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AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL DO

PROJECTO PARA PESQUISA DE HIDROCARBONETOS OFFSHORE NOS BLOCOS 16&19, NAS PROVÍNCIAS DE INHAMBANE SOFALA,MOÇAMBIQUE

SASOL PETROLEUM SOFALA LIMITADA (SASOL) e EMPRESA NACIONAL DE HIDROCARBONETOS, E.P. (ENH)

RELATÓRIO ESPECIALIZADO: ESTUDO SOBRE PESCAS

MARÇO 2006

Preparado para: Preparado por: CONSULTEC – Consultores

Associados, Lda

R. António José de Almeida, 227 Maputo Mozambique

Dr. Zainabo A. Masquine (zainabo@moziip.org) e Dr. Rabia A. Torres (rabia@moziip.org).

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1 – INTRODUÇÃO ... 1

2–BREVEDESCRIÇÃODOPROJECTOEANTECEDENTES ... 2

3 – METODOLOGIA... 3

4 - ACTIVIDADE PESQUEIRA EM MOÇAMBIQUE... 4

4.1 – Situação das Pescas no Pais ... 4

4.2 – Principais Recursos Pesqueiros na Zona de Estudo... 6

4.2.1. Crustáceos... 8

4.2.2 Peixes pelágicos ... 9

4.2.3 Peixes demersais... 9

4.2.4 Outros recursos... 9

4.3. Tipos de actividades pesqueiras ... 10

4.3.1 Actividade Industrial e Semi-industrial ... 10

4.3.2 Pesca Artesanal ... 14

4.3.3. Pesca desportiva e rcreativa... 25

4.3.4 Outras actividades de Pesca ... 26

5. CONCLUSÕES E LIMITAÇÕESDOESTUDO ... 27

6. BIBLIOGRAFIA... 28

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1 – INTRODUÇÃO

O Governo Moçambicano (GM) vem instaurando políticas de desenvolvimento que promovem o investimento internacional na Industria de Hidrocarbonetos off-shore. Dentro deste ambito, foi assinado um Contrato de Concessão de Pesquisa e Produção (CPP) com a Sasol Petroleum (Sasol) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), contendo os direitos das actividades de pesquisa e de produção de hidrocarbonetos nos Blocos offshore 16 e 19, em Moçambique. A área seleccionada para as actividades de exploração (20 45º’S to 22 30º’S) abrange os distritos de Machanga na Província de Sofala e os distritos de Govuro, Inhassoro e Vilanculos na Província de Inhambane.

Como parte dos requerimentos ambientais pedidos pelo governo Moçambicano, a Sasol contratou a Consultec, Consultores Associados Lda (Consultec) em parceria com a Environmental Resources Management Southern Africa (Pty) Ltd (ERM) como consultores independentes para realizar o EIA. A Consultec, por sua vez, sub-contratou o Instituto Nacional de Investigação Pesqueira (IIP) para realizar um estudo especialista e descritivo das atividades pesqueiras na área de estudo. O presente documento apresenta as actividades pesqueiras decorrentes nos Blocos 16 e 19 (localizados à Este e Nordeste do Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto), e a sua importância. Na área de estudo, pratica-se a pesca artesanal, semi-industrial, industrial e ainda que esporadicamente a pesca desportiva.

Este relatório apresenta também estatísticas documentadas de capturas e esforços de pesca assim como as principais espécies presentes nessas capturas. Existe uma grande falta de documentação na matéria e também uma grande discrepância nas informações disponíveis, o que representa uma limitação para este estudo. Alguns dados são apresentados agregados e não por zonas de pesca; alguns dados só existem a nível nacional enquanto outros só a nível local. Assim sendo foram efectuadas estimativas neste relatório para a pesca comercial, para que fosse possível ter uma ideia das capturas e esforços na área de estudo, e estas podem estar subestimadas.

Este relatório inclui também algumas informações sobre os habitats e ciclos de vida de algumas espécies importantes comercialmente e as suas distribuições e época de desova. Mais informações detalhadas sobre estes assuntos podem ser encontrados no Relatório Especializados de Ecologia Marinha.

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2 – BREVE DESCRIÇÃO DO PROJECTO E ANTECEDENTES

A SASOL em parceria com a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos de Moçambique (ENH) tenciona levar a cabo pesquisas sísmicas, perfuração e testes de poços de pesquisa, de forma a determinar a extensão das potenciais reservas de hidrocarbonetos e determinar se as formações geológicas nos Blocos 16 e 19 do alto mar contêm quantidades de hidrocarbonetos suficientes para fins comerciais.

Os blocos 16 e 19 situam-se a Este e Nordeste do Parque Nacional Arquipélago do Bazaruto, abrangendo as águas ao largo dos Distritos de Vilankulos, Inhassoro e Govuro na Província de Inhambane e Distrito de Machanga na Província de Sofala. Estes blocos estão localizados em alto mar, do rio Save em direcção a Sul até ao Cabo São Sebastião, na zona Este do Parque Nacional do Aquipélago do Bazaruto, com excepção da área entre o continente e o Arquipélago do Bazaruto. As actividades de pesquisa marítima propostas, estão planeadas para ter lugar nos períodos de Setembro – Novembro 2006 e Abril – Novembro 2007/8. Devido à natureza das actividades de pesquisa em alto mar, estas devem ser realizadas durante a época seca de inverno, quando a probabilidade da ocorrência de ciclones é menor.

As pesquisas sísmicas são realizadas para investigar as formações geológicas por baixo do mar durante a prospecção marinha de gás e petróleo. Durante as

pesquisas de alto nível, sinais sonoros de baixa frequência são emitidos em direcção ao leito do mar, através de fontes sonoras mais próximas da superfície, que são rebocadas por um navio.

Os sinais são reflectidos pelas descontinuidades geológicas por baixo do fundo do mar e registradas por hidrofones situados no interior de cabos flutuantes. Os sinais reflectidos são registrados e transmitidos a um navio de investigação sísmica para processamento electrónico. A análise dos sinais recebidos permite a interpretação das formações geológicas por debaixo do mar.

Dependendo das necessidades de informação, um programa de aquisição sísmica pode consistir na recolha de dados em duas dimensões (2D) e/ou três dimensões (3D). Para os Blocos 16 e 19, a SASOL tenciona realizar pesquisas sísmicas de 2D e 3D.

A pesquisa 2D cobrirá um total de 2,600km. As linhas de pesquisa serão orientadas nas direcções norte-sul e este-oeste e incluirá áreas previamente abrangidas por pesquisas sísmicas. O programa de 2D terá uma duração máxima de três meses. A pesquisa 3D está planeada para ser dividida em duas áreas de pesquisa, em águas menos profundas e outra em águas profundas. Na área de águas menos profundas, serão recolhidos cerca de 560 km2 de dados de natureza sísmica. Está previsto que a fase de 3D em águas menos profundas tenha a duração de um mês. Na área de prospecção de águas profundas, serão recolhidos

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aproximadamente 1,950 km2 de dados 3D de natureza sísmica. Estima-se em quatro meses a duração da fase 3D em águas profundas.

Perfuração dos poços durará de 2 a 4 meses, ou de 20 a 25 dias por poço. O processo de teste é curto, com uma duração de 3- 7 dias por poço. Os hidrocarbonetos elevados à superfície durante o teste serão queimados de forma adequada.

