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Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

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COMISSÃO EUROPEIA Bruxelas, 4.3.2016 COM(2016) 111 final 2016/0063 (NLE)

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

relativa à assinatura, em nome da União Europeia, da Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência Contra as Mulheres e a Violência

(2)

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

1. CONTEXTODAPROPOSTA 1.1 Contexto

Em 7 de abril de 2011, o Comité de Ministros adotou a Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência Contra as Mulheres e a Violência Doméstica (Convenção n.º 210). Foi aberta à assinatura em 11 de maio de 2011. Em conformidade com o artigo 75.º, a Convenção está aberta à assinatura e aprovação pelos Estados membros do Conselho da Europa, pelos Estados não membros que tenham participado na sua elaboração, bem como pelos da União Europeia.

A Convenção foi negociada no decurso de seis reuniões de um Comité ad hoc, que se realizaram entre dezembro de 2009 e dezembro de 2010. A União Europeia, juntamente com os seus Estados-Membros, participou nas reuniões na qualidade de observadora. Na sequência da décima ratificação por um Estado membro do Conselho da Europa, a Convenção entrou em vigor em 1 de agosto de 2014. Em 1 de fevereiro de 2016, doze Estados-Membros da UE tinham ratificado a Convenção e vinte e cinco tinham-na assinado.

A violência contra as mulheres constitui uma violação dos seus direitos humanos e uma forma extrema de discriminação que está enraizada nas desigualdades de género e contribui para as manter e reforçar. A igualdade entre homens e mulheres é um valor fundamental e um objetivo da União Europeia reconhecido nos Tratados [artigos 2.º e 3.º do Tratado da União Europeia (TUE), artigo 8.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE) e artigo 23.º da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia]. A Carta reconhece também o direito à dignidade do ser humano, o direito à vida, o direito à integridade da pessoa, e proíbe os tratamentos desumanos ou degradantes, bem como todas as formas de escravatura e trabalho forçado (artigos 1.º a 5.º). A proteção das mulheres contra a violência é igualmente uma obrigação prevista na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, na qual a UE é Parte juntamente com os seus Estados-Membros1, e o Comité das Nações Unidas, responsável pelo acompanhamento da aplicação desta Convenção, recomendou que a UE ratificasse a Convenção do Conselho da Europa como um passo em frente no combate à violência contra as mulheres e raparigas com deficiência2. De um modo mais geral, a UE está fortemente empenhada em combater a violência, não só dentro das suas fronteiras mas também no âmbito de iniciativas internacionais3.

A UE tomou posições firmes4 sobre a necessidade de erradicar a violência contra as mulheres e financia campanhas específicas e projetos no terreno para a combater. A legislação em vigor

1

Decisão do Conselho, de 26 de novembro de 2009, relativa à celebração, pela Comunidade Europeia, da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2010/48/CE), JO L 23 de 27.1.2010, p. 35.

2

Observações finais sobre o relatório inicial da União Europeia, CRPD/C/EU/CO/1, 4.9.2015,

http://tbinternet.ohchr.org/_layouts/treatybodyexternal/Download.aspx?symbolno=CRPD%2fC%2fEU %2fCO%2f1&Lang=en

3

http://www.consilium.europa.eu/pt/press/press-releases/2015/05/26-fac-dev-council-conclusions-gender-development/ Conclusões do Conselho sobre o Plano de Ação sobre o Género para 2016-2020,

http://www.consilium.europa.eu/pt/press/press-releases/2015/10/26-fac-conclusions-gender-development/; Conclusões do Conselho sobre o Plano de Ação para os Direitos Humanos e a

Democracia (2015-2019) http://data.consilium.europa.eu/doc/document/ST-10897-2015-INIT/pt/pdf;

Diretrizes da UE sobre a violência contra as mulheres e as raparigas e a luta contra todas as formas de

discriminação de que são alvo http://www.consilium.europa.eu/uedocs/cmsUpload/16173cor.en08.pdf

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nos domínios da proteção das vítimas da criminalidade, exploração e abuso sexual de crianças, asilo e migração tem em conta as necessidades específicas das vítimas da violência baseada no género.

Apesar dos esforços envidados, tanto a nível nacional como da UE, a dimensão da violência contra as mulheres constitui ainda motivo de grande preocupação: de acordo com as conclusões do estudo realizado pela Agência dos Direitos Fundamentais publicado em 20145, na UE uma em cada três mulheres foi vítima de violência física e/ou sexual a partir dos 15 anos, uma em cada vinte mulheres foi violada, 75 % das mulheres com profissões qualificadas ou que ocupam cargos de direção foram vítimas de assédio sexual, e uma em cada dez mulheres já foi vítima de perseguição ou de assédio sexual através das novas tecnologias.

A violência baseada no género afeta não só a saúde e o bem-estar mas também a participação das mulheres no mercado de trabalho, prejudicando assim a sua independência económica e a economia em geral. O Instituto Europeu para a Igualdade de Género estima que a violência baseada no género contra as mulheres custa à UE aproximadamente 226 mil milhões de EUR por ano6.

