e desfechou:

_ Em suma: não sou daqueles. Tenho dito.

Houve um suspiro de alívio em todo o plenário, as palmas romperam. Muito bem! O orador foi vivamente cumprimentado.

VOCABULÁRIO:

Embatucar: não poder falar, calar-se.

Cônscio: consciente

Questiúnculas: pequenas questões Pinguela: sentido figurado – regra.

Oratória: arte do bem falar.

Castiça: correta.

Lídimas: autênticas.

Vernáculo: língua do país

Gramaticoide: gramático sem importância.

Aparte: observação com que se interrompe quem discursa.

Peremptoriamente: terminantemente.

13ª Questão: a) Durante o discurso, que ponto(subtítulo ou matéria) da gramática foi responsável pela dúvida do orador? Justifique.

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b)Enquanto encontrava uma solução para a sua dúvida, como se desenvolveu o discurso?

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2ª PS de Português / 9º ano / Profª Letícia Silva / Pág. 9

14ª Questão: a) O deputado “escapou” de sua dúvida gramaticalmente ou politicamente? Justifique.

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b) Com o passar do tempo, o orador foi ficando agoniado. Copie do texto pelo menos dois pequenos trechos que comprovem esse estado.

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15ª Questão:

O século louco

Do século XX, no futuro, se dirá que foi louco. Um século que usou ao máximo o poder do cérebro para manipular as coisas do mundo e não usou o coração para fazer isso com sentimento solidário.

Um século no qual a palavra inteligência perdeu o seu sentido pleno, porque o raciocínio foi capaz de manipular a natureza nos limites da curiosidade científica, mas não foi usado para fazer um mundo melhor e mais belo para todos. A inteligência do século XX foi burra. Foi capaz de fabricar uma bomba atômica, liberar a energia escondida dentro dos átomos, mas incapaz de evitar que se usassem duas delas, matando centenas de milhares de pessoas.

O que se pode dizer da bomba atômica, como símbolo do século XX, vale para o conjunto das técnicas usadas nestes cem anos loucos: fomos capazes de tudo, menos de fazer o mundo mais decente – como teria sido possível. Vivemos um tempo em que a inteligência humana conseguiu fazer robôs que substituem os trabalhadores, mas no lugar de libertar o homem da necessidade do trabalho, os robôs provocam a miséria do desemprego. Inventamos a maravilha do automóvel e aumentamos o tempo perdido para ir de casa ao trabalho. Fizemos armas inteligentes, que acertam os alvos sem necessidade de arriscar a vida de pilotos, mas põem em risco a paz entre os povos. [...]

BUARQUE, Cristovam. Os instrangeiros. A aventura da opinião na fronteira dos séculos. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2002, pp. 113-115.

a) No segundo parágrafo, diz-se que “a palavra inteligência perdeu o seu sentido pleno”. EXPLIQUE qual o sentido pleno de inteligência segundo o autor.

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2ª PS de Português / 9º ano / Profª Letícia Silva / Pág. 10

b) Explique o sentido do adjetivo “louco” utilizado no título do texto.

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c) Classifique o texto quanto à sua estrutura e justifique sua resposta.

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