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XIV SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA
UNAERP CAMPUS GUARUJÁ
Necessidades Energéticas e Consequências Ambientais
Moda Verde: Pesquisa bibliográfica objetivando a divulgação do assunto e a preservação ambiental
Maria do Carmo Jampaulo Plácido Palhaci
Profa. Dra. - Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação- FAAC UNESP – Universidade Estadual Paulista – Campus de Bauru
palhaci@faac.unesp.br Luiz Antonio Vasques Hellmeister
Prof. Dr. – Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP- FAAC UNESP – Universidade Estadual Paulista
hellmeister@faac.unesp.br Talitha Plácido Palhaci
Doutora em Educação para Ciência – Programa de Pós-Graduação em Educação na FC. UNESP – Universidade Estadual Paulista – Campus de Bauru
tah_palhaci@yahoo.com.br
Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee
Resumo: A moda verde está em alta nas mais recentes pesquisas para contribuir
com a preservação e consequentemente com a sustentabilidade ambiental. Muitas indústrias técnicas estão investindo neste assunto e alterando os processos antigos de fabricação. A opção do momento está em utilizar matérias-primas orgânicas ecologicamente corretas. Nossa pesquisa está direcionada aos benefícios do cultivo do algodão orgânico, que tem como objetivo reduzir a poluição e economizar a água utilizada no cultivo do algodão tradicional. A pesquisa do assunto enfocando a moda verde irá direcionar um olhar na manutenção da sustentabilidade em todo o seu processo, desde o plantio da semente do algodão até a confecção da roupa com a utilização do algodão orgânico. Outro aspecto enfocado é a busca de alternativas que não utilizem o uso de produtos químicos durante a tecelagem e sim a cera de abelha em seus teares. A cultura do algodão orgânico é observada atualmente como uma grande aliada para diminuir o impacto ambiental. O algodão orgânico ao ser cultivado contribui para manter o solo saudável pois utiliza-se o sistema de rotação de culturas. Ao se fazer isso os nutrientes do solo não se esgotam, sendo também descartado o uso de fertilizantes sintéticos. Pesticidas não são utilizados pois as pragas são controladas com a inserção de espécies predatórias benéficas ou com a
2 utilização do cultivo de outra cultura que seja atraente aos insetos que normalmente atacam a plantação do algodão orgânico. As roupas que são feitas a partir do algodão orgânico não apresentam toxinas sendo naturalmente antialérgicas. Este tipo de algodão é utilizado para a produção de roupas de bebês e crianças pois não prejudicam as peles sensíveis.
Palavras-chave: moda verde, algodão orgânico, preservação ambiental.
Summary: Green fashion is on the rise in the latest research for contribute on
preservation and consequently on environmental sustainability. Many technical industries are investing in this subject and changing the old manufacturing processes.The option of the moment is in use of ecologically correct raw materials. Our research is focused on the benefits of organic cotton cultivation, which aims to reduce pollution and save water used in traditional cotton cultivation.A research of the subject focusing on a green fashion will direct a look in the maintenance of sustainability in all its process, from the planting of the seed of the cotton to the making of the clothes with the use of the organic cotton. Another aspect focused is the search for alternatives that do not use chemicals during a weaving but a beeswax in its traits.An organic cotton crop is seen as a great ally to reduce environmental impact.The organic cotton when cultivated contributes to maintain the healthy soil because the crop rotation system is used.By doing this, the soil nutrients do not run out. At the same time, the use of synthetic fertilizers is also ruled out.Pesticides are not used because pests are controlled with an insertior of predatory species or through cultivation of another crop that is attractive to the insects that normally attack organic cotton planting.Clothes that are made from organic cotton do not have toxins, being naturally antiallergic. This type of cotton is used to produce clothes for children and babies as they do not harm sensitive skin
Keywords: green fashion, organic cotton, environmental preservation.
Apresentação: pôster.
1. Introdução
O interesse das pesquisas sobre o cultivo de algodão orgânico visa substituir as lavouras convencionais de algodão que são agressivas ao meio ambiente, aos animais e aos agricultores. Nestas lavouras são utilizadas agrotóxicos em grande quantidade, e embora o produto resultante não seja comestível a dose de pesticidas é exagerada e causa doenças nos agricultores.
O cultivo do algodão orgânico preserva a saúde do solo graças à utilização do sistema de rotação de culturas onde são alternados no mesmo espaço com outra espécie de cultura, de modo que os nutrientes do solo não se esgotem. Deste modo é descartada a necessidade de fertilizantes sintéticos consequentemente causando um menor consumo de água. As roupas orgânicas não possuem toxinas, naturalmente não prejudicando as peles sensíveis sendo muito indicadas para a confecção de roupas infantis.
Na produção do tecido orgânico são utilizados corantes naturais para seu tingimento. Esta coloração é obtida dos pigmentos naturais das cascas de árvores,
3 folhas e raízes que apresentam tons vivos e bonitos no material que será utilizado
na confecção de roupas. Essa moda sustentável ainda proporciona roupas mais
duráveis, macias, leves e confortáveis, tudo sempre com muito estilo e ótima qualidade.
A ideia da moda verde é manter a sustentabilidade em todo o seu processo, desde o plantio da semente do algodão até a confecção da roupa. É importante que as indústrias, para manterem esse caminho sustentável, não só utilizem algodão orgânico, como também busquem cada vez mais outras alternativas que dispensem o uso de produtos químicos durante o processo de tecelagem e passem a usar cera de abelha em vez de graxa de parafina em seus teares.