1.2 Objetivo e conteúdo da Convenção

Como previsto no Capítulo I da Convenção, esta cria um quadro normativo global para proteger as mulheres e as raparigas contra todas as formas de violência, bem como para prevenir, processar criminalmente e eliminar a violência de que são alvo, incluindo a violência doméstica. Abrange um amplo leque de medidas que vão da recolha de dados e da sensibilização até medidas jurídicas de criminalização de diferentes formas de violência contra as mulheres. Inclui medidas para a proteção das vítimas e a prestação de serviços de apoio, e aborda a dimensão da violência baseada no género nos domínios do asilo e da migração, bem como alguns elementos transnacionais. A Convenção cria um mecanismo de monitorização específico destinado a garantir a aplicação efetiva das suas disposições pelas Partes.

A Convenção define os termos essenciais utilizados ao longo do texto. Alarga a definição de mulheres às raparigas com menos de 18 anos. Obriga as Partes a condenar todas as formas de discriminação, assegurando a aplicação do princípio da igualdade entre mulheres e homens nas suas ordens jurídicas, e explicita a possibilidade de adotar medidas de discriminação positiva. Em consonância com a sua natureza de instrumento de proteção dos direitos humanos, a Convenção obriga todas as Partes a garantir que os atores estatais não cometem atos de violência e atuam com a diligência devida, a fim de prevenir, investigar e punir os atos de violência cometidos por atores não estatais e reparar os danos por eles causados. A Convenção aplica-se expressamente em tempos de paz e em situações de conflito armado. Embora estabeleça obrigações vinculativas apenas em relação às mulheres, é encorajada a sua

content/PT/TXT/?qid=1396540108305&uri=CELEX:52010DC0491); Conclusões do Conselho de 8 de março de 2010 sobre a erradicação da violência contra as mulheres na União Europeia,

https://www.consilium.europa.eu/uedocs/cms_data/docs/pressdata/en/lsa/113226.pdf; Documento de trabalho dos serviços da Comissão «Compromisso estratégico para a igualdade de género 2016-2019»,

SWD (2015) 278 final

http://ec.europa.eu/justice/gender-equality/files/documents/151203_strategic_engagement_en.pdf;

5

http://fra.europa.eu/en/publication/2014/violence-against-women-eu-wide-survey-main-results-report

6

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aplicação a todas as vítimas de violência doméstica, ou seja, igualmente aos homens e rapazes.

O Capítulo II complementa a abordagem denominada «três P» (prevenção, proteção e ação penal) dos recentes instrumentos do Conselho da Europa com a obrigação de estabelecer políticas integradas7 e de oferecer uma resposta global ao fenómeno, reconhecendo que as medidas legislativas no âmbito da abordagem «três P» não são suficientes, por si sós, para eliminar a violência contra as mulheres. Isto traduz-se na obrigação de colocar os direitos das vítimas no centro de todas as medidas, bem como de assegurar uma cooperação eficaz entre todos os intervenientes, ou seja, instituições, organismos e organizações, e a todos os níveis: nacional, regional e local. As organizações não governamentais e a sociedade civil devem ser reconhecidas enquanto atores importantes, devendo as Partes incentivar e apoiar o seu trabalho. As Partes devem atribuir os recursos financeiros e humanos necessários para a aplicação das políticas, medidas e programas integrados de prevenção e combate à violência, incluindo financiamento suficiente dos atores não governamentais. Além disso, a Convenção reconhece o papel crucial da recolha sistemática e adequada de dados para melhorar a eficácia das políticas e o acompanhamento das medidas tomadas pelo mecanismo de monitorização com base em dados sólidos e comparáveis.

Uma disposição essencial diz respeito à designação e, se necessário, criação de um ou mais órgãos oficiais responsáveis pela coordenação, aplicação, monitorização e avaliação das políticas e medidas, incluindo a coordenação da recolha de dados e a análise e divulgação dos resultados.

O Capítulo III articula as obrigações das Partes no domínio da prevenção. Em consonância com o espírito geral da Convenção, as Partes são obrigadas a adotar uma abordagem multifacetada que inclui a sensibilização, a inclusão da igualdade entre mulheres e homens e do problema da violência nos currículos escolares oficiais, a todos os níveis de ensino, através de material didático e currículos adaptados, e a promoção da não violência e da igualdade entre as mulheres e os homens também nos estabelecimentos de ensino informal, assim como nas estruturas desportivas, culturais e de lazer e nos meios de comunicação social. As Partes devem garantir a formação adequada dos profissionais que lidam com as vítimas e com os responsáveis pelos atos de violência. Devem também adotar medidas para criar ou apoiar programas de tratamento destinados aos autores de atos de violência. As Partes devem encorajar os setores dos meios de comunicação social e das tecnologias da informação a participarem na elaboração de normas materiais e voluntárias.

