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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS (UEA) PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGA

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS (UEA) PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGA

Desenvolvimento de estacas de crajiru (Arrabidaea chica Verlot.) em função do diâmetro da estaca e do ambiente de cultivo.

FRANCISCO CLEBER FELIX BARROS

MANAUS – AM MARÇO - 2005

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS (UEA) PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGA

Desenvolvimento de estacas de crajiru (Arrabidaea chica Verlot.) em função do diâmetro da estaca e do ambiente de cultivo.

FRANCISCO CLÉBER FÉLIX BARROS

Orientador: Paulo de Tarso Barbosa Sampaio Co-Orientador: Adrian Martin Pohlit

MANAUS – AM MARÇO – 2005

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS (UEA) PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGA

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

TÍTULO: Desenvolvimento de estacas de crajiru (Arrabidaea chica Verlot.) em função do diâmetro da estaca e do ambiente de cultivo.

ALUNO: FRANCISCO CLÉBER FÉLIX BARROS

ORIENTADOR: PAULO DE TARSO SAMPAIO BARBOSA CO-ORIENTADOR: ADRIAN MARTIN POHLIT

Aprovado por:

________________________________________ Prof. Dr. Paulo de Tarso Barbosa Sampaio

________________________________________ Prof. Dra. Suely de Souza Costa

____________________________________________ Dr. Francisco Celio Maia Chaves

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DEDICO

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AGRADECIMENTOS

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 13 2. OBJETIVOS ... 16 2.1 OBJETIVO GERAL ... 16 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 16 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 17

3.1 Plantas medicinais e sua importância ... 17

3.2 A Família Bignoniácea ... 21

3.3 O Gênero Arrabidaea ... 23

3.4 Arrabidaea bilabiata ... 23

3.5 Arrabidaea japurensis ... 25

3.6 Arrabidaea chica ... 27

3.6.1 Distribuição, morfologia e botânica da planta: ... 27

3.6.2 Uso popular: ... 28

3.7 Propriedades Químicas de A. chica: ... 29

3.7.1 Tinturaria: ... 30

3.8 Propagação de Plantas ... 31

4. MATERIAL E MÉTODO ... 33

4.1 Seleção das Plantas Matrizes ... 34

4.2 Coleta dos Ramos e Modelagem das Estacas ... 34

4.3 Delineamento Experimental ... 35

4.4 Condições ambientais do enraizamento ... 35

4.5 Condições ambientais do enraizamento ... 36

4.6 Tempo de Observação e Variáveis Analisadas ... 36

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 38

6. CONCLUSÃO ... 45

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS: ... 46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Quadrados médios das variáveis Percentagem de pegamento, Comprimento do Rebroto, Massa Seca das Folhas, Comprimento das Raízes e Massa Seca das Raízes de estacas de crajiru, em função do Tipo de crajiru, do ambiente de desenvolvimento e do diâmetro da estaca.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 a) Folhagem do Crajiru do Tipo 1 e 1b) Crajiru do Tipo 2 ... 14 Figura 2 Folhagem de Crajiru Tipo 1 adulto (ao meio) é de difícil diferenciação com a folhagem do Tipo

2 jovem (dos lados). ... 14 Figura 3 Percentagem de pegamento de estacas de crajiru em função do ambiente de desenvolvimento

e do diâmetro das estacas. INPA - Manaus/AM, 2004. ... 39 Figura 4 Comprimento dos rebrotos de estacas de crajiru em função do ambiente de desenvolvimento e

do diâmetro das estacas. INPA - Manaus/AM, 2004. ... 40 Figura 5 Massa seca das folhas dos rebrotos de estacas de crajiru em função do ambiente de

desenvolvimento e do diâmetro das estacas. Manaus/AM, INPA, 2004. ... 41 Figura 6 Comprimento das raízes de estacas de crajiru em função do ambiente de desenvolvimento e do

diâmetro das estacas. INPA - Manaus/AM, 2004. ... 43 Figura 7 Massa seca das raízes de estacas de crajiru em função do ambiente de desenvolvimento e do

