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Localização de Investimentos Públicos em áreas urbanas: Uma investigação sobre a realidade dos municípios de Valinhos

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Academic year: 2021

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Localização de Investimentos Públicos em áreas urbanas: Uma

investigação sobre a realidade dos municípios de Valinhos

Vinhedo, Itatiba, Indaiatuba e Monte Mor

Elisa de Freitas Broglio

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

CEATEC ebroglio@gmail.com

Jonathas Magalhães Pereira da Silva

Água no Meio urbano

CEATEC

jonathas.silva@puc-campinas.edu.br

Resumo: A fim de localizar nos municípios investimen-tos públicos em Habitação de interesse social e Siste-ma de espaços livres na Região Metropolitana de Cam-pinas - RMC, a pesquisa partiu do método utilizado em pesquisa anterior elaborado pela pesquisa principal e aplicada pela aluna Natália Cristina Trípoli Magalhães em pesquisa de Iniciação Cientifica desenvolvida entre 2010 e 2011. A presente pesquisa serviu como uma complementação dos levantamento de investimentos públicos em Habitação de Interesse Social – HIS - e Sistema de espaços Livres – SEL - em um novo recorte territorial da RMC, que incluiu os municípios de: Vali-nhos, Vinhedo, Itatiba Indaiatuba e Monte Mor.

Palavras-chave: Gestão Urbana; Investimento

Públi-co; Sistema de Espaços Livres; Habitação de Inte-resse Social.

Área do Conhecimento: Grande Área do

Conhecimen-to – Sub-Área do ConhecimenConhecimen-to – CNPq. 1. INTRODUÇÃO

Este artigo é resultado da pesquisa intitulada. Investi-gação sobre relações entre investimento público em habitação social e no sistema de espaços livres resul-tantes considerando a trama fundiária brasileira... que te teve como objetivo investigar a localização de inves-timentos públicos em HIS – Habitação de Interesse so-cial e SEL – Sistema de Espaços livres de Municípios da Região Metropolitana de Campinas.

O trabalho de levantamento de dados e a localização dos mesmos nos municípios buscou alimentar a base de dados criada pela pesquisa principal, a partir da qual fosse possível entender a relação entre o que estava estabelecido na legislação com o que está sendo efeti-vamente produzido.

A pesquisa portanto revela uma contradição que deve ser explicitada para para a compreensão do processo de produção do espaço urbano.

Uma vez que a localização dos investimentos não é consequência apenas da gestão, mas também da pres-são imobiliária, percebe-se que com os novos modelos de promoção da habitação onde o setor privado é o agente empreendedor e o poder público o financia-dor a localização passa a seguir a lógica de mercado que busca solo urbanas com baixo valor.

Cabe então questionar a cidade que está sendo produ-zida a partir destes investimentos, hora públicos e hora privados, realizados de forma desconexa, fazendo com que a produção do espaço da cidade se torne refém de interesses que a envolve.

Os investimentos uma vez relacionados á valores, bus-cam a localização ideal para o empreendimento de acordo com a demanda. Sendo esta de caráter social, acabam por se localizarem onde, de acordo com pa-drões estabelecidos pela própria sociedade, a terra tem um valor mais baixo, viabilizando desta forma um em-preendimento com um custo menor, consequentemente possibilitando atingir a faixa da população com menor renda. Por hora os fatores responsáveis pela determi-nação deste valor variam, como iremos apresentar per-ceber nos municípios estudados. Cabe investigar se a lógica do mercado atende o interesse público que terá de investir em serviços públicos cada vez mais espa-lhados pelo território municipal.

Com relação aos investimentos no Sistema de Espaços Livres é necessário compreendermos os conceitos que suportam este recorte. Segundo Magnoli (1982), em sua tese de livre-docência na FAU-USP, o Espaço Livre é todo espaço não ocupado por um volume edificado (espaço-solo, espaço-água, espaço-luz) ao redor das edificações e que as pessoas têm acesso. Segundo Macedo (2008), os espaços livres podem ser identifica-dos nas cidades como aqueles de circulação e acesso, que constituem as ruas e avenidas e também as pra-ças, parques e outros espaços livres de edificação. Adotamos para a presente pesquisa os investimentos em espaços livres aqueles que transformaram espaços

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destinados a praças, parques, largos, incorporando tan-to áreas verdes, como de lazer. Sendo assim o municí-pio conta com o sistema de espaços edificados ( habi-tação, indústria, comércio, etc) assim como o sistema de espaços livres de edificações ( praças, parques, á-guas superficiais, etc)

Sendo estes dois sistemas , juntamente com o sistema de transportes os estruturadores do território urbano, a pesquisa procurou entender como estão sendo aborda-dos pelas gestões municipais, e como estão se confor-mando espacialmente na cidade.

