• Nenhum resultado encontrado

Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso"

Copied!
15
0
0

Texto

(1)

Pró-Reitoria de Graduação

Curso de Educação Física

Trabalho de Conclusão de Curso

INDÍCIOS DE VIGOREXIA EM PRATICANTES DE

MUSCULAÇÃO EM DUAS ACADEMIAS DO DISTRITO

FEDERAL

Autores: Bruno Fialho Caramés

Klaus Weiss

Vinícius Italo Ferreira Rossé

Orientadora: Profª Msc. Claudia Dias Leite

Brasília - DF

2014

(2)

Bruno Fialho Caramés, Klaus Wiess, Vinícius Ítalo Ferreira Rossé

INDÍCIOS DE VIGOREXIA EM PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO DE DUAS ACADEMIAS DO DISTRITO FEDERAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília para obtenção do título de Bacharel em Educação Física.

Orientadora: Profª Msc. Claudia Dias Leite

Brasília 2014

(3)

RESUMO: A preocupação com a imagem corporal é constantemente colocada em pauta nas

discussões da população moderna. O que antes era uma preocupação exclusiva da maioria das mulheres, atualmente, passou a fazer parte também do cotidiano masculino. Essa preocupação, quando exacerbada, pode levar a um distúrbio de imagem corporal, onde o indivíduo demonstra uma preocupação excessiva com o seu corpo, com a busca a todo custo por mais massa muscular, vendo-se, mesmo assim, fraco e magro. É o distúrbio conhecido como dismorfia muscular ou vigorexia, e se apresenta cada vez mais entre os homens, também atingindo mulheres. O presente estudo teve como objetivo verificar os indícios de vigorexia em adultos jovens praticantes de musculação em duas academias nas cidades de Águas Claras e Núcleo Bandeirante – DF. Foi utilizado um modelo experimental de questionário para identificação de possíveis indivíduos que apresentam indícios de Vigorexia. A amostra foi constituída de 56 indivíduos adultos jovens, sendo 35 homens e 21 mulheres, com média de idade de 31,34 (± 7,65), com tempo médio de prática de musculação de 10 anos (± 6,08). Como resultado, verificou-se que 17,86% dos indivíduos pesquisados apresentaram nível elevado de vigorexia, dentre eles, seis mulheres e quatro homens. Dentre os demais, 12,5% não apresentaram sinais de vigorexia; 14,29% não apresentaram sinais de vigorexia, mas apresentaram características que requerem atenção; 55,35 % apresentaram nível baixo de vigorexia sendo indicada a realização de atividade física como forma de bem-estar e não como cobrança para um corpo perfeito. Outra observação obtida do estudo foi que 57,14% dos indivíduos estão satisfeitos com a sua atual forma física, enquanto 48,86% afirmaram que não. Os achados apontaram que a dismorfia muscular se desenvolve tanto no sexo masculino como no feminino e que a insatisfação com o corpo está associada a imagens que apresentam menos definição e volume muscular. Como estas percepções estão associadas aos praticantes de musculação em academia, ressalta-se o papel do profissional de Educação Física na orientação adequada do treinamento físico.

Palavras-chave: Imagem Corporal - Dismorfia – Vigorexia - Profissional de Educação Física

Introdução

A imagem corporal é resultante de uma representação mental que os indivíduos têm a respeito do tamanho e forma do corpo, sendo esta, influenciada por fatores biológicos, históricos, sociais e culturais (GALINDO e CARVALHO, 2007 apud ZENITH, 2012).

As pessoas aprendem a avaliar seus corpos por meio da interação com o ambiente, sendo esta interação estabelecida por diferentes critérios, em diversos momentos de suas trajetórias biográficas. Nesse sentido, a autoavaliação da imagem corporal é desenvolvida e reavaliada continuamente durante a vida inteira (BECKER, 1999 apud RUSSO, 2005).

Os grandes meios de formação de opinião como televisão, rádio, jornais, revistas e internet, estão, cada vez mais, impondo uma cultura do culto ao corpo. Somando-se a isto, o forte apelo da indústria da beleza, podemos dizer que estes são os elementos estruturantes para a prática do culto ao corpo (MOTA/AGUIAR, 2011).

