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CITAÇÃO Quem determina a citação Falta de citação

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Academic year: 2021

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1 CITAÇÃO

É o ato oficial pelo qual, ao início da ação, dá-se ciência ao acusado de que, contra ele, se movimenta esta ação, chamando-o a vir a juízo, para se ver processar e fazer a sua defesa. Compõe-se a citação de dois elementos básicos: a cientificação do inteiro teor da acusação e o chamamento do acusado para vir apresentar a sua defesa. Toda vez que uma destas finalidades não for atingida, haverá vício no ato citatório.

Assim, a citação que apenas chamar o réu sem inteirar-lhe previamente do conteúdo da denúncia ou queixa será irremediavelmente nula, por ofensa ao princípio constitucional da ampla defesa (CF, art. 5º, LV). No Processo Penal, a citação é feita apenas uma vez, pois o processo de execução configura simples prosseguimento da relação processual já instaurada.

Quem determina a citação

Somente cabe ao juiz determiná-la e, normalmente, a oficial de justiça cumpri-la.

Tratando-se de infrações da alçada do Juizado Especial, a citação pode ser feita de viva voz, na própria Secretaria, por qualquer dos funcionários com atribuições para tanto, nos termos do art. 66 da Lei 9.099/95.

Falta de citação

A citação do acusado no processo é indispensável, mesmo que tenha ele conhecimento do processo por outro motivo (interpelação, defesa preliminar etc.) e sua falta é causa de nulidade absoluta do processo (CPP, art. 564, III, e), porque afronta os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. O acusado ver-se-ia processado sem ao menos ter a possibilidade de contrariar as imputações que lhe foram lançadas.

Obs.: O comparecimento espontâneo do acusado supre a falta de citação, na

medida em que se lhe garanta tudo o que a citação válida lhe traria, ou seja, conhecimento

antecipado da imputação, tempo mínimo de vinte e quatro horas entre esta ciência e o

interrogatório, e possibilidade de entrevistar-se previamente com seu advogado.

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2 Importante observar que, com o advento das Leis n. 11.689/2008 e 11.719/2008, o interrogatório deixou de ser o primeiro ato da instrução, passando a integrar a audiência concentrada dos arts. 400, 351 e 411 do CPP. Desse modo, o acusado não é citado para comparecer ao interrogatório, mas para oferecer a defesa inicial, consoante a nova redação dos arts. 396 e 406 do CPP.

Hipóteses de conhecimento da imputação antes mesmo da citação

Há casos em que, antes do recebimento da denúncia ou queixa, o réu é notificado da propositura da ação penal para que a conteste. É o que se dá nos processos da competência originária dos tribunais (Lei n. 8.038/90 c/c o art. 1º da Lei n. 8.658/93); nos processos por crimes previstos na Lei de Drogas (Lei n. 11.343/2006); assim como nos crimes de responsabilidade de funcionários públicos da competência do juiz singular (CPP, arts. 514 e seguintes, pouco importando tenha sido a denúncia respaldada naquelas peças a que se refere o art. 513 ou num simples inquérito policial). Nestas hipóteses, o acusado é notificado a apresentar resposta escrita (ou defesa preliminar), antes mesmo do recebimento da inicial acusatória.

Efeitos da citação válida

Tem como efeito completar a relação jurídica processual, triangularizando-a. Com a citação válida instaura-se o processo e passam a vigorar em sua integralidade os direitos, deveres e ônus processuais bem como todos os princípios derivados do due process of law.

Consequências do não atendimento à citação

Uma vez citado, fica o réu vinculado à instância, com todos os ônus daí decorrentes.

Em decorrência desta vinculação, o acusado deverá comparecer quando citado, bem como todas vez em que for intimado. Sua inércia leva a chamada revelia, ou seja, “o processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo” (CPP, art. 367).

Com a revelia, deixará de ser comunicado dos atos processuais posteriores, porém

contra ele não recairá a presunção de veracidade quanto aos fatos que lhe foram imputados,

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3 ante o princípio da verdade real, que norteia o processo penal. Mesmo revel, o réu poderá, em qualquer fase do processo, retomar o seu curso, restabelecendo-se o contraditório.