Uma vez tendo os dados coletados, sistematizados e colocados em mapa, os investimentos realizados foram espacializados, permitindo o levantamento de hipoteses que expliquem essas localizações. Pode-se começar a pensar nas possíveis valorizações agregadas a estes investimentos, e se sua implementação pode ou não valorizar o entorno no qual foi inserido.

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2. OBJETIVO

Esta pesquisa visa aplicar o método de levantamento proposto pela pesquisa “Investigação sobre relações entre investimento público em habitação social e no sistema de espaços livres resultantes considerando a trama fundiária brasileira” aprovada para o biênio 2010 e 2011. A aplicação dos procedimentos de levantamen-to e sistematização das informações coletadas promo-vem a formação do aluno que inicia no campo da pes-quisa.

O objetivo específico é montar uma matriz de análise que relacione: os investimentos públicos de HIS e SEL efetuados ou previstos pela Gestão Pública dos muni-cípios de: Valinhos, Vinhedo, Indaiatuba e Jaguariúna e compará-las com as ações concretas propostas nos planos diretores, e demais legislações urbanísticas por meio da localização dos investimentos públicos sobre um mapa síntese.

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3. MÉTODO

Adotou-se os seguintes procedimentos metodológicos: Leitura e entendimento da pesquisa realizada em 2009, pelo professor orientador, intitulada “OS PROCESSOS DE OCUPAÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS E PRIVADOS E O DIREITO À MORADIA URBANA” enfa-tizando o entendimento territorial dos municípios a se-rem estudados e as características levantadas pela pesquisa relacionadas a Habitação de Interesse Social e Sistema de Espaços Livres, que seriam os objetos de estudo.

Com a leitura da pesquisa, viu-se a necessidade de realizar uma atividade não prevista no cronograma,

sendo essa uma pesquisa para o entendimento da or-ganização das prefeituras, fazendo um levantamento de suas estruturas de secretárias e orgãos que possibili-tassem direcionar o inicio da busca pelos investimentos em cada município. A partir de então pode-se observar qual seriam as facilidades e dificuldades de encontrar os dados em cada prefeitura.

A partir desta leitura a definição da sequência dos mu-nicípios a serem estudados em função de: a) dados obtidos até o momento pela pesquisa principal; b) facili-dade de acesso ou algum interesse específico; e c) disponibilidade de informações oferecidas pelo municí-pio.

A pesquisa partiu então para o levantamento preliminar dos investimentos municipais e estaduais feitos em ca-da município em habitação de Interesse social e siste-ma de espaços livres, foram então estabelecidos os contatos com as prefeituras, facilitada, nos municípios de Indaiatuba, Valinhos e Vinhedo, por uma lista prévia construida pela pesquisa principal do orientador que estabelecia onde e quem contactar para encontrar os dados necessários.

Quanto aos demais municípios previstos para a realiza-ção da pesquisa: Itatiba e Monte Mor, houve uma imen-sa dificuldade para a obtenção de dados. Muitas vezes foi possível sentir que devido ao método utilizado nece-sitar de um contato, e informações das prefeituras, a pesquisa ficou prejudicada, uma vez que nem a própria administração municipal possui estes dados registrados e organizados. Notou-se ainda uma dificuldade em en-contrar dados de investimentos realizados em gestões anteriores, acredita-se que devido a interesses políticos divergentes. Nota-se ainda que a disponibilização dos dados referentes á programas habitacionais nos muni-cípios é facilitada, uma vez que disponibilizar estas in-formações promove uma divulgação do trabalho feito a fim de acabar ou diminuir o déficit habitacional.

