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Realizado de 25 a 31 de julho de Porto Alegre - RS, ISBN

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Academic year: 2021

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Cartografia nas séries iniciais: análise crítica do material didático e para-didático nas séries iniciais

SANTOS, Rodrigo Antônio dos.

Estudante do 5º período de Geografia do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais – IESA, da Universidade Federal de Goiás – UFG. E-mail:rurouni.rodrigo@gmail.com

SILVA, Rusvênia Luiza Batista Rodrigues

Professora no Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação – CEPAE - Universidade Federal de Goiás. E-mail:rusvenia@gmail.com

INTRODUÇÃO

Este trabalho é um subprojeto de pesquisa vinculado ao Projeto “Cartografia

Escolar: alfabetização cartográfica de crianças”, que se realiza no CEPAE - UFG. Tal

projeto iniciou-se para cumprir a demanda do edital de bolsas PROLICEN – Projeto de Bolsas de Licenciatura, em 2009, cujo objetivo é aproximar os estudantes de licenciaturas das atividades realizadas no ambiente escolar, por meio da pesquisa.

A “alfabetização cartográfica” consiste na construção de conhecimentos, signos e representações, referentes à compreensão e leitura de legendas, cartogramas, tabelas, gráficos, mapas, maquetes, mapas mentais, cartas e imagens. Os professores que trabalham com ensino de Geografia nas séries iniciais devem prover atenção redobrada a este recurso na perspectiva de ampliar e possibilitar uma leitura mais completa da realidade espacial do mundo contemporâneo.

Sobre o processo de alfabetização nessas séries, Callai (1999, p. 65) assevera ser importante “a compreensão da alfabetização como capacidade de leitura não só do texto, mas também da experiência humana vivida por todos, cotidianamente, e de escritura”. Assim sendo, entende-se leitura/escrita não só como uma habilidade mecânica, mas como uma manifestação de cidadania. A alfabetização do ler e do escrever (inclusive referente a mapas) é um meio para a constituição do cidadão que sabe o quê, e por que, lê e/ou escreve.

Essa pesquisa pode tanto contribuir no ensino-aprendizagem dos educandos das series iniciais como auxiliar na formação continuada de educandos que serão professores de

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Geografia além de ser uma oportunidade para o aprimoramento de novas metodologias de ensino-aprendizagem em Geografia Escolar.

JUSTIFICATIVA

O tema “cartografia” foi escolhido para ser trabalhado no ensino básico por ser pouco explorado na sala de aula, apesar de estar, direto ou indiretamente, presente nos conteúdos geográficos trabalhados nesse nível escolar. Acredita-se ser importante enfatizar a cartografia nas escolas, pois a partir desse conhecimento os alunos podem adquirir noção espacial aliada a um pensamento crítico sobre o espaço e os fenômenos nele distribuídos, além de desenvolver funções motoras.

O tema da cartografia ocorre nos conteúdos de Geografia mesmo nas séries iniciais e é nessa fase que as crianças estão descobrindo o corpo e os lugares muitas vezes a partir de uma perspectiva de círculos concêntricos (partindo do menor para o maior) iniciando na perspectiva do corpo até a relação com formas e tamanhos.

A presente pesquisa se mostra importante no campo disciplinar da Geografia, como ciência e disciplina escolar, pois é necessário fazer uma reflexão constante do papel dessa ciência na construção de conhecimentos na escola o que muitas vezes ficou relegada ao papel dos Estados Nações.

O estudo do efeito de materiais didáticos e para-didáticos nas salas de aula das séries iniciais ajuda o professor a pensar em sua aula, rever seus procedimentos e muitas vezes a abrir seus horizontes para novas tecnologias, metodologias e visões. Uma vez sabendo utilizar tais materiais como ferramentas importantes no ensino-aprendizagem dos alunos, fica possível tornar as aulas de Geografia mais produtivas, promovendo assim a possibilidade de se pensar a relação ensino-aprendizagem. Na infância, assevera os pesquisadores, o lúdico e o aprendizado caminham numa mesma direção. Sendo assim não é possível ser negligente acerca das possibilidades que se abrem no horizonte infantil de conhecimentos básicos apropriados e construídos por meio de desenhos, maquetes e outras propostas para além da aula expositiva.

OBJETIVOS

Os objetivos da pesquisa se dividem em duas partes. Objetivos gerais:

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 Analisar as abordagens das obras didáticas e para-didáticas de acordo com os parâmetros curriculares nacionais de Geografia, no tocante ao eixo “Linguagem Cartográfica”;

 Inventariar as obras didáticas e para-didáticas sobre a cartografia nas séries iniciais do Ensino Fundamental e aquelas que possuam conteúdos nesse sentido;

 Desenvolver o conhecimento crítico do acadêmico no processo de ensino-aprendizagem para a leitura e interpretação de materiais cartográficos nas diversas modalidades do conhecimento geográfico, a partir das noções básicas de Cartografia para a compreensão e análise do espaço geográfico.

