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322 - SRRF/9ª RF/Disit

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Academic year: 2021

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PrProocceessssoo nº ****

SoSolluçããoo ddee CCoonnssuullttaa nº 322 - SRRF/9ª RF/Disit

D

Daattaa 20 de novembro de 2008

InIntteerreessssaaddoo ****

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CNNPPJJ//CCPPFF ****

ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE

CRÉDITO, CÂMBIO E SEGUROS OU RELATIVAS A

TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS -IOF

A operação de venda de insumos agrícolas a prazo aos associados de cooperativa agroindustrial e a renegociação da dívida assim contraída não constituem fato gerador do IOF incidente sobre operações de crédito.

A operação de adiantamento da comercialização da produção futura através da emissão de Cédula do Produto Rural Financeira caracteriza-se como mútuo e está sujeita à incidência do IOF crédito.

A operação de adiantamento da comercialização da produção futura através da emissão de Cédula do Produto Rural Financeira não constitui modalidade de crédito rural de que trata o art. 8º, IV, do Decreto nº 6.306, de 2007.

Dispositivos Legais: Lei nº 9.779, de 1999, art. 13;

Lei º 8.929, de 1994, art. 19, § 2º; Lei nº 4.829, de 1965; DL nº 167, de 1967, Lei nº 5.172, de 1966, art.

63, parágrafo único; Decreto nº 6.306, de 2007, arts.

2º, 3º, 8º e 34, III.

Relatório

A interessada formula consulta em que questiona sobre a incidência do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários -

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02. Informa que, no cumprimento de suas finalidades, proporciona a seus associados os seguintes benefícios: a) venda de insumos (sementes, adubos, etc.) agrícolas a prazo; b) adiantamentos da comercialização da produção futura, garantidos mediante a emissão de Cédula de Produto Rural Financeira.

03. Eventualmente, o associado não teria condições de pagar os insumos adquiridos no prazo acordado, ocasião em que a dívida seria renegociada junto à Cooperativa, com a assinatura, pelo associado, de uma nota promissória ou um de termo de confissão de dívida.

04. Por outro lado, os adiantamentos da comercialização da produção futura seriam instrumentalizados através da Cédula de Produto Rural Financeira, emitida por ocasião da retirada, pelo associado, do numerário de que necessita. Posteriormente, o valor correspondente a essa operação seria descontado do montante que a cooperativa deveria repassar ao associado pela comercialização de sua produção.

05. A consulente entende que não é devido o IOF nas operações de venda a prazo e respectiva negociação da dívida, entretanto, a redação do art. 3º, § 1º, inciso VI, do Decreto nº 6.303, de 14 de dezembro de 2007, teria lhe trazido insegurança quanto a uma possível exigência nos casos de renegociação da dívida decorrente das vendas de insumos agrícolas a prazo.

06. Além disso, a consulente também teria como certo que as operações de adiantamento da comercialização da produção dos associados, que até o advento do Decreto nº 6.339, de 2008, seriam tributadas à alíquota zero, devem agora ser tributadas à alíquota de 0,38%, por disposição do art. 8º, inciso IV e § 5º do Decreto nº 6.306, de 2007.

07. Segundo seu entendimento, os adiantamentos da comercialização da produção preencheriam perfeitamente os requisitos regulamentares, eis que teriam por finalidade auxiliar os associados da Cooperativa a fazer frente às várias despesas incorridas na produção agrícola e as Cédulas de Produto Rural Financeira emitidas pelo associado encontrariam lastro na venda da produção própria.

08. Em vista do exposto, questiona sobre a correção de seu entendimento de que: a) não deve recolher IOF sobre as operações de vendas de insumos agrícolas a prazo aos associados e respectivas negociações de dívida; b) sobre as operações de adiantamento da comercialização da produção, calçadas com Cédula do Produto Rural Financeira, deve aplicar exclusivamente a alíquota de 0,38%.

Fundamentos

09. A Lei nº 5.143, de 20 de outubro de 1966, instituiu o Imposto sobre Operações Financeiras incidente nas operações de crédito realizadas por Instituições Financeiras, tendo por contribuintes do imposto os tomadores de crédito. Note-se que somente os créditos contraídos junto a estas instituições sofriam a incidência do imposto, do qual eram responsáveis pela sua cobrança e recolhimento. Esta situação persistiu após o advento da Lei nº 8.894, de 21 de junho de 1994, e do Decreto 2.219, de 02 de maio de 1997, que regulamentou o tributo.

