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MAT 2453 - C´alculo I - POLI - 2011 Resoluc¸ ˜ao de Algumas Quest˜oes da 2a Lista de Exerc´ıcios

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(1)

MAT 2453 - C´alculo I - POLI - 2011

Resoluc¸˜ao de Algumas Quest ˜oes da 2

a

Lista de Exerc´ıcios

1-) O objetivo desta quest˜ao ´e demonstrar como alei da reflex˜ao planae alei da refra¸c˜ao de Snellius, da ´Optica Geom´etrica, podem ser obtidas como conseq ¨uˆencias doprinc´ıpio de Fermat, segundo o qual “a trajet ´oria dos raios de luz ´e aquela que minimiza o tempo de percurso”.

(a) (REFLEXAO˜ PLANA) SejamP= (0,a)eQ= (b,c), ondea,b,cs˜ao n ´umeros reais positivos. Seja M = (x, 0), x R(vide figura 1). Sejad : R Rtal que, para todox R, d(x) ´e a soma das distˆanciasd(P,M) +d(M,Q). Mostre que a func¸˜aodpossui um ´unico ponto de m´ınimox0 R.

Verifique quex0 (0,b)e queα=βsex= x0. P=(0,a)

α β

M=(x,0) Q=(b,c)

Figura 1: Reflex˜ao Plana

OBSERVAC¸ ˜AO: Note que, admitindo que a luz se propague com velocidade constante no semi- plano superior, minimizar a soma das distˆanciasd(P,M) +d(M,Q)´e equi-

valente a minimizar o tempo que um raio de luz leva para ir dePaQ, refletindo-se no eixo Ox.

(b) (LEI DEREFRAC¸ ˜AO DESNELLIUS) Sejam P R2 um ponto no semi-plano superior eQ R2 um ponto no semi-plano inferior, fixos (vide figura 2). Uma part´ıcula vai dePa um ponto M = (x, 0)sobre o eixo Ox com velocidade constanteue movimento retil´ıneo; em seguida, vai de M at´e Q com velocidade constantev, tamb´em em movimento retil´ıneo. Seja T : R R tal que, para todox R,T(x)´e o tempo de percurso de PaQ. Mostre queTpossui um ´unico ponto de m´ınimox0 R. Verifique quex0 (0,b)e que, sex= x0, ent˜ao:

sinα

u = sinβ v .

(2)

Q=(b,−c) P=(0,a)

α

β M=(x,0)

Figura 2: Refrac¸˜ao RESP.: SOLUC¸ ˜AO DO ITEMB

O tempo que a part´ıcula gasta para ir dePaQ, passando porM= (x, 0), ´e dado pord(P,Mu ) +d(M,Qv ). Assim,T:RR ´e dada por ∀x∈ R

: T(x) =

√x2+a2

u +

p(x−b)2+c2

v .

Portanto, pela regra da cadeia,T ´e duas vezes deriv´avel e suas derivadas primeira e segunda s˜ao dadas por, respectivamente, ∀x R

: T0(x) = 1

u

x

x2+a2 + 1 v

x−b p(x−b)2+c2

T00(x) = 1 u

√x2+a2xx22+a2 x2+a2 + 1

v

p(x−b)2+c2 (xb)2

(xb)2+c2

(x−b)2+c2

= 1 u

a2

(x2+a2)3/2 +1 v

c2

((x−b)2+c2)3/2 .

Assim, T00(x) > 0 para todo x R. Como T0(0) < 0, T0(b) > 0 e T0 ´e cont´ınua, pelo teorema do valor intermedi´ario existex0 (0,b)tal queT0(x0) =0; comoT00 > 0,T0 ´e crescente e, em particular, injetiva, portantox0 ´e a ´unica raiz deT0. Pelo teste da derivada segunda, conclui-se quex0 ´e ponto de m´ınimo deT, e ´e o ´unico ponto de m´ınimo, pois, pelo teorema de Fermat, se houvesse algum outro, tamb´em seria ponto cr´ıtico, e j´a vimos quex0 ´e a ´unica raiz deT0. Ent˜ao est´a demonstrado queTpossui um ´unico ponto de m´ınimox0, ex0 pertence ao intervalo(0,b). Al´em disso, como sinα(x) = x

x2+a2 e sinβ(x) =−√ xb

(xb)2+c2 ,T0(x0) =0 ´e equivalente a sinαu(x0) sinβv(x0) =0.

2-) Deve-se construir uma estrada ligando uma f´abrica Aa uma ferrovia que passa por uma cidadeB.

Assumindo-se que a estrada e a ferrovia sejam ambas retil´ıneas, e que os custos de frete por unidade de distˆancia sejammvezes maiores na estrada do que na ferrovia, encontre o ˆanguloαa que a estrada deve ser conectada `a ferrovia de modo a minimizar o custo total do frete da f´abrica at´e a cidade. Assuma m>1.