Todavia, com o advento da Lei n. 9.271/96, a revelia somente se verificará nas hipóteses em que o réu for citado pessoalmente ou por edital, quando, neste último caso, tiver defensor constituído.

 CLASSIFICAÇÃO

A citação pode ser real (ou pessoal, in faciem) ou ficta (presumida).

Dá-se a real quando realizada na pessoa do próprio acusado, gerando a certeza de sua realização. Procede-se mediante mandado (CPP, art. 351), carta precatória (CPP, art.

353) ou de ordem (determinada por órgão de jurisdição superior), requisição (CPP, art. 358) e carta rogatória (CPP, arts. 368 e 369);

A ficta é a realizada por meio da publicação ou afixação em local determinado, de editais contendo a ordem de citação (CPP, arts. 361 e seguintes).

 CITAÇÃO POR MANDADO

Destina-se à citação do réu em local certo e sabido, dentro do território do juízo processante. Lugar certo diz respeito ao país, estado e cidade; lugar sabido refere-se ao bairro, rua e número.

O mandado de citação é cumprido pelo oficial de justiça.

 Requisitos intrínsecos do mandado de citação: Trata-se das formalidades que fazem parte do instrumento do mandado. Estão previstas no art. 352 do CPP:

a) O nome do juiz e a indicação do juízo;

b) O nome do querelante, se a ação for iniciada por meio de queixa;

c) O nome do réu ou, se desconhecido, os seus sinais identificadores;

d) Os endereços do acusado, se conhecidos;

e) O fim para que é feita a citação;

f) O juízo, o lugar, a data e a hora em que o réu deverá comparecer;

g) A subscrição pelo escrivão e a rubrica do juiz.

Obs.: Não se exige a menção ao membro do Ministério Público na hipótese de ação

pública. Sem as assinaturas do escrivão e do juiz o mandado é tido como falso, não podendo

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4 ter qualquer valor. A inexistência de qualquer requisito que impeça o regular conhecimento da citação gera a nulidade desta e, consequentemente, do processo (CPP, art. 564, IV).

Requisitos extrínsecos do mandado de citação: São as formalidades externas ao mandado, que devem cercar a realização do ato de citação:

a) Leitura do mandado ao citando;

b) Entrega da contrafé (cópia do inteiro teor do mandado e da acusação) ao citando;

c) Certificação no verso ou ao pé do mandado, pelo oficial, acerca do cumprimento das duas formalidades anteriores.

Obs.: Somente o descumprimento do segundo requisito implica nulidade. Nos demais casos, mera irregularidade.

Dia e hora da citação: A citação poderá ser realizada a qualquer tempo, dia e hora, inclusive domingos e feriados, durante o dia ou à noite. Se o oficial de justiça não encontrar o citando no endereço constante do mandado, mas obtiver informações quanto ao seu paradeiro, deverá procurá-lo nos limites territoriais da circunscrição do juízo processante.

Deve ser respeitado um prazo mínimo de vinte e quatro horas entre a citação e o interrogatório, a fim de garantir ao acusado o exercício da auto-defesa, por ocasião do interrogatório.

Não se deve proceder à citação dos doentes enquanto grave o seu estado; dos noivos, nos três primeiros dias de boda; a quem estiver assistindo ao ato de culto religioso;

ao cônjuge ou a outro parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos sete dias seguintes. No conceito de cônjuge devem ser incluídos os companheiros reunidos pelo laço da união estável entre homem e mulher.

 CITAÇÃO POR CARTA PRECATÓRIA

Destina-se à citação do acusado que estiver no território nacional, em lugar certo e

sabido, porém fora da comarca do juízo processante (CPP, art. 353). Constitui na realidade

um pedido formulado pelo juízo processante ao juízo da localidade em que se encontra o

réu, no sentido de que este último proceda ao ato citatório. Pressupões que os juízos sejam

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5 da mesma instância (grau de jurisdição), pois se trata de mera solicitação, e não de determinação.