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10. O art. 58 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, instituiu a cobrança do IOF na alienação de créditos para empresas de factoring, as quais seriam responsáveis pela cobrança e recolhimento do imposto.

11. Posteriormente, o art. 13 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, instituiu a incidência do IOF nas operações de crédito realizadas entre pessoas jurídicas, ou entre pessoa jurídica e pessoa física:

Art.13. As operações de crédito correspondentes a mútuo de recursos financeiros entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física sujeitam-se à incidência do IOF segundo as mesmas normas aplicáveis às operações de financiamento e empréstimos praticadas pelas instituições financeiras.

12. O § 2º deste artigo determinou que:

§ 2º Responsável pela cobrança e recolhimento do IOF de que trata este artigo é a pessoa jurídica que conceder o crédito.

13. É nesse contexto que devem ser interpretadas as disposições constantes do Decreto nº 6.306, de 14 de dezembro de 2007, atual regulamento do IOF, e do qual extraem-se as seguintes disposições:

Art. 2º O IOF incide sobre:

I - operações de crédito realizadas:

a) por instituições financeiras (Lei nº 5.143, de 20 de outubro de 1966, art. 1º);

b) por empresas que exercem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring) (Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, art. 15, § 1º, inciso III, alínea "d", e Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, art. 58);

c) entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física (Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, art. 13);

(...)

Art. 3º O fato gerador do IOF é a entrega do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado (Lei nº 5.172, de 1966, art. 63, inciso I).

§ 1º Entende-se ocorrido o fato gerador e devido o IOF sobre operação de crédito:

I - na data da efetiva entrega, total ou parcial, do valor que constitua o objeto da obrigação ou sua colocação à disposição do interessado;

II - no momento da liberação de cada uma das parcelas, nas hipóteses de crédito sujeito, contratualmente, a liberação parcelada;

III - na data do adiantamento a depositante, assim considerado o saldo

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IV - na data do registro efetuado em conta devedora por crédito liquidado no exterior;

V - na data em que se verificar excesso de limite, assim entendido o saldo a descoberto ocorrido em operação de empréstimo ou financiamento, inclusive sob a forma de abertura de crédito;

VI - na data da novação, composição, consolidação, confissão de dívida e dos negócios assemelhados, observado o disposto nos §§ 7º e 10 do art. 7º;

VII - na data do lançamento contábil, em relação às operações e às transferências internas que não tenham classificação específica, mas que, pela sua natureza, se enquadrem como operações de crédito.

§ 2º O débito de encargos, exceto na hipótese do § 12 do art. 7º, não configura entrega ou colocação de recursos à disposição do interessado.

§ 3º A expressão "operações de crédito" compreende as operações de:

I - empréstimo sob qualquer modalidade, inclusive abertura de crédito e desconto de títulos (Decreto-Lei nº 1.783, de 18 de abril de 1980, art.

1º, inciso I);

II - alienação, à empresa que exercer as atividades de factoring, de direitos creditórios resultantes de vendas a prazo (Lei nº 9.532, de 1997, art. 58);

III - mútuo de recursos financeiros entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física (Lei nº 9.779, de 1999, art. 13).

14. Dessas disposições depreende-se que o IOF incide sobre operações de crédito realizadas por instituições financeiras, empresas de factoring, e entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física. O fato gerador é a entrega do montante objeto da operação e, por operação de crédito, deve-se compreender o empréstimo, a alienação de direitos creditórios resultantes de vendas a prazo à empresa de factoring, e o mútuo de recursos financeiros entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física.

15. Essas são as únicas hipóteses previstas para a incidência de IOF sobre operações de crédito. A regra de incidência de um tributo não deve ser obtida através de expressões isoladas do texto legal, sem análise de pertinência com as demais disposições, pois isso feriria o princípio da legalidade.

16. A consulente não é instituição financeira ou empresa de factoring, assim, as operações por ela realizadas, para que constituam fato gerador do IOF, devem se enquadrar no conceito de mútuo de recursos financeiros entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física. A operação de venda a prazo de insumos agrícolas não se enquadra nesse conceito, assim, não há que se falar em incidência do IOF sobre essa operação. Também a repactuação da dívida assim originada não é fato gerador desse tributo, uma vez que, conforme salientou a consulente, os casos de prorrogação, renovação, novação e congêneres, dizem respeito a operações originalmente sujeitas à tributação.