Difunde-se que o importante é estar dentro de padrões corporais determinados, encarregando-se de criar desejos e reforçar imagens, padronizando corpos e culminando numa busca frenética ao corpo “ideal” ignorando e rejeitando o “corpo real” independente das consequências. Podemos, então, associar ao corpo a ideia de consumo, pois o fato é que, contemporaneamente, para ter-se sucesso, felicidade ou dinheiro, um dos poucos caminhos possíveis – e sobre o qual se tem algum tipo de controle e domínio – é por meio da beleza estética (ZIMMERMANN, 2013).

(4)

O padrão de estética, entretanto, nem sempre foi o mesmo ao longo do tempo. Um exemplo disto é que, na época renascentista, o modelo de beleza eram as mulheres mais cheinhas e de brancura imaculada, como as retratadas pelo pintor Botero. Destes tempos aos atuais, onde as magérrimas modelos representam beleza, houve várias mudanças nos padrões de estética, e novas referências foram incorporadas.

Nos dias de hoje, a prática do “culto ao corpo” é colocada como uma preocupação que atravessa todas as áreas, classes sociais e faixas etárias, firmadas num discurso que, em alguns momentos, exclui a questão da estética e, em outros, ignora a preocupação com a saúde (MOTA/AGUIAR, 2011). O que antes era relacionado, em sua maioria, ao universo feminino, vem se apresentando de maneira compulsiva entre os adultos do sexo masculino.

No universo masculino, o principal distúrbio de imagem é a Dismorfia Muscular ou Vigorexia, que se caracteriza por uma preocupação excessiva com o físico. O indivíduo com este distúrbio pode ser uma pessoa forte e com volume muscular, porém se vê fraco, magro e sem vigor físico, e dedica diversas horas do seu dia à prática de exercícios físicos com o objetivo de obter ganhos significativos de massa muscular.

A vigorexia é, neste contexto, um modelo de transtorno onde o individuo potencializa os seus defeitos estéticos ou imagina que possua algum. Normalmente esse suposto defeito não se concentra somente em uma parte especifica do corpo, mas sim de forma generalizada. É um distúrbio que atinge em média homens jovens e adultos com faixa etária 18 e 35 anos, podendo ser também observado em mulheres (CAMARGO, 2008).

Um dos objetivos buscados pelos vigoréxicos é um ganho de massa muscular com um nível muito baixo de gordura corporal. Para alcançar tais objetivos, o vigoréxico se submete a rotinas excessivas de treino de musculação e à dependência dos exercícios (OLIVEIRA et al 2014).

Ardoni (2008) complementa que, além da prática compulsiva por exercícios, podem acompanhar a vigorexia, dietas hiperproteicas e o uso de determinados fármacos que facilitem o aumento da massa muscular (como esteróides, anabolizantes, testosterona e hormônio de crescimento).

Alguns sintomas que aparecem em indivíduos com esse ditúrbio de imagem são cansaço, insônia, ritmo cardíaco alterado mesmo em repouso, dores musculares, tremores, queda no desempenho sexual, irritabilidade, depressão, ansiedade e o pouco interesse em praticar atividades relacionadas ao treinamento intensivo para atingir o que consideram ser o corpo perfeito (VARELLA). É comum encontrar, em casos de vigorexia, pessoas com mudanças de humor, desistência de atividades sociais, ocupacionais ou recreativas importantes, pois o sujeito tem uma necessidade compulsiva de manter as suas rotinas e não se sente confortável ao expor o seu corpo para os outros. Com vergonha do corpo, normalmente utilizam diversas camadas de roupa no intuito de escondê-lo (CAMARGO, 2008).

As academias, especialmente na prática de musculação, apresentam-se como um ambiente em que é possível a presença de indivíduos vigoréxicos. No Brasil, o número de academias vem crescendo a cada ano, assim como a população que busca esse serviço.