3 – METODOLOGIA

Este relatório foi elaborado como um estudo de gabinete, e baseou-se em informações publicadas pelo IIP, IDPPE (Instituto de Desenvolvimento de Pesca de Pequena Escala) e Ministério das Pescas. Foram também consultadas publicações técnicas e científicas relacionadas as actividades pesqueiras e ao impacto ambiental de pesquisas sísmicas. Como mencionado anteriormente, a falta de informação relativamente aos recursos de pesca e pescarias nesta região específica do país pode ter comprometido os resultados.

Os dados relativos aos levantamentos das zonas de pesca foram conseguidos através de diversos estudos efectuados na linha costeira nacional. As informações sobre recursos pesqueiros foram obtidos maioritariamente no navio de investigação Norueguês “Dr. Fridtjof Nansen” de 1977 (Almada e Brito, 2001) e na investigação realizada em 1998 pelo Fengur (Saetre e Paula e Silva, 1979).

Este ultimo efectuou pesquisas intensivas no fundo do mar com arrasto na

plataforma continental Moçambicana, incluindo a Área de Estudo, determinando a distribuição, abundancia e composição das espécies marinhas e estimando a biomassa dos recursos principais. No entanto, devido ao equipamento utilizado nas pesquisas (rede de fundo) os valores obtidos para certas espécies pelágicas e camarões foram subestimados.

Relativamente a pesca Artesanal, este relatório baseou-se em programas de levantamentos realizados pelo IIP para estimar o esforço, capturas e informações biológicas das espécies principais; estes programas são efectuados por meio de amostragens aleatórias e estratificadas dos centros de pesca ao longo do tempo. Apesar do IIP ainda não ter começado a recolher dados nos 16 centros de pesca do Distrito de Govuro, a restante área foi coberta.

Na área de Inhassoro, o IIP recolheu informações de 6 dos 15 centros de pesca de e em Vilanculos, de 9 dos 16 centros de pesca, havendo informações dede 1999 até 2005. No Distrito de Machanga as amostras começaram em 2004 e cobrem 14 centros dos 32 existentes, de acordo com o Senso efectuado pelo IDPPE em 2002.

As informações relativas às capturas e esforços das Pescas Comerciais

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(industriais e Semi-industriais) foram fornecidas pelo Ministério das Pescas e por registros diários das Companhias pesqueiras que trabalham na zona. Relativamente á pesca do camarão, a informação foi obtida através de cruzeiros de investigação anual.

As amostragens biológicas foram retiradas a bordo de embarcações comerciais e portos.

4 - ACTIVIDADE PESQUEIRA EM MOÇAMBIQUE

4.1 – Situação das Pescas no Pais

Moçambique é um país em desenvolvimento com um vasto potencial pesqueiro, que poderiam contribuir não só para uma melhoria no seu GDP mas também para a diminuir os problemas socio-económicos da sua população (cerca de 18 milhões de pessoas) (Volstad et al. 2004). A sua longa orla costeira, com diversos ecossistemas, permite vários locais para pesca de pequena e larga escala (van der Elst et al. 2003).

A actividade pesqueira ocupa um lugar de relevo na economia de Moçambique, sendo um dos principais contribuintes para o auto-emprego, para a melhoria do rendimento e da dieta alimentar da população. Apesar da pesca comercial contribuir grandemente para a economia do país, a pesca de pequena escala, composta pela pesca semi-industrial e artesanal, também contribui significantemente nas exportações, na economia informal, especialmente a nível local, e é a maior fonte de proteínas das populações costeiras.

É também importante referir que esta actividade tem um importante papel na dieta populacional. Cerca de 70 000 habitantes da zona costeira tem na pesca o seu principal meio de subsistência e a pesca comercial também constitui uma importante fonte de alimentação e renda, incluído lucros por exportações.

Essencialmente, camarões, de superfície e de profundidade, e peixes são os recursos mais importantes em termos de volumes capturados (tabela 1) e de exportações e de rendimento nacional (tabela 2) (Ministério das Pescas, 2005).

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Tabela 1. Capturas Semi-Industriais e Industriais (em tonelada) incluindo kapenta (peixe de agua doce). Capturas (toneladas) Descrição 2000 2001 2002 2003 2004 Camarão de superficies 9140 9162 9000 124 8106 Camarão de profundidade 1766 1738 1500 1075 993 Peixe 1213 1230 550 7690 484 Lagostim 105 69 80 131 132 Lulas e Polvos 102 76 60 10978 195 Carangueijos 76 47 40 1425 184 Lagostas 4 4 5 81 2 Por apanha 1275 1080 1450 - -Kapenta 12192 7076 9500 1608 18760 Outros 42 19 n.a 23112 1354 Total 25915 20501 22185 46224 30210

Fonte: Ministério das Pescas

Tabela 2. Exportação de produtos pesqueiros (USD 103) incluindo kapenta (peixe de agua doce) Capturas (toneladas) Valor USD 103 preços actuais Variação de Volume (%) Descrição 2002 2003 2002 2003 2003/2002 Camarão de superfície 9000 7690 72.000 61.520 -14,6 Camarão de profundidade 1500 1425 7.500 7.125 -5 Peixe 3550 1075 1.375 2.687,5 -69,7 Lagostim 80 124 800 1240 55 Lulas e Polvos 60 131 150 327,5 118,3 Carangueijos 40 81 120 243 102,5 Lagostas 5 55 Por apanha 1450 1608 725 804 10,9 Kapenta 9500 10978 11.400 13.173,6 15,6 Total 25185 22037 94.125 87.121 -12,5

Fonte: Ministério das Pescas

Por muitos anos a pesca industrial offshore de camarão tem sido a componente principal das exportações e rendimentos nacionais (Volstad et al. 2004). O banco de Sofala, localizado entre as coordenadas 16° 05’ to 21° 00’ (com o seu limite Sul incluído na área de estudo), é responsável por uma parte significante das capturas nacionais – cerca de 40% dos camarões de superfície.

Assim como em outras zonas costeiras, a pesca artesanal tem um papel importante na Província de Inhambane, fazendo parte da economia, sociedade e alimentação das famílias. Existem mais de 10.613 pescadores artesanais registrados e distribuídos por mais de 140 centros de Pesca da província (Ministério das Pescas, 2005).

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A população existente na área de estudo (distritos de Machanga, Govuro, Inhassoro e Vilanculos) está muito dependente das zonas costeiras e dos seus recursos. A sua dieta e bem-estar socio-económico estão intimamente ligados a costa. Por outro lado, esta zona apoia a pesca comercial, o que por sua vez contribui com o Rendimento Nacional. De acordo com as informações do Censo de 2002 do IDPPE, a pesca marítima é a maior actividade nos quatro distritos atingidos pelo Projecto, sendo praticados em cerca de 22% famílias nos postos administrativos costeiros.

Levantamentos sobre as pescas artesanais tem sido realizados pelo IIP desde 1996 e actualmente o seu programa de monitorização cobriu cerca de seis províncias, com diferentes níveis de amostragens. Apesar da importância dos recursos marinhos para uma grande parte da População Moçambicana, muito pouca informação existe sobre a sustentabilidade das pescas de pequena escala ou das suas características, andes da implementação do projecto (Volstad et al, 2004).

