DOENÇA HEPÁTICA CRÓNICA E CIRROSE M EDICINA - R ELEVÂNCIA A
Cecil Essentials of Medicine 9.ª ed.
SÍMBOLO SIGNIFICADO INTEGRAÇÃO DE
CONHECIMENTO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA
MUITO IMPORTANTE CONHECIMENTO
ESSENCIAL MENOS perguntável
INCOERÊNCIA SÍMBOLO COMPETÊNCIA
MECANISMOS
de DOENÇA
Estabelecer um
DIAGNÓSTICO
Medidas de saúde e
PREVENÇÃO
Elaborar um plano
TERAPÊUTICO
Elaborar plano de
GESTÃO DO DOENTE
MD
D P T
GD
SÍMBOLO SIGNIFICADO
REFERÊNCIA
a outros capítulos CHECK
L EGENDA
C ASO C LÍNICO
Qual destas doenças é a principal causa de alteração das provas hepáticas na Europa ocidental e EUA:
A. VHB B. VHC C. NAFLD
D. Hepatite auto-imune
E. Doença hepática alcoólica
C ASO C LÍNICO
Qual destas doenças é a principal causa de alteração das provas hepáticas na Europa e EUA:
A. VHB B. VHC C. NAFLD
D. Hepatite auto-imune
E. VHE
H EPATITE CRÓNICA
Hepatite crónica define-se como um processo inflamatório hepático sustentado que dura mais de 6 meses
Na apresentação inicial, tendo em conta apenas os critérios clínicos ou histológicos, pode ser difícil de
diferenciar entre hepatite aguda e crónica
Hepatites agudas, especialmente VHB e VHC,
podem evoluir para cronicidade VHA não evolui
para cronicidade
NASH é causa + comum de hepatite crónica nos EUA e
Europa Ocidental
Drogas podem causar hepatite crónica (metildopa)
H EPATITE CRÓNICA
As formas idiopáticas podem representar formas quiescentes de doença auto-imune, NASH ou DILI não detetadas previamente ou lesão hepática colestática mal diagnosticada (CBP, CEP)
Hepatite Aguda Hepatite crónica
Nem sempre é fácil
identificar o agente
H EPATITE VÍRICA CRÓNICA - VHB
Na Ásia e África muitos adquiriram a infeção por via materna durante a Portadores assintomáticos
Países Ocidentais:
Infeção pelo VHB sem evidência de lesão hepática pode persistir Hepatite aguda ocorre em adultos
e apenas 5-10% evoluem para cronicidade
Infeção na infância é comum e se ocorrer nos 1ºs 2 anos de vida têm
alto risco de evolução para cronicidade
Outras áreas
H EPATITE VÍRICA CRÓNICA - VHB
Fase replicativa elevada Fase baixa replicação
AgHBs +; AgHBe + AgHBs +; anti-HBe +
DNA HBV elevado (> 20 000 UI/mL) DNA HBV baixo (< 20 000 UI/mL) Transamínases elevadas Transamínases normais ou borderline
Podem entrar em fase replicativa e exibir características de Hepatite B
aguda ou crónica
Doentes com hepatite crónica em alta replicação (↑ DNA) mas AgHBe
negativos provavelmente têm mutação pré-core ou core promotor
Doentes com cirrose e doentes em fase replicativa elevada (>risco de cirrose e
hepatocarcinoma) são os candidatos 1º para terapêutica antivírica
H EPATITE VÍRICA CRÓNICA - VHB
Menos comum em doentes tratados com análogos
7 agentes aprovados IFN-⍺
IFN peguilado Lamivudina Telbivudina
Adefovir Tenofovir Entevacir
• Objetivo 1º de eliminar ou suprimir permanentemente a carga vírica (↓hepatite e reduz ou limita a progressão da doença)
• Começar terapêutica com análogo nucleos(t)ídico com alta barreira a resistências (tenofovir/entecavir)
• Terapias baseadas no IFN aumentam a seroconversão do AgHBs
H EPATITE VÍRICA CRÓNICA – VHB+VHD
Co-infeção (Infeção aguda simultânea)
Depende da resposta do hospedeiro ao VHB (>95% adultos
resulta em clearance dos vírus)
Superinfeção (Infeção aguda VHD em doente com hepatite B crónica)
Geralmente resulta em infeção crónica por VHD
Tratamento VHD: Anólogos nucleos(t)ídicos não são eficazes: PEG-IFN semanal pelos menos 48 semanas
Tratamento simultâneo VHB com análogos nucleos(t)ídicos é lógico, embora a eficácia a
longo prazo ainda não tenha sido definida
H EPATITE VÍRICA CRÓNICA – VHC
• 75% dos expostos ao VHC evoluem para cronicidade 5-10% em adultos no VHB
• 1.6% da população dos EUA
tem anti-HCV (4.1 milhões) 3.2 milhões têm Hepatite C crónica
20% evoluem para cirrose Em 20 anos
6 genótipos
Gen 1 é o mais comum, seguido do Gen 2 e 3
Determinam a duração e
H EPATITE VÍRICA CRÓNICA – VHC
Objetivo do tratamento: Resposta virológica sustentada - RVS (carga vírica indetetável 6 meses após parar o tratamento)
• Novos esquemas estão sob desenvolvimento
Genótipo Tratamento Tempo % atinge RVS
1 IFN Peg semanal + Ribavirina 24 sem 50
2 e 3 IFN Peg semanal + Ribavirina 24 sem 80
1 IFN Peg semanal + Ribavirina
+ AAD 1ª geração (Bocepravir/Telaprevir)
24 sem 70
1 IFN Peg semanal + Ribavirina + Inibidor Protease 2ª geração (simepravir) + Inibidor polimerase NS5B (sofosbuvir)
12 sem 90
+ efeitos adversos, interações,
> nº comprimidos
Já se trata doentes (gen 2 e 3) sem IFN –
Sofosbuvir + ribavirina
H EPATITE VÍRICA CRÓNICA – VHE
Doentes transplantados:
- Consumo de carne de caça, porco e mexilhões pode resultar em infeção pelo VHE: Maioria assintomática e sem icterícia
- 60% cronifica e 10% evolui para cirrose
- Tratamento: Redução da
imunossupressão e monoterapia com ribavirina
30% eliminação vírica
P
C ASO C LÍNICO
Homem de 48 anos, emigrante proveniente da Índia, recorre a uma consulta médica por alteração das provas hepáticas (aumento de transamínases) em análises de rotina.
