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NOME/NÚMERO DA PEÇA: RECURSO EX-OFFICIO E VOLUNTÁRIO 01014/09 -

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CONSELHO ADMNISTRATIVO TRIBUTÁRIO DE GOIÁS PROCESSO: 3027078966041

NOME/NÚMERO DA PEÇA: RECURSO EX-OFFICIO E VOLUNTÁRIO 01014/09 - JULGAMNETO: 2ª CÂMARA RECURSAL

CONSELHEIRO RELATOR: LUIS ANTÔNIO DA SILVA COSTA REPRESENTANTE FAZENDÁRIO: MÁRIO DE OLIVEIRA ANDRADE Nº DO ACÓRDÃO:00521/10

DATA DO JULGAMENTO: 03/02/2010

EMENTA

ICMS. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. EXIGÊNCIA DE IMPOSTO POR COMPENSAÇÕES INDEVIDAS DE IMPOSTO REFERENTE À SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA POR OPERAÇÕES POSTERIORES. PROCEDÊNCIA PARCIAL. DECISÃO UNÂNIME. I - RESTANDO PROVADO QUE HOUVE DESFAZIMENTO DE NEGÓCIO JURÍDICO, O IMPOSTO REFERENTE À SUBSTITUIÇÃO TRIBUTARIA DEVE SER RESTITUÍDO, CONFORME ARTIGO 10 DA LEI COMPLEMENTAR 87/96; II - EM CASOS DIFERENTES, ONDE HOUVE PAGAMENTO A MAIOR OU EM DUPLICIDADE, CABE AO CONTRIBUINTE POSTULAR SUA RESTITUIÇÃO PELA VIA ADMINISTRATIVA NORMAL, DENTRO DO QUE ESTABELECE A LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ESTADUAL.

RELATÓRIO

Acusação é de que o sujeito passivo omitiu recolhimento de ICMS, conforme demonstrado no quadro comparativo dos valores declarados na GIA/ST e no arquivo sintegra, ao efetuar o pagamento do ICMS devido por substituição tributária fazendo dedução por alegados desfazimentos de negócios sem comprovar o efetivo cancelamento das operações ou efetuando a compensação além do período seguinte de apuração, conforme estabelecido nas cláusulas segunda, parágrafo segundo; e nona, ambas do Convênio ICMS 132/92, sem do devido pedido de autorização de compensação à autoridade competente.

Foi colocado como solidário na lide Hans Christian Maergner.

Foi anexado aos autos documento chamado de “Quadro Comparativo dos Valores Declarados na GIA- ST e no arquivo Sintegra” que detalham a omissão de forma precisa (fls. 7 a 18). Também relatórios de recolhimentos do período foram anexados (fls. 19 e 22). Além desses, também outros documentos foram juntados (fls. 32 a 764), formando o conjunto de provas que embasam o trabalho fiscal. Houve correta intimação das partes para que viessem aos autos e trouxessem seus motivos. A autuada apresentou peça defensória nessa fase processual. Trouxe pequena abordagem dos fatos e levantou a questão da impossibilidade jurídica da

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colocação do Sr. Maergner como solidário. Falou sobre o mérito da exigência e fez comentários sobre a penalidade específica que foi imputada. Alegou também cerceamento ao direito de defesa. Tratou da questão da substituição tributária por operações posteriores.

Quanto ao mérito, colocou o direito da empresa de ter restituição de valores pagos a maior em relação a fatos geradores que não se confirmaram. Questionou a multa entendendo-a confiscatória.

Houve juntada de nova peça por parte do autuado (fls. 811 a 834). Essa repetiu exatamente o que já havia sido posto na outra. Houve anexação de novos documentos para embasar os argumentos defensórios (fls. 852 a 862).

O solidário se manteve inerte nessa fase, sendo lavrada a sua revelia (fls. 864). Julgador singular converteu o julgamento em diligência (fls. 865).

Resultado do trabalho consta dos autos (fls. 867 e 868), chegou a novo valor de imposto não recolhido de R$ 215.618,40 (duzentos e quinze mil, seiscentos e dezoito reais e quarenta centavos).

Sujeito passivo foi corretamente notificado do trabalho revisional e trouxe seus argumentos, fazendo a juntada de novos documentos. Acrescentou arguição de decadência em relação ao período de fevereiro de 2002, mais precisamente da nota fiscal de nº 94.204, série 27, com valor de destaque de imposto de R$ 1.501,15 (um mil, quinhentos e um reais e quinze centavos), o que reduziria o valor devido para R$ 214.117,25 (duzentos e quatorze mil, cento e dezessete reais e vinte e cinco centavos).