4.2 – Principais Recursos Pesqueiros na Zona de Estudo

Este capítulo descreve os principais recursos pesqueiros na Zona de Estudo, que incluem crustáceos, peixes e outros. Mais informações sobre as espécies poderão ser encontrado no Relatório Especialista de Ecologia Marinha. Uma tabela contendo as principais espécies, os seus habitats e épocas de desova pode ser encontrada no Anexo.

Para as famílias mais importantes (de peixes e invertebrados) presentes na área de estudo entre os 5 e os 200 m, foi calculado um Índice de Biomassa Total, mostrados na Tabela 3 e Figura 1 (Almada e Brito, 2001). As espécies pelágicas e os camarões de superfície estão incluídos neste calculo, apesar destes valores subestimarem a grosso modo os valores locais devido ao equipamento de recolha utilizado (não apropriado para colheita destas espécies). Pode ser observado na tabela e na figura, a área mais a norte é muito mais rica em termos de Biomassa; estes valores já eram esperados, uma vez que a zona Norte esta incluída no Banco de Sofala.

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Tabela 3. Índices de Biomassa (toneladas) das famílias mais importantes da Área de Estudo. Sub-Area A - Ilha Macau á Ilha Magaruque B - Ilha Magaruque á Barra Falsa

Biomassa Total (tons) 6,483 4,357

Familia Clupeidae (sardinhas) - 122

Familia Carangidae (Bonitos, Xaréus) 62 6 Familia Lutjanidae (Corvinas) 3,211 3,224

Familia Mullidae (Tainhas) 35 42

Familia Lethrinidae (Pargos) 1,768 -

Familia Sparidae (Robalos) 154 498

Familia Serranidae (Pargos) - 403

Lagostas 223 57

Fonte: Almada e Brito (2001).

Figura 1. Analise da Biomassa nas Sub-áreas A e B (Almada e Brito, 2001).

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4.2.1. Crustáceos

O recurso de camarão (camarão de superfície) ocorre ao longo de toda a costa, mas a sua distribuição está associada aos mangais e zonas estuarinas (Palha de Sousa, 1989). De acordo com a sua distribuição o recurso também abunda em Govuro (província de Inhambane) e Machanga (província de Sofala) sendo as principais espécies Fenneropenaeus indicus (camarão branco) e Metapenaeus

monoceros (camarão castanho) pertencentes à família Penaeidae. Este recurso é

capturado essencialmente por redes de arrasto.

Os camarões brancos e castanhos vivem em fundos de lodo e areia em profundidades compreendidas entre os 2 a 90 metros e de 1 a 60 metros respectivamente (Fisher et al., 1990). A espécie F. indicus desova entre Agosto a Novembro e o período de recrutamento inicia por volta de Novembro até Abril e o

M. monoceros é recrutado ao longo de todo o ano com um pico em Abril-Maio

existindo provavelmente vários períodos de desova durante o ano (Palha de Sousa, 1989).

Acetes erythraeus vulgarmente conhecido por camarão mundle (sul) ou tépué

(centro) habita as águas marinhas e salobras em fundos de lodo e areia, entre 0 e 55 metros de profundidade (Fisher et al., 1990). Esta espécie de camarão é capturada na sua maioria por pescadores artesanais utilizando redes de malhagem muito fina ou ráfia e serve como base de alimentação para as comunidades.

O caranguejo de mangal (Scylla serrata), encontra-se presente também nos distritos de Govuro e Machanga e pode ser capturado à mão, com linhas e chalavares, em zonas de mangal.

A lagosta de rocha ou costeira (Panulirus spp), distribui-se pelas zonas de fundo rochoso e são mais capturadas em Inhassoro e Vilanculo na província de Inhambane usando instrumentos aguçados. A lagosta de profundidade (Palinurus

delagoae), distribui-se a Sul do paralelo 17º 00'S, a profundidades para além dos

200 metros. É capturada com gaiolas e redes de arrasto de fundo.

A gamba (ou camarão de profundidade), é explorada em profundidades compreendidas entre 200 e 800 metros e a área de pesca situa-se entre os paralelos 17º 00'S e 26º 30'S. As espécies mais importantes nesta pescaria são a gamba rosa (Haliporoides triarthrus vnirio) e a gamba vermelha (Aristaeomorpha

foliacea) (Dengo, 1991). De acordo com Brinca et al. (1983), Bazaruto é uma das

principais áreas de recrutamento da gamba rosa e o seuperíodo de recrutamento é em Janeiro/Fevereiro e Agosto/Setembro. Ainda dentro desta área regista-se a ocorrência do lagostim (Metanephrops andamanicus), o caranguejo de profundidade (Chaceon macphersoni) e a lagosta cava-cava (Scyllarides

elisabethae) (Brinca e Palha de Sousa, 1984, Dengo, 1991, Torstensen, 1991).

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4.2.2 Peixes pelágicos

Os pequenos pelágicos registados nas capturas da pesca artesanal em Inhassoro e Vilanculo (IIP, 2004; Santana Afonso e Loureiro, 2005) indicam a ocorrência de sardinhas, ocares, peixes coelho, ladrão e alguns carapaus. Os grandes pelágicos registados em Vilanculo são peixes serra e xaréus nas pescarias artesanais, semi-industriais e semi-industriais de linha (Torres, 2005).

A espécie Hilsa kelee conhecida por magumba (sul) ou marora (centro) é um pequeno peixe pelágico que habita em águas costeiras e nos estuários. (Loureiro

et al., 2006). A desova ocorre de Setembro a Fevereiro em águas superficiais, os

juvenis desenvolvem-se nos estuários e depois de 2-3 meses migram para o mar. (Baloi et al., 1998).

4.2.3 Peixes demersais

De acordo com os dados do IIP (2004) e Santana Afonso e Loureiro (2005) os demersais capturados pela pesca artesanal são na sua maioria bagres, peixe pedra e peixe ladrão. Os demersais provenientes da pesca semi-industrial e industrial de linha são nomeadamente robalo, marreco, cachucho, pargos, garoupas e vermelhões (Torres, 2005).

Os bagres (Arius dussumieri) são espécies que vivem em águas costeiras marinhas, estuários e rios.O peixe pedra (Pomadasys kaakan) habita em águas costeiras até cerca de 75 metros de profundidade (Fisher et al., 1990). O marreco (Chrysoblephus puniceus) habita em substratos rochosos em profundidades compreedidas entre os 20 e 100 metros. Esta espécie desova entre Agosto e Outubro sendo o pico em Setembro (Lichucha, 2001). O cachucho (Polysteganus

coeruleopunctatus) habita em recifes especialmente em profundidades superiores

a 100 metros. Esta espécie praticamente desova ao longo do ano (van der Elst et

al., 2003). O robalo (Cheimeirus nufar) habita em águas costeiras de fundos

rochosos entre 60 aos 100 metros de profundidade (Fisher et al., 1990).

4.2.4 Outros recursos

Neste grupo de recursos destacam-se os echinodermes (holotúrias, ouriços e estrelas do mar), cefalópodes (chocos, lulas e polvo), bivalves (amêijoas, ostras e mexilhões), os gastrópodes (caracóis), tubarões e raias.