17. Em relação ao segundo questionamento, é preciso reconhecer que a operação de adiantamento da comercialização da produção através da Cédula do Produto Rural Financeira constitui operação de mútuo e por isso seria fato gerador do IOF, na modalidade crédito.

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18. Entretanto, a regra invocada pela consulente, que institui alíquota zero para as operações de crédito rural, já constava do Decreto nº 2.219, de 1997, época em que apenas operações realizadas por instituições financeiras estavam sujeitas a esse tributo. Na verdade, a expressão “crédito rural” não é um conceito aberto, como pretende a consulente. Pelo contrário, diz respeito a uma modalidade específica de operação, regulada pela Lei nº 4.829, de 5 de novembro de 1965, e formalizada com a utilização dos títulos instituídos pelo Decreto-Lei nº 167, de 14 de fevereiro de 1967 (Cédula Rural Pignoratícia, Cédula Rural Hipotecária, Cédula Rural Hipotecária, Nota de Crédito Rural, Nota Promissória Rural e Duplicata Rural) .

19. Por outro lado, deve-se destacar que, a respeito do tributo em questão, o Código Tributário Nacional – CTN (Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966) determina:

Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários tem como fato gerador:

I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado;

II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado, em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este;

III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável;

IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável.

Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui a definida no inciso IV, e reciprocamente, quanto à emissão, ao pagamento ou resgate do título representativo de uma mesma operação de crédito.

(grifou-se)

20. A regra contida no parágrafo único desse artigo consta do Regulamento do IOF, em seu art. 2º, § 1º, e tem por finalidade evitar que haja uma dupla tributação, no momento da realização da operação de crédito com a emissão de um título e, posteriormente, na sua negociação.

21. Sob esse aspecto é de se destacar a previsão contida no art. 34, III do RIOF, inserido no capítulo relativo à incidência sobre operações com títulos e valores mobiliários :

Art. 34. São isentas do IOF as operações com títulos ou valores mobiliários:

(...)

III - de negociações com Cédula de Produto Rural realizadas nos mercados de bolsas e de balcão (Lei nº 8.929, de 22 de agosto de 1994, art. 19, § 2º);

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22. Na verdade essa não é propriamente uma regra de isenção, mas sim de não incidência, conforme pode ser verificado pela leitura do dispositivo legal que a introduziu:

Lei nº 8.929, de 22 de agosto de 1994

Art. 19. A CPR poderá ser negociada nos mercados de bolsas e de balcão.

(...)

§ 2º Nas ocorrências da negociação referida neste artigo, a CPR será considerada ativo financeiro e não haverá incidência do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários.

23. Ou seja, se não há incidência do IOF sobre a negociação do título, é possível a incidência sobre a operação de crédito suportada por sua emissão. E essa incidência dá-se com a aplicação das alíquotas ordinárias de tributação uma vez que a operação não se enquadra em qualquer regra excepcional.

Conclusão

24. À vista do exposto, são apresentadas as seguintes conclusões:

a) a operação de venda de insumos agrícolas a prazo aos associados de cooperativa agroindustrial, bem como a renegociação da dívida assim gerada, não constitui fato gerador do IOF incidente sobre operações de crédito;

b) a operação de adiantamento da comercialização da produção futura através da emissão de Cédula do Produto Rural Financeira caracteriza-se como mútuo e está sujeita à incidência do IOF crédito.

c) a operação de adiantamento da comercialização da produção futura através da emissão de Cédula do Produto Rural Financeira não constitui modalidade de crédito rural, para fins de adoção da alíquota zero de IOF de que trata o art. 8º, IV, do RIOF.

25. Propõe-se o encaminhamento deste processo ao ****, para ciência da interessada.

DIONE JESABEL WASILEWSKI Auditora-Fiscal da Receita Federal do Brasil

Ordem de Intimação

Aprovo a Solução de Consulta e o encaminhamento proposto.

(7)

MARCO ANTÔNIO FERREIRA POSSETTI Chefe da Divisão de Tributação

SRRF 9ª RF - Matr. 1936

Competência delegada pela Portaria SRRF nº 59, de 3/3/1997 (DOU de 11/3/1997)

Referências

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