A partir desses dados, o presente estudo teve como objetivo verificar os indícios de vigorexia em adultos praticantes de musculação em duas academias nas cidades de Águas Claras e Núcleo Bandeirante – DF.

(5)

Materiais e Métodos

Amostra

A amostra foi composta por indivíduos adultos jovens, sendo 62% do sexo masculino e 37,5% do sexo feminino, com idade média de 31,34 ± 7,65 anos. Os indivíduos praticavam musculação em média há 10 ± 6,08 anos, contendo na amostra, indivíduos com 1 ano de treino e indivíduo com 20 anos de treino.

Instrumento

Para identificar os indícios de vigorexia, foi utilizado um questionário (Anexo 1) baseado no questionário proposto por RODRIGUES et al (2008), em seu estudo “Modelo Experimental de Questionário para Identificação de possíveis indivíduos que apresentam indícios de Vigorexia”, composto por 10 perguntas objetivas. Para melhor aplicação do questionário foi feita uma adaptação do modelo original acrescentando-se algumas perguntas e duas escalas de imagem corporal, para avaliação da percepção corporal dos indivíduos avaliados. A escala feminina proposta por KANNO (2009) e a escala masculina proposta por FREITAS (2011). No questionário, os indivíduos indicavam qual a percepção da sua forma física atual e qual ele considerava ideal.

Como forma de avaliar o resultado, atribuíram-se pontos às questões correspondentes ao modelo de referência (RODRIGUES et al 2008), sendo consideradas as seguintes faixas avaliativas:

 de 0 a 7 pontos: o indivíduo não se encaixa nos padrões para ser considerado um vigoréxico;

 entre 8 e 10 pontos: o indivíduo ainda se encaixa nos padrões normais, mas apresenta características que requerem atenção;

 de 11 a 15 pontos: o individuo ainda não é considerado um vigoréxico, porém é indicado que ele realize atividade física como forma de bem-estar, não se preocupando com as cobranças para um corpo perfeito;

 de 16 a 21 pontos, todos os indícios apontam para um quadro de vigorexia. A associação entre a imagem corporal e os indícios de vigorexia foi realizada apenas para os indivíduos identificados na faixa de pontuação 16 a 21.

Procedimento

O questionário, junto com as escalas de percepção corporal, foram auto aplicados de forma randomizada, em duas academias do Distrito Federal, no início ou ao final do treino dos alunos. Foi feita uma explicação do procedimento aos respondentes do questionário, não tendo sido necessária a assinatura de termo de consentimento.

Ao final de cada aplicação, os alunos devolveram o questionário em um envelope, sem se identificar.

Análise Estatística

Para análise dos dados utilizaram-se os programas estatísticos Excell e SPSS 18.0. Foram realizadas análises descritivas representadas por média, desvio padrão, frequência absoluta e relativa, e o teste t pareado para comparar a imagem real com a imagem ideal. Para tanto, adotou-se P ≤ 0,05.

(6)

Discussão e Resultados

A tabela 1 apresenta os dados referentes às respostas obtidas à aplicação do questionário.

Tabela 1. Frequência absoluta e relativa das respostas ao questionário sobre os indícios de

vigorexia entre os praticantes de musculação.

Indícios de vigorexia SIM (Homens) SIM (Mulheres)

Interferência do treino na vida social 18 (32,14%) 16 (28,57%)

Uso de suplementos alimentares 31 (55,35%) 17 (30,36%)

Uso de dieta 28 (50%) 18 (32,14%)

Uso de esteroide anabolizante 24 (42,86%) 15 (26,79%)

Sentimento de culpa quando não treina

12 (21,43%) 9 (16,07%)

Satisfação com a atual forma física 22 (39,29%) 10 (17,86%)

Ocorrência de treinar lesionado 13 (23,21%) 6 (10,71%)

Disposição a correr os riscos do excesso de treinamento

12 (21,43%) 6 (10,71%)

Utilização de tempo para ficar se olhando ao espelho

23 (41,07%) 17 (30,36%)

Os indivíduos avaliados neste estudo treinam em média 2 ± 0,58 horas por dia. Para Augusto (2006), com um treinamento de força com duração média entre 25 e 60 minutos, os objetivos conseguem ser alcançados. Entre os respondentes à pesquisa, 60,17% responderam que o tempo dedicado ao treinamento influencia de forma negativa na sua vida social enquanto que, apenas 39,83% afirmaram que a influência é positiva. Para Soler et al (2012), quanto maior o tempo gasto na academia, maior a probabilidade do indivíduo considerar esse tempo insuficiente e dedicar cada vez mais tempo para a prática da musculação.