diâmetro das estacas. INPA - Manaus/AM, 2004. ... 43

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RESUMO

O objetivo foi verificar a influência de dois ambientes de desenvolvimento de estacas de dois tipos de crajiru (Arrabidaea chica Verlot.) em função do diâmetro das estacas, determinando qual o melhor tipo de crajiru (tipo 1 ou 2), para propagação por estacas. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualisado, em esquema fatorial 2 x 2 x 4, com 6 repetições, dois ambientes para o enraizamento (1 – substrato e 2 – água) e quatro diâmetros médios de estacas, em cm: 1,1; 0,6; 0,4 e 0,2, a partir da base (lenhosas, semilenhosas e herbáceas e apicais). As estacas tinham aproximadamente 15 cm de comprimento, com folhas apenas as apicais, com 5 estacas por repetição. O substrato foi preparado com 3 partes de areia : 1 de argila: e 1 de húmus. Cada estaca ficou em um saco de polietileno preto com capacidade para 1 kg. Para as estacas do ambiente líquido, estas foram colocadas em garrafas de polietileno tereftalato (PET) de 2 l, contendo aproximadamente 500 mL de água. Desde o dia da implantação as mudas permaneceram em ambiente coberto com telha plástica transparente, recebendo irrigação diária. Decorridos 90 dias foram avaliadas as seguintes variáveis: % de pegamento, comprimento médio dos rebrotos (cm), comprimento médio das raízes (cm) e matéria seca das folhas e raízes (g/planta). Após a análise de variância, as médias foram conferidas pelo teste de Tukey e 1% de probabilidade. Verificou-se que a espécie crajiru responde bem ao método de propagação vegetativa quando se utiliza estaquia e de uma maneira geral o tipo 2 respondeu melhor quando em comparação com o tipo 1. O percentual de pegamento foi superior no substrato 1 (Terra) nas estacas de diâmetro 1,1 cm. As outras variáveis também foram superiores neste tratamento, sendo este (substrato) responsável pela nutrição das estacas, que apresentaram melhor desempenho naquelas de diâmetro 1,1 cm. Como a diferença de desenvolvimento entre os dois ambientes (água e substrato) não foi muito grande e a interação tratamento x ambiente x diâmetro não foi significativa, pode-se indicar uma vantagem de economicidade usando-se o ambiente água para preparação de mudas de crajiru.

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ABSTRACT

The goal of this work was to observe the effects of two growth environments on two types of crajiru (Arrabidaea chica Verlot., family Bignoniaceae) as a function of cutting diameter ultimately to establish the better type of crajiru (type 1 or 2) for propagation from cuttings. The experiment was conducted using an entirely randomized method with a 2 x 2 x 4 factorial scheme, with 6 repetitions, 2 root development environments (1 – substrate and 2 – water) and 4 average basal cutting diameters: 1.1, 0.6, 0.4 and 0.2 cm, designated woody, semi-woody, herbaceous and apical stems, respectively. The cuttings were approximately 15 cm in length having leaves only on apical cuttings and 5 cuttings per repetition. The substrate was prepared from area : argila : humus (3 : 1 : 1). Each cutting was placed in an individual poliethylene bag of 1 kg capacity. For cuttings in liquid environment, 2 L polyethylene terephthalate bottles (PET) containing approximately 500 mL of water were used. From the start of the experiment, the cuttings were maintained in an environment covered with transparent plastic roofing and received daily irrigation. After 90 days, the following variables were evaluated: % established cuttings, average length of new growth (cm), average length of roots (cm) dry mass of leaves and roots (g / plant). After variance analysis, the averages were compared using the Tukey test and a 1 % probability. Crajirú responded well to vegetative regeneration from cuttings and the type 2 variety developed better in general than type 1. The percentage of established plants was greater in the substrate 1 (soil) for cuttings of average diameter 1.1 cm. Other variables were also superior for this diameter cutting, and the substrate was responsible for the nutirition of these cuttings, which presented better development in those of 1.1 cm diameter. Since the difference between the development in both environments (substrate vc. Water) was small, and the interaction treatment x environment x diameter was not significant, one can site an economical advantage using water for the preparation of crajirú plants from cuttings.

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1. INTRODUÇÃO

Na Amazônia muitas plantas são utilizadas como medicinais pelas comunidades indígenas e ribeirinhas, numa prática que repassa informações pela tradição oral, de geração em geração. Apesar do aumento de contato com a civilização ocidental e com seus remédios adquiridos nas farmácias, as comunidades ribeirinhas mantêm a prática do uso de remédios caseiros, os chamados fitoterápicos, como forma de cura viável para vários problemas de saúde que os afligem.

A oferta de matéria-prima destinada a produção desses fitoterápicos está diretamente relacionada à espécie de planta selecionada, sendo portanto, necessário conhecermos os aspectos da biologia da mesma, se quisermos empreender um processo de produção eficiente do material vegetal em questão.

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Figura 1 a) Folhagem do Crajiru Tipo 1 e Figura 1b) Folhagem do Crajiru Tipo 2.

Figura 2 Folhagem de Crajiru Tipo 1 adulto (ao meio) é de difícil diferenciação com a folhagem

do Tipo 2 jovem (dos lados).

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parecem possuir é não apresentar flores, nas condições da Amazônia, pois todos esses relatos mencionam apenas material estéril.

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Verificar a resposta de crajiru a propagação vegetativa por estaquia, comparando-se tipos de crajirú, ambientes de desenvolvimento e tamanho das estacas utilizadas.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Determinar qual o melhor tipo de crajiru (tipo 1 ou 2), para propagação por estacas.

b) Determinar qual o melhor ambiente de desenvolvimento (substrato ou água) na promoção do enraizamento de estacas de crajiru;

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Plantas medicinais e sua importância

Com o crescimento dos movimentos ambientalistas em todo o mundo, em especial a partir da década de oitenta, todas as atenções da comunidade internacional têm-se voltado para a Amazônia (KITAMURA, 1994), com o argumento de que o rápido processo de desmatamento dessa região tem contribuído para uma acelerada perda da biodiversidade.

A Amazônia é coberta por um dos ecossistemas mais frágeis do planeta, continua despertando a curiosidade e a cobiça de todos que dela se aproximam. Os seus habitantes nativos aprenderam a conviver com sua exuberância e fartura, doenças e pragas. Sua adaptação deve ter sido a custo de muitos erros e vidas de adaptações, até que por força da necessidade aprenderam a conviver com a mata e dela retirar tudo que precisavam para sobreviver, desde alimentos, moradias e medicamentos e assim toda matéria-prima ligada a sua sobrevivência (BORRÁS, 2003).

