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Mulheres em busca de respeito e dignidade

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EDITORIAL

Publicação da Secretaria do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

BH - JULHO - 2012 ANO 18 - NÚMERO 173

Renata Caldeira

Mulheres em busca de respeito e dignidade

Páginas 4 e 5 Todos os dias, inúmeras mulheres procuram o Centro Integra­

do de Atendimento à Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (CIM), na capital, na tentativa de colocar um ponto final em situações de conflito vividas no cotidiano. Duas as­

sistentes sociais e uma psicóloga do TJMG atuam no trabalho de conscientização das vítimas, de forma a habilitá-las para enfrentar e combater a violência dentro de casa.

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais Presidente:

Desembargador Herculano Rodrigues 1º Vice-Presidente:

Desembargador Almeida Melo 2º Vice-Presidente:

Desembargador José Antonino Baía Borges 3º Vice-Presidente:

Desembargador Manuel Saramago Corregedor-Geral:

Desembargador Audebert Delage EXPEDIENTE

Secretária Especial da Presidência:

Valéria Valle Vianna;

Gerente de Imprensa: Wilson Menezes;

Coordenadora de Imprensa: Letícia Li­

ma; Editoras: Francis Rose; Patrícia Me­

lillo; Revisora: Patricia Limongi; Design Gráfico: Narla Prudêncio

Fotolito e Impressão: Globalprint Editora Gráfica Ltda.

Ascom TJMG

Rua Goiás, 253 – Térreo – Centro, Belo Horizonte/MG

CEP 30190-030 Tel.: (31) 3237-6551 Fax: (31) 3226-2715 E-mail: ascom@tjmg.jus.br

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(31) 3299-4622

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Interessados em divulgar notícias nas próximas edições do TJMG Informativo devem encaminhar o material à Ascom pelo e-mail informativo.ascom@tjmg.jus.br

TJMG tem novos desembargadores

O TJMG tem dois novos desembargadores. Márcio Idalmo Santos Miranda (E), promovido por merecimento, foi empossado em 12 de junho e compõe a 9ª Câmara Cível. Ele era titular da 2ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública Municipal de Belo Horizonte. Já o magistrado Jair José Varão Pinto Júnior (D) tomou posse em 14 de junho, para ocupar a vaga deixada pelo desembargador Dídimo Inocêncio de Paula e integrar a 3ª Câmara Cível. Desde 3 de maio, Jair José Varão Pinto Júnior já atuava no TJMG, porém, como substituto na 9ª Câmara Cível.

Os novos desembargadores foram empossados pelo então presidente do TJMG, desembargador Cláudio Costa.

Comprometidos com o direito das mulheres

Em vigor desde setembro de 2006, a Lei Maria da Penha se consolidou como um passo importante para coibir a violência doméstica e para garantir a preservação dos direitos das mulheres.

Mais do que estabelecer determinações para o enfrentamento das situações de con flito doméstico e familiar, a lei tem a difícil e desafiadora missão de contri­

buir para a mudança de mentalidades e cul tura.

Além de punir o agressor e de trazer garantias para a preservação da vítima, o texto legal aponta, nas entreli­

nhas, para o compromisso de modificar a histórica visão da inferioridade das mulheres. Avançar nesse terreno não tem sido tarefa fácil, sobretudo porque a efetivação da lei exige respostas rá­

pidas e eficazes do poder público e da sociedade.

Mesmo sendo considerada uma das legislações mais avançadas do mun do para a prevenção, a punição e a er radicação da violência doméstica, seu cum primento – nas diversas esferas de sua abrangência – exige o investimento per manente nas equipes que acolhem e aten dem as mulheres. Impõe ainda o en vol vimento de toda a sociedade, so­

bretudo após a decisão do Supremo Tri­

bunal Fe deral (STF), em fevereiro deste ano, que permite que qualquer pessoa denuncie esse tipo de violência.

A matéria de capa desta edição do TJMG Informativo mostra a realida­

de do aten dimento na 13ª e na 14ª Va­

ras Cíveis da capital, competentes para atender os ca sos de Lei Maria da Penha em Belo Ho rizonte. A reportagem revela como é o trabalho da equipe multidis­

ciplinar que atua no cumprimento das

determinações dos magistrados e tam­

bém na conscientização das vítimas.