Já os dados referentes a espaços livres, uma vez que não fazem parte de uma política de promoção, a dificul-dade de encontra-los é bem maior. Notou-se que dife-rentemente dos investimentos em habitação, pelos quais existem secretarias bem específicas e claramente responsáveis por tais assuntos dentro da administração municipal, os investimentos em SEL, muitas vezes são realizados por diversas secretárias ao mesmo tempo. Sendo assim, a própria gestão não possuí uma visão geral do que está sendo produzido, assim como para fins da coleta de dados, se torna um complicador. Uma vez que as dificuldades encontradas se mostra-ram de difícil superação no tempo da presente pesqui-sa, optou-se por estabelecer um novo município, tam-bém de interesse da pesquisa principal, seguindo a lógica estabelecida entre os municípios iniciais, de um eixo de desenvolvimento na região metropolitana de

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Campinas.A abertura encontrada na prefeitura de Ja-guariúna possibilitou a coleta de dados.

Notou-se ainda que mesmo nos municípios onde foi possível a obtenção de dados a dificuldade em sistema-tiza-los, uma vez que a informação proveniente a locali-zação se dava em forma de endereços, viu-se então uma dificuldade em espacializa-los nos municípios, completando a base. As diversas formas como as in-formações foram coletadas mostraram as diferenças entre as organizações dos municípios em relação ao que está sendo produzido na cidade.

A fim de poder verificar as localizações com posteriores sobrevoos, optou-se pelo uso do google earth para pon-tuar os dados coetados, uma vez que além de uma maior precisão e possibilidade de observar imagens do local, nos mostra as coordenadas do local onde está o investimento. A opção pelo uso deste programa, é um passo adiante, considerando a intenção de tranferir a base da pesquisa principal, que contém tanto os dados levantados, quanto a legislação, para uma base geore-ferenciada.:

4. RESULTADOS OBTIDOS

“Os espaços urbanos não se limitam também a ser lo-cais ou palcos da produção industrial, da troca de mer-cadorias, ou lugares onde os trabalhadores vivem. Eles são tudo isso e muito mais; são produtos: edifícios, via-dutos, ruas, placas, postes, árvores, enfim, paisagem que é produzida e apropriada sob determinadas rela-ções sociais. A cidade é objeto e também agente ativo das relações sociais” ( MARICATO 2004). Sendo a ci-dade um produto da socieci-dade, cada cici-dade se confor-ma de uconfor-ma forconfor-ma, resultante das relações existentes nela.

Investimentos em HIS Investimentos em SEL Imagem 1: base de dados da pesquisa principal

O que a presente pesquisa mostrou é que mesmo cada município estudado tendo sua particularidade, estão inseridos no contexto de uma região metropolitana,

consequentemente com pressões e interesses relacio-nados, e que em diversas formas acabam por estimular, ou não, o desenvolvimento em determinadas regiões. Justifica-se então o interesse em estudar a região me-tropolitana e consolidação de uma base de dados das informações coletadas, a fim de estabelecer estas rela-ções e observar o que esta acontecendo de fato (Ima-gem 1).

De acordo com a Lei Federal 11.977/09 (art. 47, V) a definição de ZEIS:

“parcela de área urbana instituída pelo Plano Diretor ou definida por outra lei municipal, destinada predominan-temente à moradia de população de baixa renda e su-jeita a regras específicas de parcelamento, uso e ocu-pação do solo.” sendo as ZEIS uma legislação e ins-trumento de gestão, dão condições especiais para as áreas estabelecidas e mesmo assim os investimentos muitas vezes não se localizam coerentemente com a legilação. Cabe ainda dizer que o Plano diretor tem co-mo objetivo nortear os gestores quanto a medidas a serem adotadas para cada problemática levantada a partir de diagnóstico realizado no município. Tendo este objetivo claro, devemos ter em vista que as ZEIS esta-belecidas no Plano, foram localizadas de acordo com critérios e informações que se em algum momento se mostraram relevantes.

Dos municípios estudados, e conforme levantado pela pesquisa principal do orientador “OS PROCESSOS DE OCUPAÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS E PRIVADOS E O DIREITO À MORADIA URBANA” Valinhos e Vi-nhedo, são os únicos a criar e delimita-las em seu plano diretor, já Jaguariúna as propõe, e Indaiatuba nem as menciona no Plano diretor, sendo desta forma não pas-sível de comparação quanto a localização.

Porém a pesquisa não teve com objetivo apenas fazer a comparação da legislação com a realidade, entra ainda na discussão os investimentos realizados quanto a Sis-tema de espaços livres. A qualidade espacial da cidade é um reflexo de um conjunto de fatores, o cidadão ten-do direito a cidade, tem direito a seus diversos aspec-tos. “Tanto as autoridades governamentais ligadas a politica de habitação quanto os representantes do capi-tal imobiliário referem-se frequentequentemente á ques-tão da habitação em termos numéricos de déficitis ou projeções de unidades isoladas a serem construídas. Essa forma simplista de tratar o tema ignora que habi-tação vai além de números e unidades” ( MARICATO 2004).