Nos dados coletados, 85,71 % disseram que fazem o uso de suplementos alimentares. Dentre os suplementos alimentares os mais utilizados pelos praticantes foram: WheyProtein, Caseína, Albumina, BCAA.

Na área da medicina esportiva, apesar de algumas controvérsias, pesquisas realizadas com atletas de elite demonstraram que alguns suplementos podem minimizar o desgaste causado por exercícios intensos, repor as perdas ou mesmo melhorar seu desempenho (ZIMMERMANN, 2013).

No presente estudo, foi encontrado na amostra um percentual de 82,14% de pessoas que utilizam dietas restritivas e 17,86% que não fazem nenhum tipo de dieta. Camargo (2008) diz que é comum em vigoréxicos, a presença de dietas restritivas em vários fatores. Muitos deles usam dietas com restrição de carboidratos e vitaminas. Outros fazem dietas apenas proteicas.

(7)

Na amostra estudada, 69,64% dos indivíduos afirmaram fazer uso de Esteroide Anabólico Androgênicos (EAA). Esta substância, quando usado de forma totalmente desorientada de um especialista pode trazer severos danos à saúde tais como cardiopatias, derrames, neoplasias, atrofia testicular, ginecomastia, cefaléia, acne, esterilidade, dependência química, dentre outros (ZIMMERMANN, 2013).

Considerando a satisfação com o próprio corpo, o estudo aponta que 57,14% dos indivíduos estão satisfeitos com sua forma física atual. SOARES (2008), diz que é possível que exista um corpo humano perfeito, porém talvez, ele deva variar naturalmente no homem e na mulher, acompanhando as diferenças étnicas e culturais, mas principalmente seguindo uma orientação direcionada à promoção e à manutenção de níveis ótimos de saúde. É até possível, que em algum momento futuro, o corpo perfeito para a saúde e para a estética seja exatamente o mesmo.

O estudo apontou também, que 66,07% da amostra afirmaram não realizar treinos quando estão lesionados. 33,93% registraram que já treinaram com algum tipo de lesão. Para RODRIGUES et al (2008), toda prática esportiva precisa de limites para obtenção de resultados esperados. Lesões podem ocorrer durante um treinamento de força e são nessas lesões que são regeneradas as fibras musculares e onde acontece o ganho de músculo.

Outras alterações podem decorrer do excesso de treinamento: mudanças no nível de cortisol, insulina, uréia e ácido úrico. No estudo, 67,86% responderam que não correriam o risco de enfermidades ocasionadas pelo excesso de treinamento. 32,14% reconheceram assumir este risco.

Verificou-se também, que 71,42% afirmaram passar muito tempo na frente do espelho admirando o próprio corpo. RODRIGUES et al (2008) cita que o individuo, quando apresenta um quadro de vigorexia, treina de forma excessiva, admira-se constantemente no espelho e vê-se com um baixo nível muscular e fora de forma.

No estudo, identificaram-se os seguintes quantitativos por faixa avaliativa segundo o modelo adotado, conforme demonstra a Tabela 2.

Tabela 2. Quadro geral das pontuações das respostas dos questionários

Faixa Avaliativa Homens Mulheres

(Pontos obtidos) Freq.