O Capítulo IV estabelece os princípios gerais sobre a natureza das informações, os serviços de apoio e proteção das vítimas de violência, bem como das testemunhas. Contém uma lista de domínios em que as Partes devem prever determinadas medidas, entre as quais a disponibilidade de serviços gerais de apoio, tais como serviços de aconselhamento jurídico e psicológico, e de serviços especializados, incluindo abrigos, linhas de ajuda telefónica permanente e gratuita, assistência médica e médico-legal específica para as vítimas de violência sexual e proteção e apoio das crianças testemunhas. Além disso, é necessário adotar medidas para encorajar qualquer pessoa que testemunhe o cometimento de atos de violência, ou que tenha razões sérias para acreditar que tal ato possa ser cometido ou que sejam expectáveis novos atos de violência, a assinalá-los, bem como normas sobre as condições em que a denúncia de atos de violência por parte dos profissionais não viola a sua obrigação geral de confidencialidade.

7

Ver relatório explicativo da Convenção ,

(5)

O Capítulo V, sobre o direito substantivo, identifica as formas de violência que devem ser punidas penalmente e impõe às Partes a obrigação de incluírem uma série de crimes nos respetivos códigos penais. Entre estas contam-se a violência psicológica através da ameaça ou coerção, a perseguição8, a violência física, a violência sexual e a violação, o casamento forçado, a mutilação genital feminina, o aborto e esterilização forçados e o assédio sexual. As Partes devem tomar medidas para assegurar que a «honra» não possa ser invocada como justificação para nenhum destes crimes. A Convenção obriga as partes a criminalizarem a ajuda ou cumplicidade e a tentativa da prática de crimes, bem como a incitação de terceiros à prática desses crimes, e a preverem sanções adequadas e dissuasivas. As sentenças definitivas pronunciadas por outra Parte podem ser tidas em conta no quadro de apreciação da pena. A Convenção exige igualmente que se prevejam determinadas circunstâncias agravantes nas ordens jurídicas nacionais. Além disso, impõe às Partes a obrigação de assegurarem às vítimas dos crimes tipificados recursos civis suficientes e uma indemnização por parte dos autores dos crimes, bem como uma indemnização9 estatal subsidiária. Os incidentes que envolvam violência devem ser tidos em conta nas ações judiciais relativas aos direitos de custódia e de visita e à segurança de menores. A nível processual, a Convenção obriga as Partes a estabelecerem a sua competência judiciária em relação aos crimes cometidos no seu território por um dos seus nacionais ou por uma pessoa que resida habitualmente no seu território, e a esforçar-se por estabelecer a sua competência judiciária em relação aos crimes cometidos contra um dos seus nacionais ou contra uma pessoa que resida habitualmente no seu território10. Por último, as Partes não são autorizadas a estabelecer processos obrigatórios de resolução alternativa de litígios.

O Capítulo VI diz respeito ao direito processual e às medidas de proteção durante as investigações e os processos judiciais. As Partes devem garantir que as forças policiais e afins asseguram a proteção imediata das vítimas, incluindo a recolha de provas, e realizem uma avaliação do risco de letalidade e da gravidade da situação. O facto de o autor do crime possuir ou ter acesso a armas de fogo deve ser objeto de especial atenção. Os ordenamentos jurídicos devem prever a possibilidade de adotar ordens de interdição de emergência ou ordens de restrição ou de proteção que não imponham à vítima encargos financeiros ou administrativos excessivos. Regra geral, os crimes mais graves não devem depender da apresentação de denúncia ou queixa da vítima11. Neste capítulo, a Convenção estabelece uma lista aberta de medidas destinadas a proteger os direitos e interesses das vítimas, incluindo as suas necessidades enquanto testemunhas em todas as fases das investigações e dos processos judiciais. Entre estas contam-se, por exemplo, medidas destinadas a protegê-las de atos de intimidação e vitimização repetida, a informá-las rapidamente quando o autor do crime se evadir ou for libertado, ou a evitar, na medida do possível, o contacto entre a vítima e o autor. As necessidades especiais das crianças vítimas e testemunhas devem ser tidas devidamente em conta. As Partes devem prever o direito a apoio judiciário. Além disso, as normas relativas à prescrição devem ser interpretadas no sentido de permitirem o início efetivo do processo depois de a vítima atingir a idade da maioridade, no caso dos crimes mais graves12.

8

As Partes mantêm a faculdade de apenas preverem sanções não penais para a violência psicológica e a perseguição (ver artigo 78.º, n.º 3).

9

As Partes podem emitir uma reserva em relação a esta obrigação (ver artigo 78.º, n.º 2).

10

As reservas emitidas podem incidir sobre vários aspetos da disposição em causa (ver artigo 44.º).

11

As Partes podem, no entanto, introduzir uma reserva no que respeita às pequenas infrações de violência física (ver artigo 78.º, n.º 2).