Apesar de todos os desafios, como o grande número de processos em tra­

mitação, a equipe atua para ajudar as mulheres, em um momento de vulnera­

bilidade, na reconstrução de suas vidas com dignidade e respeito.

Nesta edição, confira ainda a entrevista com o novo presidente do TJMG, de sembargador Herculano Ro­

drigues. O ma gistrado fala das metas e dos desafios de sua gestão. O TJMG Informativo traz ainda detalhes sobre a Justiça Res tau rativa e sobre o convê­

nio entre o Pro gra ma de Atenção Inte­

gral ao Paciente Ju diciário (PAI-PJ), do TJMG, e a UFMG. Na página de Turis­

mo, a dica para quem es tá de férias é Monte Verde, distrito de Caman ducaia, no Sul de Minas. Boa leitura!

EDITORIAL

Renata Caldeira

Marcelo Albert

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Mudança

O TJMG, em cooperação técnica com outros órgãos, adotou a Justiça Restaurativa, que busca promover um modelo humanitário de recuperação das relações rompidas pelo cometimento de um crime

TJ adota novo modelo para a solução de conflitos

Os envolvidos com o propósito

apaziguador devem agir como barcos quebra- gelo para contornar as resistências e avançar”

Diante do crescente questionamen­

to às formas de repressão ao crime, que ho je se resumem à aplicação de pe nas me ramente vingativas, alguns magistra­

dos brasileiros têm adotado um no vo sis ­ tema no tratamento do delito e do ofen - sor. Trata-se da Justi­

ça Restaurativa, que busca promover um mo delo hu ma nitário de re cuperação das relações rom pidas pe lo cometimento de um cri me.

Nesse novo sis­

tema, almeja-se não apenas punir o pra­

ticante de condutas ofensivas, mas pos­

sibilitar que tanto a vítima como o ofensor sejam incluídos num processo reflexivo, no qual todos participem diretamente da resolução do conflito e da restauração

das relações. Esse é o modelo que o Tri­

bunal de Justiça adotou, em junho deste ano, com a assinatura de um termo de cooperação técnica com o Estado de Mi­

nas Gerais, o Ministério Pú­

blico, a Defen­

soria Pública e a Prefeitura de Belo Horizonte.

Esse ter­

mo prevê a implementação de um projeto piloto da Jus­

tiça Restaura- tiva na Vara Infracional da Infância e da Juventude e no Juizado Especial Criminal de Belo Horizonte. A metodologia será aplicada em delitos de menor potencial ofensivo.

Como esclareceu a desembarga­

dora Márcia Milanez, que estava à frente Wilson Menezes

da 3ª Vice-Presidência, a participação do governo do Estado e do município de Belo Horizonte irá propiciar a implanta­

ção da metodologia restaurativa também nas escolas públicas. “Pequenos con­

flitos gerados, como o bullying, podem ser acomodados, sem sequelas para os envolvidos.”

A magistrada acredita que a ex­

periência vitoriosa da Justiça Restau­

rativa, já adotada em outros países, vai contribuir para reduzir os índices de violência no Estado, além de restabe­

lecer laços comunitários e pacificar as relações humanas. “Não importa quão intenso tenha sido o delito, é sempre pos sível para a comunidade empres­

tar forças a quem está sofrendo, e isso promove a cura, a res tau ração e a mu dança.”

O titular da 1ª Vara Especial da In fância e da Juventude de São Paulo, Egberto de Almeida Penido, acredita que a restauração busca reconectar as pes soas às suas raízes, trazendo­as pa ra o eixo. O magistrado, que também é o coordenador do Núcleo de Justiça Restaurativa da Escola Paulista de Ma gistratura, ressalta que, diante de ques tionamentos contra a metodologia restaurativa, todos os envolvidos com o propósito apaziguador devem agir como “barcos quebra-gelo para contornar as resistências e avançar”.

Nesse cenário, a ética restau­

rativa sur ge como um novo modelo no qual estão incluídos vários seg­

mentos da socie da de. “O desafio é restaurar ou construir um novo vín­

culo social, proporcionar re paração à vítima e reabilitar o ofensor”, conclui a desembargadora Márcia Mi lanez.