Os echinodermes, bivalves e gastrópodes são capturados nas zonas entre marés por colectores na sua maioria mulheres e crianças. Os cefalópodes são capturados pelas redes de arrasto e os tubarões e raias na sua maioria por redes de emalhar, arrasto e linha e anzol.

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4.3. Tipos de actividades pesqueiras

4.3.1 Actividade Industrial e Semi-industrial

A pesca semi-industrial é efectuada em zonas costeiras com embarcações entre os dez e vinte metros de comprimento, propulsionadas a motor e utilizando gelo ou refrigeração mecânica para a conservação das capturas a bordo. Pode haver ou não o uso de meios mecânicos de pesca.

A pesca industrial é efectuada em águas marítimas de Moçambique ou fora delas, com embarcações de mais de vinte metros de comprimento total, propulsionadas a motor, utilizando em geral métodos de congelação a bordo e fazendo uso de meios mecânicos de pesca.

De acordo com a Administração Nacional das Pescas, cerca de 29 navios industriais forram licenciados em 2006. Anualmente, as licenças de pesca para os barcos comerciais são obtidas para cobrir duas grandes áreas: a Norte do paralelo 21° 00’ (norte do Banco de Sofala), ou a Sul do paralelo 21° 00’ (sul do Banco de Sofala) ou ainda licenças de pesca para toda a costa, desde o paralelo 10° 30´ até o 26° 30´. Como a área de estudo esta coberta por ambas as áreas de licenciamento, não é possível saber o número real de navios trabalhando na zona, o que é uma limitação a este estudo.

É conhecido, no entanto, que na área de prospecção sísmica é praticada a pesca semi-industrial de arrasto para camarão e de linha sendo a de arrasto praticada no distrito de Machanga e a de linha principalmente nos distritos de Inhassoro e Vilanculo.. A pesca industrial existente na mesma área é a de gamba e de linha.

4.3.1.1 Pesca Semi-industrial de Camarao

No distrito de Machanga (parte Sul do Banco de Sofala) pratica-se a pesca semi-industrial de arrasto para camarão. Cerca de 10 embarcações estão envolvidas nesta pesca e as operações são conduzidas entre 5 a 45 metros de profundidade, com a maior parte das actividades ocorrendo em águas a menos de 25 m. Infelizmente, as capturas registradas referentes à pesca de arrasto são apresentadas de uma forma global para todo o Banco de Sofala, o que não permite fornecer informação exacta sobre o distrito em causa.

As capturas são compostas na sua maioria por camarões que pertencem à família Penaeidae nomeadamente as espécies Fenneropenaeus indicus (camarão branco) e Metapenaeus monoceros (camarão castanho). According to Brinca and Palha de Sousa (1984) the best yields are obtained between January and June which corresponds to the main period of the recruitment of the main species above referred.

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Em 1990 foi estabelecido uma época fechada a pesca; desde 1998 até hoje, esta época leva três meses, entre Dezembro e Março (IIP, 2000).

4.3.1.2 Pesca semi-industrial e industrial de linha

Apesar das maior fonte de renda Pesqueira em Moçambique residir nos seus recursos crustáceos, como o camarão, não devemos subestimar a importância das pescas de linha.

A ichtinofauna rica do País contribui para o potencial de Pesca em Linha, com mais de 200 espécies possíveis para captura (Fischer et al 1990). As espécies alvo para este tipo de pesca comercial são maioritariamente peixes de recifes profundos (cachucho e pargos), grandes peixes pelágicos (xaréu, bonitos) e espécies associadas a recifes de coral (pargos vermelhos) (Van der Elst et al, 2003).

As frotas da pesca industrial e semi-industrial de linha são feitas de madeira ou ferro, e podem ter entre os 10 e os 30 m de comprimento. Todas trazem compartimentos com gelo para poder preservar as capturas, por forma a maximizar as operações e aumentar o tempo das viagens. Os motores funcionam a gasóleo e variam quanto a sua potência. As pescas são efectuadas por tripulações que variam entre 8 a 35 pescadores; os equipamentos incluem linhas de mão e fortes canas de pesca com bobinas largas e sem motor. Desde 1993 todas as embarcações baseadas em Maputo estão equipadas com sistemas GPS, que foram progressivamente introduzidos desde 1990.

Segundo a Direcção Nacional de Administração Pesqueira, 13 embarcações semi-industrial e 4 industriais de linha operaram em toda a costa em 2005 em profundidades que variaram de 30 a 250 metros. A quantidade de pescado proveniente destas pescarias apresentada a Administração não tem sido agrupada em áreas de pesca, mas sim apresentadas na sua totalidade.

A figura 2 apresenta as capturas, esforço e rendimentos de pesca á linha no período 2000 a 2004. A composição específica das capturas é formada na sua maioria por espécies Demersais como é o caso de Chrysoblephus puniceus (marreco), Cheimerius nufar (robalo) e Polysteganus coeruleopunctatus (cachucho). Outras espécies, que fazem parte das capturas de linha são as garoupas (Epinephelus sp.), serra (Scomberomorus commerson) entre outras.

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Figura 2 - Esforço de pesca, captura e rendimentos anuais da pesca à linha no período de 2000 a 2004.

De acordo com a figura 2, o esforço e as capturas tendem a aumentar, porém, os rendimentos a diminuir. Mesmo sem muitas alterações ambientais o rendimento proveniente desta pesca não é muito satisfatório. Este cenário poderá se complicar caso haja perturbações que possam comprometer as capturas futuras e aumentar o esforço de pesca nas outras áreas como e o caso do sul do rio Save. Apesar de poucas informações serem recebidas das Companhias Pesqueiras das capturas diárias na costa, ainda é possível ter uma ideia das actividades pesqueiras industriais e semi-industriais na área de estudo. A tabela 4 e figura 3 mostram um resumo das pescas de linha entre o Banco de Sofala e Maputo durante o período entre 2001 e 2005.

Tabela 4 – Informação referente ao esforço (dias de pesca), capturas (tons), profundidade (metros) para pesca de linha industrial e semi-industrial entre 2001 e 2005.

2001 2002 2003 2004 2005

Numero de Navios que deram informação ao IIP

4 4 13 NA 3 Capturas em toneladas. (percentagem relativa a captura total) 32 (6%) 54 (11%) 101 (19%) NA 16 (3%) Dias totais de pesca

(percentagem relativa a dias totais de pesca) 67 (5%) 106 (8%) 331 (20%) NA 64 (3%) Profundidade de actividade (m) 15 -175 45 -170 30 -150 NA 35 -75 NA- informação não disponível.

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Figura 3 – Localização geográfica da circulação dos Navios de Pesca entre 2001 e 2005. A informação de 2004 não estava disponível.

É possível verificar que nos anos de 2003 e 2005, alguns navios passaram pela a Área de Estudo; no entanto, as percentagens de captura e dias de pesca foram muito baixos quando comparados com os valores totais anuais (menos de 25%). Pode-se assumir que as actividades pesqueiras destes navios dentro da área de estudo não são relevantes quando comparadas aos valores totais de capturas. Porém, estes valores podem estar a ser subestimados, já que nem todas as Companhias Pesqueiras forneceram os detalhes das suas actividades. Deve ser mencionado também que não há informação sobre locais e períodos preferenciais de pesca ao longo do ano.