12

As Partes são autorizadas a introduzir uma reserva relativamente aos crimes de casamento forçado, mutilação genital feminina e aborto ou esterilização forçados. A violência sexual, incluindo a violação,

(6)

O Capítulo VII tem em conta o facto de as mulheres migrantes e requerentes de asilo serem particularmente vulneráveis à violência baseada no género e introduz uma interpretação da violência que tem em conta a dimensão do género neste contexto. Prevê a possibilidade de as mulheres migrantes vítimas adquirirem um estatuto de residência autónomo13. A violência baseada no género deve ser reconhecida como uma forma de perseguição e a avaliação do estatuto de refugiado deve ser abordada numa perspetiva que tenha em conta a dimensão de género. Além disso, as Partes devem estabelecer procedimentos de asilo que tenham em conta o fator género. Este Capítulo aborda igualmente o respeito do princípio de não repulsão em relação às vítimas de violência contra as mulheres.

O Capítulo VIII destina-se a assegurar a cooperação internacional entre as Partes. As Partes devem cooperar na aplicação da Convenção e utilizar os instrumentos de cooperação regionais e internacionais previstos. Devem assegurar que as vítimas têm a possibilidade de apresentar queixa no seu país de residência por crimes cometidos no território de outra Parte. Nas situações em que uma pessoa esteja em risco imediato de ser vítima de violência, as Partes devem informar-se mutuamente, a fim de assegurar a adoção de medidas de proteção. Este capítulo inclui a obrigação de tratar os dados pessoais em conformidade com a Convenção do Conselho da Europa para a Proteção das Pessoas relativamente ao Tratamento Automatizado de Dados de Caráter Pessoal (n.º 108).

O Capítulo IX estabelece o mecanismo de monitorização da aplicação da Convenção. Deve ser criado um grupo de peritos independente («GREVIO»)14 (composto por um mínimo de 10 membros e um máximo de 1515) formado por peritos independentes nacionais das Partes16. O processo eleitoral foi fixado pelo Comité de Ministros17. Os membros do GREVIO são eleitos pelo Comité das Partes.

As Partes prestam informações ao GREVIO, que pode igualmente realizar inquéritos mais específicos e organizar visitas aos países. O GREVIO transmite os projetos de relatórios às Partes com vista à apresentação de observações. Os relatórios finais e as conclusões são enviados à Parte em causa e ao Comité das Partes. Este último pode decidir adotar recomendações dirigidas à Parte em causa. O GREVIO pode igualmente adotar recomendações gerais. Os parlamentos nacionais devem ser convidados a participar no trabalho de monitorização. O GREVIO rege-se pelo seu regulamento interno18.

O Comité das Partes é constituído por representantes das Partes na Convenção e elege os membros do GREVIO. Reúne-se a pedido de um terço das Partes, do Presidente do Comité das Partes ou do Secretário-Geral do Conselho da Europa.

O Capítulo X clarifica que a Convenção não prejudica as obrigações das Partes decorrentes de outros instrumentos internacionais e que as Partes podem celebrar outros acordos internacionais relativos às questões reguladas pela Convenção, a fim de completar ou reforçar as suas disposições.

13

As Partes podem emitir uma reserva em relação ao artigo 59.º relativo ao estatuto de residente (ver artigo 78.º, n.º 2).

14

Grupo de Peritos para o Combate à Violência contra as Mulheres e a Violência Doméstica.

15

Estes cindo membros adicionais serão designados após a 25.ª ratificação.

16

Não pode haver mais de um membro nacional da mesma Parte.

17

Resolução CM/Res (2014) 43 relativa às normas aplicáveis ao procedimento de eleição dos membros do Grupo de Peritos para o Combate à Violência contra as Mulheres e a Violência Doméstica

(GREVIO), 19.11.2014,

https://wcd.coe.int/ViewDoc.jsp?Ref=CM/Res%282014 %2943&Language=lanFrench&Ver=original& Site=COE&BackColorInternet=DBDCF2&BackColorIntranet=FDC864&BackColorLogged=FDC864

18

Adotado pelo GREVIO na sua primeira reunião, 21-23.9.2015.

(7)

O Capítulo XI estabelece o procedimento relativo às alterações da Convenção. As Partes que não sejam membros do Conselho da Europa devem ser consultadas sobre estas alterações. O Capítulo XII contém as cláusulas finais. Estas incluem a clarificação de que a Convenção não prejudica disposições mais favoráveis consagradas no direito interno ou noutros instrumentos internacionais vinculativos, uma cláusula sobre a resolução de litígios e as disposições relativas à assinatura, ratificação e entrada em vigor, bem como à adesão à Convenção dos Estados que não sejam membros do Conselho da Europa. A Convenção está expressamente aberta à assinatura da União Europeia (artigo 75.º, n.º 1) e sujeita a ratificação, aceitação ou aprovação, devendo os instrumentos necessários ser depositados junto do Secretário-Geral do Conselho da Europa. Qualquer Estado ou a União Europeia podem, aquando da assinatura ou da ratificação da Convenção, especificar o seu âmbito de aplicação territorial. São admitidas reservas relativamente a um número limitado de disposições por um período (renovável) de cinco anos.

