PRÉ-PROJETO
REDE MUNICIPAL DE INFORMAÇÃO PÚBLICA
USP-UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
LIMC-LABORATÓRIO DE MARKETING E CULTURA
EMPRESA
Implantação de uma rede de informação de acesso público integrando municípios
a partir de dados culturais e de interesse coletivo O mundo em sua cidade
A sua cidade no mundo RESUMO
O objetivo maior é indicar e/ou oferecer a cada município interessado instrumentos de informação pública por meio da Internet. Não se trata de integrar as cidades na web, passivamente, pois isso já vem ocorrendo. Buscam-se formas e procedimentos para que a cidade produza as suas próprias informações e as disponibilize para uso local e externo.
Como primeiro passo, estratégico, prevê-se a criação de um grande banco de dados culturais do qual os municípios poderão participar, desde que enviem as informações necessárias a isso.
INFORMAÇÕES PRÉVIAS
A concepção de "informação pública" tem mudado constantemente nos últimos anos. Da velha biblioteca à Internet há um curto espaço de tempo, mas um longo percurso prático a ser desenvolvido com muito esforço. As bibliotecas são, ainda, o que podemos identificar como "espaço de informação", mesmo que precário. No Brasil, até o momento, não existe uma rede de bibliotecas públicas integradas pelas novas tecnologias do campo da informática. São mais de 5.000 unidades, algumas delas de grande relevância. Para todas, o desafio da informatização encontra barreiras de difícil transposição. Isso ocorre, principalmente, pelo desconhecimento dos procedimentos básicos da informática. No entanto, existe um claro desejo de atualização. Muitas vezes, esse desejo é manifestado pelos próprios prefeitos.
Como as ações isoladas nem sempre têm levado a bons resultados, alguns responsáveis por bibliotecas públicas tomaram a iniciativa de juntar esforços e procurar, em grupo, caminhos viáveis para resolver problemas de informação pública. Para o Brasil, esse esforço incide diretamente no campo das estratégias de desenvolvimento social. Não é mais
possível, no limiar do século XXI, pensar a sociedade sem sistemas de informação amplos, eficientes e a serviço da coletividade.
A primeira reunião dessas bibliotecas, sob a coordenação do LIMC, ocorreu no mês de abril de 97, reunindo treze municípios, incluindo a cidade de São Paulo. A segunda reunião contou com a participação de 23 municípios, o que demonstra o interesse e a clara demanda existente. A terceira reunião teve a presença de 24 municípios.
Sabe-se que as bibliotecas, mesmo sendo as unidades culturais mais freqüentes no Brasil e um dos serviços públicos mais utilizados, não são vistas com essa dimensão. Este projeto de informatização pretende, em função disso, sensibilizar diretamente os prefeitos porque a eles cabem as decisões a respeito dos serviços que as municipalidades oferecem.
Nesse sentido, e em termos de integração inicial das cidades no campo da web, foi delineada a formação de um grande banco de dados culturais a partir das informações de cada cidade. Esse banco de dados estará disponível pela Internet e cada prefeitura poderá participar sem nenhum ônus. Assim, cumpre-se a idéia: “a sua cidade no mundo”.
A criação desse grande banco de dados culturais, tomando como unidade informativa os municípios, é um objetivo a ser alcançado porque propicia a integração mínima de cada município. Ao tornar disponíveis os seus dados históricos/culturais, cada cidade dá um primeiro passo para integrar-se numa rede maior de informação.
O passo seguinte será oferecer a idéia da instituição de provedores públicos ou associação com os já existentes nos municípios. A partir do banco de dados culturais, será possível a qualquer cidadão do planeta, por meio de link, obter informações detalhadas sobre o município. A população local obterá, via Internet, informações locais – do acervo da biblioteca pública às demais informações necessárias à população, inclusive, por meio de terminais públicos. Dessa forma, integra-se a Internet na vida cotidiana, democratiza-se a informação e cumpre o segundo objetivo deste projeto: “o mundo em sua cidade”.
No momento, esse conjunto de instituições públicas que se reúne na USP procura parcerias para alavancar essa rede de âmbito nacional, tendo como base o plano que segue.
1. Justificativa
Nenhum órgão, público ou privado, presta informações integradas a respeito da vida coletiva em municípios brasileiros. Quando alguma informação se torna necessária, o interessado percorre vários caminhos para, freqüentemente, chegar a informações parciais e desatualizadas. Quanto mais isolada e menor for a cidade, menor será a sua capacidade de obter a informação que lhe seja necessária. Não há, ao que consta, nenhuma sistematização relativa à coleta e disseminação de dados de interesse da coletividade. Isso nos leva a objetivos amplos, ambiciosos e, hoje, imprescindíveis ao desenvolvimento sócio- econômico e ao exercício da cidadania.
2. Objetivos
2.1 Instituir no um banco de dados de acesso público, que disponha de todas as informações relativas à vida cultural dos municípios brasileiros, permitindo aos interessados conhecer a sua organização, os serviços que oferece, os produtos gerados,
nome e endereço dos responsáveis por eles e todos os outros dados que permitirão um conhecimento maior da área.