Objetivos específicos:

 Oferecer subsídios para o entendimento da linguagem cartográfica e sua aplicação nas séries iniciais;

 Desenvolver noções básicas de alfabetização cartográfica para a análise de plantas, mapas e cartas topográficas;

 Entender o processo de ensino-aprendizagem das formas de representação do espaço geográfico;

 Apreender e desenvolver metodologias de ensino-aprendizagem de cartografia escolar nas séries iniciais;

 Enfatizar a importância da cartografia na compreensão do espaço geográfico. METODOLOGIA

O tema dessa pesquisa surgiu de uma necessidade da subárea de Geografia do CEPAE-UFG em perceber como se constrói o aprendizado por meio dos mapas entre os alunos das sereis iniciais. Nas séries iniciais observa-se um grande interesse no uso do planisfério e, ao mesmo tempo, uma curiosidade que se aprimora com os conhecimentos de outros recursos paradidáticos como maquetes e imagens em geral. No decorrer da pesquisa o exercício da observação nutriu e orientou o trabalho empírico, cuja proposta foi a de adequar o recurso da maquete ao tema da aula do professor no semestre. Tais observações foram acompanhadas de uma análise das metodologias direcionadas para educação básica nas séries inicias, bem como exercícios constantes de debate e reflexão com orientador. A metodologia foi organizada em cinco etapas, basicamente:

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1- Levantamento bibliográfico – leitura e estudo de materiais como artigos, livros, textos e trabalhos voltados à cartografia e ao ensino nas séries iniciais;

2- Diálogo com a orientadora sobre esses materiais (didáticos e para-didáticos) e suas possíveis aplicações nos conteúdos ministrados tanto como seus possíveis efeitos e formas de avaliação;

3- Observação – importante ressaltar que a observação da sala de aula além de inserir o observador na prática do seu trabalho, vivenciando um pouco do dia-a-dia durante as aulas, possibilita uma melhor análise de como estes alunos aprendem, quais suas dificuldades e facilidades, e até onde a utilização dos recursos didáticos e para-didáticos estão colaborando;

4- Reforma e construção de maquetes a serem utilizados nas salas de aula, como recurso para-didático facilitador e motivador do aprendizado;

5- Aplicação da maquete na sala de aula juntamente com exercício sobre os conteúdos da maquete, antes explicados pela professora, e posterior avaliação do recurso.

RESULTADOS PRELIMINARES

A reflexão sobre o uso de recursos para-didáticos nas séries iniciais mostra que há um espaço muito grande para serem utilizados já que diversos conteúdos são difíceis de serem ministrados por meio apenas das aulas expositivas. Nas turmas de quinto ano, o estudo dos solstícios e equinócios bem como a distribuição do clima e calor no globo, necessita, sobremaneira, de recursos que vão para além das imagens presentes em livros didáticos. O material para-didático auxilia os professores a ministrarem suas aulas contribuindo para o aprendizado dos alunos sobre um conteúdo.

Ao longo da pesquisa, as observações demonstram uma relação entre o lúdico da maquete - quebrando o ritmo da aula expositiva e demonstrando que a maquete pode funcionar como estímulo ao aprendizado de vários temas da Geografia como: astronomia, cartografia, climatologia e geomorfologia – e o conteúdo por ela trazido.

A pesquisa em relevo foi feita a partir de um tema norteador – o estudo do clima. Num primeiro momento os alunos do 5º ano – última turma das series iniciais - tiveram aula expositiva sobre o assunto. Nestas aulas eles construíram as condições necessárias para

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entender a definição conceitual de clima associando a processos ligados a dois fenômenos climáticos: temperatura e umidade.

Durante as aulas expositivas os alunos construíram um climograma da cidade de Goiânia, definindo posteriormente, após análise das colunas e linhas de temperatura, o clima tropical semi-úmido. Os alunos construíram o histograma (as colunas de precipitação) e a linha de temperatura por meio de folha de papel milimetrado.

Após a construção em folha milimetrada foi apresentado aos alunos uma maquete do clima de Manaus, já previamente construída. Ao observarem a maquete foi proposto que verificassem comparativamente a maquete e o outro climograma do papel milimetrado. Os alunos anteciparam, apenas ao olharem a maquete: “esta cidade da maquete chove muito!”. Percebe-se que, o uso da maquete na perspectiva em relevo promoveu muita curiosidade e conduziu a leitura mais objetiva do gráfico de clima.

Após este exercício aplicamos um questionário para observar a relação entre os dois recursos para o ensino de clima – maquete e papel milimetrado - sob a qual teceremos nossas conclusões. A atividade inteira (contando com as aulas expositivas ministradas antes de cada exercício) teve uma duração de quatro semanas (04 aulas). Sendo importante para estudo somente as respostas do questionário, deixou-se como facultativo a identificação dos avaliados.