Figura 1: Cultivo do Algodão sustentável. Retirado de <http://www.institutocea.org.br>
2. Objetivo: desenvolvimento Sustentável
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a
4 em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.
Figura 2: Desenvolvimento sustentável. Retirado de
<https://biogalera.wordpress.com/2010/10/ >
3. Revisão bibliográfica
De acordo com Seiffert (2010), a preocupação com a conservação ambiental vem se tornando um tema com importância cada vez maior, estando presente na vida dos habitantes de todos os países do mundo, principalmente nos desenvolvidos. No que se refere ao futuro internacional, meio ambiente e desenvolvimento, estão cada vez mais associados ao Debate global.
Para Dias (2011a), o relatório em que o conceito de desenvolvimento sustentável se popularizou, produzido pela comissão Brundtland, que procura estabelecer uma relação harmônica do homem com a natureza, como centro de um processo de desenvolvimento que satisfaça às necessidades humanas. Enfatiza ainda que a pobreza não é compatível com o desenvolvimento sustentável e que a política ambiental deve ser parte integrante do processo de desenvolvimento e não mais uma responsabilidade setorial fragmentada. Segundo ele, no cenário empresarial as três dimensões da sustentabilidade se
identificam com o conceito de “Triple Bottom Line”, ou tripé da
sustentabilidade, expressão surgida em 1990, que reflete um conjunto de valores, objetivos e processos que uma organização deve focar para criar valor em três dimensões: econômica, social e ambiental. Ainda segundo Dias (2011b), os consumidores que apresentam uma preocupação com a natureza, e possuem um comportamento coerente com esses valores, são classificados como consumidores verdes ou ecológicos. Esse novo tipo de consumidor procura produtos menos nocivos ao meio ambiente, valorizando o que é produzido pelas empresas socialmente responsáveis. De uma maneira geral,
5 aceitam pagar um preço maior pelo produto ambientalmente correto, pois entendem que o aumento no preço se traduz em um aumento do seu valor social. Também demonstram repúdio aos produtos que contaminam o meio ambiente, constituindo correntes de opinião na sociedade contrárias a certas organizações. Ainda segundo o autor, um produto é definido como ecológico em razão dos processos envolvidos em todo o seu ciclo de vida, desde as matérias-primas que o constitui, os processos produtivos envolvidos em sua fabricação, sua utilização pelos consumidores, os resíduos decorrentes de sua distribuição e transporte e
sua reutilização ou descarte. Seguindo esse raciocínio, seria adequado para fins
desse estudo escolher uma definição conceitual de comportamento empresarial para o alcance da sustentabilidade que fosse atual e aceita, com reflexo relevante para as práticas de mercado e para a economia verde.
Destacamos que o algodão orgânico, é cultivado sem fertilizantes químicos, pesticidas ou reguladores de crescimento. Para que o algodão seja considerado verdadeiramente orgânico tem que utilizar pigmentos naturais no seu processo de tingimento.
A cultura orgânica de algodão é uma solução para diminuir o impacto ambiental. Um estudo (baseado nos produtores dos cinco primeiros países que estão no topo dos maiores cultivadores de algodão orgânico do mundo - Índia, China, Turquia, Tanzânia e EUA) mostra que, em comparação à comum, há grandes reduções em: consumo de água, emissão de gases, acidificação, eutrofização e demanda de energia primária. Conclusão: a produção de algodão orgânico se mostrou 46% menos instigante ao aquecimento global do que a de algodão convencional. Quando se trata de algodão comum, tanto no início do processo de tecelagem, quando se faz a lavagem das fibras, quanto no processo de tingimento, há a introdução de resíduos tóxicos que depois são liberados e, se não forem tomadas as devidas medidas de segurança, podem fazer mal à saúde (causam alergias ou mesmo câncer de pele) e poluir ainda mais o meio ambiente. E essas substâncias continuarão saindo a cada lavagem que o consumidor fizer da sua roupa ou se o mesmo começar a suar ou tomar chuva, podendo até irritar a pele.
6 Figura 3: Cultivo do algodão orgânico. Retirado de
<http://www.ecycle.com.br/component/content/article>
Segundo Altieri (2002), as comparações feitas entre a Revolução Verde e os sistema agrícolas tradicionais, têm sido parciais e pouco justas, pois ignoram o fato de que os agricultores tradicionais valorizam a totalidade do sistema agrícola produtivo e não somente o rendimento das culturas.
4. Considerações finais
A água utilizada nas indústrias durante a produção do algodão orgânico é reaproveitada e tratada. Reduzindo-se assim o desperdício de água e a poluição do meio ambiente. Essa moda sustentável ainda proporciona roupas mais duráveis, macias, leves e confortáveis. Ao comprar roupas de algodão comum, deve-se considerar a quantidade de água e energia que já foram gastas para o seu cultivo e que no transporte de roupa importada acontecem grande emissão de gases. Devemos evitar o aquecimento global consumindo um produto alternativo como o algodão orgânico sendo que optar pelo consumo do mesmo não é só ser uma forma de consumo sustentável, mas também saudável.
5. Referências bibliográficas
ALTIERI, M. A. Agroecologia: bases científicas para uma agricultura
7 DIAS, Reinaldo. Gestão ambiental: responsabilidade social e
sustentabilidade. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2011.
SEIFFERT, Mari Elizabete B. Gestão ambiental: instrumentos, esferas de ação e educação ambiental. São Paulo: Atlas, 2010.
http://www.ecycle.com.br/component/content/article
http://ambiente.hsw.uol.com.br/desenvolvimento-sustentavel.htm
http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_su stentavel/