RESP.:

Sejam:da distˆancia da f´abrica `a cidade,ba distˆancia a ser percorrida na rodovia,aa distˆancia a ser percorrida na ferrovia, e ˆangulos como na figura abaixo.

(3)

α γ

β

d a

b

Denotando porCo custo total do frete e por f o custo do frete por unidade de distˆancia na ferrovia, tem-se:C= f a+m f b. Pelo teorema dos senos, tem-se:

sinβ

b = sinα

d = sinγ a , dondeb= dsinsinαβ,a= dsinsinαγ = dsin π(α+β)

sinα = d(sinαcossinαβ+sinβcosα). Portanto, C

f = d(sinαcosβ+sinβcosα)

sinα +mdsinβ

sinα =dcosβ+dsinβm+cosα sinα . Assim sendo, o problema se reduz a encontrar (caso exista) o(s) ponto(s) de m´ınimo da func¸˜ao:

F: [π2,π−β] −→ R

α 7−→ dcosβ+dsinβm+sincosαα . A referida func¸˜ao ´e deriv´avel, e sua derivada ´e dada por ∀α∈ [π2 ,π):

F0(α) =dsinβ−sin2α−cosα(m+cosα)

sin2α = dsinβ(1−mcosα)

sin2α .

Tomando g : [π2 ,π) R dada por ∀α [π2 ,π)g(α) = 1−mcosα, g ´e deriv´avel e ∀α [π2 ,π)g0(α) = msinα > 0, logo g ´e estritamente crescente; como g se anula em arccos(m1 )(note quem > 1 por hip ´otese, portantom1 dom arccos), segue g < 0 em[π2, arccos(m1 ))eg > 0 em (arccos(m1 ),π). Assim: (i) se arccos(m1 )< π−β, tem-seF0 < 0 em[π2 , arccos(m1 ))eF0 > 0 em (arccos(m1 ),π−β] e, por um corol´ario do teorema do valor m´edio, conclui-se que arccos(m1 ) = π−arccos(m1 ) ´e ponto de m´ınimo de F; (ii) se arccos(m1 ) > π−β, tem-se F0 < 0 em[π2 ,π−β]e, novamente por um corol´ario do teorema do valor m´edio, conclui-se queπ−β ´e ponto de m´ınimo de F. Assim, o ponto de m´ınimo deF ´e min{π−arccos(m1 ),π−β}.

3-) Dois corredores com larguraa >0 eb> 0 intersectam-se em ˆangulo reto. Determine o comprimento m´aximolde uma escada que pode ser transportada horizontalmente de um corredor para o outro.

RESP.:

Sem perda de generalidade, pode-se assumir que a escada de comprimento m´aximo ser´a trans- portada de um corredor para o outro de tal forma que suas extremidades se ap ´oiem sobre as paredes externas, conforme a figura abaixo.

Ao ser feito o transporte, o ˆangulo α que a escada forma com a parede do corredor de largura b variar´a de 0 a π2. Para cada α (0,π2 ) fixo, o comprimento m´aximo Lα da escada que pode ser

(4)

a

α α b Lα

colocada nos corredores, formando um ˆanguloαcom o corredor de largurab, ser´a, conforme a figura,

b

sinα + cosaα. Assim, o transporte ser´a poss´ıvel se, e somente se, o comprimento da escada for menor ou igual aLα, para todoα (0,π2 ). O m´aximo comprimento da escada que pode ser transportada ser´a, portanto, o valor m´ınimo (caso exista) da func¸˜ao:

f : (0,π2 ) −→ R α 7−→ sinbα + cosaα . Tal func¸˜ao ´e deriv´avel e sua derivada ´e dada por ∀α∈(0,π2 ):

f0(α) =bcosα

sin2α + asinα

cos2α = −bcos3α+asin3α sin2αcos2α .

Seja g : (0,π2 ) Rdada por ∀α (0,π2 )g(α) = −bcos3α+asin3α. Esta func¸˜ao ´e deriv´avel e sua derivada ´e dada por ∀α (0,π2 )g0(α) = 3bcos2αsinα+3asin2αcosα, portanto g0 > 0 em (0,π2 ), donde g ´e estritamente crescente. Como g se anula em α (0,π2 ) tal que tanα = 3

qb a, i.e.

α = arctan 3 qb

a, segue que g < 0 em (0, arctan 3 qb

a)e g > 0 em (arctan 3 qb

a,π2 ). Logo, f0 < 0 em (0, arctan 3

qb

a)e f0 >0 em(arctan 3 qb

a,π2 ). Ent˜ao, pelo teste da derivada primeira, arctan 3 qb

a ´e ponto de m´ınimo de f, logo o valor m´ınimo de f ´e f(arctan 3

qb

a) = (a2/3+b2/3)3/2.