Notou-se que a qualificação dos espaços livres realiza-dos pelas prefeituras realiza-dos municípios estudarealiza-dos, muitas vezes aparecem espacializados de forma desconexa aos investimentos em habitação. Percebe-se também que devido a políticas de habitação adotadas recente-mente terem mudado, tirando o financiamento de

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agên-cias públicas com a criação do minha casa minha vida - programa do governo federal em parceria com a caixa economica federal, no qual financiam os empreendi-mentos privados, subsidiando-os para faixas de renda que varias entre 0 a 10 salários mínimos. Sendo assim a localização das habitações ficam por conta destas empresas, que consideram na sua tomada de decisões aspectos que em seu entendimento se sobrepõem á benefícios das ZEIS. Desta forma os investimentos se tornam desconexos, assim como a cidade, o objetivo torna-se apenas cumprir com uma demanda por habita-ções, desconsiderando a qualidade do contexto em que estarão inseridas.

Município de Indaiatuba

O município de Indaiatuba está classificado pelo Plano

Nacional de Habitação (PLANHAB), o no tipo B e C,

que incorpora regiões metropolitanas e capitais, que

embora não tão elevado como do tipo A, o custo de sua terra é considerado alto, assim como seu adensamento urbano. Sendo assim com pouca terra disponível, as áreas centrais e mais dotadas de infra-estrutura ga-nham um elevado preço de terra. Com o PLHIS ainda em desenvolvimento e sem ZEIS estabelecidas em seu Plano diretor, o município conta com uma secretária de habitação.

Os investimentos levantados mostraram que Indaiatuba ainda possui muitos empreendimentos recentes reali-zados por meio de agências provadas como CDHU, COHAB e PAR, mas conta também unidades habitacio-nais feitas pelo programa Minha Casa Minha Vida. Nota-se que os investimentos em HIS ( Imagem 2 ), mais especificamente aqueles construídos por agência públicas se localizam nas margens da cidade, afasta-dos da região central, sendo motivador destas localiza-ções o alto custo da terra na área mais consolidada do município. Já as habitações financiadas pelo poder pú-blico porém construídas por empresas privadas, MCMV, que atingem diversas faixas de renda, possuem locali-zações variadas, de acordo com o público que procura atingir, uma vez que a localização interfere no valor da unidade habitacional, e é o que agrega valor a ela.

Imagem 2: Mapa síntese do município de Indaiatuba

Quanto aos investimentos realizados em SEL, podemos notar um eixo que concetra muitos deles. Este local é o Parque Ecológico de Indaiatuba atravessa o município, possuindo ao longo de sua extensão, bosques, lagos, jardins, áreas de recreação, campos de futebol, vôlei, uma pista de bicicross oficial, uma pista de skate profis-sional, uma raia de remo olímpico, equipamentos de ginástica, uma praça de eventos e um teatro multidisci-plinar. O parque tem sido um dos principais focos de investimento da prefeitura no que diz respeito a espa-ços livres, uma vez que busca fortalecer o seu carater trazendo como beneficios para a população municipal não apenas o seu usufruto mas também o fortalecimen-to da cidade como um roteiro turístico.

Alguns investimentos em SEL, saem deste eixo e se conectam as habitações, devido a proximidade das uni-dades como podemos perceber em dois casos, sendo estes CDHU E obras realizadas pelo PAR. Mesmo não diretamente conectadas aos projetos de habitação es-tes dois investimentos em espaços livres, ambos em campos de futebol, demonstram uma intenção de me-lhorar a qualidade do espaço nestas áreas.

Município de Valinhos:

O histórico da política habitacional com município de Valinhos, não se distinguiu do que aconteceu de forma homogenea em toda a RMC, onde foi implementada inicialmente pela COHAB. Até 2008, juntamente com a CDHU foram construídas 4.507 unidades habitacionais, porém a partir deste ano a produção de habitações passou a ser feita pelo programa “Minha casa minha vida”, já citado anteriormente neste artigo.