O juiz solicitante (onde corre o processo) denomina-se deprecante, enquanto o solicitado, deprecado (onde está o citado). O primeiro pede que o segundo mande citar o acusado, não importando se o juízo deprecado encontra-se sediado na mesma ou em outra unidade da Federação.

 Requisitos intrínsecos da carta precatória de citação: Estão previstos no art. 354.

Além dos requisitos exigidos na citação por mandado, a carta precatória deverá conter a indicação do juiz deprecante (o que pede) e a do juiz deprecado (aquele a quem se pede), bem como a sede de um e de outro.

Caráter itinerante da carta precatória: na hipótese de o citando se encontrar em outra comarca, distinta da do juízo deprecado, este encaminhará a carta precatória diretamente ao novo local (CPP, art. 355, § 1º). É a chamada “precatória itinerante”.

A precatória itinerante é muito útil no caso de réu que muda constantemente de endereço, como, por exemplo, empregado de circo. Em hipóteses como essa, é possível também a expedição de carta precatória por telegrama, fax ou até mesmo telefone, desde que preenchidos os requisitos do art. 354 do CPP.

 CITAÇÃO DO MILITAR

Faz-se mediante a expedição de ofício pelo juízo processante, denominado ofício requisitório, o qual será remetido ao chefe do serviço onde se encontra o militar, cabendo a este, e não ao oficial de justiça, a citação do acusado (CPP, art. 358). A requisição deverá obedecer aos mesmos requisitos intrínsecos (CPP, art. 352) e extrínsecos do mandado (CPP, art. 357). Se por acaso o militar residir ou estiver prestando serviço em outra comarca, cumpre ao juiz processante expedir carta precatória, cabendo ao juiz deprecado a expedição do ofício requisitório.

 CITAÇÃO DO PRESO

De acordo com o art. 360 do CPP, “se o réu estiver preso, será pessoalmente

citado”. Assim, o oficial de justiça deverá se dirigir ao estabelecimento carcerário em que o

réu se encontrar e citá-lo pessoalmente, devendo atender ás seguintes exigências, sob pena

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6 de nulidade: a) leitura do mandado ao citando (preso ou não) pelo oficial; b) entrega da contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação; c) declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé e sua aceitação ou recusa (CPP, art. 357).

Se o preso encontrar-se em outra comarca, far-se-á a citação por meio de carta precatória.

 CITAÇÃO DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO

Se o acusado for funcionário público da ativa será citado por mandado, mas no dia designado para comparecer em juízo, como acusado, será notificado também o chefe de sua repartição. Não há necessidade de tal comunicação se o funcionário estiver afastado do serviço (licença, férias etc.). Tratando-se de magistrado, a comunicação deve ser feita ao presidente do tribunal, que deverá autorizar a licença para que possa afastar-se dos serviços e de sua comarca. Quanto ao membro do Ministério Público, a comunicação deve ser feita ao procurador-geral. Se o funcionário exercer as funções fora da comarca do juiz processante, expedir-se-á precatória, cabendo ao juiz deprecado tomar as devidas providências.

 RÉU NO ESTRANGEIRO

Encontrando-se o acusado no estrangeiro, em local certo e sabido, será sempre citado por carta rogatória, mesmo que a infração seja afiançável. Por outro lado, a fim de se evitar a prescrição, a Lei determina a suspensão do prazo prescricional até o cumprimento da carta rogatória, ou seja, até que ela seja juntada aos autos, devidamente cumprida.

Quando o acusado estiver em local incerto e não sabido, aplica-se a regra geral e a citação por edital com prazo de quinze dias (CPP, art. 361).

No caso de citação em legações estrangeiras (sede das embaixadas ou consulados), será expedida a carta rogatória e remetida ao Ministério da Justiça, conforme os arts. 783 e seguintes, para o seu cumprimento via Ministério das Relações Exteriores (CPP, art. 369).

Esta regra somente se aplica aos funcionários da embaixada ou consulado. No caso dos

empregados particulares dos representantes diplomáticos, a citação será por mandado ou

precatória, conforme o caso.