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O emprego de plantas medicinais na recuperação da saúde tem evoluído ao longo dos tempos, desde as formas mais simples de tratamento local, provavelmente utilizada pelo homem das cavernas, até as formas tecnologicamente sofisticadas de fabricação industrial dos medicamentos utilizados pelo homem moderno. Apesar das enormes diferenças entre as duas maneiras de uso das plantas há um fato comum entre elas. Em ambos os casos o homem percebeu, de alguma forma a presença nas plantas de algo que administrado sob forma de mistura complexa (o extrato) ou com a substância pura isolada, por qualquer via, tem a propriedade de provocar reações benéficas capazes de levar a recuperação da saúde (MATOS, 1997). Esse uso das plantas medicinais tem sido significativo pela população mundial, nos últimos tempos.

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É bem provável que das cerca de 200.000 espécies vegetais que possam existir no Brasil, na opinião de alguns autores, pelo menos a metade pode ter alguma propriedade terapêutica útil à população, mas nem 1% dessas espécies com potencial foi motivo de estudos adequados (MARTIN et al., 1995). YUNES et al. (2001) relatando sobre a idéia dos fármacos observa que a história do desenvolvimento da aspirina, por exemplo, pode mostrar o desempenho do importante papel dos produtos naturais no processo de descoberta dos mesmos. No entanto, os produtos naturais, especialmente após a segunda Guerra Mundial, foram esquecidos, acreditando-se obter fármacos somente através da síntese de um grande número de compostos e seu teste ao acaso, sem nenhuma orientação.

Somente por volta de 1970, quando a OMS reconheceu os benefícios da medicina chinesa (paradigma oriental à base de extratos = misturas), e com o surgimento de alguns importantes medicamentos obtidos de fontes naturais, foi que cientistas e indústrias voltaram a se interessar por esse ramo. Esses movimentos têm incorporado paralelo à descoberta de novas espécies importadas de ultramar, de novos usos como adjuvantes de tratamentos químicos ou antibióticos, do valor dietético das plantas em diversas curas, de novas substâncias como as vitaminas, os hormônios, as substâncias antimicrobianas, antivirais ou antitumorais, tanto nas espécies conhecidas como nas plantas mais tarde descobertas, tudo isso veio contribuir para um novo desenvolvimento da medicina através das plantas (VOLÁK et al., 1990).

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acima, começou a acelerar o aumento dos efeitos antrópicos nas florestas, começou o aumento da interferência do homem sobre os ecossistemas naturais à procura de produtos que gerem riquezas e bem estar social, o que tem provocado profundas mudanças na Floresta Amazônica. As grandes extensões da vegetação natural estão sendo gradualmente substituídas por projetos agrícolas, agropecuários e minerais, ocasionando o desaparecimento de inúmeras populações locais de espécies de interesse econômico, e com elas a riqueza genética que representam.

As plantas diante dos processos de domesticação evidenciam mudanças e evoluções. Um fato interessante a se observar no processo evolutivo é, por exemplo, a perda da lenhosidade, ou seja, espécies que já foram árvores em outras eras, como o Lycopodium, e que hoje são de porte herbáceo, estão, segundo Magalhães (1997), associada à presença de micro moléculas.

Uma das funções dessas micro moléculas, normalmente proveniente do metabolismo secundário da planta, é de conferir proteção ao vegetal contra o ataque de pragas e doenças. Por essa razão, certos vegetais puderam vencer as pressões seletivas impostas pelo reino animal e, o mais importante, se estabeleceu uma forma interessante de conexão entre esses reinos. A mesma substância vegetal de ação tóxica a certo nível de organismos pode ser investigada sobre sua ação terapêutica no homem. E, em muito, essa duplicidade de atividades (tóxico-terapêutica) se resume a uma questão de dose.

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pela padronização da matéria prima, inclusive como fator “sine qua non” para proporcionar resultados científicos confiáveis.

De acordo com observações de MAGALHÃES (1997), enfocando a busca crescente por plantas com atividades terapêuticas, tendo observado, que tais espécies pertencem, freqüentemente, às mesmas famílias botânicas ou próximas a elas. Temos, por exemplo, muitas ervas que possuem constituintes aromáticos, na família Labiatae; muitas espécies apresentando alcalóides tropanos, em diversas espécies de Solanáceas, além do fato de a maioria das espécies medicinais serem de porte herbáceo, o que é uma característica de planta evoluída.

Todas essas evoluções acabam se manifestando em nível dos biomas. A floresta amazônica, por exemplo, caracteriza-se pela alta heterogeneidade, com baixa freqüência por espécies. Algumas destas espécies apresentam baixa produção de sementes por árvores e irregularidade na frutificação, onde as sementes produzidas são pouco viáveis, aliada a difícil e onerosa operação de coleta das mesmas. A estaquia torna-se, portanto, uma alternativa para reprodução vegetativa das espécies florestais da Amazônia, pois além de solucionar os referidos problemas, é uma técnica de grande importância no desenvolvimento de programas de melhoramento genético, como ferramenta para multiplicação de genótipos selecionados e para a geração de propágulos visando o estabelecimento de testes clonais.