Doente refere que sempre foi saudável e que não toma qualquer medicação. Nega toma de produtos de ervanária, transfusões de sangue, contactos de risco ou cirurgias.
Terá 2 irmãos com uma “infeção no fígado” . Ao exame objetivo, o doente apresenta com evidência de circulação colateral abdominal e ascite. Analítica observa-se presença de DNA de HBV de 100 000 UI/mL e AgHBs e anti-HBE positivo. Indique a falsa.
A. Tendo em conta que o doente tem um irmão com provável infeção pelo VHB e não tendo fatores de risco, a principal forma de transmissão será por via vertical.
B. O exame físico sugere a presença de um estadio avançado de doença hepática
C. Visto que o doente não é AgHBe positivo, não necessita de tratamento pois replica pouco
D. Se superinfeção com o vírus VHD, o único tratamento recomendado será com análogos nucleos(t)ídicos
E. A iniciar tratamento, deverá ser com entecavir ou tenofovir
H EPATITE AUTO - IMUNE
Várias formas de apresentação clínica que partilham achados histológicos que incluem inflamação hepática com predomínio de
plasmócitos e fibrose
Subtipo Características Tempo
1 Hipergamaglobulinemia + ANA ou ASMA Qualquer idade e género
2 Anti-LKM1 + em mulheres jovens
Subtipo 3 (anti SLA/LP) já não é considerada uma entidade
única e enquadra-se agora no subtipo 1 ou 2
H EPATITE AUTO - IMUNE
Sem características patognomónicas
Conjunto de fatores:
•
Autoanticorpos
•
Hipergamaglobulinemia
•
Histologia hepática típica
•
Ausência de hepatite vírica
Manifestações extra-hepáticas (comuns):
•
Amenorreia
•
Rash, acne
•
Vasculite
•
Tiroidite
•
S. Sjogren
• Evidência de falência hepática e presença de doença crónica na biópsia são normalmente identificadas ao diagnóstico
Corticóides são a base, em combinação
com azatioprina para poupar corticóides Tratar se:
•
Provas hepáticas alteradas
•
Inflamação na biópsia
> 80% eficácia e
prolonga sobrevida
NAFLD
Normalmente visto em pessoas com:
• Obesidade central
• Hipertensão
• Diabetes
• Dislipidemia
Pode ser observada em pessoas com peso
normal
Varia desde esteatose (geralmente não progride para doença hepática avançada) a NASH, que pode exibir ou levar a cirrose
Causa + comum de alteração das provas hepáticas nos EUA e
Europa ocidental
NAFLD
> 5 sugere NASH
Biópsia é o gold standard
8,6 milhões têm NASH
30 milhões têm NAFLD Sinais de doença
avançada em biópsia 20%
Invasivo, caro e
complicações (mortalidade:
0.01 a 0.1%)
Estudos radiológicos sem utilidade
Biomarcadores em estudo
NAFLD Activity Score:
• Esteatose
• Inflamação lobular
• Balonização
hepatocitária
NAFLD
Perda de peso e exercício melhoram histologia e
bioquímica
Vitamina E e pioglitazona melhoram a inflamação hepática em doentes não diabéticos com NASH mas não estão
recomendados por questões de segurança
Sem tratamento médico definido
C IRROSE – DEFINIÇÃO
A fibrose pode-se auto-perpetuar como resultado de vários processos iniciais (infeciosos, inflamatórios,
tóxicos, metabólicos, genéticos e alterações vasculares
Maioria das características clínicas resultam do desenvolvimento de hipertensão portal, disfunção
hepatocelular ou diferenciação celular alterada
Doença insidiosa progressiva caracterizada pela formação de tecido cicatricial e fibrótico que substitui hepatócitos normais e altera o
fluxo portal
C IRROSE - ETIOLOGIA
• Outras causas importantes incluem cirrose biliar (1ª e 2ª), hepatite auto- imune, doenças hereditárias (def ⍺1-AT) e DILI (drug-induced liver injury)
Alguns doentes não têm causa
definida – idiopática ou
Países industrializados:
NAFLD, doença hepática alcoólica e VHC
VHB
Ásia e África
C IRROSE - P ATOFISIOLOGIA
Macronodular (Hepatite crónica
ativa )
Lesão hepática
(aguda ou crónica) Fibrose hepática
Nódulos (regeneração de hepatócitos) a rodear tecido fibrótico, membranas fibrovasculares, alteração vasos sanguíneos
Cirrose
Micronodular (Típico de cirrose alcoólica ou
de origem mista )
C IRROSE – A PRESENTAÇÃO CLÍNICA
Numa fase precoce os sintomas são inespecíficos (fadiga, mal- estar, fraqueza, alteração de peso,
anorexia e náuseas
Com a progressão de hipertensão portal e perda de hepatócitos surgem aumento do perímetro
abdominal, disfunção sexual, alteração do estado mental e
hemorragia GI