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JULHO / 2 0 12

INSTITUCIONAL

Renata Caldeira

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Duas assistentes sociais e uma psicóloga acompanham os casos de Lei Maria da Penha no Centro Integrado de Atendimento à Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (CIM). Sua tarefa, em cooperação com órgãos públicos de âmbito estadual e municipal, como a Defensoria Pública, o Ministé­

rio Público e as delegacias de polícia, consiste em atender às determinações dos magistrados e buscar

alternativas para conscientizar mulheres vítimas de agressão e habilitá-las a combater formas de opres­

são exercidas, na maior parte das vezes, por familia­

res e pessoas próximas.

A missão não é fácil, sobretudo considerando- se que as três profissionais colaboram com apenas dois juízes e reduzido número de servidores para lidar com um volume de 45 mil demandas e uma média

Equipe atende mulheres

em situação de violência

DIREITO

“Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”; “Mulher e criança gostam de apanhar”; “Não sei por que estou batendo, mas você sabe por que está apanhando”; “A casa é das mulheres; a rua, dos homens”. Na 13ª e na 14ª Varas Criminais da capital, uma pequena equipe multidisciplinar luta para com­

bater não exatamente os ditos e expressões acima, mas a mentalidade por detrás deles.

A psicóloga Cristina Leão reúne-se com mulheres vítimas de violência, no centro de atendimento, onde duas assistentes sociais e uma psicóloga acompanham os casos de Lei Maria da Penha

Fotos: Renata Caldeira

(5)

5

JULHO / 2012 A instalação da 15ª Vara Criminal, realizada em 22 de junho deste ano, deve contribuir para a melhoria no atendimento dos 300 a 400 novos casos que chegam ao CIM todos os meses mensal de 300 a 400 novos processos. Porém,

o suporte da Corregedoria-Geral de Justiça e a instalação da 15ª Vara Criminal no CIM – ocorrida em 22 de junho deste ano – prometem contribuir para que o cenário aos poucos se transforme.

Entre outras atri­

buições, a equipe técnica do centro tem a função de fornecer subsídios às decisões judiciais através de laudos; promover a re­

flexão das vítimas sobre a condição da violência de maneira a favorecer a superação de vínculos afetivos que as colocam em situação de risco e/

ou de vulnerabilidade; informar as vítimas sobre os serviços de atendimento disponíveis na chamada rede de enfrentamento à violência; manter con­

tatos com os Programas de Abrigo e Prevenção à Violência Doméstica da Polícia Militar de Minas Ge­

rais, a Defensoria Pública e o Centro de Referência Risoleta Neves.

Josélia Vieira Viana e Denise de Melo Souto, as­

sistentes sociais judiciais com atuação no CIM, acredi­

tam que, apesar de o fluxo de atendimento às mulhe­

res vítimas de violência ainda não ter sido plenamente efetivado, a cooperação com profissionais dos órgãos e serviços que compõem a rede de enfrentamento ocorre sempre que necessário, por meio de dis­

cussões de caso ou visitas insti­

tucionais.

Sobre a rotina de trabalho, elas explicam que cabe ao ser­

viço social judicial a identificação do problema, a análise e a orien­

tação às vítimas e aos envolvidos, ajudando-os a buscar os recursos para a superação do problema.

Para a psicóloga Cristina Leão, a problemática da violência contra a mulher é complexa, sendo determina­

da por múltiplos fatores e tendo numerosas consequên­

cias. As assistentes sociais Josélia Vieira Viana e Deni­

se de Melo Souto concordam: “São muitos e diferentes vieses, o que demanda a interlocução de várias áreas do saber e a intervenção de diferentes setores, como

saúde pública, educação, assistência social, rede de proteção”, esclarecem.

Quem procura o centro, em geral, está vivendo uma situação limite e precisa de respostas rápidas. Porém, a infraestrutura nem sempre atende à demanda. “A legislação brasileira de defesa da mulher é um marco e foi reconhecida como exemplar pela Organização das Nações Unidas.

O maior desafio, porém, é fazê-la efetivamente ser cumprida”, defende a psicóloga.

Cristina argumenta que, para que isso aconte­

ça, uma fase a ser superada é a modificação de uma cultura machista de séculos de sistemática desvalo­

rização da mulher. “A subalternidade feminina é tida como natural. Muitas mulheres, porque acham que cabe a elas manter um relacionamento, se sentem culpadas se ele fracassa”, explica.

Para a psicóloga, as políticas institucionais e a acolhida que as mulheres têm nos órgãos aos quais recorrem revelam a importância dada à questão. “As concepções por trás da violência de gênero são ul­

trapassadas e não estão de acordo com o ideal de uma sociedade igualitária e democrática”, afirma.