Absoluta (n) Freq. Relativa (%) Freq. Absoluta (n) Freq. Relativa (%) 0 a 7 5 8,93 2 3,57 8 a 10 5 8,93 3 5,36 11 a 15 21 37,5 10 17,86 16 a 21 4 7,14 6 10,71 TOTAL 35 62,5 21 37,5

(8)

Considerando-se que a faixa avaliativa de 16 a 21 pontos caracteriza os indivíduos como vigoréxicos, na amostra estudada, 10 foram considerados vigoréxicos pelos critérios adotados no estudo, o que equivale a 17,86% do total.

A Tabela 3, a seguir, detalha as respostas dadas pelos 10 indivíduos enquadrados na faixa avaliativa de 16 a 21 pontos, com relação à percepção da sua imagem e ao fato de sentir vergonha do seu corpo.

Tabela 3. Quadro geral dos indivíduos considerados vigoréxicos no estudo realizado, com

relação à imagem corporal.

Sexo Pontuação Imagem Real Imagem ideal Vergonha do corpo

F 21 4 1 SIM

F 16 3 1 NÃO

F 16 1 1 NÃO

M 16 2 2 NÃO

M 17 9 2 SIM

F 18 S/RESPOSTA S/RESPOSTA SIM

M 19 3 1 NÃO

M 16 3 1 NÃO

F 18 4 2 SIM

F 17 2 2 NÃO

Embora os estudos apontem que a dismorfia muscular se desenvolve com maior intensidade no sexo masculino, a amostra do presente estudo demonstrou que 60% dos indivíduos que apresentam severos indícios de vigorexia são do sexo feminino, contra 40% do sexo masculino.

Comparando as escalas de percepção de imagem corporal, pôde-se concluir que todos os indivíduos, 30% da amostra, que disseram sentir vergonha do próprio corpo, se vêem dentro das imagens com menos definição e volume muscular. Por outro lado, os indivíduos que marcaram não sentir vergonha do próprio corpo, 60% da amostra, já alcançaram seus objetivos de imagem e se encontram dentro do padrão com maior volume e definição muscular. Os outros 10%, correspondem a uma pessoa que não respondeu a este questionamento.

(9)

Gráfico 1. Relação entre imagem corporal real e ideal.

Ao comparar a imagem real com a imagem ideal a análise demonstrou uma diferença significativa [t(54)=6,20; p=0,0001]. Observou-se uma pequena discrepância da imagem corporal (Δ=1,51), onde os indivíduos da amostra gostariam de ter uma imagem mais magra e musculosa.

Estudo recente realizado por ZIMMERMANN (2013) adotou a mesma referência de questionário aplicado e constatou que 14 dos 61 indivíduos participantes da pesquisa, ou seja, 23% dos entrevistados podem ser classificados como portadores de severos indícios de vigorexia, já que os somatórios de suas respostas ao questionário destinado para identificação desses indícios foram superiores a 16 pontos.

A diferença de resultado desta pesquisa para o presente estudo pode estar relacionada à constituição da amostra, já que ele utilizou apenas indivíduos do sexo masculino, enquanto neste estudo, utilizou-se uma amostra mista de homens e mulheres.

No seu estudo, Zimmermann reporta outros estudos similares com resultados diferentes, a exemplo dos encontrados por Sant Ana e Teixeira-Arroyo (2011), que analisou uma amostra de 18 homens (média de idade 28 +- 7 anos), praticantes de musculação em academias da cidade de Bebedouro-SP e região, no qual observaram que 44,4% dos participantes apresentaram possíveis problemas com a vigorexia. Neste caso, as diferenças podem estar relacionadas ao número inferior da amostra, comparada com a do seu estudo e também com a do presente estudo. Neste caso, outro fator que recai sobre a diferença dos resultados, foi a utilização de instrumentos de coleta de dados diferentes nos referidos estudos.

Outra pesquisa semelhante também foi realizada por CHOTAO, 2011 apud ZIMMERMANN, 2013, a qual objetivou verificar a incidência de vigorexia em praticantes de musculação na cidade de Curitiba-PR. Para tal, o autor entrevistou 40 alunos de ambos os sexos com idade entre 18 e 35 anos (idade média 26,48 anos) em quatro academias da capital paranaense, utilizando o questionário The Adonis Complex Questionnaire. A vigorexia foi diagnosticada em 15 indivíduos (37,5%), sendo que 9 alunos foram classificados como casos graves e 6 como patológicos.