C IRROSE – D IAGNÓSTICO
Diagnóstico muitas vezes acidental em exame físico ou
analítico em doentes assintomáticos
Alternativamente, a 1ª manifestação pode por em risco a vida
(hemorragia varizes, ascite, PBE e encefalopatia hepática)
• Se há suspeita de cirrose, o diagnóstico pode ser feito numa combinação de alterações clínicas, laboratoriais e radiológicas
Com o avanço dos exames de imagem, é mais realizada para estadiar, definir prognóstico e avaliar resposta ao tratamento Biópsia é o gold-
standard
C IRROSE – A CHADOS LABORATORIAIS
Causa Alterações analíticas
Disfunção hepatocelular
Hipoalbuminemia, níveis baixos de ureia e aumento dos níveis de amónica
Hiperesplenismo Anemia, leucopenia e trombocitopenia
Ascite Hiponatrémia dilucional
Necrose hepatócitos
Aumento de AST e ALT Obstrução intra
ou extra hepática
Aumento de fosfatase alcalina e bilirrubina desproporcional a AST e ALT
C IRROSE – RADIOLOGIA
• Vários exames com papel complementar são utilizados (ecografia com ou sem ecodoppler da veia porta e hepática, TAC e RMN)
Achados típicos:
• ↑ do lobo esquerdo e caudado e resultante ↓ do lobo direito
• Superfície nodular
• Achados de HT portal (ascite, varizes intra-abdominais e esplenomegalia)
Fibroscan:
• Método não invasivo que através do cálculo da elasticidade hepática avalia o grau de fibrose
• Em casos muito sugestivos de cirrose evita a necessidade de biópsia
Reservada para os casos indeterminados ou para estabelecer a etiologia
C IRROSE – C OMPLICAÇÕES
• Disfunção hepatocelular:
• Perda de hepatócitos resulta em alterações na produção proteica:
hipoalbunemia
• Deficiência de fatores de coagulação dependentes de vitamina K
• ↓ destoxificação hepática
• ↓capacidade de conjugação e excreção de bilirrubina
• Gradiente de pressão venosa hepática (GPVH): Pressão em Cunha da veia hepática – Pressão livre na veia hepática
Normal entre 3 e 5 HT portal se >5 HT portal tipicamente
C IRROSE – C OMPLICAÇÕES
Cirrose é a causa mais importante
• O GPVH apenas está efetivamente aumentada na presença de HT portal sinusoidal
Associa-se também a ↑ do output cardíaco, que leva ↑ do fluxo esplâncnico, agravando ainda a HT portal
Com HT portal sustentada, há um
↑ dos colaterais (junção GE,
retroperitoneu, reto e ligamento
falciforme), ↓ as pressões portaisno fígado
Clinicamente as + importantes são as comunicações da porta com a azigos
que podem resultar em varizes
gástricas e esofágicas
C IRROSE – H EMORRAGIA DE VARIZES
As varizes do fundo são as que têm maior risco nas varizes gástricas para sangrar e pode acontecer mesmo com
• Varizes são veias anormalmente aumentadas geralmente localizadas na junção GE ou estômago quando o GPVH > 10 mmHG
O risco de hemorragia aumenta quando o GPVH > 12
A hemorragia ocorre mais frequentemente da ruptura de
varizes grandes do esófago
C IRROSE – H EMORRAGIA DE VARIZES
• Manifesta-se sob a forma de hematemeses não dolorosas, melenas ou hematoquézias, que normalmente leva a compromisso hemodinâmico
A hemorragia é ainda mais agravada pela alteração dos fatores de coagulação e
trombocitopenia
C IRROSE – H EMORRAGIA DE VARIZES
Propanolol ou nadolol; Carvedilol poderá também ser uma opção
Eficaz da mesma forma e indicado se o doente tiver contra-indicação e intolerância a
bloqueadores-
Screening de varizes
Anual na cirrose descompensada
Cada 1-2 ano na cirrose compensada
Cada 3-4 anos em cirróticos sem varizes
C IRROSE – H EMORRAGIA DE VARIZES
• Na presença de varizes, anualmente 5 a 15% têm hemorragia e em cada episódio a mortalidade a 6 semanas é 7 a 15%
Octreotido(bom perfil de segurança) a iniciar antes da endoscopia
Reduz risco de infeção, nova hemorragia e mortalidade Laqueação elástica
escleroterapia
Laqueação elástica é o método preferido
Se varizes gástricas, injeção com cola é +
eficaz
C IRROSE – H EMORRAGIA DE VARIZES
Medida temporária em casos de hemorragia maciça
Melhora a sobrevida
Encefalopatia com efeito adverso
+
Avaliar patência por ecodoppler
Prognóstico: Frequência e mortalidade ↓ nas 2 últimas décadas mas o risco de
nova hemorragia após 1º evento é 60% e mortalidade de 33% se não for realizada
C ASO C LÍNICO
Homem de 54 anos recorre ao SU por hematemeses ativas com cerca de 5 horas de evolução.