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4.3.1.3. Pesca industrial de camarões de profundidade (Gamba)

A pesca industrial de Gambas é efectuada usando redes de arrasto a profundidades compreendidas entre 200 e 800 metros, entre os paralelos 17° 00’S e 26° 30’S. Segundo a Direcção Nacional de Administração Pesqueira operaram em 2004, 12 embarcações industriais. A captura em 2003 foi estimada em cerca de 1500 toneladas e o esforço estimado em 3000 dias de pesca.

As áreas mais importantes de pesca do Gamba no país são as zonas da Boa Paz (24º 30'- 25º 40’) e Inhaca (25º 40'- 26º 50’). Há no entanto zonas de pesca importantes localizados na área de estudo, chamadas Bazaruto-A (21º 00' a 23º 00') e Bazaruto B (23º 00’S a 24º 30’S) As redes de arrasto de Gamba são puxadas em zonas de fundo predominantemente arenoso, com o mínimo possível de rochas para evitar a destruição das redes.

O stock de Haliporoides triartrus vniroi (gamba rosa) é visivelmente maior que todos os outros. Os valores totais de capturas em 2002 e 2005 foram estimados em aproximadamente 1500 e 1425 toneladas, respectivamente. Os esforços foram estimados em 2500 e 3000 dias de pesca respectivamente no mesmo período. Em 2002, a gamba rosa contribuiu com 68% seguida de 21% do grupo das gambas vermelhas cuja espécie predominante foi Aristaeomorpha foliacea. Os rendimentos de gamba rosa tendem a ser maiores em Agosto na área de Bazaruto B e em Abril e Setembro (50 kg/hora) na área de Bazaruto-A (IIP, 2004).

4.3.2 Pesca Artesanal

A pesca artesanal é efectuada com carácter local, produzindo excedentes para comercialização sem embarcação ou com embarcação cujo comprimento não excede os dez metros de comprimento total, propulsionadas a remo, à vela, ou por motores fora de borda, ou interiores de pequena potência, utilizando raramente gelo para a conservação do pescado a bordo. As artes de pesca praticadas são variadas, tais como, arrasto para praia, linha de mão, emalhe, caça submarina entre outras.

Geralmente, os barcos artesanais circulam entre uma a três milhas da costa, enquanto os barcos semi-industriais e industriais só podem circular a mais de três milhas da costa. Alguns barcos de pesca artesanal porém, por estarem equipados com motores de alguma potência, chegam a circularem a distâncias que podem ir até cinco milhas da costa.

(17)

Arrasto de Praia – utiliza pequenas embarcações, e as redes são geralmente feitas de materiais convencionais com linhas de multifilamentos e de

monofilamentos. Na maior parte dos casos, a rede é emendada com redes de mosquito. As redes são geralmente pequenas variando entre os 100 e 150 m de comprimento com malhas inferiores a 2,5 cm; a corda tem um máximo de

comprimento de 150 m. Em todos os casos as redes são lançadas de canoas sem motor e puxadas pela praia por grupos de pescadores que variam entre 7 a 10. Pesca de Linha – ocorre em mar aberto, estuários e rios utilizando “almadia”. As linhas podem ser de monofilamentos ou feitas á mão por fibras vegetais, como ráfia, e variam entre os 80 e 100 m de comprimento. Os anzóis variam em tamanho, mas geralmente em mar aberto utilizam-se muito maiores (8/0) que os utilizados nos rios e estuários (4/0). Em cada linha podem estar ligados um ou mais anzóis.

Emalhe – é utilizada em águas rasas, geralmente em estuários. As redes são feitas de monofilamentos, com malhas entre os 5 e 7.5 cm, e variam entre 50-200 m de comprimento. Geralmente são lançadas por pequenas canoas com dois pescadores.

Chicocota – é um equipamento fixo (passivo) que possui abas de redes utilizadas na pesca industrial. O comprimento da rede, que tem forma cónica ou piramidal, varia entre os 15 e 17 m, com malhas de 5 cm. A bolsa localizada na extremidad da rede pode ser feita de redes mosquiteiras ou sacos de ráfia.

Pesca submarina– utiliza armas feitas artesanalmente pelos pescadores para a caça de peixes, lagostas e outros animais. É utilizada directamente nos habitats dos recursos a serem capturados.

A pesca por arrasto de praia é praticada em diversas áreas, com um alcance de 3 km da costa, ao longo do litoral oeste da Ilha do Bazaruto, no litoral de Vilanculos e no Distrito de Inhassoro, em certos bancos de areia dentro da Baia de Bazaruto e dentro do estuário do Govuro. Esta arte de pesca é praticada maioritariamente em marés-vivas baixas, perto de canais e geralmente em locais onde existam terraços de algas marinhas.

A pesca artesanal de linha de mão pode operar até a 5 milhas da costa, preferencialmente nas seguintes áreas: na costa este da ilha de Benguera-Magaruque (esta área foi marcada pelo PNAB como uma área de múltiplos usos), as zonas rasas de recife rochoso á norte da Baia de Bazaruto, á este de Inhassoro e á norte da Ilha de Santa Carolina, assim como nas zonas de recifes profundas localizadas a nordeste da costa de Inhassoro/ Govuro, e a sul do Distrito de Machanga.

Para a prática da pesca artesanal, existem lugares ao longo da costa onde as unidades de pesca são regularmente guardadas e a captura desembarcada. Os mesmos locais são denominados de centros de pesca. De acordo com os limites definidos para a prospecção sísmica, estão dentro desses limites um número significativo de centros de pesca: 32 centros de pesca artesanal no distrito de

(18)

Machanga na província de Sofala, 16 em Govuro, 15 Inhassoro e 16 em Vilanculo na província de Inhambane.

Segundo o último censo da pesca artesanal (2002) estes centros de pesca têm um total de 11434 de pessoas envolvidas na pesca e de 1760 embarcações de pesca artesanal de diferentes tipos (IDPPE, 2004).

4.3.2.1 Distrito de Machanga

O distrito de Machanga localiza-se na zona sul da província de Sofala fazendo limite com a província de Inhambane através do rio Save, fazendo parte do Banco de Sofala. Devidas as suas características físicas, o Banco possui uma variedade de recursos pesqueiros na qual é desenvolvida uma importante pescaria industrial e semi-industrial de arrasto de camarão

Ao longo da linha costeira existem florestas de mangais sendo uma das zonas mais produtivas em termos da actividade pesqueira destacando-se a prática da pesca artesanal pelas comunidades pesqueiras e a pesca semi-industrial praticada por algumas empresas sediadas na Beira. As artes de pesca artesanais mais praticadas no distrito de Machanga são as seguintes: arrasto para praia, linha, emalhe e chicocota (Pereira et al., in prep).

As capturas comerciais no Banco de Sofala são compostas por camarões que pertencem à família Penaeidae constituídas na sua maioria pelas espécies

Fenneropenaeus indicus (camarão branco) e Metapenaeus monoceros (camarão

castanho).

As capturas registadas em 2004 foram de 557 toneladas distribuídas conforme demonstrado na tabela 5 e em 2005 o valor total de capturas atingiu 617 toneladas, distribuídas consoante a tabela 6 (Pereira et al., in prep).

Tabela 5. Capturas artesanais em 2004 no Distrito de Machanga.