A Convenção é completada por um Apêndice que estabelece os privilégios e imunidades de que beneficiam os membros do GREVIO (e os outros membros das delegações) durante as visitas realizadas aos países no exercício das suas funções.

1.3 Objetivo estratégico da UE com a assinatura da Convenção

A abordagem da Convenção está plenamente em consonância com a abordagem multifacetada da União relativamente ao fenómeno da violência baseada no género e com o espírito das medidas em vigor no âmbito das políticas internas e externas da UE. A assinatura da Convenção permitirá enviar um sinal político forte sobre o empenhamento da UE em combater a violência contra as mulheres, estabelecerá coerência entre a sua ação interna e externa e complementaridade entre os níveis nacional e da UE, e reforçará a sua credibilidade e responsabilidade perante os parceiros internacionais. Além disso, consolidará a ação da UE no combate à violência contra as mulheres, garantindo uma abordagem mais coordenada a nível interno, e conferir-lhe-á um papel mais efetivo nas instâncias internacionais.

2. ELEMENTOSJURÍDICOSDAPROPOSTA

2.1. Competência da UE para assinar a Convenção

Embora os Estados-Membros continuem a ser competentes em relação a grande parte da Convenção, nomeadamente à maior parte das disposições de direito penal substantivo e outras disposições do Capítulo V, na medida em que são subsidiárias, a UE tem competência relativamente a uma parte considerável das disposições da Convenção, pelo que deve assiná-la juntamente com os Estados-Membros.

A União tem competência, em especial, nos domínios da luta contra a discriminação e da igualdade entre homens e mulheres, por força do artigo 157.º do TFUE, que é relevante no âmbito do Capítulo I e, no que se refere ao assédio sexual (coberto pelo artigo 40.º da Convenção) em domínios ligados ao emprego e à atividade profissional e ao acesso a bens e serviços e seu fornecimento; tem competência e dispõe de direito derivado, ao abrigo dos artigos 82.º e 84.º do TFUE no que se refere às medidas estabelecidas nos Capítulos IV e VI, que abordam a proteção e o auxílio às vítimas e a investigação, a ação penal, o direito processual e as medidas de proteção. No que se refere à exploração sexual das mulheres e das crianças, o artigo 83.º, n.º 1, do TFUE oferece a base jurídica para a ação. A UE tem competência, ao abrigo dos artigos 78.º e 79.º do TFUE, para determinadas matérias nos

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domínios do asilo e da migração, que são objeto do Capítulo VII da Convenção. O estatuto de residência dos cidadãos da UE em situação de mobilidade e dos seus cônjuges originários de países terceiros, bem como o estatuto dos nacionais de países terceiros residentes de longa duração e dos seus cônjuges, são matérias da competência da UE, em conformidade com os artigos 18.º, 21.º, 46.º, 50.º, 78.º e 79.º do TFUE. No que se refere aos aspetos ligados à proteção consular (ver artigo 18.º, n.º 5, da Convenção), a competência da União decorre do artigo 23.º do TFUE. Por último, a União tem competência ao abrigo dos artigos 81.º e 82.º do TFUE sobre questões transfronteiriças em matéria civil e penal, o que é relevante para as medidas constantes do Capítulo VIII sobre cooperação internacional19. Este capítulo também inclui as obrigações em matéria de proteção de dados, um domínio da competência da União, em conformidade com o artigo 16.º do TFUE.

A União adotou abundante legislação na maioria destes domínios: assédio sexual em domínios ligados ao emprego e à atividade profissional e ao acesso a bens e serviços e seu fornecimento20; direitos, apoio e proteção das vítimas da criminalidade no contexto dos processos penais, incluindo as investigações e os processos penais21; o asilo e a migração, bem como o estatuto de residência dos nacionais de países terceiros22; a cooperação transnacional em matéria civil e penal23; as disposições de direito penal substantivo para a

19

Ver, por exemplo, o ponto 329 do relatório explicativo da Convenção, que indica que o artigo 62.º, n.º 2, da Convenção se baseia na Decisão-Quadro 2001/220/JAI do Conselho, de 15 de março de 2001, relativa ao estatuto da vítima em processo penal (JO L 82 de 22.3.2001, p. 1).

20

Diretiva 2004/113/CE do Conselho, de 13 de dezembro de 2004, que aplica o princípio de igualdade de tratamento entre homens e mulheres no acesso a bens e serviços e seu fornecimento, JO L 372 de 21.12.2004, p. 37; Diretiva 2006/54/CE, de 5 de julho de 2006, relativa à aplicação do princípio da igualdade de oportunidades e igualdade de tratamento de homens e mulheres em domínios ligados ao emprego e à atividade profissional, JO L 204 de 26.7.2006, p. 23; Diretiva 2010/41/CE do Conselho, de 7 de julho de 2010, relativa à aplicação do princípio da igualdade de tratamento entre homens e mulheres que exerçam uma atividade independente, JO L 180 de 15.7.2010, p. 1.