Nega dor ou febre, referindo no entanto presença de fezes escuras há 2 meses strás e fadiga progressiva. Não tem seguimento em consulta hospitalar. Não toma qualquer medicação e refere não ter antecedentes relevantes.
Ao exame físico o doente encontra-se pálido, taquicárdico e taquipneico. No exame abdominal observam-se proeminente circulação abdominal e presença de ascite. Indique a verdadeira.
A. O diagnóstico mais provável será neoplasia gástrica.
B. No caso de hemorragia por varizes gástricas, o mais provável é que sejam do antro.
C. Doente deverá ter um GPVH < 10 mmHg.
D. A sonda de Sengstaken-Blackmore nunca será uma opção neste doente.
E. É provável que este doente posso ter compromisso hemodinâmico.
C ASO C LÍNICO
No que diz respeito à terapêutica desde doente indique a falsa.
A. Se hemorragia de varizes gástricas, a terapêutica com cola será mais eficaz.
B. O valor alvo de hemoglobina será entre 7-8 g/dL.
C. Deve iniciar imediatamente terapêutica vasoconstritora com noradrenalina.
D. Se hemorragia não controlada, early TIPS poderá ser uma opção.
E. Deve iniciar antibioterapia endovenosa pois reduz o risco de nova hemorragia.
C IRROSE – A SCITE
Acumulação de excesso de fluídos na cavidade peritoneal, sendo
cirrose a principal causa
Há 2 teorias:
• Teoria do overflow: HT portal e vasodilatação esplâncnica resultam de retenção de Na
+e
água e fuga para o peritoneu
• Teoria do underflow: Diminuição do volume circulante efetico por vasodilatação arterial
sistémica leva a retenção de água e Na
+C IRROSE – A SCITE
Exame físico relativamente insensível para a deteção de pequeno volume de ascite, macicez dos flancos e sinais de HT portal tornam-se mais visíveis com aumento do
volume ascítico
Ecografia é sensível e específica e a mais utilizada
Contagem celular e gradiente albumina ascite-soro (GASA)
Se ascite deve-se fazer
paracentese
C IRROSE – A SCITE
• Sintomas: distensão abdominal, aumento do volume nos flancos e aumento de peso ( edemas periféricos)
Ascite torna-se clinicamente detetável quando presença de cerca de 500 mL
de liquído
Macicez dos flancos
apenas quando 1500 mL
Mas
C IRROSE – A SCITE
Monitorizar diurese pelo risco de distúrbios eletrolíticos e hipovolémia,
que podem levar a alteração da função renal e encefalopatia
Ascite com GASA > 1.1 g/mL Restrição de Na+ (<2g/dia) e diuréticos (espironolactona+furosemida) eficazes
em 90% dos casos
Restrição de água quando Na+ <
120 a 125 mEq/L
Ascite refratária em 10%:
Persistência de ascite sob tensão apesar de doses máximas de diuréticos ou desenvolvimento de azotemia ou distúrbios electrolíticos
Paracenteses com reposição albumina (6-8 g/L removido)
TIPS
C IRROSE – A SCITE
• Shunts peritoneo-venosos são reservados para doentes não candidatos a
paracentese, TIPS ou transplante
C IRROSE – PBE
Mecanismo exato não está definido mas pensa-se que fatores como sobrecrescimento bacteriano, alteração da motilidade e aumento da permeabilidade intestinal estejam envolvidos
Na maioria dos casos só é isolado um agente – a presença de vários sugere perfuração intestinal ou
outras causas de peritonite Agentes mais comuns são
E.coli, Enterobacteriaceae, Gram+ como Streptococcus,
enterococcus e
Pneumococcus. Anaeróbios são raros
Infeção do líquido ascítico em cirróticos na ausência de uma
fonte óbvia de contaminação
C IRROSE – PBE
Diagnóstico:
• Pensar em qualquer doente cirrótico com ascite a agravar
clinicamente
• > 250 PMN/mm
3Apresentação clínica:
• Febre
• Dor abdominal
• Sinais de irritação peritoneal
• Silenciosa
• Agravamento de encefalopatia, diarreia, obstrução intestinal ou
lesão renal
Iniciar imediatamente terapia empírica enquanto se aguarda HC e cultura do líquido ascítico
• Os testes rápidos não estão recomendados
C IRROSE – PBE
Albumina ev no dia 1(1.5g/Kg) e no dia 3 (1.0 g/Kg) diminuem incidência de disfunção renal e
↑ sobrevida a curto-prazo Tratamento
• Cefalosporina 3ª geracão (cefotaxima 2g 3id)
• Quinolonas se sem exposição prévia ou choque
Pode-se repetir paracentese se melhoria tardia ou para confirmar esterilidade do líquido
peritoneal após tratamento
• Resposta ao tratamento normalmente é observada às 72 horas e terapia
é continuada no mínimo por 5 dias e pode-se extender até 14
C IRROSE – PBE
Prognóstico:
• Alta taxa de recorrência (70% num ano)
• Se PBE prévia, mortalidade de 50 a 70% num ano
Profilaxia antibiótica
A longo termo está indicada (reduz recorrência para 20%)
Em ambiente hospitalar se doentes cirróticos e com ascite após
hemorragia digestiva alta
• A profilaxia é geralmente realizada com quinolonas (Ciprofloxacina 750 mg/sem; norfloxacina 400 mg/dia) e trimetropima-sulfametoxazole (1 cp diário)
Profilaxia a longo prazo pode levar a infeções por organismos resistentes (MRSA e ESBL)
C IRROSE – S ÍNDROME HEPATO - RENAL (SHR)
• Doentes tipicamente têm ascite avançada e outras manifestações de cirrose mas sem outros sintomas
Alguns podem apresentar diminuição do output urinário ou sinais de encefalopatia Lesão renal aguda funcional na presença de disfunção
sintética hepática e ascite
Vasodilatação esplâncnica
Vasoconstrição arterial renal
Disfunção cardíaca
C IRROSE – S ÍNDROME HEPATO - RENAL (SHR)
Não há um exame laboratorial ou imagiológico único para diagnosticar síndrome hepato-renal
Risco de SHR a 5 anos em doentes com cirrose e ascite é 40%
SHR desenvolve-se em 30% dos doentes com
PBE
Necessário alto índice
de suspeição
C IRROSE – S ÍNDROME HEPATO - RENAL (SHR)
• Critérios de diagnóstico:
✓ Cirrose com ascite
✓ Creatinina > 1.5 mg/dL
✓ Ausência de melhoria da Creatinina (> 1.5 mg/dL) após pelo menos 2 dias que remoção de diuréticos, expansão de volume e albumina (1 g/Kg/day até um máximo de 100g Dia)
✓ Ausência de choque
✓ Ausência de tratamento atual ou recente com drogas nefrotóxicas
✓ Ausência de doença do parênquima renal definida por proteinúria > 500 mg/dia,
microhematúria (>50m eritrócitos/CGA) ou alterações sonográficas renais
C IRROSE – S ÍNDROME HEPATO - RENAL (SHR)
SHR
Tipo 1: Rápida deterioração com aumento para o dobro da creatinina inicial para mais de 2.5 mg/dL em 2 semanas
Tipo 2: Lesão renal mais insidiosa
Lesão renal aguda
Estadio 1: ↑ creatinina 0.3 mg/dL ou ↓ output urinário para < 0.5 mL/Kg/hora por um período > 6 horas
Estadio 2: ↑ creatinina 2-3 vezes o valor basal ou ↓ output urinário para < 0.5 mL/Kg/hora por um período > 12 horas Estadio 3: ↑ >3 vezes o valor basal ou creatinina 4.0 mg/dL ou ↓ output urinário para < 0.3 mL/Kg/hora por um período de 24 horas ou anúria por 12 horas
• O mais importante é detetar lesão renal precocemente e iniciar a terapia para
prevenir agravamento
C IRROSE – S ÍNDROME HEPATO - RENAL (SHR)
Os rins são histologicamente normal e podem recuperar a função pós recuperação da função hepática
Reversão da
vasoconstrição
cortical renal após
transplante hepático
C IRROSE – S ÍNDROME HEPATO - RENAL (SHR)
A mortalidade é elevada e a prevenção é essencial!