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7 Por fim, de acordo com o art. 222-A: “As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada previamente a sua imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os custos de envio”.

 CITAÇÃO POR CARTA DE ORDEM

São as citações determinadas pelos tribunais nos processos de sua competência originária. O tribunal determina ao magistrado de primeira instância que cite o acusado residente em sua comarca e que goze de prerrogativa de foro. São também as determinações de tribunais superiores para tribunais de segundo grau.

 CITAÇÃO POR EDITAL

Consiste na citação por meio da publicação ou afixação na entrada do fórum da ordem judicial de citação.

 Pressuposto da citação por edital: A citação editalícia é providência excepcional que reclama redobrada prudência, só podendo ser adotada depois de esgotados todos os meios para localizar o acusado.

 Hipóteses legais de citação por edital:

a) Réu em local incerto e não sabido: de acordo com o artigo 363, § 1º, com redação dada pela Lei n. 11.719/2008, não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital. Neste caso, não se sabe o país, estado ou cidade (incerto), tampouco o endereço (não sabido) onde se encontra o acusado. A prova de que o réu não foi encontrado é a certidão lavrada pelo oficial de justiça encarregado da execução do mandado de citação pessoal que o considera “em lugar incerto e não sabido”. O prazo do edital será de quinze dias (CPP, art.

361).

Obs.: Todas as outras hipóteses foram revogadas pela Lei n. 11.719/2008.

Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

II - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 1

o

Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 2

o

(VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 3

o

(VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 4

o

Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observará o disposto nos arts. 394 e

seguintes deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

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8

 Requisitos da citação por edital: Estão previstos no art. 365 do CPP:

O edital de citação indicará:

I - o nome do juiz que a determinar;

II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo;

III - o fim para que é feita a citação;

IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer;

V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixação.

Requisitos extrínsecos à citação por edital: De acordo com o parágrafo único do

art. 365 do CPP:

O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da publicação.

Obs.: Por quanto tempo o processo ficará suspenso? Conforme a Súmula 415, do STJ, editada em 16/12/2009, “o período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada”.

INTIMAÇÃO

Intimação é a ciência dada à parte, no processo, da prática de um ato, despacho ou sentença. Portanto, refere-se a intimação a um ato já passado, já praticado.

 Distinção entre intimação e notificação: A notificação é a comunicação à parte, ou outra pessoa, do dia, lugar e hora de um ato processual a que deva comparecer ou praticar.

Diferencia-se, por conseguinte, da intimação, porquanto refere-se a um ato futuro,

enquanto esta alude o ato já praticado, ato passado.

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9 Obs.: Embora a doutrina as distigua, por inúmeras vezes o CPP as confunde, referindo-se a uma quando deveria aludir a outra (ex.: o art. 367, in fine, refere-se a

“intimação”, quando deveria denominar o referido ato “notificação”).

Regra geral: Aplicam-se às intimações e notificações as regras previstas para as citações, em razão do que dispõe o art. 370. De ver, todavia, que no campo das intimações judiciais exige-se a dupla intimação do réu e de seu defensor (dativo ou constituído), notando-se que através de lei promulgada ainda recentemente permite-se a intimação dos advogados através da imprensa oficial.

Inadmissível é a realização dos atos da instrução sem que, antecipadamente, tenha havido a “notificação” (ou intimação) do defensor e a intimação pessoal do réu, além da intimação pessoal do membro do Ministério Público (se for o caso, também do assistente ou do querelante), dispensando-se somente a intimação do acusado revel.

Publicação: Instituída nos art. 370, §§ 1º e 2º do CPP:

“§ 1º - A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais na comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado.

§ 2º - Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na comarca, a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio idôneo”.

Obs.: Essa intimação só pode ser realizada por meio de publicação do Diário da Justiça (órgão oficial) e somente diz respeito aos advogados que atuam no processo, não cabendo para réus e testemunhas, para os quais persiste a obrigatoriedade da intimação pessoal. Da mesma forma, o órgão do Ministério Público e o defensor nomeado, os quais também deverão ser intimados pessoalmente.