3.2 A Família Bignoniácea

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nas regiões tropicais de todo mundo, sendo de ocorrência freqüente no continente americano, cujos jacarandás (Jacaranda brasiliana) e ipês amarelo e roxo (Tabebuia alba e T. avellannedae) são os exemplos mais representativos da família. Plantas dessas espécies são muito utilizadas na construção civil, carpintaria e construção de instrumentos musicais, devido à natureza rígida da madeira; em planejamento urbano é também utilizada como planta ornamental, devido à beleza de suas florações, que têm no ipê o exemplo mais conhecido no paisagismo urbano (PAULETTI et al., 2003).

Os caules das bignoniáceas especialmente os das trepadeiras, freqüentemente apresentam organização de lenho anômala. As folhas simples ou compostas são de posição oposta, raramente subalternada. As formas escandentes apresentam gavinhas de origem foliar, às vezes modificadas em fixadores semelhantes às unhas ou às ventosas.

As flores geralmente são grandes, vistosas, solitárias ou reunidas em inflorescências de forma variada; hermafroditas, zigomorfas, pentâmeras. O quinto estame é transformado em estaminódio. Os quatro restantes são didínamos (dois mais curtos). Ovário acentado em cima de um disco ou imerso nele. É composto de dois carpelos, bilocular e multiovular. O fruto geralmente é siliqüiforme, septicido, às vezes capsulaloculicida. As sementes na maioria dos representantes são aladas (GEMTCHÚJNICOV, 1976).

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3.3 O Gênero Arrabidaea

Dentre as plantas mais comuns na região amazônica utilizadas como fitoterápicos temos a espécie Arrabidaea chica (H.B.K) Verlot, conhecida como crajiru, cajuru, pariri, chica, cipó-cruz, cipó-pau, puca panga (Duke et al., 1994) ou cajiru, coapiranga, guajiru, guarajirupiranga, coajuru e piranga (Mors et al., 2000).

Existem poucos relatos de estudos químicos do gênero Arrabidaea (PAULETTI et al., 2003). O gênero Arrabidaea ocorre na América Tropical, do Sul do México até o Brasil Central (TAKEMURA et al., 1995).

Plantas deste gênero são comercializadas no Mercado Central de Manaus como uma das de maior saída comercial, segunda nossa própria observação como visita a este estabelecimento. E aqui este fato sozinho requer grande cuidado, porque constatamos que nestes mercados nem sempre são oferecidas as plantas corretas, comumente utilizadas pela população local, podendo ser confundida pelos vendedores com plantas do mesmo gênero podendo até ser oferecido plantas com atividades tóxicas.

Dentro do gênero “Arrabidaea", por exemplo, encontrassem duas das plantas mais tóxicas que existe na região Amazônica, segundo dados levantados por TOKARNIA et al.(1979), como segue:

3.4 Arrabidaea bilabiata

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importante das regiões de várzea da Bacia Amazônica, e a segunda em importância considerando toda a Região Amazônica. Pode ser confundida com a A. chica, devido às semelhança do gênero.

A toxicidade de A. bilabiata é conhecida pela grande maioria dos criadores da região de sua ocorrência ao contrário do que acontece com Palicourea marcgravi, a planta tóxica mais importante da Amazônia, que não tem sua toxicidade assim muito popularizada (TOKARNIA et al.,1979).

No Brasil, A. bilabiata, apesar de ser extremamente abundante em muitas áreas da Bacia Amazônica, sua ocorrência se restringe somente nas partes baixas (várzeas, restingas e abas de teso) que se inundam durante o período de “cheia”, isto é, nas margens do Rio Amazonas, de seus paranás, lagos e afluentes.

Um fato interessante que se observa é que a intoxicação por A. bilabiata ocorre somente em bovinos, sob condições naturais. Existem porém relatos sob condições experimental tem havido intoxicação através das folhas, também em coelhos, por via oral.

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Os verdadeiros fatores causadores da grande variação da toxidez da planta ainda não foram identificados com precisão. Porém observou-se que na Venezuela onde a planta ocorre nas margens do Rio Orenoco e algumas partes de seus afluentes, que a estação do ano tenha grande influência; já se constatou que quanto maior a precipitação pluviométrica da época, menos tóxica se apresenta a planta. Salientando também que a planta de dessecada não pode ser ignorada pois também apresenta toxidez (TOKARNIA et al., 1979).

Em relação ao princípio tóxico, foi relatada na Venezuela apenas a identificação de glicosídios do tipo esteróides cárdio-ativos. O que se sugere tentar o controle da espécie com herbicidas em caso de sua ocorrência em região de pastos (TOKARNIA et al., 1979).