O tratamento da vigorexia é multidisciplinar e envolve o trabalho de vários profissionais como médicos, psicoterapeutas, nutricionistas, preparadores físicos e profissionais de Educação Física. Muitos dos profissionais de Educação Física, por sua vez,

(10)

apesar da centralidade que o corpo ganhou nos processos de construção identitária e dos riscos da prática excessiva e desregrada de exercícios físicos, como na musculação, ainda não conhecem a vigorexia e seus malefícios.

Conclusão

O presente estudo constatou que 17,85% dos 56 indivíduos praticantes de musculação analisados em duas academias do Distrito Federal, apresentaram indícios de vigorexia. 60% deles são do sexo feminino e 40% do sexo masculino.

Comparando-se as escalas de percepção de imagem corporal dos indivíduos vigoréxicos, também se pôde verificar que 30% da amostra se vêem dentro das imagens com menos definição e volume muscular enquanto que, 60% já alcançaram seus objetivos de imagem e se encontram dentro do padrão com maior volume e definição muscular. Os outros 10%, correspondem a uma pessoa que não respondeu a este questionamento.

Consideradas as devidas proporções, estes resultados corroboram recente estudo realizado em 2013, que mostrou que dentre 61 indivíduos participantes da pesquisa, 23% foram classificados como portadores de indícios de vigorexia.

Neste cenário, ressalta-se a importância do papel desempenhado pelo profissional de Educação Física, na orientação adequada do treinamento com vistas ao alcance do corpo desejado, com saúde, evitando assim, que sejam realizados treinos de forma excessiva e sem ênfase na periodização proposta.

Espera-se que o estudo possa ajudar em futuros projetos que abranjam um maior número de indivíduos, incluindo outros estados brasileiros e classes sociais distintas, buscando, dentre outros objetivos, testar a hipótese de relação entre imagem corporal e a presença de indícios de vigorexia.

Referências

AUGUSTO, E. B. Influência do Treinamento Resistido Superlento nos Parâmetros Antropométricos e Funcionais de Adultos do sexo Masculino. Revista Brasileira de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança. Mato Grosso, v.1, n.4. Dez 2006. P. 115-126.

CAMARGO, Tatiane Pimentel Pires de; Costa, Sarah Passos Vieira da; Uzunian, Laura Giron; Viebig, Renata Furlan. Vigorexia dos Aspectos Atuais deste Disturbio de Imagem Corporal. Revista Brasileira de Psicologia do Esporte, São Paulo, n°01, Jun, 2008.

KANNO, Patrícia de Souza. Imagem corporal ideal: Estariam nutricionistas projetando as suas imagens corporais sobre seus pacientes? Brasília, 2009.

MOTA, Gonçalves Cristiane; AGUIAR, Eduardo Figueira. Dismorfia Muscular: Uma nova síndrome em praticantes de musculação. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, n°27, Jan/Mar, 2011.

RODRIGUES, Jetro Bezerra; Araújo, Francisco Acácio de; Alencar, Edson Ferreira. Modelo Experimental de Questionário para Identificação de possíveis indivíduos que apresentam indícios de Vigorexia. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo n.12, p. 390-395, Nov/Dez, 2008.

(11)

SOLER, Patrícia Tatiana; Fernandes, Helder Miguel; Damasceno, Vinicius Oliveira; Novaes, Silva Jefferson. Vigorexia e Níveis de Dependência de Exercício em Frequentadores de Academia e Fisiculturistas. Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte – Ago/2012 et al.

ZIMMERMANN, Fred. Indícios de vigorexia em adultos jovens praticantes de Musculaçao em academias de Biguaçu-SC. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Educação Física, da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Educação Física. Florianópolis, Fev, 2013.

DisponÍvel em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/103737/TCC%20-%20FRED%20ZIMMERMANN.pdf?sequence=1>. Acesso em 24 de Maio de 2014 às 20:00 h.