Tendo em vista a urgência de quebrar um cír­

culo vicioso e driblar as dificuldades, para as vítimas e para as profissionais do CIM, coragem e confiança no futuro são palavras de ordem.

Culpa Diálogo

As concepções por

trás da vio lên-

cia de gênero são

ultrapassadas e não

estão de acordo com o

ideal de uma sociedade

igualitária e democrática”

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Herculano Rodrigues acredita que o processo eletrônico vai ajudar a mudar a cultura do processo em papel Letícia Lima

Ele ingressou na magistratura em 1976.

Passou pelas comarcas de Tarumirim, João Pinheiro e Carangola, até chegar a Belo Horizonte, em 1983, ocasião em que trabalhou na Corregedoria-Geral de Justiça. Foi presidente do extinto Tribunal de Alçada e do Tribunal Regio- nal Eleitoral. Hoje, no

cargo de presidente do Tribunal de Jus- tiça de Minas Gerais (TJMG), o desem- bargador Herculano Rodrigues diz que a palavra de ordem de sua gestão é otimis-

mo. No campo pessoal, diz gostar de culinária, de futebol e de ir ao cinema.

TJMG Informativo – Quais os principais proje- tos para a sua gestão?

Herculano Rodrigues ­ Tenho como principal ob­

jetivo otimizar o uso da informática no Tribunal.

Considero-a, hoje, uma ferramenta indispensável em qualquer empresa. Se conseguirmos implan­

tar o processo eletrônico em pelo menos algumas comarcas e na capital, estaremos dando um passo significativo.

Quais são as vantagens de implantar o processo eletrônico?

A agilidade e a possibilidade de acabar com a cultura do papel, o que traz economia de material e de pessoal. Um cartório funcionando com o procedimento eletrônico vai exigir metade dos servidores. Além disso, hoje o Tribunal gasta uma quantia con­

siderável com o armazenamento de processos encerrados. O pro­

cesso eletrônico acaba com isso tudo. Teremos o que se denomina

“caixa-cofre”, a ferramenta própria para guardar por séculos grande quantidade de processos com segurança e sem a preocupação com a deterioração dos mesmos.

O que significa, na prática, a necessidade de me- nos servidores nos cartórios?

Estamos com carência de servidores. A implantação do processo eletrônico não significa que alguém será demitido. Longe disso, até porque o servidor

já tem a estabilidade no trabalho. O que cessaria é essa demanda crescente por mais servidores. Com o processo eletrônico, o quadro atual estaria satisfatório, e por muito tempo. Evidentemente, temos comarcas a serem implantadas e ampliadas. Então, poderá haver o remanejamento de servidores. Se uma comarca tem dez varas funcionando com um determinado número de servidores, com o processo eletrônico ela poderá funcionar com 15 varas, com os mesmos servidores.

Como equacionar as demandas por magistrados e varas no interior, a implantação do processo ele- trônico e as demais exigências com um orçamento cada vez mais enxuto?

Esse é o grande desafio. Não tenho um receituário pronto. Vamos ter de administrar com certa ousadia, mas dentro dos limites da responsabilidade. Não é questão de mera retórica, mas os problemas econômi­

cos mundiais acabam refletindo na nossa economia.

Como o Tribunal tem um percentual fixo da arrecada­

ção do Estado, quer queira quer não, isso reflete na administração. Então, não adianta o administrador ter ideias, se encontra o óbice intransponível que é a falta de recursos para efetivar essas metas.

O que magistrados e servidores podem esperar desta gestão?

Otimismo. Procurarei trabalhar para que magistrados e servidores tenham orgulho de pertencer ao Judiciá­

rio do Estado de Minas Gerais.

Presidente quer gestão pautada

em otimismo

Renata Caldeira

Vamos ter de administrar com certa ousadia, mas dentro dos limites da responsabilidade”

ENTREVISTA – Herculano Rodrigues

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Convivência, troca de experiências e a certeza de que todo mundo pode comparti­

lhar o que sabe. Essas são algumas das ca rac terís ti cas do projeto Sistemas Elétri­

cos Experimentais (Selex), desenvolvido a partir de uma parce ria entre a UFMG e o Tri bunal. O convênio entre as duas institui­

ções permite que jo vens em cumprimento de medidas protetivas acompanhados pelo projeto Catu, do Programa de Atenção Inte­

gral ao Paciente Judiciário (PAI-PJ), partici­

pem de atividades promovidas pelo curso de graduação em engenharia de sis temas.