O defensor público será sempre intimado pessoalmente, por força da Lei n.

1.060/50, art. 5º, § 5º, acrescido pela Lei n. 7.871/89, sob pena de nulidade da intimação, sendo inadmissível a substituição por publicação na imprensa oficial.

No caso de intimação do defensor constituído pela imprensa, é obrigatória a

inclusão do nome das partes e de seus advogados, sob pena de nulidade, ante o disposto no

art. 370, § 1º, do CPP.

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10

Regras especiais: De maneira geral, estando o réu na comarca, será intimado por mandado (CPP, art. 351); por precatória, quando fora do território do juízo processante, mas dentro do território nacional (CPP, art. 353); por rogatória, quando no exterior, em local certo e sabido, ou em legações e embaixadas estrangeiras (CPP, arts. 368 e 369).

Se as publicações das intimações dos atos judiciais sãs Comarcas não forem efetivadas pela Imprensa Oficial da Capital, nem pela imprensa local, elas serão feitas diretamente pelo escrivão, por mandado ou via postal com aviso de recebimento (AR) ou por qualquer outro meio idôneo (fax, telefone, desde que o escrivão disponha de meios para assegurar-se de que o fato foi realizado).

Por determinação expressa da lei, a intimação do Ministério Público e do defensor nomeado deve ser pessoal, não se permitindo, pois, seja realizada pela imprensa ou por correspondência. Quanto ao MP, exige-se a intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição, através de entrega dos autos com vista, tal como dispõe o art. 41, IV, da Lei n.

8.625/93 (LONMP).

Pode a notificação ou intimação ser realizada por despacho do juiz na própria petição em que for requerida. O oficial ou escrivão, ao invés do mandado, lerá a petição a pessoa a ser notificada ou intimada, bem como o despacho proferido, entregando-lhe contrafé e lançando certidão no verso da petição do cumprimento da diligência e da recusa, ou não, da contrafé pelo cientificado, devendo colher rubrica da pessoa interessada.

Quando vários advogados constam da mesma procuração, basta a intimação de um deles para validade dos atos e termos do processo, salvo se houver requerimento para que as intimações se façam em nome de determinado advogado.

No CPP não existe a intimação por carta com AR. Na forma do que dispõem os arts.

353 e 370, deve ser expedida carta precatória se residir o acusado, ou o seu defensor, em outra comarca. No entanto, não existe nulidade pela intimação do defensor e do réu via AR, quando revestido das formalidades legais, no endereço declinado pelo próprio advogado, e desde que fique inequivocamente comprovado que o intimado teve ciência antecipada do ato.

Não há que se falar em nulidade por falta de intimação pessoal do réu da sentença,

se o seu defensor foi intimado regularmente, uma vez que prevalece sempre a vontade

deste último, quanto a um eventual recurso.

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11 A intimação da decisão de pronúncia e a da sentença obedecem às regras dos arts.

390, 391, 392 e 420, este último com a redação determinada pela Lei n. 11.689/2008. A intimação de acórdãos é feita através da imprensa oficial, salvo quanto ao Ministério Público, cuja intimação do órgão é sempre pessoal.

Também se exige a intimação da expedição da carta precatória (art. 222, caput), sob pena de nulidade relativa, mas não da data marcada pelo juízo deprecado para a realização do ato. Nesse sentido, é o teor da Súmula 273 do STJ: “Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária a intimação da data da audiência no juízo deprecado”.

No caso de carta precatória, o prazo se conta a partir da juntada da carta aos autos do processo. Tratando-se de réu preso, a notificação, da mesma forma que a citação, será pessoal, isto é, através de mandado judicial cumprido por oficial de justiça. Não há nulidade quando o réu não é apresentado em audiência sem qualquer objeção ou com pedido de dispensa da própria defesa. Não há necessidade da presença do réu preso em prova colhida por precatória.

Nada obsta que as notificações e intimações sejam feitas no curso das férias forenses. Em geral, os prazos correm da data da intimação no processo penal.

Súmula 310 do STF: “Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação

com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira

imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que se

seguir”.

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