(12)

Anexo 1

Questionário de Trabalho de Conclusão de Curso da Universidade Católica de Brasília.

Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Idade: ___________ anos

Tempo de prática de musculação: ____________ anos.

1) Quanto tempo você passa na academia? _________________ horas.

2) O tempo gasto na pratica de exercícios atrapalha sua vida: social, profissional ou familiar?

a) Social ( ) SIM ( ) NÃO b) Profissional ( ) SIM ( ) NÃO c) Familiar ( ) SIM ( ) NÃO

3) Você faz uso de suplementos alimentares?

( ) SIM ( ) NÃO Se sim, qual(is):

_______________________________________________________________

4) Você faz uso de algum tipo de dieta especifica para o seu treinamento?

( ) SIM ( ) NÃO Se sim, qual(is):

_______________________________________________________________

5) Você segue alguma orientação profissional?

( ) SIM ( ) NÃO Se sim, com quem?

(13)

6) Você já fez algum ciclo de esteroides anabolizantes?

( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quantos?

_______________________________________________________________

7) Você se sente culpado quando não vai a academia?

( ) SIM ( ) NÃO Se sim, por que:

_______________________________________________________________

8) Você esta satisfeito com sua forma física?

( ) SIM ( ) NÃO

Por que: _______________________________________________________________

9) Você já treinou lesionado?

( ) SIM ( ) NÃO Se sim, por que:

_______________________________________________________________

10) Mesmo sabendo das enfermidades ocasionadas pelo excesso de treinamento você está disposto a correr esse risco?

( ) SIM ( ) NÃO Se sim, por que:

_______________________________________________________________

11) Você passa muito tempo na frente do espelho admirando seu corpo?

( ) SIM ( ) NÃO

12) O melhor dia de treino é quando você atinge a exaustão?

( ) SIM ( ) NÃO Por que:

(14)

13) Você realiza exercícios aeróbicos na esteira, bicicleta, elíptico ou na rua?

( ) Nunca ( ) As vezes ( ) Sempre

14) Com que tipo de roupa você gosta de treinar?

( ) Short ( ) Bermuda ( ) Calça ( ) Macaquinho ( ) Camisa justa ( ) Camiseta folgada ( ) Camiseta folgada

( ) Camiseta Regata ( ) Camisa de manga longa ( ) Moleton

15) Você sente vergonha do seu corpo?

( ) SIM ( ) NÃO

Por que: ______________________________________________________________

16) Em qual imagem corporal você se especifica. Circule o número de 1 a 11.

(Quadro Imagem Corporal para a pesquisa com o público masculino) Imagem Corporal Real

(15)

(Quadro Imagem Corporal para a pesquisa com o público feminino) Imagem Corporal Real

Referências

Documentos relacionados

 Condições insalubres no ambiente de trabalho  Superexploração do trabalho feminino e infantil  Ausência completa de qualquer assistência

A revisão das produções sobre matriciamento em saúde mental apontou os seguintes eixos: dificuldades na articulação da rede de cuidados e fatores que dificultam o desenvolvimento

O presente estudo tem como objetivo avaliar se o uso de um munhão personalizado é capaz de facilitar a remoção do excesso de cimento após a cimentação de

Não só o crack, mas também as drogas de modo geral, e incluem-se aqui também as chamadas drogas lícitas tais como álcool e tabaco, são considerados um

Nos Estados Unidos da América EUA, elas representam cerca de 133 milhões, as quais contribuem para 7 a 10% da mortalidade a cada ano, resultam num gasto dispendido para a saúde de

Para modelação e ajuste do viés arbitral foi usado regressão logística binária sendo “audiência” (público no estádio) e taxa de ocupação, posse de

A operacionalização da implantação do apoio matricial às equipes de Saúde da Família, segundo Relatório do Planejamento da Gestão atual da Saúde Mental se deu

Embora a teoria da evolução represente um tema que explica a biodiversidade e o parentesco entre os seres vivos, há alguns temas que os jovens brasileiros apresentam dificuldades