3.5 Arrabidaea japurensis

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Hoje em dia essa planta já ficou mais conhecida e já se faz levantamentos de mortes por sua causa. A. japurensis tem sido reconhecida até agora como causa de mortandades em bovinos no Brasil somente no Território de Roraima. Sua ocorrência é um pouco variável. Ela tem o seu habitat nas margens dos grandes rios da região, em clareiras na borda das matas que margeiam esses rios, sempre em áreas que se inundam durante as cheias. Ocorrendo também um pouco mais aprofundada dentro dessas matas, onde, o excesso de sombra compromete sobremaneira seu desenvolvimento. Nessas áreas ela não se desenvolve bem, não constituindo obrigatoriamente problemas com os efeitos da toxidez, porque a massa de folhas produzida é pequena; além disso, ela se apresenta na maioria dos casos subindo pelas árvores, ficando em grande parte, fora do alcance dos bovinos (TOKARNIA et al. 1979).

Também como ocorre com a A. bilabiata, a única espécie animal em que se tem notícia da ocorrência de intoxicação por A. japurensis sob condições naturais é a espécie bovina. Em condições experimentais também ocorre o mesmo que a A. bilabiata, adicionalmente, somente o coelho tem sido intoxicado por via oral e através das folhas. Já ao contrário do que ocorre com a A. bilabiata, os casos de intoxicação por A. japurensis ocorrem quase exclusivamente na época da seca; pois quando os os “lavrados” estão secos, os bovinos pastejam nas margens, mais úmidas, dos grandes rios; provavelmente eles ingerem as folhas desta planta ao mesmo tempo que misturam com as de outras plantas.

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quilograma de peso do animal ingeridos de uma só vez, que sempre tem causado a morte dos bovinos até quantidades decrescentes de até 1,25 g/kg, que ainda causaram a morte de parte dos bovinos. Folhas maduras se apresentam menos tóxica. A planta não possui efeito acumulativo. Pela ingestão repetida de quantidades subletais os animais não adquirem tampouco tolerância aos seus efeitos. A brotação dessecada, administrada 3 a 6 meses após a coleta, também mostrou-se tóxica, porém, tinha perdido aproximadamente metade de sua toxicidade (TOKARNIA et al. 1979).

O princípio tóxico da planta também não é conhecido. Também não se conhece tratamento para esta intoxicação. Tem-se testado apenas deixar o animal em paz à manifestação dos primeiros sintomas, que se tornou a única medida que se pode aconselhar; desta maneira, um ou outro animal pode escapar à morte. A profilaxia também é problemática, por não se poder evitar o pastejo dos animais nas margens dos rios na época da seca, já que estas são as únicas áreas onde há verde; além disso, sob o ponto de visto econômico, é impossível cercar estas áreas, dado o regime de criação extensivo. Talvez a medida mais indicada seja o controle da espécie através de herbicida (TOKARNIA et al., 1979).

3.6 Arrabidaea chica

3.6.1 Distribuição, morfologia e botânica da planta:

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pecioladas, compostas, trifolioladas, de folíolos oblongo-lanceolados, glabos nas duas faces, coriáceos, reticulados-venosos, discolores ou concolores. Segundo Takemura et al. (1995), as flores são campanuladas, róseo-lilacinas, dispostas em panículas terminais piramidais, frouxas, medindo cerca de 18 a 20 cm de comprimento. O fruto é uma cápsula linear, alongada, aguda em ambos os lados e com uma nervura média saliente nas valvas, glabra e castanha-ferrugínea, contendo sementes ovóides (Corrêa, 1984; Sandwith & Hunt, 1974; Vasquez, 1992).

Taxonomia e nomenclatura da A. chica: Reino: Vegetal

Subreino: Tracheobinta (Plantas vasculares)

Divisão: Magnoliophyta (Angiosperma – Fanerógamas – plantas com flores e frutos).

Classe: Magnoliopsida – Dicotiledônea Subclasse: Asteridae

Ordem: Scrophulariales Family: Bignoniaceae

Gênero: Arrabidaea DC.

Espécie: Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) Verl.

3.6.2 Uso popular:

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Popularmente usadas para o tratamento de feridas, impigem, enfermidades da pele de diferentes origens, inflamações do útero e dos ovários, conjuntivite, cólicas intestinais e entero-colites. Etnoterapeuticamente é adstringente, antidiarréica, antileucêmica, antianêmica, antiinflamatória, antidisentérica, emoliente, antidiabética, cicatrizante e desinfetante (Albuquerque, 1989; Bernal & Correa, 1989; Estevez, 1976; Gottlieb, 1981; Schultes & Raffauf, 1990).

Em testes realizados in vitro e in vivo foi considerado imunomodulador e extremamente eficiente contra infecções urinárias. Já os Tikunas usam a infusão de folhas para cura de conjuntivites e os Tapajós usam o chá das folhas contra anemia, desordens provindas do sangue e inflamações (Duke et al., 1994). Mors et al. (2000) relataram o uso do chá da folha para diarréia com sangue, entero-colites e contrações intestinais.

3.7 Propriedades Químicas de A. chica:

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Atualmente sabe-se da existência de várias substâncias. Mors et al. (2000) relataram a existência de dois flavonóides de estrutura quinonoidas chamados de carajurina e carajurone. Takemura et al. (1995) reporta que Chapman et al. (1927) identificou um raro pigmento em Bignoniaceae, o 3-desoxiantocianidina conhecido pelo nome trivial carajurina, que depois foi proposto por Harborne (1966) como sendo a ocorrência desse pigmento em Bignoniaceae, provavelmente exclusivo da espécie Arrabidaea chica (Takemura et al., 1995). Quimicamente já foram identificadas as seguintes substâncias: ácido anísico, carajurina, ferro assimilável e cianocobalamina, quinonas, pseudoindicanas, flavonóides, triterpenos, cumarinas, alcalóides, taninos, saponinas, bixina e genipina (Albuquerque, 1989; Bernal & Correa, 1989; Estevez, 1976; Gottlieb, 1981; Schultes & Raffauf, 1990).