Artes de Pesca Capturas (ton)

Esforço activo

(redes activas /barcos)

Rendimentos (kg/rede/dia) Arrasto de praia 302 8,410 36 Emalho 94 6065 15 Linha 114 8259 14 Chicocota 45 2068 14 Outras artes 2

Fonte: (IIP, 2006 in prep).

(19)

Tabela 6. Artisanal catches in 2005 in the District of Machanga. Artes de Pesca Capturas

(ton)

Esforço activo

(redes activas /barcos)

Rendimentos (kg/rede/dia) Arrasto de praia 150 6993 21 Emalho 253 10735 24 Linha 206 12158 17 Chicocota 62 2848 22

Fonte: (IIP, 2006 in prep).

A figura 4a e 4b ilustram a variação mensal do esforço total (redes activas), capturas totais (tons) e captura por unidade de esforço CPUE (kg/rede.dia) da pesca de arrasto para praia no distrito de Machanga em 2004 e 2005, respectivamente. a) 2004 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Ca tc h ( T o n s ) C P U E ( K g/ne ts .d ay ) 0 1 2 3 4 5 Ef fo rt (N º ne ts /f .c en ter . da y )

Capturas mensais Esforço médio diário CPUE

b) 2005 0 5 10 15 20 25 30 35 40

Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dez

Ca tc h ( T o n s ) CP UE ( k g/ ne ts .d ay ) 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 E ffo t ( N º n e ts /f .c e n te r. d a y )

Capturas mensais Esforço médio diário CPUE

Figura 4 - Variação mensal do esforço de pesca, captura e CPUE da pesca de arrasto para praia no distrito de Machanga em a) 2004 e b) 2005.

(20)

De acordo com a figura 4, o esforço de pesca em 2004 foi maior entre Abril e Agosto, enquanto em 2005 foram maiores em Janeiro e Fevereiro; Em 2004melhores rendimentos foram obtidos em Maio e Dezembro, coincidindo com a diminuição do esforço de pesca com a excepção do último mês. Em 2005, os esforços de pesca foram maiores em Fevereiro e Novembro, enquanto as capturas foram maiores no primeiro semestre do ano; os melhores rendimentos foram obtidos em Janeiro, Maio e Agosto. Os resultados demonstram que Maio foi o mês de maior actividade em termos de esforço de pesca. Porém, os resultados aqui apresentados são somente de um ano e não podem ser vistos como conclusivos.

Em 2004, 60 espécies foram registadas nas capturas de arrasto para praia em Machanga. As espécies mais abundantes foram, Thryssa vitrirostris (ocar de cristal), com 135 toneladas, seguida de Fenneropenaeus indicus (camarão branco) com 34 toneladas e Pellona ditchela (sardinha do Indico) com 22 toneladas (Fig. 5).

Figura 5 -. Capturas mensais (tons) das principais espécies capturadas pela rede de arrasto para praia em Machanga no ano 2004.

As figuras 6a e 6b ilustram a variação do esforço total (barcos activos), capturas totais (tons) e captura por unidade de esforço CPUE (kg/barco.dia) da pesca à linha no distrito de Machanga em 2004 e 2005, respectivamente.

(21)

a) 2004 0 5 10 15 20 25 30 35

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

C a tc h (To n s ) C P U E ( K g/ b oat .day ) 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 E ffo rt ( N º bo a t/f.c en te r. da y )

Capturas mensais Esforço médio diário CPUE

b) 2005 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dez

C a tc h ( T ons ) C P U E ( k g/ boa t. day ) 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 E ffo rt ( N o . b o a t/f.c e n te r. d a y )

Capturas mensais Esforço médio diário CPUE

Figura 6 - Variação mensal do esforço de pesca, captura e CPUE da pesca à linha no distrito de Machanga em a) 2004 e b) 2005.

Segundo a figura 6 o esforço de pesca em 2004 foi elevado na maior parte do ano parecendo mostrar tendência para diminuir no final do ano. Em 2005, foi elevado em Janeiro, Abril/Maio e Setembro. The catch and CPUE trend were highest during the first semester for 2004 and 2005.No que se refere às tendências das capturas e CPUE mensais verificou-se que foram maiores nos primeiros semestres. Das 45 espécies registadas em 2004, Arius dussumieri (bagre) e Pomadasys kaakan (peixe pedra) foram as mais abundantes com 68 e 19 toneladas respectivamente (Fig. 7).

(22)

Figura 7 - Capturas mensais (tons) das principais espécies capturadas pela pesca à linha em Machanga no ano 2004.

As figuras 8a e 8b ilustram a variação do esforço total (redes activas), capturas totais (tons) e captura por unidade de esforço CPUE (kg/rede.dia) da pesca com rede de emalhe no distrito de Machanga em 2004 e 2005, respectivamente.

a) 2004 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

C a tc h ( T ons ) C P U E ( K g /net s .day ) 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 E ffor t ( N º ne ts /f. c e n ter .d ay )

Capturas mensais Esforço médio diário CPUE

(23)

b) 2005 0 10 20 30 40 50 60 70 80

Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dez

Ca tc h ( T o n s ) CP UE ( k g /n e ts .d ay ) 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 E ffo rt ( N o . n e ts /f.c e n te r. d a y )

Capturas mensais Esforço médio diário CPUE

Figura 8 - Variação mensal do esforço de pesca, captura e CPUE da pesca com rede de emalhar no distrito de Machanga em a) 2004 e b) 2005.

Segundo a figura 8, em Machanga registaram-se 2 picos de esforço e captura um em Agosto e outro em Dezembro. Em relação os rendimentos foram maiores em Junho e Dezembro. Em 2005, houve três picos de esforço (Fevereiro, Maio e Junho) e as capturas e os rendimentos foram maiores em Maio (Pereira et al., in

prep).

Das 56 espécies registadas em 2004, as mais abundantes foram Mugil cephalus (taínha cabeça achatada) com 41 toneladas e Hilsa kelee (magumba) com 14 toneladas (Fig. 9).

Figura 9 - Capturas mensais (tons) das principais espécies capturadas pela rede de emalhar em Machanga no ano 2004.

(24)

Os dados mensais disponíveis para a arte de chicocota em Machanga no ano 2004 não permitem fazer uma avaliação das tendências do esforço, captura e rendimento apesar de ser considerada uma arte bastante praticada na região. Contudo, os dados disponíveis indicam que as espécies mais presentes na captura de chicocota em 2004 foram Acetes erythraeus (camarão mundle) e

Thryssa vitrirostris (ocar de cristal) ambas com 7 toneladas.

A figura 10 mostra a variação mensal do esforço de pesca, captura e CPUE da pesca com Chicocota no distrito de Machanga em 2005. Pode-se observar que os esforços foram maiores em Fevereiro, Abril e Agosto, juntamente com as capturas, excepto pelo mês de Agosto. O CPUE foi mais alto em Janeiro e Abril.

2005 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dez

C a tc h ( T ons ) C P U E ( k g/ nets .day ) 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 E ffor t ( N o. nets /f. c enter .day )

Capturas mensais Esforço médio diário CPUE

Figura 10 - Variação mensal do esforço de pesca, captura e CPUE da pesca com Chicocota no distrito de Machanga em a) 2004 e b) 2005.