A convivência com os estudantes da UFMG tem o objetivo de ampliar as possibilida- des de inserção socio política dos jovens do Ca tu.

Ao todo, 15 adolescen tes, entre 12 e 18 anos, participam das atividades, de­

senvolvidas como projeto de extensão da UFMG. Durante dois meses, os jovens frequentam oficinas de comunicação, de informática e de circuitos elétricos. “Que­

remos despertar nos participantes o desejo de retornar à escola. Muitos chegam com diversos tipos de conhecimento. Nosso ob­

jetivo é que esse saber seja aproveitado”, diz Débora Matoso, articuladora de rede do projeto Catu, responsável no TJMG pe lo acompanhamento do Selex. O Catu acompanha os processos em que adoles­

centes cumprem medidas protetivas ou socioeducativas.

Segundo os termos do convênio, o TJMG é responsável por fornecer os materiais permanentes e de consumo.

Já a UFMG oferece a infraestrutura de seus laboratórios e é responsável pelos estudantes bolsistas que ministram as oficinas. Nas ati­

vidades voltadas para a comunica­

ção, os participan­

tes compartilham conhecimentos e desenvolvem ati­

vidades manuais.

Na oficina de infor­

mática, os adoles­

centes aprendem

e aprimoram o uso da internet. Na última oficina, os estudantes de engenharia en­

sinam noções de circuitos elétricos. Os adolescentes aprendem, por exemplo, a montar lanternas.

Apesar de ser uma atividade de ex­

tensão do curso de engenharia de siste­

mas, o Selex tem caráter multidisciplinar e reúne estudantes de outras áreas, como a psicologia e a engenharia de produção.

O coordenador do Selex, professor Mar­

cos Vinicius Bortolus, explica que o pro­

jeto passa por reavaliações cons tantes.

Para ele, são perceptíveis o interesse e a capacidade de aprendizagem dos adolescentes.

Dário Ricardo Braga de Moura, mestrando em engenharia de produção que atua na supervisão do projeto, afir­

ma que, no Se­

lex, os estudan­

tes não chegam ao laboratório para executar experiências ou resolver proble­

mas dados pelo professor: “Eles lidam com um

‘modo de fazer’

que não pertence à vida acadêmica”.

O ganho ocorre para todos os participantes. Os estudantes de enge­

nharia, por exemplo, ao conviver com adolescentes que pertencem a outra realidade, desenvolvem um olhar que é mais comum aos cursos da área de humanas. Para Dário, há um enriqueci­

mento quando um estudante de enge­

nharia passa a pensar do ponto de vista de outro ser humano.

P., 17 anos, aprovou a partici­

pação no projeto. Cumprindo medida socioeducativa de internação há cinco meses por envolvimento com o tráfico de drogas, o adolescente ficou feliz por

conhecer “gente diferente e que gosta de estudar”. “Saio do projeto com mais conhecimento e com outra ideia para a minha vida. Percebi que preciso mu­

dar de rumo”, afirmou. O adolescente conta que gostou mais de aprender sobre medições de energia e monta­

gem de circuitos.

Rafael Rodrigues Godoy, 22 anos, aluno do quarto período de en­

genharia de sistemas, considerou a experiência no Selex totalmente dife­

rente dos conteúdos que vê na gra­

duação. “Não tem nada exato e isso me causou estranheza. O meu olhar mudou, e acredito que essa convivên­

cia vai me ajudar a ser um profissional mais completo”, resumiu.

A estudante do quarto período de psicologia Thais de Almeida Mace­

do Santos, bolsista no Selex, conside­

rou a experiência surpreendente. “Foi uma troca de conhecimento. Entendi que todo mundo tem alguma coisa para ensinar. Depois de participar do Selex, tenho uma visão diferente da­

quela obtida apenas com o conheci­

mento científico”, disse.

No segundo semestre deste ano, uma nova turma participa do Selex. A continuidade dos trabalhos para os próximos anos, contudo, depende de entendimentos entre o TJ e a UFMG.