21

Diretiva que estabelece normas mínimas relativas aos direitos, ao apoio e à proteção das vítimas da criminalidade, JO L 315 de 14.11.2012, p. 57.

22

O direito derivado aplicável inclui a Diretiva 2004/81/CE, relativa ao título de residência concedido aos nacionais de países terceiros que sejam vítimas do tráfico de seres humanos, JO L 261 de 6.8.2004, p. 19; a Diretiva 2003/86/CE do Conselho relativa ao direito ao reagrupamento familiar, JO L 251 de 3.10.2003, p. 12; a Diretiva 2008/115/CE relativa a normas e procedimentos comuns nos Estados-Membros para o regresso de nacionais de países terceiros em situação irregular, JO L 348 de 24.12.2008, p. 98; a Diretiva 2009/52/CE que estabelece normas mínimas sobre sanções e medidas contra os empregadores de nacionais de países terceiros em situação irregular, JO L 168 de 30.6.2009, p. 24; a Diretiva 2011/195/UE que estabelece normas relativas às condições a preencher pelos nacionais de países terceiros ou por apátridas para poderem beneficiar de proteção internacional, a um estatuto uniforme para refugiados ou pessoas elegíveis para proteção subsidiária e ao conteúdo da proteção concedida, JO L 337 de 20.12.2011, p. 9; a Diretiva 2013/33/UE que estabelece normas em matéria de acolhimento dos requerentes de proteção internacional (reformulação), JO L 180 de 29.6.2013, p. 96; a Diretiva 2013/32/UE relativa a procedimentos comuns de concessão e retirada do estatuto de proteção internacional, JO L 180 de 29.6.2013, p. 60; ver também a Diretiva 2004/38/CE relativa ao direito dos cidadãos da União e dos membros das suas famílias de circular e residir livremente no território dos Estados-Membros, JO L 158 de 30.4.2004, p. 77, e a Diretiva 2003/109/CE do Conselho relativa ao estatuto dos nacionais de países terceiros residentes de longa duração, JO L 16 de 23.1.2004, p. 44.

23

Regulamento (UE) n.º 606/2013, relativo ao reconhecimento mútuo de medidas de proteção em matéria civil, JO L 181 de 29.6.2013, p. 4; Diretiva 2003/8/CE relativa à melhoria do acesso à justiça nos litígios transfronteiriços, através do estabelecimento de regras mínimas comuns relativas ao apoio judiciário no âmbito desses litígios, JO L 26 de 31.1.2003, p. 41; Diretiva 2004/80/CE relativa à indemnização das vítimas da criminalidade, JO L 261 de 6.8.2004, p. 15; Decisão-Quadro 2008/947/JAI do Conselho respeitante à aplicação do princípio do reconhecimento mútuo às sentenças e decisões relativas à liberdade condicional para efeitos da fiscalização das medidas de vigilância e das sanções alternativas, JO L 337 de 16.12.2008, p. 102; Diretiva 2011/99/UE relativa à decisão europeia de proteção, JO L 338 de 21.12.2011, p. 2; Decisão-Quadro 2009/315/JAI do Conselho relativa à

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proteção dos menores (no caso das raparigas, cobertas pelo âmbito de aplicação da Convenção)24; as disposições relativas aos serviços de comunicação social audiovisuais e à proteção de menores, a proibição da discriminação nas comunicações comerciais e a incitação ao ódio com base, entre outros elementos, no sexo25; e a proteção de dados. 26 Existe também legislação da União sobre alguns aspetos da cooperação entre os Estados-Membros em matéria de proteção consular dos cidadãos da UE27.

As obrigações também decorrem da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, na qual a UE e os seus Estados-Membros são Partes Contratantes28. Com efeito, nos seus artigos 6.º, 7.º, 15.º e 16.º, a referida Convenção exige que os Estados Partes, na medida das suas competências, garantam direitos iguais às mulheres e crianças com deficiência e que as pessoas com deficiência sejam protegidas contra a exploração, a violência e o abuso.

A União tem competência exclusiva ao abrigo do artigo 3.º, n.º 2, do TFUE, na medida em que a Convenção possa prejudicar ou alterar o âmbito de aplicação destas normas comuns. Trata-se, por exemplo, das questões relativas ao estatuto de residência dos nacionais de países terceiros e apátridas, incluindo os beneficiários de proteção internacional, desde que sejam abrangidos pela legislação da União, ao exame dos pedidos de proteção internacional e ao respeito dos direitos das vítimas da criminalidade. Se bem que muitas das disposições em vigor acima referidas constituam normas mínimas, não é de excluir que, à luz da jurisprudência recente, algumas delas possam também ser prejudicadas ou o seu âmbito ser alterado.