Decisão singular acolheu trabalho revisional e julgou parcialmente procedente o auto de infração valor de imposto de R$ 99.202,95 (noventa e nove mil, duzentos e dois reais e noventa e cinco centavos). Expõe esse entendimento, concedendo ao sujeito passivo redução maior do que a indicada pelo trabalho revisional, explicando que acolheu argumentos defensórios contundentes, pois foram trazidas provas contundentes de desfazimentos de negócios, que o revisor ignorou sob a justificativa de que não foram autorizados pela autoridade competente que seria o delegado fiscal. Intimada da tal decisão, Fazenda Pública, através de parecer 120/2.008-GPT/RF (fls. 1989), entende que deve ser reformada com fulcro no artigo 52 do Regulamento do Código Tributário Estadual. O resultado do trabalho revisional deveria, no seu entendimento, ser o valor sobre o qual a exigência deveria ser mantida.

Intimada da decisão e do recurso da Fazenda, a empresa veio novamente e trouxe suas razões (fls. 1.995 a 2.029), através de recurso voluntário.

A peça inicialmente fez referência aos fatos ocorridos até então. Falou sobre a revisão encetada e fez comentários sobre ela.

Descreve o fato de que as preliminares suscitadas foram todas rejeitadas pelo juízo singular. Pede novamente que seja reformada a decisão singular, entendendo que teria vícios que comprometeriam a sua eficácia. Questiona a intimação da forma como foi efetuada, entendendo-a nula por não conter os valores já reduzidos pelo

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trabalho revisional e pela sentença singular. Haveria fala de sintonia entre o valor exigido e o teor da decisão singular.

Pede a retirada da lide do administrador da autuada.

Reitera a arguição de cerceamento ao direito de defesa pelo fato de que a peça acusatório não lhe forneceu quaisquer informações que lhe permitissem identificar as questões de fato e de direito referente às exigências específicas relativas aos meses do trabalho fiscal.

Também teria ocorrido a falta de disponibilização de documentos e demonstrativos do trabalho fiscal.

Foi alegada decadência em relação ao mês de fevereiro de 2002.

Fez anexação de demonstrativos sobre desfazimentos de operações e operações onde teria ocorrido recolhimento a maior do imposto. Questiona a penalidade aplicada e assevera que é impossível que se exija multa proporcional ao valor principal. Entende que a multa imputada é confiscatória. Questiona a capitulação legal usada pelos autuantes.

Seu pedido final foi pela reforma da decisão singular, com acolhimento das preliminares suscitadas, e, alternativamente, que seja fosse nova diligência para nova análise dos documentos anexados pelo pólo passivo.

Após apresentação de recurso voluntário, autuado apresentou contradita ao recurso da Fazenda Pública (fls. 2030 a 2040).

Nela faz as mesmas observações presentes no recurso voluntário. Novo memorial foi apresentado (fls. 2047 a 2052).

Inicialmente foi feita narrativa dos fatos, inclusive com elaboração de demonstrativo do valor que está remanescendo após revisão encetada na fase singular. Há explicação de que no caso de venda de veículos, há devolução do veículo pela concessionária, retorno do mesmo sem que tenha dado entrada na concessionária e cancelamento da venda antes mesmo do veículo deixar a concessionária. Apresentou documentos que, segundo entende, ensejariam nova investigação para que houvesse apuração dos fatos.

Outro memorial (2053 a 2080) faz remessa ao mesmo argumento, apontando a necessidade de que seja revisto o trabalho. Resolução de nº 0124/2009, exarada pela segunda câmara, oferece nova oportunidade de produção de provas pelo sujeito passivo.

Após retorno dos autos, julgamento foi convertido em diligência para apuração das provas colacionadas pelo polo passivo por auditor fiscal estranho à lide.

O referido trabalho revisional apurou que R$ 97.701,81 (noventa e sete mil, setecentos e um reais e oitenta e um centavos), foram de fato cobrados indevidamente, devendo ser abatido do valor da decisão singular, que foi de R$ 99.202,95 (noventa e nove mil, duzentos e dois reais e noventa e cinco centavos),

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remanescendo então um valor a ser exigido de R$ 1.501,14 (um mil, quinhentos e um reais e quatorze centavos).

Houve correta intimação do sujeito passivo em relação ao trabalho revisional. Ele veio e pediu que fosse apreciada a questão dos pagamentos em duplicidade que deseja ver restituído.

Encerrou sua peça pedindo que o resultado do trabalho seja acolhido pela câmara. E pediu que a parte que não foi tratada na revisão seja reconhecida pelo mesmo juízo.