3.7.1 Tinturaria:

Folhas verdes em decocção sozinhas ou misturadas com o fruto da planta

Renealmia alpinia são usadas para tingir fibras produzidas da planta Astrocaryum chambira, sendo essa tintura também usada para tratar infecções da pele e herpes

(Duke et al.,1994).

Os Chami de Risaralda na Colômbia usam o extrato vermelho do crajiru para pintura em cestas.

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utilizar as folhas secas sempre e quando tenham uma cor roxo-marron, pois quando alcançam a cor chocolate característico de uma folha seca, seu poder de tingir se torna nulo (Vargas, 2002).

Em um estudo na Amazônia Peruana, esta espécie foi mencionada como um dos sete corantes vegetais usados pelos Shipibo-Conibo, classificando-a como arbusto cultivado em jardins, que se empregam as folhas para obter a cor ocre, por outro lado se determinou a estabilidade relativa do corante, sendo quase que total frente ao calor seco, calor úmido (25C, 80% HR), luz, acido clorídrico, acido acético e hidróxido de amônio; e uma descoloração frente ao carbonato de sódio. Também se identificou antocianina na espécie (VARGAS, 2002).

A espécie se cultiva em jardins e se vende nos mercados em forma de folhas secas e/ou frescas. Alguns produtos galênicos, tintura especialmente se encontram em farmácias. Nos mercados centrais de Belém e Manaus, se adquire o produto como fitofármaco (em cápsula) indicado como uma potente atividade antiinflamatória e para afecções do fígado e anemia (VARGAS, 2002).

3.8 Propagação de Plantas

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estáveis e as pessoas começaram a selecionar os tipos de plantas que proporcionavam um abastecimento maior e mais conveniente de alimento e talvez de outros produtos para si mesmas e seus animais (18, 29) (HARTMANN et al., 1997).

O cultivo deliberado de colheitas e animais para uso humano - envolve talvez quatro tipos de atividades: (a) selecionar e (ou) desenvolver espécies específicas de plantas (criação de plantas); (b) multiplicar essas plantas e preservar suas qualidades singulares (propagação de plantas); (c) cultivá-las sob condições controladas para um rendimento máximo (produção de safras); e (d) transformar e preservar os produtos dessas plantas para alimento ou outros usos, como exemplo, fazer pão, prensar óleo, preparar vinho, desidratar alimentos, e assim por diante (tecnologia alimentar) Segundo HARTMANN et al. (1997).

A Propagação vegetativa de Plantas preserva suas características genéticas essenciais. O papel fundamental das plantas na evolução da sociedade humana está retratado nos diversos estágios do desenvolvimento agrícola.

Muitas pesquisas já foram realizadas com várias espécies visando propagação vegetativa com estaquia, mas regra geral estacas mais finas, contém menos reserva, e também possuir os tecidos mais tenros (Metcalfe et al, 1985; Cutter, 1986).

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a posição no ramo, as estacas semilenhosas retiradas do ápice dos ramos enraizaram em maior percentagem do que aquelas retiradas de porções basais.

Estacas basais de Schefflera arboricola e Hedera helix desenvolvem ramos mais longos e com maior número de raízes do que as obtidas das estacas apicais. Correia (1998) verificou que as estacas apicais tiveram a melhor média de matéria seca foliar, de raiz e número de raízes por estaca, em arnica brasileira (Solidago chilensis). Verificou-se, porém que as estacas medianas foram as melhores em alfavaca-cravo (Ocimum gratissimum) (Wang & Boogher, 1988).

4. MATERIAL E MÉTODO

O experimento foi conduzido na Coordenação de Pesquisa em Produtos Naturais (CPPN) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), dentro das atividades do Projeto “Desenvolvimento de dois produtos fitoterápicos e um fitocosmético a partir de espécies Amazônicas” financiado pela FINEP.

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Devido a falta de informação na botânica sistemática da planta, tomamos como ponto de partida dois tipos de crajirús conhecidos no município de Manaus, os quais são chamados pela EMBRAPA de Tipo 1 (o que tem a folha mais fina) e o Tipo 2 (um que tem a folha mais larga um pouco). Esta denominação não é oficial, mas utilizada apenas para título de estudos, já que até hoje não se sabe se trata de duas variedades diferentes.

4.1 Seleção das Plantas Matrizes

As estacas foram retiradas de matrizes que estão sendo cultivadas há aproximadamente três anos na CPPN. Estas matrizes estavam em condições fitossanitárias adequadas, ou seja, não apresentavam doenças ou ataque de insetos. O solo local onde as mesmas estavam tinha bastante matéria orgânica, formando uma camada de liteira. Não havia irrigação, ficando as matrizes submetidas às condições climáticas locais.