2.2. Base jurídica da proposta de decisão do Conselho

Segundo jurisprudência constante, a escolha da base jurídica de um ato da União deve fundar-se em elementos objetivos suscetíveis de fiscalização jurisdicional, designadamente a finalidade e o conteúdo desse ato29. Se a análise de um ato da União demonstrar que ele prossegue duas finalidades ou que tem duas componentes, e se uma destas for identificável como principal ou preponderante, ao passo que a outra é apenas acessória, o ato deve assentar numa única base jurídica, a saber, a exigida pela finalidade ou pela componente principal ou preponderante. A título excecional, quando se provar que o ato prossegue vários objetivos que

Estados-Membros, JO L 93 de 7.4.2009, p. 23; Decisão 2009/316/JAI do Conselho relativa à criação do sistema europeu de informação sobre os registos criminais (ECRIS) em aplicação do artigo 11.º da Decisão-Quadro 2009/315/JAI, JO L 93 de 7.4.2009, p. 33; Decisão-Quadro 2008/675/JAI do Conselho relativa à tomada em consideração das decisões de condenação nos Estados-Membros da União Europeia por ocasião de um novo procedimento penal, JO L 220 de 15.8.2008, p. 32.

24

Diretiva 2011/93/UE relativa à luta contra o abuso sexual e a exploração sexual de crianças e a pornografia infantil, JO L 335 de 17.12.2011, p. 1.

25

Diretiva 2010/13/UE (Diretiva Serviços de Comunicação Social Audiovisual), JO L 95 de 15.4.2010, p. 1.

26

Diretiva 95/46/CE relativa à proteção das pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais e à livre circulação desses dados, JO L 281 de 23.11.1995, p. 31; Decisão-Quadro 2008/977/JAI do Conselho relativa à proteção dos dados pessoais tratados no âmbito da cooperação policial e judiciária em matéria penal, JO L 350 de 30.12.2008, p. 60.

27

Diretiva (UE) 2015/637 relativa a medidas de coordenação e cooperação para facilitar a proteção consular dos cidadãos da União não representados em países terceiros, JO L 106 de 24.4.2015, p. 1.

28

Decisão do Conselho, de 26 de novembro de 2009, relativa à celebração, pela Comunidade Europeia, da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2010/48/CE), JO L 23 de 27.1.2010, p. 35.

(10)

se encontram ligados de forma indissociável, sem que um seja secundário e indireto em relação ao outro, esse ato deve ser fundado nas diferentes bases jurídicas correspondentes30. As bases jurídicas do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia aplicáveis no presente caso são as seguintes: artigo 16.º (proteção de dados), artigo 19.º, n.º 1 (discriminação em razão do sexo), artigo 23.º (proteção consular para os nacionais de outro Estado-Membro), artigos 18.º, 21.º, 46.º e 50.º (livre circulação de pessoas, livre circulação de trabalhadores e liberdade de estabelecimento), artigo 78.º (asilo e proteção subsidiária e temporária), artigo 79.º (imigração), artigo 81.º (cooperação judiciária em matéria civil), artigo 82.º (cooperação judiciária em matéria penal), artigo 83.º (definição das infrações penais e das sanções em domínios de criminalidade particularmente grave com dimensão transfronteiriça), artigo 84.º (medidas de prevenção da criminalidade sem harmonização) e artigo 157.º (igualdade de oportunidades e igualdade de tratamento entre homens e mulheres em domínios ligados ao emprego e à atividade profissional).

Embora a Convenção tenha várias componentes, o seu principal objetivo reside na prevenção dos crimes de violência contra as mulheres, incluindo a violência doméstica, e na proteção das vítimas de tais crimes. Por conseguinte, afigura-se adequado basear a decisão nas competências da União previstas no título V do TFUE, nomeadamente o artigo 82.º, n.º 2, e o artigo 84.º. As disposições da Convenção sobre outras matérias são subsidiárias ou, no caso da proteção de dados, acessórias das medidas que constituem o núcleo da Convenção31. Por conseguinte, as principais bases jurídicas de que a UE dispõe para poder exercer as suas competências relativamente à totalidade da Convenção (com exceção dos elementos sobre os quais não tem competência) são o artigo 82.º, n.º 2, e o artigo 84.º do TFUE.

2.3 Conclusão

Tendo em conta que existem competências interligadas, algumas delas atribuídas à União e outras não, tanto os Estados-Membros como a União devem assinar a Convenção.

30

Ibidem, n.º 34.