É o relatório.

DECISÃO

Inicialmente cabe apreciação das preliminares de cerceamento ao direito de defesa e insegurança na determinação da infração. Rejeito cada uma delas. Inexiste no presente processo qualquer um desses vícios. O trabalho foi perfeitamente efetuado em todos os seus aspectos formais, houve perfeita elaboração dos demonstrativos e há perfeita sintonia entre o conjunto probatório e a acusação encetada pelo trabalho fiscal. Também sempre foi oportunizado às partes a manifestação em cada fase processual de forma consentânea com a lei processual.

Quanto à manutenção na lide do solidário, entendo que deve prevalecer, à luz do que estabelece a legislação tributária goiana, mais precisamente o artigo 45, XII do Código Tributário Estadual.

Quanto à sentença singular, cuja nulidade foi posta de forma indireta, entendo que deve ser mantida. Sua redação é clara e no que diz respeito aos requisitos para que surta os efeitos dela desejados, entendo que estão presentes. Tratou das preliminares suscitadas, abordou o mérito e trouxe decisão consentânea com o resultado do trabalho revisional.

Em relação à intimação, ela foi perfeita, o resultado do trabalho revisional foi acolhido, porém houve recurso por parte da Fazenda Pública. Dessa forma, a intimação foi perfeitamente efetuada, pois nela foi consignado o valor inicialmente proposto pela peça acusatória, sujeito à alterações.

Quanto à decadência, entendo que se aplica ao caso o que está previsto no artigo 173,I do Código Tributário Nacional, ou seja, a contagem do prazo se dá a partir do primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ter sido efetuado. No presente caso, em relação ao mês de fevereiro, há o prazo decadencial que expirava em 31 de dezembro de 2.007, e, dado o fato de que a intimação se deu em data anterior a essa, não resta caracterizada a decadência.

Quanto ao mérito, entendo que o trabalho revisional foi perfeito, devendo ser mantido em relação ao valor final de R$ 1.501, 14 (um mil, quinhentos e um reais e quatorze centavos). Em relação às outras situações apontadas pelo sujeito passivo por pagamentos em duplicidade, entendo que a via para tal objetivo deve ser a administrativa. Contribuinte deve requerer restituição desses valores fora do processo administrativo tributário contencioso.

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O pedido da fazenda pública não deve ser acolhido, pois não resta nenhuma dúvida de que os negócios jurídicos foram desfeitos, não sendo necessária mais nenhuma averiguação. As provas colacionadas foram examinadas e são absolutamente conclusivas nesse sentido.

Sendo assim, conheço de ambos os recursos, dou parcial provimento ao voluntário, nego provimento ao de ofício, para reformar a decisão singular e julgar parcialmente procedente o auto de infração sobre o valor de imposto devido de R$ 1.501,14 (um mil, quinhentos e um reais e quatorze centavos).

Certificamos que, conforme anotação na pauta de julgamento e nos termos da ata da sessão hoje realizada, a Segunda Câmara do Conselho Administrativo Tributário decidiu, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares de nulidade da peça básica, arguidas pela autuada, sendo a primeira, por cerceamento ao direito de defesa e, a segunda, por insegurança na determinação da infração. Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Antônio da Silva Costa, Carlos Andrade Silveira e Domingos Caruso Neto. E, por maioria de votos, rejeitar a preliminar de exclusão da lide do sujeito passivo solidário HANS - CHRISTIAN EBERHARD RUDOLF MAERGNER. Foram vencedores os Conselheiros Luis Antônio da Silva Costa e Domingos Caruso Neto. Vencido o Conselheiro Carlos Andrade Silveira. E, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade da sentença singular, arguida pela autuada. Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Antônio da Silva Costa, Carlos Andrade Silveira e Domingos Caruso Neto. Também por votação unânime, rejeitar a preliminar de nulidade da intimação, arguida pela autuada, pela falta do valor exigido. Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Antônio da Silva Costa, Carlos Andrade Silveira e Domingos Caruso Neto. Por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de decadência, arguida pela autuada. Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Antônio da Silva Costa, Carlos Andrade Silveira e Domingos Caruso Neto. Quanto ao mérito, por unanimidade de votos, conhecer de ambos os recursos, negar provimento ao de ofício, prover parcialmente o voluntário para, reformando em parte a sentença singular, considerar procedente o auto de infração no valor de ICMS de R$ 1.501,14 (um mil, quinhentos e um reais e quatorze centavos). Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Antônio da Silva Costa, Carlos Andrade Silveira e Domingos Caruso Neto.

Referências

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