4.2 Coleta dos Ramos e Modelagem das Estacas

(35)

As estacas foram imersas por 5 minutos em uma solução de hipoclorito de sódio, com cerca de 0,5% de cloro livre, e posteriormente lavados em água corrente por 5 minutos. Na seqüência, as estacas foram tratadas até à base da inserção das folhas, durante 15 minutos, por imersão em uma solução de fungicida sistêmico Benlate, com 500g/kg do princípio ativo. A solução foi preparada à base de 0,5 g de Benlate por litro de água.

4.3 Delineamento Experimental

O delineamento estatístico utilizado foi inteiramente ao acaso, em esquema fatorial 2 x 2 x 4 com 6 repetições, sendo dois tipos de crajiru (Tipos 1 e 2), dois ambientes para o enraizamento (1 – substrato e 2 – água) e quatro diâmetros de estacas, em cm: 1,1; 0,6; 0,4 e 0,2, definidos assim em função da disposição das estacas nos ramos, a partir da base.

4.4 Condições ambientais do enraizamento

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consideradas muito pequena para afetar na nutrição e na proliferação de microorganismos no experimento.

4.5 Condições ambientais do enraizamento

O substrato foi preparado com 3 partes de areia: 1 de argila: e 1 de húmus. Cada estaca ficou em um saco de polietileno preto com capacidade para 1 kg. Para as estacas do ambiente líquido, as de cada repetição foram colocadas em garrafas plásticas (polietileno tereftalato (PET)) de 2l, transparentes, cortadas ao meio, contendo aproximadamente 500 mL de água. Esta água foi renovada a cada 3 dias.

Para o tratamento que envolveu água, esta foi renovada a cada três dias, evitando dessa forma a proliferação de larvas de insetos. Ao longo do experimento foram realizadas inspeções visando identificar ataques de pragas e doenças nas mudas implantadas. Desde o dia da implantação (20./10/2003) as mudas permaneceram em ambiente coberto com telha plástica transparente.

4.6 Tempo de Observação e Variáveis Analisadas

(37)
(38)

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Pela Tabela 1 percebe-se que as variáveis apresentaram significância estatística para os fatores (tipos de crajiru; ambiente e diâmetro) isoladamente, exceto para percentagem de pegamento das estacas e massa seca das folhas não foi significativos (p>0,05), nos tipos de crajiru, e em relação as interações entre dois e três fatores : interação (crajiru X ambiente) e Interação (crajiru X diâmetro) e Interação ( crajiru x Ambientes x Diâmetros).

Tabela 1 Quadrados médios das variáveis Percentagem de pegamento, Comprimento do

Rebroto, Massa Seca das Folhas, Comprimento das Raízes e Massa Seca das Raízes de estacas de crajiru, em função do Tipo de crajiru, do ambiente de desenvolvimento e do diâmetro da estaca. Manaus/AM, INPA. 2004.

Causas de Variação G.L. Quadrado Médios Pegamento (%) Massa Seca das folhas (g) Massa Seca das Raízes (g) Comprimento dos rebrotos (cm) Comprimento das Raízes (cm) Tipo de Crajiru (T) 1 9,3750ns 0,0143ns 1,4900** 642,0107** 32,178* Ambiente (A) 1 228,1667** 278,4269** 58,8127** 1581,9384** 209,9233** Diâmetro (D) 3 3279,8333* 62,0375** 39,1116** 1959,3929** 928,7275** T x A 1 9,3750ns 0,0002ns 6,7416** 647,6087** 130,5733** T x D 3 12,1528ns 0,0087ns 1,6493** 20,0117** 131,4383** A x D 3 57,6111* 43,6652** 22,0236** 105,4098** 192,0029** T x A x D 3 12,1528ns 0,0010ns 2,7949** 20,4227** 162,0476** Tratamentos 15 688,8111* 39,7052** 17,5855** 612,4846** 307,6883** Resíduo 80 18,1542 0,0292 0,1364 1, 1721 5,9767 (ns) Não significativo ao nível de 5%, pelo teste F; (*) Significativo ao nível de 5%, pelo teste F; e (**) Significativo ao nível de 5%, pelo teste F.

(39)

O substrato sólido constituído por argila e húmus, materiais que possivelmente contribuíram para emissão de brotos e crescimento do sistema radicular.

Figura 3 Massa seca do rebroto de estacas de crajiru em função do ambiente de

desenvolvimento e do diâmetro das estacas. INPA - Manaus/AM, 2004.

Água - Tipo 2 = 29.592x + 71.224 R2 = 0.6357 Terra - T2 = 15.816x + 85.051 R2 = 0.7264n Água- T1 = 28.569x + 72.622 R2 = 0.7638 Terra - T1 = 21.597x + 79.539 R2 = 0.7356

0

20

40

60

80

100

120

140

0

0.5

Diâmetro (cm)

1

1.5

2

P

e

g

a

m

e

n

to

(

%

)

Ter r a- T1 Aágua - T1 Ter r a - T2 Água - T2 Linear ( Água - T2) Linear ( Água - T2) Linear ( Ter r a - T2) Linear ( Aágua - T1) Linear ( Água - T2) Linear ( Água - T2) Linear ( Aágua - T1) Linear ( Ter r a- T1)

Figura 4 Percentagem de pegamento de estacas de crajiru em função do ambiente de

(40)