Evitar fatores precipitantes (AINES,
diuréticos, lactulose, IECAs)
Tratamento imediato se sinais de PBE e albumina
se creatinina ↑
Prevenção de hemorragia varicosa com profilaxia 1ª e 2ª
Vários tratamentos em estudo
Terlipressina + albumina no SHR tipo 1 Octeotrido + midodrina + albumina ev
TIPS (melhor no SHR tipo 2), mas pode piorar
função hepática na cirrose descompensada
Transplante hepático é o único tratamento aceite pois reverte o processo
C IRROSE – E NCEFALOPATIA HEPÁTICA
Síndrome neuropsiquiátrico reversível que ocorre em doentes com doença hepática crónica, hipertensão portal e shunts porto-sistémicos
Também pode ser observado em doentes com falência hepática aguda
Desenvolve-se em 30 a 40% dos doentes cirróticos e, quando presente, a
sobrevida aos 3 anos é de 23%
C IRROSE – E NCEFALOPATIA HEPÁTICA
Remoção hepática inadequada de neurotoxinas endógenas
Patofisiologia
Alteração da permeabilidade da barreira sangue-cérebro
Alteração na neurotransmissão
Papel ainda incerto do ↑
da amónia derivado da deaminação dos aa e da hidrólise de compostos de
azoto no intestino
↑ do tónus inibitório do sistema
GABAA/benzodiazepina
Ativação do PTBR Produção de compostos
endógenos benzodiazepinas-like
Alteração do metabolismo cerebral
Deficiência de zinco
↑ serotonina
Up-regulation dos recetores H1
Produção alterada de melatonina
Deposição de manganésio
nos gânglios da base
C IRROSE – E NCEFALOPATIA HEPÁTICA
Alterações da função muscular
Sintomas Alterações intelectuais
e da personalidade
Apraxia construcional Alterações da
consciência
Raramente, Síndrome Parkinson-like e paraplegia progressiva
Uma das alterações mais precoces é a alteração do ciclo sono-vigília
C IRROSE – E NCEFALOPATIA HEPÁTICA
Níveis de amónia são normalmente medidos mas o facto de estarem elevados não
são nem sensíveis nem específicos para o diagnóstico
Testes neuropsiquátricos e neurocognitivos (PSET e Stroop) são
muito específicos mas muito laboriosos
Não há um exame laboratorial ou imagiológico específico para diagnosticar encefalopatia hepática
• A RMN por espectroscopia está a ser utilizada experimentalmente
• Imperativo excluir causas reversíveis como hipoglicemia, hematoma subdural,
meningite e overdose
C IRROSE – E NCEFALOPATIA HEPÁTICA
Tipo
A Falência hepática aguda
B Shunt portossistémico na ausência de doença hepática C Cirrose (divide-se em episódica, mínima e persistente)
C IRROSE – E NCEFALOPATIA HEPÁTICA
Tratamento passa por identificar e corrigir os fatores precipitantes, redução
e eliminar substratos que originem compostos azotados e prevenir a
absorção intestinal de amónia
Restrição proteica não é benéfica
Restrição de proteinas cadeia curta pode ser considerada na encefalopatia grave,
mas não a longo prazo
• Tratamento com fórmulas ricas em aa de cadeira ramificada
não mostraram benefício
C IRROSE – E NCEFALOPATIA HEPÁTICA
Lactulose é o pilar do tratamento já que diminuem a absorção de amónia e tem também um
efeito catártico
Objetivo de 2-3 dejeções por dia
• Efeito catártico pode também ser atingido com enemas ou rifaximina 550 mg 2 vezes por dia em doentes que não toleram ou não respondem à lactulose
Custo elevado
•
C IRROSE – S. H EPATO - PULMONAR (SHP)
Há casos de SHP em doentes com obstrução do outflow venoso hepático mas sem cirrose
• Normalmente melhora com O
2a 100%
A dilatação vascular leva a remodelação vascular e angiogénese, com alteração da transferência de O
2dos alvéolos para os capilares
Ocorre em 5 a 30% dos cirróticos e caracteriza-se por alterações
na troca gasosa por dilatação vascular intra-pulmonar
C IRROSE – S. H EPATO - PULMONAR (SHP)
Ecocardiograma de contraste
Alto índice de suspeição e medição do gradiente alvéolo-arterial de O
2Ligeira se PaO2 > 80 mmHg e muito grave se < 50 mmHg
Aparecimento de microbolhas nas câmaras cardíacas esquerdas (entre 3 a 6 ciclos cardíacos após injeção faz
o diagnóstico de vasodilatação intrapulmonar
Se aparecimento de microbolhas nas câmaras cardíacas
esquerdas + cedo sugere shunt intracardíaco
C IRROSE – S. H EPATO - PULMONAR (SHP)
• Taxa de mortalidade de 40% aos 2.5 anos
• Sintomas variam de alterações
subclínicas a profunda hipóxia
• O screening consiste na avaliação da saturação de O2 (< 96% em ar ambiente)
• A única opção terapêutica é o transplante hepático e reverte o SHP na maioria dos doentes
Ortodeoxia e platipneia são
clássicas
C IRROSE – H IPERTENSÃO PORTO - PULMONAR
Hipertensão arterial pulmonar em contexto de HT portal
Critérios
