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NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS - DIREITO PENAL Professor Me. Márcio Godofredo de Alvarenga

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Academic year: 2022

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NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS - DIREITO PENAL

Professor Me. Márcio Godofredo de Alvarenga

1. Disciplina Geral: a apelação está regulada, em regra nos artigos 593 ao 603 do CPP, como exceção, no JECRIM, art. 82 da Lei N. 9.099/95.

2. Finalidade: pedir reexame ao Tribunal das sentenças definitivas ou com força de definitivas (que não decidem sobre a condenação ou absolvição do réu, por exemplo, as que reconhecem a extinção da punibilidade).

3. Legitimidade ativa:

a) Ministério Público: pode, de sentença absolutória ou condenatória (fiscal da lei); não pode recorrer na ação penal privada para pedir a condenação, diferente do que ocorre na ação penal privada, quando subsidiária da pública;

b) Assistente de acusação: duas correntes: para aumentar a pena ou incluir qualificadora: a) não pode, pois seu interesse é formar título executivo no cível; b) sim, pois sua função é auxiliar da justiça, sendo sua atuação supletiva (só apelar em matérias não impugnadas pelo Ministério Público);

c) Defensor dativo: não é obrigado a apelar, mas deve tomar as devidas cautelas, como notificar de forma inequívoca o réu e peticionar ao juízo, informando que deixa a defesa, requerendo a nomeação de novo defensor, juntamente com a restituição do prazo, com fundamento no Princípio da Ampla Defesa;

d) Réu e curador: podem recorrer por termo nos autos;

e) divergência entre réu e defensor: a jurisprudência tem apontado para a prevalência da capacidade técnica do defensor sobre a vontade do réu.

AULA 07 – APELAÇÃO

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4. Características:

a) ampla: devolve ao Tribunal toda a matéria já decidida pelo juiz a quo;

b) residual: cabe quando não for possível o Recurso em Sentido Estrito;

c) a apelação é delimitada pela interposição (Súmula 713 do STF)

5. Prazo: Em regra: 05 (cinco) dias para interposição, exceto no JECRIM que são 10 (dez) dias, iniciando a contagem da data da intimação da sentença; Razões:

crime: 08 dias; contravenção: 03 dias; se assistente de acusação, o prazo será de 03 dias, após manifestação do MP; se a ação penal for privada, o Ministério Público terá o prazo de 03 dias para arrazoar ou contrarrazoar; no JECRIM, o prazo é de 10 dias, sendo dois ou mais apelantes ou apelados, o prazo será sempre comum; já o defensor público, terá o prazo em dobro, nos termos do art. 5º, §5º, da Lei N.

1.060/50.

6. Cabimento: Sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular: sentença definitiva é a que julga o mérito, podendo ser:

a) condenatória: aquela que julga procedente a pretensão punitiva;

b) Absolutória: a que julga improcedente a pretensão punitiva, podendo ser própria, quando absolve, por ausência de materialidade e/ou autoria ou imprópria, quando absolve impondo medida de segurança.

7. Efeitos: são três os efeitos:

a) o devolutivo: visto que se devolve a matéria já decidida para reexame pelo Tribunal, cabendo ao recorrente a delimitação do tema quando na interposição, estabelecendo-se assim o limite da impugnação, sob pena de ser a apelação considerada plena;

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b) o suspensivo: presente apenas na sentença condenatória, visto que na absolutória esse efeito não existe, visto que o réu deve ser colocado imediatamente em liberdade (caso estivesse em prisão cautelar)

c) extensivo: pois quando um corréu apela, este recurso beneficia também os demais, em regra, sendo a exceção verificada no caso da apelação ser fundada em circunstâncias de caráter pessoais, as quais sabemos não se comunicarem aos coautores e partícipes, nos termos do art. 30 do Código Penal, como por exemplo, reincidência ou parentesco com a vítima.

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MODELO DE INTERPOSIÇÃO E RAZÕES DE APELAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___________ (matéria estadual)

Processo Nº __________________

FULANO DE TAL, já qualificados nos autos do processo em epígrafe, por seu advogado e bastante procurador (mandato incluso), vem perante Vossa Excelência, inconformado com a R. Sentença de fls. __/__, que lhe condenou a uma pena de ____, tempestivamente, com fundamento no art. ____ do (Código de Processo Penal ou do art. 82 da Lei N. 9.099/95) interpor

RECURSO DE APELAÇÃO

ao Egrégio Tribunal competente, pelos motivos de fato e de direito a seguir arrazoados:

Termos em que, requerendo seja ordenado o processamento do presente recurso, com as inclusas razões, pede deferimento.

Cidade, ___ de _________ de ____.

Advogado(a) OAB

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RAZÕES DE APELAÇÃO

Apelante: FULANO DE TAL Apelado: Justiça Pública

Origem: ___ Vara Criminal da Comarca de _____

Autos do Processo nº _____________________

Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara, Ínclitos Julgadores

Douta Procuradoria.

No caso em tela, é necessária a reforma da respeitável sentença ___________

(especificar o conteúdo, como por exemplo, que condenou o Apelante à pena de ...., como incurso no art. ... do Código Penal, senão vejamos:

DOS FATOS

1. Narrar os fatos (sem inventar dados). e a situação processual até o momento da sentença (por exemplo, o Apelante recorre em liberdade ou encontra- se recolhido desde tal data etc).

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2. Expor a situação processual até o momento da sentença (por exemplo, o Apelante recorre em liberdade ou encontra-se recolhido desde tal data etc).