Para o comprimento do rebroto, ambos os tipos e ambientes apresentaram resposta linear crescente, mas os valores para o ambiente sólido foram superiores em relação à água. Neste caso o Tipo 2 apresentou resposta maior quando comparado ao Tipo 1 (Figura 5). Considerando que a emissão de brotos é o resultado pelo menos inicialmente das reservas que as estacas possuem por ocasião da instalação do experimento. Neste estudo, percebe-se que as estacas de maior diâmetro desenvolveram maior sistema radicular, maior número de brotos evidenciado a importância dos carboidratos no enraizamento e sobrevivência das estacas. Outro fato de grande importância no desenvolvimento das raízes das estacas é a característica física do substrato não representa fonte de nutrientes para causar ganho de produção de incorporação de novos assimilados nestas estacas, visto que isso vai influenciar na formação de rebroto, mesmo tendo decorrido 90 dias para avaliação do estudo. METCALFE et al., (1985) e CUTTER, (1986) afirmam que via de regra estacas mais finas contém menos reserva, e também possuir os tecidos mais tenros.

Figura 5 Comprimento dos rebrotos de estacas de crajiru em função do ambiente de desenvolvimento e

do diâmetro das estacas. INPA - Manaus/AM, 2004.

(41)

Para a massa seca das folhas (Figura 6) pode-se verificar que houve uma superioridade do Tipo 2 em relação ao Tipo 1 em terra, já na água o Tipo 1 se comportou bem melhor que o tipo 2, porém de um modo geral o desenvolvimento da massa seca das folhas foi melhor na terra que na água para os dois tipos, como esse dado sozinho não garante uma segura avaliação para a escolha do tipo de crajiru, já que essa variável é não significativa nessa interação.

Figura 6 Massa seca das folhas dos rebrotos de estacas de crajiru em função do ambiente de

desenvolvimento e do diâmetro das estacas. Manaus/AM, INPA, 2004.

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parece ser mais eficiente em utilizar a fotossíntese e portanto responder com uma maior produção de biomassa. E possivelmente haja maior ganho de distribuição de reservas em possuir maior número de folhas menores do que poucas folhas maiores com maior respiração e perda de reservas.

MARINI (1983) verificou que o diâmetro de estacas de pessegueiro tem influência, pois as apicais precisam de um mínimo de 3,5mm enquanto as basais precisam de 5 mm para assegurar um enraizamento de 50%. Para a posição no ramo, as estacas semilenhosas retiradas do ápice dos ramos enraizaram em maior percentagem do que aquelas retiradas de porções basais.

(43)

Figura 7 Comprimento das raízes de estacas de crajiru em função do ambiente de

desenvolvimento e do diâmetro das estacas. INPA - Manaus/AM, 2004.

Figura 8 Massa seca das raízes de estacas de crajiru em função do ambiente de

desenvolvimento e do diâmetro das estacas. INPA - Manaus/AM, 2004.

WANG & BOOGHER (1988) constataram que estacas basais de Schefflera arboricola e Hedera helix desenvolvem ramos mais longos e com maior número de

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raízes do que as obtidas das estacas apicais. Correia (1998) verificou que as estacas apicais tiveram a melhor média de matéria seca foliar, de raiz e número de raízes por estaca, em arnica brasileira (Solidago chilensis), enquanto que EHLERT et al. (2004) verificaram que as estacas medianas foram as melhores em alfavaca-cravo (Ocimum gratissimum).

(45)

6. CONCLUSÃO

Nas condições em que o estudo foi desenvolvido pode-se concluir que:

a) A espécie crajiru responde bem ao método de propagação vegetativa quando se utiliza estaquia;

b) De maneira geral em crajiru, o tipo 2 respondeu melhor quando em comparação ao tipo 1;

c) O ambiente de enraizamento com substrato favoreceu a um melhor desenvolvimento das estacas, principalmente para espécie de crajiru tipo 2;

d) As estacas das espécies de crajiru retiradas da base do ramo respondem melhor para uso na estaquia.

e) O crajiru do Tipo 2 teve uma rebrota melhor tanto em terra como em água.

f) Apesar do bom desenvolvimento do Tipo também em água não houve uma boa formação de folhas e raízes para o bom desenvolvimento das estacas.

(46)

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Devido ao Crajiru ser uma planta extremamente divulgada dentro e fora da região, é mister que a indústria local de fitoterápicos e fitofármacos se beneficie de sua excelente adaptabilidade e economicidade para produção de mudas nessa região e possam explorar os diversos potenciais medicinais já constantemente utilizados seja pelo uso popular seja pela comunidade médica. Deste modo deve-se procurar buscar outros produtos provenientes da planta.

Deve-se salientar aqui, que alguns cuidados não devem ser subestimados, como por exemplo, o pouco ganho de Massa Seca da Foliar principalmente para o Tipo 2 aqui neste estudo comprovado para a produção e estabilização da muda, assim como pode ser comprovado para o desenvolvimento da planta em diferentes terrenos como nos estudos de produção de crajirus (nos dois tipos) já em andamento no departamento de Fitoquímica do INPA, onde obtivemos plantas em média produzindo muito abaixo de meio quilo de matéria seca por planta por ano.

(47)

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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