4.3.2.2 Distrito de Govuro

No distrito Govuro as artes de emalhe, arrasto para praia e gaiola são as mais praticadas, apesar de outras artes como é o caso da linha de mão e tresmalhe de camarão também serem utilizadas (IDPPE, 2004). Pouca informação existe sobre a actividade piscatória no mesmo distrito, porém a pesca constitui uma das principais actividades.

(25)

4.3.2.3 Distrito de Inhassoro

Neste distrito a actividade pesqueira é importante onde são praticadas na sua maioria as artes de linha de mão e arrasto para praia. Este último é proibido durante o período de 1 de Maio a 1 de Setembro conforme estipulado pelas Comunidades Locais, para evitar a pesca de peixes muito novos e pequenos (IIP, 2004).

A tabela 7 ilustra o esforço de pesca (artes activas), captura (tons) e CPUE (kg/artes.dia) da pesca artesanal de arrasto para praia e linha no distrito de Inhassoro de 2002 a 2004.

Tabela 7- Esforço de pesca (artes activas), captura (tons) e CPUE (kg/artes.dia) do arrasto para praia e linha no distrito de Inhassoro de 2002 a 2004.

Artes de Pesca Arrasto Linha Esforço 5028 2052 Captura 316 19 2002 CPUE 63 9 Esforço 5364 2784 Captura 328 19 2003 CPUE 61 7 Esforço 4060 5559 Captura 324 193 2004 CPUE 80 38 Esforço 3198 6668 Captura 553 172.92 2005 CPUE 40 6 Fonte: IIP, 2004.

Segundo a tabela 7, houve um decréscimo no CPUE, mas um aumento tanto do esforço de pesca como na captura na pesca do arrasto para praia de 2002 a 2004. Igual tendência é válida para a pesca à linha (IIP, 2004; 2006 in prep). O melhor CPUE para pesca de arrasto em 2005 foi causado pelo baixo esforço no mesmo ano. O oposto verifica-se para pesca com linha, onde o esforço foi elevado e o CPUE baixo.

É necessário mencionar que a tendência da captura nao depende somente dos esforços de pesca; outros factores, como os ambientais ou biologicos, também podem afectar a Captura.

A composição específica das capturas de arrasto para praia é composta na sua maioria por Siganus sutor (coelho sapateiro ou localmente conhecido por mbabi),

Thryssa sp. (ocares) e sardinhas. As figuras 11 e 12 apresentam a composição

específica da pesca do arrasto para o período de Agosto de 1999 a Dezembro de 2002.

(26)

Figura 11-. Variação mensal da composição específica das capturas (toneladas) em Inhassoro Norte.

Figura 12-. Variação mensal da composição específica das capturas (toneladas) em Inhassoro Sul.

4.3.2.4 Distrito de Vilanculo

O Distrito de Vilanculos está localizado na zona mais a norte da Província de Inhambane. A cidade de Vilanculos é o centro administrativo e comercial do Distrito e possui duas actividades económicas principais distintas; a pesca e o turismo.

(27)

Como um porto pesqueiro, Vilanculos é um importante mercado para utensílios e produtos da pesca artesanal. Existem cerca de 3000 pecadores artesanais nesta área, espalhados por cerca de 30 vilas ao longo da costa e das ilhas (Johnstone, 2002). As artes mais frequentes no distrito de Vilanculos são a linha de mão e arrasto para praia. Outras artes menos utilizadas são a rede de cerco e emalhe.

A tabela 8 ilustra o esforço de pesca (artes activas), captura (tons) e CPUE (kg/artes.dia) da pesca artesanal de arrasto para praia e linha no distrito de Vilanculos de 2002 a 2004 (IIP, 2004).

Tabela 8 - Esforço de pesca (artes activas), captura (tons) e CPUE (kg/artes.dia) do arrasto para praia e linha no distrito de Vilanculos de 2002 a 2004.

Artes de Pesca Arrasto Linha Esforço 2580 4212 Captura 71 25 2002 CPUE 28 6 Esforço 1908 5364 Captura 33 51 2003 CPUE 17 10 Esforço 2021 3112 Captura 97 39 2004 CPUE 48 13 Esforço 1390 6028 Captura 46 188 2005 CPUE 33 31

Fonte: (IIP, 2004; 2006 in prep)

Pode se observar que o esforço de pesca no arrasto para praia em Vilanculos decresceu de 2002 a 2004 enquanto que a captura e o rendimento aumentaram em igual período. Na pesca a linha o esforço e a captura decresceram e o rendimento aumentou.

4.3.3. Pesca desportiva e rcreativa

A pesca desportiva é exercida sem fins lucrativos, por um pescador amador de acordo com regulamentos internacionais e regulamentos específicos de concursos de pesca desportiva. O número de embarcações que praticam esta pesca varia de concurso para concurso e a pesca desportiva é praticada essencialmente nos distritos de Vilanculos e Inhassoro.

O Arquipélago do Bazaruto foi considerado um dos melhores locais para pesca desportiva da Africa Oriental – e certamente o melhor do país – desde de a década de 50, quando pescadores pioneiros descobriram uma população muito saudável de Espadins.

(28)

Os recursos de pescas no Arquipélago no incluem entanto muitas mais espécies além do Espadim, que migram pela zona na época de verão. Entre elas podem ser encontrados uma grande variedade de espécies de mar aberto, como Xaréu gigante, Dourada, Cavalas wahoo, Atuns e espécies pelágicas grandes como Veleiros, Albacoras e Serras. Existe também uma grande variedade de espécies mais próximas a costa na arte interior das ilhas, sendo esta uma zona muito procurada para pescadores de light tackle e fly fisherman.

A maioria dos Espadins podem ser encontrados em zonas relativamente rasas próximas aos recifes. A sua temporada de pesca vai de meados de Setembro a meados de Abril, sendo a época mais alta entre Outubro e Dezembro.

Em relação ao Veleiro, a sua temporada pode ser considerada durante todo o ano, apesar de estes abundarem mais entre meados de Maio e meados de Outubro. Os Xaréus gigantes por outro lado, conhecidos localmente como “Ignobilis”, estão presentes durante todo o ano.

As cavalas wahoo também estão presentes durante todo o ano, com maior abundância nos primeiros meses do verão entre Setembro e Novembro. A Dourada é normalmente capturada entre Setembro e Abril, na maioria utilizando lanchas velozes. O Serra é a espécie mais abundante nestas águas, estando presente durante todo o ano e sendo apanhado com uma grande variedade de iscas.

Existem também uma grande variedade de tubarões nestas águas, sendo os mais comuns os tubarões do Zambeze, o Cação Fidalgo, o Xaréu, o Cabeça de martelo e o Tubarão Tigre.

4.3.4 Outras actividades de Pesca

A colheita de invertebrados nas zonas entre-marés estão associadas às ervas marinhas e bancos de areia ocupando um lugar importante na sobrevivência das populações costeiras particularmente dos distritos de Vilanculos e Inhassoro. Esta actividade é praticada principalmente por mulheres e crianças.

Os principais recursos colectados são a ostra de areia (Pinctada imbricata) conhecida como mapalo, a holotúria (magajojo) e o caranguejo azul (Portunus

pelagicus). O mapalo é uma importante fonte de alimentação e pode ser

consumido tanto fresco como seco. A holotúria não é consumida pelos moçambicanos, e a sua captura é bastante reduzida pela escassez da mesma. O caranguejo azul é consumido pela comunidade e é também comercializado.