Extensão

Francis Rose

Nas oficinas de comunicação desenvolvidas no projeto Selex, quinze adolescentes, acompanhados pelo Catu/PAI-PJ, compartilham seus conhecimentos e desenvolvem atividades manuais

Marcelo Albert

O meu olhar mudou, e acredito que essa convivência vai me aju- dar a ser um profissional mais completo”

Jovens do PAI-PJ participam de oficinas na UFMG

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JULHO / 2 0 12

INFÂNCIA E JUVENTUDE

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impresso

Lagoa Santa tem nova unidade jurisdicional

O nome já sugere os encantos do lugar:

montanhas, bosques naturais, florestas de pi­

nheiros e araucárias centenárias, cachoeiras, lagos e muitas flores. Esse cenário, acrescido do clima europeu e da arquitetura suíça, pertence a Monte Verde, charmoso distrito de Camanducaia.

Cercado pelas montanhas da serra da Mantiquei­

ra, Monte Verde é considerado um dos melhores destinos de inverno do Brasil. Conhecido como

“Suíça mineira”, está localizado no sul do Es tado e a 1.554 me tros de alti tude. Em julho, quem visita o distrito pode apre ciar, além da be leza local, as atrações do festival de

inverno. Neste ano, de 7 a 29 de julho, es tão agendadas diversas apre sentações de gru- pos de jazz, blues, bos­

sa nova, MPB e rock clássico.

A história e o nome do lugar estão

ligados à vinda de Verner Grinberg e muitos outros imi gran tes da Letônia pa ra o Brasil, em 1913. Já casado, Grin berg passa a sua lua de mel em Campos do Jordão, região parecida com sua terra natal, e encanta­se com o clima de mon­

tanha. Alguns anos mais tarde, ele adquire terras na região de Camanducaia e inicia a formação de uma fazenda. Com o passar do tempo, ami­

gos e conhecidos, atraídos pela beleza do lugar, mudam-se para lá. Surge então Monte Verde.

Monte Verde é uma excelente opção turís­

tica tanto no inverno quanto em outras épocas do ano. Entre as atrações oferecidas aos turistas estão caminhadas, passeios a cavalo, de jipe e Francis Rose

quadriciclo, voo panorâmico e patinação no gelo.

Para quem procura adrenalina, esportes radicais como ra pel, escalada e arvorismo também não fal­

tam. Pa ra os amantes do sossego, o lugar também é recomendado. A vila agrada ainda pelos seus vários res taurantes, onde podem ser encontrados pratos como picanha, truta, fondue de queijo ou chocolate, além das cervejas artesanais e da famosa comida mineira.

Além das belezas naturais e do charme da ar­

quitetura da vila, Monte Verde possui um comércio movimentado, com produtos variados: artesanato em madeira, ferro, cerâmica, couro, ma­

lhas e luvas de lã para enfrentar o frio das montanhas, antiguidades, os mágicos gnomos, entre outros itens.

Romântico, o lugar é escolhido por muitos casais para a comemoração de datas especiais. As opções de hospeda­

gem são muitas, de sim ples a luxuosas.

Há pousadas, hotéis e chalés aconche­

gantes. As condições das estradas tam­

bém melhoraram nos últimos tempos, e os 30 quilô­

metros que ligam Ca manducaia a Monte Verde são um convite ao olhar.

Monte Verde está localizada a 483 km de Belo Horizonte e a 160 km de São Paulo. Para chegar lá, é só seguir pela rodovia Fernão Dias (BR-381) até a cidade de Camanducaia. A partir daí, deve-se acompanhar as placas de sinalização até a vila. Para quem deseja fazer a viagem de ônibus, saindo de Belo Horizonte, deve-se embarcar pela viação Cometa (linha BH/São Paulo, até Cambuí ou Camanducaia) ou pela Gontijo (linha BH/Cambuí). Em Cambuí, existem saídas para Monte Verde em vários horários.

Em Monte Verde, existe apenas uma agência do Bra­

desco. Já em Camanducaia, há agências do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Santander.

Outras informações podem ser obtidas na prefeitura, pelo telefone (35) 3433-1323.

Fotos: Divulgação

Vanderleia Rosa

A “Suíça mineira” e os seus encantos

Atrações

Acesso Romântico, o lugar é escolhido por muitos casais para a come- moração de datas especiais

Esportes radicais como rapel, escalada e arvorismo não faltam O distrito de Monte Verde, em Camanducaia, no Sul de Minas, é considerado um dos melhores destinos de inverno do Brasil, com varias opções de entretenimento, belas paisagens e bons restaurantes

TURISMO

Referências

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