CASO PRÁTICO 12
António e Bento celebraram um acordo mediante o qual o 2º vendia pelas localidades entre outros produtos, leite, pão, bolos s similares fornecidos por António.
Em contrapartida Bento recebia como remuneração 10% de comissão sobre o valor obtido pela venda dos produtos.
O Bento transportava os produtos numa carrinha pertencente a António.
Em Março de 2007 Carlos a mando de António com o duplicado da chave foi buscar caminha contra a vontade de Bento.
No mês de Abril António comunicou a Bento que não estava mais interessado nos seus serviços.
Bento tinha em seu poder 4 000.00 €, da venda dos produtos de António que se recusa agora a entregar alegando que António não podia dispensar os seus serviços sem respeito por uma antecedência tida por conveniência.
RESOLUÇÂO
Nos termos do código comercial art. 231 há mandato comercial quando uma pessoa se encarrega da prática, um ou mais actos de comércio por conta de outrem.
O art. 266 º também do código comercial diz que há contrato de mandato mercantil quando há pagamento de comissão,
estabelecendo o art. 277 º do C. Com. Que entre o comitente e o comissário se aplicam as mesmas obrigações e direitos entre o mandante e o mandatário, o que nos reconduz ao art. 1157 º do Código Civil.
Nos termos do art. 1172 º alínea c) a mandante pode revogar o contrato mas tem que indemnizar a outra parte pelos prejuízos que este vier a sofrer.
Se a contracta por oneroso “exige a lei no artigo 1172 alínea c) o mandante pode revogar contrato mas tem que indemnizar a outra parte pelo prejuízo que este vier a receber.
Entende-se por antecedência conveniente no entendimento de Pires de Lima e Antunes Varela o tempo necessário para provar ao
interessado outros contraentes não sendo este respeitado há lugar à indemnização.
A jurisprudência e a doutrina têm consagrado que o tempo mínimo expectável é de seis meses, de que é exemplo o acórdão do S. T. J. de 10/02/1998 publicado na colectânea de jurisprudência de 1998 Tomo I pga 61 e s.s.
Não se trata no entanto de responsabilidade contratual nem extracontratual, nem o dever de indemnizar, recorre da culpa.
Trata-se sim da responsabilidade fundada em actos lícitos em que se aplica as disposições do art. 562 Código Civil e seguintes.
A indemnização funda-se no facto do mandatário despedido deixou de trabalhar de imediato sendo junto que tendo que manter-se
(sustentar-se) o mandante o suporte pelo tal tempo necessário.
Devendo no entanto provar-se que o mandatário não angariou outro cliente nos termos do art. 342 nº 2.
Quanto ao calculo da indemnização ela deve ser calculada ao abrigo do art. 564 º compreendendo o lucro cessante que seria os benefícios que o lesado não obteve mas deveria ter obtido se não fosse o acto lesivo.
Assim deveria ter calculado o rendimento médio de Bento
multiplicado por seis e deduzi-lo ao montante que Bento tinha que entregar a António.