P arterial pulmonar média > 25 mmHg em repouso ou >30 mmHg com o exercício
P encravamento dos capilares pulmonares < 15 mmHg Resistência vascular pulmonar > 240 dines
HT portal ou doença hepática Sim
C IRROSE – H IPERTENSÃO PORTO - PULMONAR
Ligeira:
Pressão média da art pulmonar (25-35
mmHg)
• Histologicamente tem características semelhantes a HTA pulmonar Moderado:
Pressão média da art pulmonar (35-50
mmHg)
Grave:
Pressão média da art pulmonar > 50 mmHg
Sem aumento do risco cirúrgico
Alto risco cirúrgico – tx médica pré-
transplante
Contra-indicação para
cirurgia
C IRROSE – H IPERTENSÃO PORTO - PULMONAR
Tratamento:
O
2para dispneia e diuréticos para sobrecarga de volume
• Sobrevida média de 15 meses se não tratada e um estudo revelou uma sobrevida Se os doentes com HT Porto-pulmonar
moderada responderem à terapia poderão ser candidatos a transplante
Alguns estudos com prostaciclinas ev, inibidores da fosfodiesterase e antagonistas do recetor da entolina
Não se sabe até que ponto vai
reverter a HT porto-pulmonar
C IRROSE – H EPATOCARCINOMA (HCC)
VHB integra-se no genoma onde ativa oncogenes e altera genes supressores
tumorais – vacinação ↓ incidência de HCC
• O HCC geralmente tem origem em fígado cirrótico e está intimamente associado a hepatites víricas crónicas
90% dos carcinomas hepáticos nos EUA
O carcinoma hepático é o 5º mais comum no homem e 7º na mulher, sendo o hepatocarcinoma o subtipo mais comum
África sub-Sariana, Japão, China e Sudeste asiático é umas principais neoplasias, principalmente em
mulheres de meia idade
Os mecanismos que levam à tumorogénese
noutras causas não
estão bem definidos
C IRROSE – H EPATOCARCINOMA (HCC)
• O diagnóstico de tumores pequenos e potencialmente tratáveis é possível através de programas de rastreio, apesar de ainda não esclarecido o papel a longo prazo Não é necessário material histológico
se estiverem presentes as
características clínicas e imagiológicas, especialmente se ↑ da -
fetoproteína
O estadiamento é feito através do classificação de Barcelona (BCLC)
C IRROSE – H EPATOCARCINOMA (HCC)
• Outros tratamentos incluem TACE, injeção de etanol, radiofrequência e sorafenib (em doentes irressecáveis
prolongou a sobrevida) Doentes com cirrose compensada
podem ser submetidos a transplante ou cirurgia com sobrevidas a 5 anos de 70%
Em doentes com HCC disseminado, multifocal ou com invasão vascular, a sobrevida aos 5 anos é 5-6%
O ênfase deve ser colocado na prevenção e no screening
dos doentes em risco
D OENÇAS VASCULARES DO FÍGADO
• Trombose veia porta
• S. Budd-Chiari
• Doença veno-oclusiva
D OENÇAS VASCULARES DO FÍGADO
• Geralmente os doentes têm HT portal com ou sem disfunção hepática, podendo simular cirrose
Produz manifestações de hipertensão portal mas a histologia hepática é normal Os síndrome mieloproliferativos são uma possível causa de TVP –
25 a 65% dos doentes com trombose da esplénica sem cirrose tinham um S. mieloproliferativo
Testar JAK2
Causas de trombose da veia porta (TVP)
Trauma abdominal Doenças inflamatórias intra-abdominais Infeção da veia umbilical Cirrose
Sépsis neonatal Estados hipercoaguláveis
D OENÇAS VASCULARES DO FÍGADO
• O diagnóstico é feito por angiografia, embora ecodoppler, TC ou RMN possam revelar colaterais, trombo e esplenomegalia
Após evento agudo manter Tratamento
Na TVP de longa duração pode haver transformação cavernomatosa
Na TVP aguda pode-se tentar trombólise, embora a anticoagulação com varfarina seja o pilar
Na maioria dos doentes a recanalização ocorre nos 1ºs 6 meses de terapêutica
Na TVP crónica usar a longo
D OENÇAS VASCULARES DO FÍGADO
Estudos não mostram aumento do risco hemorrágico em doentes com TVP crónica que estão anticoagulados
Bloqueadores- podem ↓ pressão portal e propagar ainda
mais o trombo Se
hemorragia de varizes
Estudos recentes sugerem que enoxaparina profilática pode prevenir TVP e descompensação hepática
Laqueação elástica
• Se tratamento endoscópico falhar, TIPS cirúrgico embora complexo
D OENÇAS VASCULARES DO FÍGADO
S. Budd-Chiari
Até 20% são idiopáticos, embora em muitos casos se prove a presença de doenças mieloproliferativas subclínicas ou mutações Maioria
Causas de S. Budd-Chiari
Doenças hematológicas Tumores (HCC) Gravidez Estados hipercoaguláveis Anti-concepcionais orais Trauma abdominal e
redes da veia cava
• A oclusão das veias supra-hepáticas ou da VCI, especialmente nos segmentos
supra-hepáticos e intra-hepáticos, causa S. Budd-Chiari
D OENÇAS VASCULARES DO FÍGADO