31

O facto de um elemento poder ser subsidiário não significa que a União não tenha competência exclusiva relativamente a esse elemento. A base jurídica das normas da União é, em si, irrelevante para determinar se um acordo internacional prejudica essas normas: com efeito, a base jurídica de um diploma interno é determinada pela sua componente principal, ao passo que a norma que poderá ser prejudicada pode ser uma componente meramente acessória desse diploma. A competência exclusiva da União tem por objeto, designadamente, preservar a eficácia do direito da União e o bom funcionamento dos sistemas instituídos pelas suas regras, independentemente dos eventuais limites previstos pela disposição do Tratado em que as instituições se basearam para adotar tais regras (Parecer 1/03,

(11)

2016/0063 (NLE) Proposta de

DECISÃO DO CONSELHO

relativa à assinatura, em nome da União Europeia, da Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência Contra as Mulheres e a Violência

Doméstica

O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA,

Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nomeadamente o artigo 82.º, n.º 2, e o artigo 84.º, conjugados com o artigo 218.º, n.º 5,

Tendo em conta a proposta da Comissão Europeia, Considerando o seguinte:

(1) A União participou, juntamente com os Estados-Membros, na qualidade de observadora, na negociação da Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência Contra as Mulheres e a Violência Doméstica (Convenção n.º 210) (a seguir designada «Convenção»), adotada pelo Comité de Ministros do Conselho da Europa em 7 de abril de 2011. A Convenção foi aberta à assinatura em 11 de maio de 2011.

(2) Em conformidade com o artigo 75.º da Convenção, esta está aberta à assinatura da União Europeia.

(3) A Convenção estabelece um quadro normativo global e multifacetado para proteger as mulheres contra todas as formas de violência. O seu objetivo é prevenir, processar criminalmente e eliminar a violência contra as mulheres e as raparigas, incluindo a violência doméstica. Abrange um amplo leque de medidas que vão da recolha de dados e da sensibilização até medidas jurídicas de criminalização de diferentes formas de violência contra as mulheres. Inclui medidas para a proteção das vítimas e a prestação de serviços de apoio e aborda a dimensão da violência baseada no género nos domínios do asilo e da migração. A Convenção cria um mecanismo de monitorização específico destinado a garantir a aplicação efetiva das suas disposições pelas Partes.

(4) A assinatura da Convenção em nome da União contribui para a realização da igualdade entre homens e mulheres em todos os domínios, um objetivo fundamental e um valor da União Europeia a perseguir em todas as suas atividades, em conformidade com os artigos 2.º e 3.º do Tratado da União Europeia, o artigo 8.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia e o artigo 23.º da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia. A violência contra as mulheres constitui uma violação dos seus direitos humanos e uma forma extrema de discriminação que está enraizada nas desigualdades de género e contribui para as manter e reforçar. Ao comprometer-se a aplicar a Convenção, a União Europeia confirma o seu empenho em combater a violência contra as mulheres no seu território e a nível mundial, e reforça a sua ação política atual e o substancial quadro jurídico em matéria de direito processual penal, que assume particular importância para as mulheres e as raparigas.

(12)

(5) Embora os Estados-Membros continuem a ter competência para criminalizar uma série de comportamentos violentos contra as mulheres no direito penal substantivo nacional, como exigido pela Convenção, a União tem competência em relação à maior parte das disposições da Convenção e adotou um vasto conjunto de normas nestes domínios. Concretamente, a União adotou normas sobre os direitos das vítimas da criminalidade, nomeadamente a Diretiva 2012/29/UE do Parlamento Europeu e do Conselho32. A Convenção aborda igualmente as necessidades das mulheres migrantes e das pessoas que procuram asilo ou proteção complementar e subsidiária impondo uma perspetiva de género nestes domínios, nos quais já existe um extenso acervo legislativo da UE. (6) A União tem competência exclusiva na medida em que a Convenção seja suscetível de

prejudicar as normas comuns ou de alterar o respetivo âmbito de aplicação.

(7) A Irlanda e o Reino Unido estão vinculados pela Diretiva 2012/29/UE, pelo que participam na adoção da presente decisão.

(8) Em conformidade com os artigos 1.º e 2.º do Protocolo n.º 22 relativo à posição da Dinamarca, anexo ao Tratado da União Europeia e ao Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, a Dinamarca não participa na adoção da presente decisão, não ficando por ela vinculada nem sujeita à sua aplicação.

(9) Por conseguinte, a Convenção deve ser assinada em nome da União, sob reserva da sua celebração em data subsequente,

ADOTOU A PRESENTE DECISÃO:

Artigo 1.º

É aprovada a assinatura, em nome da União, da Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência Contra as Mulheres e a Violência Doméstica, sob reserva da sua celebração.

O texto da Convenção a assinar figura em anexo à presente decisão.

Artigo 2.º

O Secretariado-Geral do Conselho deve criar um instrumento que confere plenos poderes para a assinatura da Convenção, sob reserva da sua celebração, à(s) pessoa(s) indicada(s) pela Comissão.

Artigo 3.º

A presente decisão entra em vigor no vigésimo dia seguinte ao da sua publicação no Jornal

Oficial da União Europeia.

32

Diretiva 2012/29/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro de 2012, que estabelece normas mínimas relativas aos direitos, ao apoio e à proteção das vítimas da criminalidade e que

(13)

Feito em Bruxelas, em

Pelo Conselho O Presidente

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