(29)

5. CONCLUSÕES E LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Como mencionado anteriormente, e como confirmado pelo Relatório Especializado Socio-económico, as actividades pesqueiras são uma importante fonte de rendimento para os habitantes das comunidades que existem na área do projecto. Os principais recursos de pesca existentes na área incluem crustáceos e podem ser capturados em actividades comerciais (pesca industrial e semi-industrial) ou por pesca artesanal.

De acordo com o Ministério das Pescas, os Camarões, os Gambas, os Lagostins, as Lagostas e os Caranguejos representam 77% das capturas totais e equivalem a uma produção com valor de 90 milhões de USD. Espécies Demersais e Pelágicas representam 22% das capturas e estão avaliadas em cerca de 30 milhões de USD (não incluindo as espécies altamente migratórias).

Os estudos do IDPPE e do IIP sobre os Centros de Pesca locais é ainda muito recente, e não abrange toda a informação necessária acerca das capturas de espécies, esforços de pesca e dados biológicos dos recursos para todos os distritos afectados pelo Projecto. Assim sendo, o conhecimento detalhado sobre as actividades pesqueiras na área é limitado.

Está previsto, mesmo assim, que efeitos indirectos irão ocorrer durante as Operações do Projecto irão interferir com o comportamento das espécies marinhas, diminuindo as capturas dos pescadores locais (ver mais detalhes no Relatório Especializado de Ecologia marinha).

Devido á falta de informação quantitativa e actual sobre a pesca comercial na área e aos cálculos subestimados da biomassa, não é possível apresentar a importância real destas actividades para a comunidade local.

A nível nacional no entanto pode-se afirmar que as pesquisas sísmicas a serem efectuadas nas zonas mais frequentadas pelas embarcações industriais e semi-industriais e o acesso restrito ás zonas de pesca terão um impacto negativo nas receitas, particularmente na pesca do camarão a norte do Arquipélago. Apesar destas frotas terem capacidade para aceder novas zonas de pesca, deve ser notado que este sector possui um grande peso na economia nacional (com as exportações e receitas de licenciamentos) e as interferências podem afectar os stocks explorados por este tipo de pesca.

Além disso, é altamente provável que várias embarcações de pesca artesanal a motor ou a vela serão prejudicados pela proibição temporária de pesca na área de estudo, afectando mais os pecadores de linha e mergulhadores, que efectuam as suas actividades mais afastadas da linha de costa. A mobilidade das embarcações estará limitada durante as actividades, devido as zonas de exclusão de 4 km a volta das embarcações de pesquisa sísmica e poderá ser necessário aos barcos de pesca evitar a trajectória da embarcação de pesquisa por um período que vai de 19 horas a dois dias (ver mais detalhes no Relatório Especializado

(30)

económico).

As zonas de exclusão terão um impacto negativo nos pecadores de linha e de rede que poderão ser impedidos de exercer sua actividade durante a Pesquisa. Deixar algumas zonas de pesca fora do alcance dos pescadores enquanto as informações sísmicas são colectadas pode colocar em risco as comunidades pesqueiras ao retirar sua principal fonte de subsistência. A colecta de invertebrados, efectuada por mulheres e crianças, também será afectada.

No geral, pode se concluir que as Operações do Projecto podem ter efeitos negativos sobre as Actividades de Peca locais, apesar destes poderem ser diminuídos se medidas de mitigação apropriadas forem tomadas (ver mais detalhes no Relatório Especializado Socio-económico e de Ecologia Marinha).

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(33)

Anexo

(34)

Anexo: Parâmetros dos recursos de pesca mais importantes existentes na área

do projecto.

Espécies Habitat Acasalamento e Desova Tipos de Pesca associados Fenneropenaeus indicus (camarão branco) Ao longo de toda a costa, maioritariamente nos mangais e estuarios. Na lama e na areia em profundidades entre 2 e 90 m

Ocorre perto da costa (5-15 m) entre Janeiro e Março. Mas pode se extender até Maio.

Artesanal, industrial e semi-industrial Metapenaeus monoceros (camarão castanho). Ao longo de toda a costa, maioritariamente nos mangais e estuários. Na lama e na areia em profundidades entre 1 to 60 m Entre Setembro e Março com pico em Dezembro. Os juvenis vão para os mangais onde permanecem por 4 meses até atingirem o estado adulto antes de retornar ao mar. O acasalamento ocorre entre Dezembro e Maio com pico em Abril

Artesanal, industrial e semi-industrial Acetes erythraeus (Mundehe ou tepué) Em camadas arenosas ou de lama no fundo do mar, á profundidades entre os 0 to 55 m Artesanal Scylla serrata (Caranguejo de Mangal) Mangais Artesanal Panulirus spp

(Lagosta de rocha) Fundos rochosos Artesanal

Palinurus delagoae (Lagosta de Rocha do Natal)

Em aguas profundas até os 200 m.

Desova ocorre a época das chuvas em profundiodades inferiores a 200 m. Os juvenis se desenvolvem em profundidades superiores a 400 m. Industrial Crustáceos Haliporoides triarthrus vnirio (Camarão faca) Em aguas profundas (450-600 m).

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Hilsa Keele (Kelee shad) Aguas costeiras e estuarinas Desova entre Setembro e Fevereiro em aguas costeiras rasas. Os juvenis se desenvolvem nos estuários por 2 a 3 meses Artesanal

Thryssa sp (Ocares) Aguas salinas e rasas

Depositam os ovos no inverso do lado de fora dos estuários

Artesanal Pellona ditchela

(Sardinha do Indico) Artesanal

Mugil cephalus (Tainha de cabeça achatada)

Mar aberto e aguas costeiras, estuários e aguas doces

Depositam os ovos no mar entre Junho-Setembro

Artesanal Siganus sutor

(Coelho Sapateiro) Artesanal

Peixes Pelágicos Scomberomorus commerson (Sera) Semi-industrial Arius dusumieri (Bagre) Aguas costeiras,

estuários e rios Artesanal

Pomadasys kaakan (Peixe Pedra) Aguas costeiras em profundidades até os 75 m Artesanal, industrial e semi-industrial Chrysoblephus puniceus (Marreco) Substratos rochosos em profundidades entre os 20 e 100 m

Desova entre Agosto e Outubro, com pico em Setembro (verão) Semi-industrial Polysteganus coeruleopunctatus (Cacucho) Recifes, em particular os que se encontram em profundidades maiores que 100 m Desova ao longo de todo ano Semi-industrial Cheimeirus nufar (Robalo) Aguas costeiras rochosas em profundidades entre os 60 e 100 m Verão Semi-industrial Epinephelus sp (Pargo) Recifes rochosos e coralinos Artesanal, Semi-industrial Lethrinus sp (Pargo) Recifes rochosos e

coralinos Março-Julho Artesanal

Peixes Demersais Lutjanus sebae (Pargo Vermelho) Recifes rochosos e coralinos até 100 m de profundidade Novembro-Abril Semi-industrial Cefalópodes Artesanal, industrial Bivalves Artesanal Gastrópodes Artesanal Equinodermes Artesanal Outros Recursos

Tubarões e arraias Artesanal,

Industrial

Referências

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