Diagnóstico por ecodoppler (fluxo veia hepática ↓ ou ausente), TC (atraso ou ausência da passagem de contraste) e RMN Aguda (possivelmente associada a FHA):
Dor no QSD, hepatomegalia, ascite e icterícia
Crónica:
Causa HT portal
• ↑bilirrubina e transamínases pode ser ligeira mas a função hepática normalmente é ↓ (hipoalbuminemia e coagulopatia)
• Venografia útil quando os métodos não invasivos são inconclusivos (incapacidade de cateterizar e visualizar a veia hepática)
• Biópsia hepática mostra congestão centro-lobular, hemorragia e necrose,
com possibilidade de desenvolvimento de cirrose em doentes com
D OENÇAS VASCULARES DO FÍGADO
Aguda : Trombólise seguida de anticoagulação
Crónica:
Terapia de suporte para aliviar ascite e edemas e anticoagulação
crónica quando não respondem aos métodos de redução da
congestão
• Tratamento depende da causa e do modo e gravidade da apresentação
Em doentes selecionados (trombose de vaso único ou redes/estenoses vasculares) pode-se fazer angioplastia
colocação de stent
• As modalidades descompressivas são mais úteis antes do
desenvolvimento de cirrose e incluem TIPS e shunts porto-cava laterias
D OENÇAS VASCULARES DO FÍGADO
Doença Veno-oclusiva
Clínica:
• Icterícia
• Hepatomegalia dolorosa
• Retenção de fluídos
• Também chamada de síndrome de obstrução sinusoidal, ocorre normalmente após terapia citorredutora e previamente a transplante de medula óssea
Pode ocorrer após exposição a outras drogas (azatioprina) ou preparações de ervanárias
(alcalóides de pirrolizidínico)
Podem progredir para disfunção multiorgânica e
morte em 20-25%
D OENÇAS VASCULARES DO FÍGADO
Diagnóstico:
✓ Aumento de peso
✓ Hepatomegalia dolorosa
✓ Retenção de fluídos
✓ Geralmente 3-4 semanas após transplante MO
Ecodoppler abdominal pode mostrar ascite, reversão do fluxo portal e ↑ do index de
resistência da artéria hepática
Pode haver ↑ bilirrubina, transamínases, e em casos graves, disfunção sintética
profunda
Biópsia hepática é diagnóstica e é preferível por via
transjugular: permite a medição do gradiente e tem < risco de
D OENÇAS VASCULARES DO FÍGADO
• Formas ligeiras podem responder a terapia de suporte
Defibrotide é um tratamento potencial com poucos efeitos adversos
• Na doença moderada a grave vários tratamentos foram já experimentados:
TPA + heparina, antitrombina III, prostaglandina E
1, glutamina + Vit E
T RANSPLANTE HEPÁTICO
MELD score é um calculo baseado na creatinina, bilirrubina e INR que é utilizado para prever mortalidade a curto-prazo na cirrose
e priorizar doentes em lista de transplante
• Valores oscilam entre 6 e 40 (quanto >, mais grave)
• Valores considerados para transplante são MELD de 15 -> valor médio em
que os doentes são transplantados é 20
T RANSPLANTE HEPÁTICO
• Avanços na técnica cirúrgica, médica, uso de imunossupressores como a ciclosporina e tacrolimus e uma seleção adequada dos doentes
contribuíram para os excelentes resultados da transplantação
Sobrevida de 70-80% aos 5 anos, com boa qualidade de vida
Causas mais comuns:
✓ VHC (+ comum)
✓ Doença alcoólica
✓ NAFLD
✓ Hepatite auto-imune
✓ CBP
✓ CEP
Doentes com VHB são candidatos se puderem fazer HBIG ou análogos nucleosídicos para prevenir recorrência
Excelentes resultados na falência
hepática aguda mas pior nas neoplasias
pelo risco de recorrência no novo fígado
DOENÇAS HEPÁTICAS GENÉTICAS, METABÓLICAS E INFILTRATIVAS
M EDICINA - R ELEVÂNCIA B
Cecil Essentials of Medicine 9.ª ed.
SÍMBOLO SIGNIFICADO INTEGRAÇÃO DE
CONHECIMENTO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA
MUITO IMPORTANTE CONHECIMENTO
ESSENCIAL MENOS perguntável
INCOERÊNCIA SÍMBOLO COMPETÊNCIA
MECANISMOS
de DOENÇA
Estabelecer um
DIAGNÓSTICO
Medidas de saúde e
PREVENÇÃO
Elaborar um plano
TERAPÊUTICO
Elaborar plano de
GESTÃO DO DOENTE
MD
D P T
GD
SÍMBOLO SIGNIFICADO
REFERÊNCIA
a outros capítulos
CHECK
L EGENDA
D OENÇAS GENÉTICAS E METABÓLICAS
Hemocromatose
- Doença autossómica recessiva com excessiva absorção de ferro do trato digestivos (5/1000 indivíduos raça branca)
- Ferritina e saturação de transferrina elevadas
Maioria são homozigóticos para
C282Y
Heterozigóticos C282Y/H63D podem desenvolver
sobrecarga de ferro
Sobrecarga de ferro é rara em
homozigóticos H63D
• Outras mutações podem estar envolvidas mas geralmente não são testadas
D OENÇAS GENÉTICAS E METABÓLICAS
Necessário alto índice de suspeição para diagnóstico
nas fases precoces
• Tratamento consiste em flebotomias (quelação para quem não tolerar) Doença sistémica
Cirrose e cancro
Alteração da cor da pele
Insuficência cardíaca
Artralgias Hipogonadismo
Diabetes