O município de Valinhos, se situa entre Campinas e Vinhedo em sentido norte e sul, possuindo área rural a

seu leste e oeste. Como citado em seu PLHIS “é uma

cidade pequena territorialmente e restam apenas pou-cos terrenos e glebas em áreas com infraestrutura ur-bana necessária para moradia, o que leva o mercado imobiliário a optar pela verticalização das construções residenciais e não mais a criação de loteamentos ou condomínios horizontais”.

Os dados levantados, foram disponibilizados por meio de listas, a partir das quais o município se organiza e armazena as informações de tudo que foi construído em Valinhos a cada ano (anexo 1). Esta lista é de res-ponsabilidade da secretaria de Planejamento, e foi dis-ponibilizada para a pesquisa através de visita á prefeitu-ra.

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Imagem 3: Mapa síntese do município de Valinhos Com os dados coletados colocados sobre a base (Ima-gem 3), percebemos que as habitações produzidas, não saem deste eixo, e estão inseridas na área urbanizada do município, áreas estas já dotadas de infra-estrutura. O investimento que mais se afasta da região central do município é o CDHU, que está mais conectado com a via Anhanguera, que se situa a oeste de Valinhos. Os investimentos em espaços livres de edificação, apa-recem distribuídos no mesmo eixo em que os investi-mentos em habitação, no sentido norte-sul do municí-pio. Essa região esta sendo dotada de elementos que garantem a qualidade do espaço, o município concentra seu investimento nesta área, o que demonstra uma in-tenção de conter a urbanização.

Município de Vinhedo:

O município de Vinhedo é conurbado com Valinhos e cortado pelo rodovia Anhanguera (Imagem 4), de um lado a cidade consolidada, onde se localiza o centro á oeste, do outro lado da rodovia, uma área de expansão urbana. Observando os dados coletados, os investi-mentos mais recentes habitação se localizam nesta área, de certa forma segregada do município, uma vez que a rodovia se torna uma barreira, deixando clara esta divisão.

Imagem 4: Mapa síntese do município de Vinhedo É nesta região do município, a oeste da rodovia, que a partir dos levantamentos e da localização dos dados, foi possível identificar que os mais recentes investimentos em HIS estão sendo produzidos nesta região. Uma área em desenvolvimento, coloca as pessoas á margem da cidade, no limite do perímetro urbano e longe de toda a

infra-estrutura existente no município e que junto com a habitação é o que as garante uma qualidade de vida. Estes investimentos porém provem de diferentes pro-gramas, diferentemente do que foi constatado nos ou-tros municípios estudados, nos quais a CDHU por e-xemplo já não vem atuando com novas habitações. Relacionadas ao PAR, habitações tem sido construídas por conta dos moradores em uma área imensa nesta mesma região apontada anteriormente. Estas habita-ções consistem da doação do terreno pela prefeitura municipal, deixando a construção por responsabilidade dos moradores, desta forma o terreno se localiza na área mais afastada e desprovida de infra-estrutura, consequentemente mais barata. Cabe ainda mencionar, que as ZEIS de indução levantadas para á área onde se notaram os mais recentes investimentos, se locali-zam mais á margem da área urbanizada do que os in-vestimentos efetivos.

Quanto aos investimentos relacionados á espaços livres de edificação, as informações coletadas, se tornaram difíceis de serem colocadas na base, uma vez que a localização aproximada, não possibilitou um meio de conferência das informações, sendo assim foi localiza-da apenas a recuperação de canteiros na avenilocaliza-da prin-cipal do município, onde foram implementados estacio-namentos e atividades em seu percurso.

Município de Jaguariúna:

Inicialmente fora do plano de pesquisa, o município foi escolhido seguindo a lógica do eixo norte-sul da região metropolitana, que se dá pela consequencia de municí-pios Vinhedo, Valinhos, Campinas e Jaguariúna. Com a finalidade de enriquecer a base e permitir uma visão geral da RMC, a escolha do município também se deu devido á abertura encontrada para a coleta de informa-ções.

O município de Jaguariúna contém diversas indústrias de grande porte, consequentemente, uma grande oferta de empregos, o que somado a sua localização no eixo de desenvolvimento mais valorizado da RMC faz com que o município esteja em uma fase de crescimento. O esforço pelo atendimento da demanda e a erradicação do déficit habitacional, está se mostrando eficiente, po-rém a preocupação atual no município é o crescimento da demanda.