2.2 Tornar as bibliotecas públicas capazes de fornecer informações com a utilização de tecnologia atual disponíveis pela informática. Isso vai desde a integração numa rede nacional até a organização das atividades de rotina com o uso do computador.
2.3 Estimular a implantação ou associação com provedores locais que, além de fornecer informações de interesse público municipal, estarão unidos por meio de link a outros provedores. Cabe a essas unidades oferecer informações de interesse de cada localidade.
3. Público-alvo
Geral, desde que estejam integrado à Internet e, particularmente, a todos que, de alguma forma, atuam no campo da Cultura: dirigentes municipais de Cultura, artistas, bibliotecários, museólogos, arquivistas, editores, produtores, etc.
Todos que utilizam as bibliotecas públicas, principalmente, estudantes.
4. Áreas abrangidas
Sendo o banco de dados culturais disponibilizado pela Internet, terá alcance planetário. A integração com provedores locais se dará na medida em que as cidades tomarem a decisão de implantar o seu provedor. Toda cidade brasileira com mais de 50.000 habitantes, em tese, está habilitada a integrar a rede.
5. Organização
De princípio, o banco de dados culturais terá informações básicas sobre a cidade (localização, população, histórico, etc.), as organizações municipais, incluindo nomes, endereços, telefones; bibliotecas, museus, arquivos e outras instituições com dados que permitam conhecer os seus perfis; corpos estáveis de música, dança e teatro;
associações, cooperativas e semelhantes que geram produtos culturais; artistas vivos e suas obras. O banco apresentará, ainda, índice por assunto. Exemplo: endereço de todos os museus brasileiros.
O segundo passo, será a implantação de provedor local – ou associação com provedor existente. Este oferecerá informações de interesse comunitário e outros.
Exemplos: programação cultural da cidade, endereço e telefones dos serviços públicos, projetos tramitando na Câmara Municipal, contas municipais e informações sobre tributos, serviços de saúde, informações ao consumidor, catálogo da biblioteca, etc.
O site municipal poderá, ainda, oferecer informações comerciais: hotéis, empresas de transporte, serviços, etc. Com isso, haverá possibilidade de auto-financiamento.
O banco de dados culturais deverá ter um link que permita acessar o site municipal.
As informações contidas no banco de dados serão obtidas por meio de questionários às instituições municipais. A atualização poderá ser realizada por um sistema de alimentação direta on-line pelas prefeituras integradas ou por novos questionários.
As informações disponíveis nos sites locais serão de responsabilidade dos municípios.
6. Atribuições
Da USP/LIMC
- Desenhar, organizar, ampliar e manter o banco de dados e orientar a implantação dos sites locais;
- Encaminhar aos municípios a proposta de participação;
- Dar assessoria metodológica e treinamento nos primeiros momentos;
- Possibilitar a manutenção técnica do banco de dados.
Da EMPRESA e de outros patrocinadores
- Fornecer equipamento para a USP implantar o banco de dados culturais disponibilizado pela Internet.;
- Oferecer, para demonstração aos municípios, equipamento devidamente configurado para integrar a rede;
- Apoiar financeiramente a equipe de professores e alunos de iniciação científica para que possam realizar todos os trabalhos necessários à concretização do projeto;
Dos municípios
- Arcar com as despesas de transporte, estadia e alimentação dos técnicos a serviço do projeto;
- Providenciar um local de acesso público - de preferências centro de cultura/biblioteca - e toda infra-estrutura necessária para a instalação de computadores em conexão à Internet;
- Manter pontos de acesso público para consultas locais e outras via Internet;
- Providenciar a conexão com um provedor local, ou criar um, de acesso à Internet;
- Fornecer todas as informações solicitadas para a criação do banco de dados;
- Criar, com orientação de técnicos especializados, sites específicos do município;
- Remunerar esses técnicos que implantarão o projeto e darão treinamento.
7. Vantagens Da USP
- Ter o seu nome associado à iniciativa;
- Ter um link, via seu logotipo, para as suas páginas Web específicas;
- Realizar um efetivo trabalho de extensão universitária.
Dos patrocinadores
- Ter o seu nome divulgado nas páginas Web do banco de dados.
- Atender às necessidades de equipamentos dos municípios tanto os necessários para integrar a rede, bem como aqueles que serão utilizados pela população.
Dos municípios
- Ter os seus dados culturais no banco de dados;
- Oferecer serviços de utilidade públicas aos munícipes.
8. Suporte técnico
Face à demanda que se espera, poderão ser indicados aos municípios empresas de apoio à implantação de conexão à Internet, para a criação de provedores, bem como para a criação de páginas Web. Objetivando ações plenamente integradas nos objetivos e perfil do projeto, a USP e os patrocinadores, poderão indicar empresas qualificadas aos propósitos aqui apontados. A negociação com essas empresas ficará a cargo dos municípios.