3. Apontar a tese (No caso em tela, resta evidenciada a nulidade ...

ou ... No mérito, não merece prosperar o decreto condenatório, em decorrência de faltar justa causa para a ação penal .... Ou ainda: A R. Sentença não pode prosperar, eis que eivada de vício insanável provocado pelo flagrante abuso de autoridade).

4. Se houver preliminares, arguir logo depois dos fatos, abrindo um tópico especial para tanto (PRELIMINARES), dentre as matérias que poderão figurar nesta hipótese, exemplificamos: Causas Extintivas da Punibilidade (art. 107 do CP);

Prescrição (art. 109 do CP); Nulidades (art. 564 do CPP); Causas Excludentes de ilicitude (art. 23 e segs. do CP).

5. Compor parágrafos ligando o fato a norma, bem como a tese defensiva.

6. Nesse sentido, leciona Fulano:(adicionar doutrina):

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

7. Igualmente, entendem nossos Tribunais (adicionar jurisprudência):

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Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

8. Tecer tese subsidiária sempre que possível, como por exemplo, atacar a apreciação subjetiva do magistrado sentenciante, com relação à fixação da pena, observando as circunstâncias judiciais previstas no art. 59 do Código Penal e seus incisos.

Ex positis, aguarda o Apelante seja reformada a R. Sentença atacada, dando-se provimento ao presente recurso, para o fim de absolvê-lo das imputações que lhe foram feitas, com fulcro no art. 386, VII, do Código de Processo Penal (ou decretar-se a nulidade da decisão por ... / proceder-se a desclassificação da tipificação etc).

Alternativamente, caso seja mantido o decreto condenatório, espera sejam consideradas as teses anteriormente expostas, a fim de que sua pena seja corretamente ajustada, como medida da mais lídima JUSTIÇA!

Termos em que, Pede deferimento.

Cidade, ___ de _______ de ____

Advogado(a) OAB/SP

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PROPOSTA: Feicibuquisom Anderlaine da Silva, primário conforme o certificado nos autos, servente de pedreiro; cursando o 3º semestre do curso de técnico de mecânica (comprovante de matrícula anexo), casado, pai de um filho menor, foi indiciado pelo crime previsto no art. 157, § 2°A, I, do Código Penal, por supostamente ter subtraído, mediante ameaça exercida pelo emprego de arma de fogo, uma motocicleta marca Honda CG 150 KS, de propriedade de José Francisco Dáuloadi Santos. Segundo consta, teria o autor do fato adentrado o escritório da vítima e ordenado a entrega das chaves do veículo mediante ameaça empregada com uma arma de fogo, se ausentando do local após a consumação do roubo. A vítima informou a Polícia Militar acerca das características físicas do assaltante, descrevendo um homem negro, de altura mediana, aproximadamente 1.70 metros de altura, magro, vestindo camisa de um time de futebol (listras verticais negras em fundo branco e com um símbolo que não sabe especificar se tratava de um relógio despertador ou uma âncora de navio).

Após foi a região patrulhada, sem, contudo, se obter êxito na prisão do acusado.

Conduzida a vítima para a Delegacia de Polícia responsável pela área, ao registrar a ocorrência, o DD Delegado de Polícia, ordenou que seus agentes convidassem o acusado para comparecer naquele momento ao Distrito Policial, tendo em vista que este fora preso meses antes pelo crime de receptação por transitar com uma motocicleta roubada e seriam suas características físicas parecidas com a do assaltante (processo de receptação que se encontra na fase de instrução). Ao chegar na Delegacia, o acusado foi conduzido até uma sala reservada onde permaneceu só.

Ato contínuo, fora solicitada à vítima que olhasse diante de um pequeno vidro na porta de referida sala, quando fora indagada se tratava-se da pessoa que lhe subtraiu sua motocicleta. A vítima, por sua vez, somente disse que era muito parecido com o indivíduo que a assaltou, por tratar-se de pessoa negra, alta magra e jovem, inclusive trajando a mesma camisa de time de futebol, a qual se recorda bem, pela coloração preta com riscas brancas, todavia, não teve certeza do reconhecimento do acusado.

Denunciado o réu e iniciada a instrução processual, cerca de um ano após o fato delituoso, a vítima fora ouvida e novamente efetuado o reconhecimento nos mesmos moldes do que fora efetuado na delegacia de polícia, quer seja, com o acusado só, em uma sala. Novamente a vítima não teve certeza que o acusado era o autor do fato, quedando-se apenas em dizer que era parecido com o roubador de outrora. O acusado, em seu interrogatório, negou com veemência as imputações, aduzindo em depoimento que jamais havia passado pelo local do crime, bem como que em data próxima do roubo do qual fora acusado, estava trabalhando como servente de

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pedreiro numa cidade do litoral paulista, cujos fatos foram comprovados por uma testemunha de defesa que labutou com o acusado no litoral. Finalizada a instrução processual, o Ministério Público pugnou pela condenação do acusado nos exatos termos da denúncia. A defesa pugnou pela absolvição tendo em vista a fragilidade das provas produzidas, em especial o reconhecimento do acusado que não obedeceu às regras do artigo 226 do Código de Processo Penal, além da prova testemunhal que comprovou que o acusado estava trabalhando em data aproximada da data dos fatos, em uma cidade do litoral. Referidos fatos não foram suficientes para o convencimento do magistrado que condenou o réu a uma pena de 6 anos e 4 meses de reclusão, em regime inicial fechado, além de 10 dias multas no mínimo legal, se limitando a fundamentar, após a narrativa fática, de que as circunstâncias do caso prático recomendavam uma reprimenda exemplar, por se tratar de um criminoso habitual.

Como advogado do acusado, devidamente intimado da referida sentença na data de ontem, tome as medidas cabíveis.

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