Os investimentos levantados, apontam a produção ha-bitacional de interesse social no município e sua locali-zação, houve uma facilidade para a obtenção de infor-mações, também nota-se uma grande quantidade de investimentos em SEL localizados no mapa (Imagem 5). O município conta com uma base onde armazena in-formações referentes a este tipo de obras realizadas na cidade ( anexo 2 )

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Podemos observar pelo mapa que as habitações pro-duzidas se distribuem por todo o território do município, mesmo estando em áreas urbanas, apenas um empre-endimento chamado Jaguariúna I e II que se destina a faixas de renda de o a 6 salários mínimos, está inserido na cidade. Estas habitacões, serão destinadas para população em área de risco, que serão remanejadas para este local, ponto positivo para o município uma vez que é uma area dotada de infra-estrutura e esta popu-lação estará mais inserida da cidade.

Imagem 5: Mapa síntese do município de Jaguariúna Ja os empreendimentos do minha casa minha vida, que em Jaguariúna conta com unidades para as 3 faixas de renda adotadas pelo programa, se localizam a uma cer-ta distância da área central e fora da área urbanizada no município. No caso notamos mais uma vez que es-tes investimentos, sendo executados por empresas pri-vadas procuram terras mais baratas, sem considerar os outros aspectos que envolvem a questão do habitar. Percebe-se quanto aos espaços livres, uma uniformida-de em relação aos investimentos, porém se limitam á áreas consolidadas da cidade, e que se distanciam das habitações produzidas ao norte do município. Os inves-timentos realizados ao sul do rio, não trazem benefícios á população de baixa renda, uma vez que não existem HIS no local, consolidado por residências e condomini-os de classe média.

Percebe-se um esforço do poder público ao qualificar áreas centrais relacionando-as com a ferrovia, elemento que caracteriza a cidade como um ponto turístico. In-vestir nesta área e produzir um parque linear que co-necta todos os edificios históricos da cidade é uma es-tratégia adotada pela prefeitura para atrair mais turistas, e proporcionar um passeio pela cidade além da estação ferroviária, que atualmente está ativa e recebe trens de pesseio.

5. CONCLUSÕES

Tendo em vista os dados coletados e sistematizados na presente pesquisa, podemos considerar que a RMC, objeto de intensas transformações e crescimentos, pos-suí metas para seus municípios. Devido ao rápido cres-cimento e a necessidade de suprir as demandas, so-mado as pressões do mercado e valorização do solo,

percebe-se uma desconexão entre o desenvolvimento desejado e a realidade.

A dinâmica do espaço da cidade é prejudicada, junta-mente com a sua qualidade, uma vez que existe uma desconexão entre estes investimentos, privando a po-pulação de obter uma qualidade que vá além da unida-de habitacional.

Percebe-se também que mesmo com a existência de vazios urbanos, que acabam sendo objetos de especu-lação imobiliária, as habitações de interesse social aca-bam por serem feitas em terrenos distantes da cidade, o que notou-se predominante nos investimentos relaci-onados á parcerias com empresas privadas, MCMV. Quanto aos espaços livres, elemento fundamental im-portância no município e gerador de qualidade espacial, é possível dizer após a pesquisa que os municípios acabam considerando-os como fruto de terrenos resi-duais, não pensam como um sistema no município, os investimentos acabam por serem realizados sem crité-rios ou lógica, a fim de distribuir estes espaços por todo o território de forma homogênea. Característica esta que pode ser notada pela própria organização municipal dentre todos os municípios estudados, que não estabe-lecem uma secretária determinada para este tipo de obras, nota-se também pela dificuldade na obtenção de informações.

6. Referências Bibliográficas

MACEDO, Silvio. Paisagismo na virada do século: 1990-2010. São Paulo: Edusp, 2011. (no prelo). MACEDO, QUEIROGA, CAMPOS, et al. Considerações preliminares sobre o sistema de espaços livres e a constituição da esfera pública contemporânea no Brasil. In: TÂNGARI, ANDRADE, SCHLEE (Orgs.). Sistemas de espaços livres: o cotidiano, apropriações e ausên-cias. Rio de Janeiro: UFRJ, 2009.

SANTOS, Milton. O futuro das megacidades: dualidade entre o poder e a pobresa. IN: Cadernos Metropolis No 19. Campinas: Educ, 2008.

SILVA, Jonathas Magalhães Pereira da . ______. Localização das ZEIS na Região Metropolitana de Campinas: uma analise das legislações municipais. Cadernos do PROARQ (UFRJ). , 2010b.

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