4-) Um corpo de peso P apoiado sobre um plano horizontal deve ser deslocado horizontalmente pela aplicac¸˜ao de uma forc¸aF. Qual o ˆanguloαcom a horizontal deve formar a forc¸a para que a intensidade da mesma necess´aria para mover o corpo seja m´ınima, admitindo coeficiente de atritoµ>0 ?

00000000 00000000 00000000 11111111 11111111 11111111

P R

F

α

(5)

RESP.: Para cadaα [0,π2 ]fixo, o valor m´ınimo da forc¸aF para movimentar o bloco ´e tal que a diferenc¸a entre a componente horizontal de F e a forc¸a de atrito R seja positiva, i.e. Fcosα−µ(P Fsinα) > 0, ou seja, F > cosα+µPµsinα. Assim sendo, o problema se reduz a encontrar o(s) ponto(s) de m´ınimo da func¸˜ao cont´ınua:

f : [0,π2 ] −→ R α 7−→ cosα+µPµsinα .

A referida func¸˜ao ´e deriv´avel, e sua derivada ´e dada por ∀α [0,π2 ] f0(α) = µP((cossinα+αµ+sinαµcos)2α). Tomando g : [0,π2 ] R dada por ∀α [0,π2 ]g(α) = sinα−µcosα, g ´e deriv´avel e ∀α [0,π2 ]g0(α) = cosα+µsinα > 0, logo g ´e estritamente crescente. Como g se anula em arctanµ, segueg < 0 em[0, arctanµ)e g > 0 em (arctanµ,π2 ], portanto f0 < 0 em [0, arctanµ) e f0 > 0 em (arctanµ,π2 ]. Assim, pelo teste da derivada primeira, conclui-se que arctanµ´e ponto de m´ınimo de f. 5-) Deseja-se construir uma esfera e um cubo de modo que a soma das ´areas de suas superf´ıcies seja igual

a 2.

(i) Encontre o raio da esfera e o lado do cubo que minimizam a soma de seus volumes.

(ii) Encontre o raio da esfera e o lado do cubo que maximizam a soma de seus volumes.

RESP.:

Sejamr>0 o raio da esfera el>0 o lado do cubo. A soma das ´areas de suas superf´ıcies ´e dada por:

A=6l2+4πr2 =2 Soma dos volumes:

V = 4

3πr3+l3 Fazendo 6l2 =24πr2, temosl=

q24πr2

6 . Assim, o problema se reduz a encontrar (caso existam) os pontos de m´aximo e m´ınimo da func¸˜aoV:[0,1

]Rdada por:

V(r) = 4 3πr3+

12πr2 3

3/2

ComoV ´e cont´ınua e est´a definida no intervalo fechado e limitado[0,1

], pelo teorema de Wei- erstrass conclui-se que existem pontos de m´aximo e de m´ınimo deVno referido intervalo. Al´em disso, comoV ´e deriv´avel, segue do teorema de Fermat que, se um destes pontos n˜ao for extremidade do in- tervalo, dever´a ser um ponto cr´ıtico deVno interior do mesmo. Conclus˜ao: Vtem pontos de m´aximo e m´ınimo no intervalo[0,1

], e tais pontos pertencem ao conjunto formado pelas extremidades do intervalo e pelos pontos cr´ıticos deVno interior do mesmo.

A func¸˜ao derivada deV,V0 :[0,1

2π]R, ´e dada por:

V0(r) =4πr22πr

r12πr2

3 =

=2πr

2r

r12πr2 3

(6)

Para encontrar os pontos cr´ıticos deV, observe que 2πr

2rq12πr3 2=0 se, e somente se,r=0 ou 2r =

q12πr2

3 , i.e. se, e somente ser = 0 ou r = 1

2π+12. Assim, os pontos cr´ıticos deV s˜ao 0 e r0 =. 1

2π+12 (0,1

).

Al´em disso, como 0 er0s˜ao os ´unicos zeros deV0, e comoV0 ´e cont´ınua, segue do teorema do valor intermedi´ario queV0 deve ter sinal constante nos intervalos(0,r0)e(r0,1

2π]. MasV0(1

2π) =2>0, e limr0

2rq12πr3 2=13 <0 (portanto 2πr

2rq12πr3 2tem sinal negativo parar>0 e pr ´oximo de zero), o que nos permite concluir queV0tem sinal negativo em(0,r0)e positivo em(r0,1

). Logo, pelo teste da derivada primeira,r0 = 1

+12 ´e o ponto de m´ınimo deV.

Por outro lado, temos: V(0) = q1

27 eV(1

) = q91π

2. Comoπ <4, tem-se π2 < 2, logo 9π2 < 27, donde 91π

2 > 271, o que implicaV(1

)>V(0). Assim, 1 ´e o ponto de m´aximo deV.

Referências

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