Na questão referente aos critérios para se definir o clima de um lugar (cidade ou país), 04 alunos responderam parcialmente certo, acertando somente um dos critérios; 18 alunos alcançaram a resposta esperada apresentando dois dos critérios e 06 alunos responderam algo incoerente com o que o enunciado pedia (gráfico 01). Isto demonstra que muitos alunos não entenderam a explicação ou mesmo o enunciado e que mostra houve a falta de leitura e dificuldade de interpretação dos alunos.

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Gráfico 1

Embora os alunos tenham conseguido relacionar os dois critérios: chuva e temperatura; ao citar o critério chuva muitas respostas indicaram mm³ no lugar de “chuva”. Esta confusão pode ter sido favorecida pela explicitação da unidade de medida, muito enfatizada nas aulas expositivas, causando confusão em relação a resposta. Sendo assim os participantes da pesquisa confundiram a unidade de medida ao processo (ocorrência de chuva) e não citaram a pluviosidade como conceito para definir o fenômeno climático. No entanto, identificaram com facilidade o fenômeno chuva ao histograma (coluna) do gráfico.

Na questão a qual perguntava o tempo necessário para se definir o clima de um lugar, o resultado foi de 24 acertos; 01 resposta parcialmente correta; 02 erradas e 01 (uma) pessoa respondendo não haver entendido a questão (gráfico 02). A maior parte conseguiu identificar a noção de tempo longo, o que nos faz acreditar que, mesmo muitos não sabendo exatamente o tempo necessário, aprenderam que para se identificar o clima (algo diferente de “tempo”, explicado a eles) não se pode considerar horas, dias, meses ou mesmo três ou quatro anos.

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Gráfico 2

Na questão comparativa entre climograma e maquete (continha 03 perguntas), houve 15 alunos que acertaram 100% da questão; 08 que acertaram 75%; 04 que acertaram 50% e 01 que acertou 25% (gráfico 03).

Gráfico 3

A primeira pergunta dizia respeito à identificação das colunas de pluviosidade entre ambas as cidades. Todos os alunos reconheceram que em Manaus chove mais, observando as representações, na tridimensional (maquete) e bidimensional (impressão da atividade).

Ao relacionar clima no tempo (distribuição de temperatura e chuva), foi pedido que os alunos indicassem a relação entre a chuva e as estações do ano de ambas as cidades. Ficou claro que precisa ser enfatizada a relação da chuva com estação do ano. Apesar de a maioria

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ter acertado a questão toda, muitos alunos ainda não sabem pensar nas características de cada estação.

Nas duas questões pessoais referentes a opinião dos alunos sobre a utilização da maquete e a construção do climograma no papel milimetrado pôde-se perceber uma aprovação dos alunos no que diz respeito à maquete como ferramenta didática e o papel milimetrado como instrumento didático para uma aula mais dinâmica e interativa.

Sobre a maquete, todos os alunos responderam que gostaram da utilização dela na sala de aula. Alguns, por ser um recurso chamativo, outros por nunca terem tido anteriormente contato com uma maquete. As respostas variaram de um simples “legal” a um “bem legal e interessante, pois ajuda o nosso conhecimento nas aulas de Geografia.” Em nossas observações percebemos que a maquete traz muita curiosidade aos alunos. Eles inclusive pedem para construir uma. Acham-na um recurso muito chamativo o que direciona a atenção e desperta as atenções destes alunos para com as aulas.

Sobre o papel milimetrado o resultado não foi diferente, pois todos os alunos gostaram da atividade. Por ter sido uma aula considerada (por eles) “diferente” das que estão acostumados e pela facilidade que o aprendizado ao partir do recurso visual trouxe. Algumas respostas enfatizaram o fato de que ao construírem um climograma eles se sentiram participantes nas aulas e interessados, mesmo com as dificuldades inicialmente apresentadas,

Os resultados da pesquisa realizada com alunos do quinto ano primário do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação – CEPAE – nos meses de maio e junho indicaram que os materiais para-didáticos são cada vez mais bem-vindos pelos alunos e professores por sua originalidade, pela sua capacidade de despertar interesse, pelo seu poder de dinamizar a aula e por ser uma ferramenta explicativa com ótima contribuição para a didática.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CALLAI, J. L. Grupo, espaço e tempo nas séries iniciais. In: CALLAI, H. C.; SCHÄFFER, N. O. KAERCHER, N. A. (Org.) Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. Porto Alegre: Ed. UFRGS/AGB-Seção Porto Alegre, 1999. p. 65-74.

ALMEIDA, Rosângela Doin de. (Org.) A cartografia escolar. São Paulo: Contexto, 2007. ALMEIDA, Rosângela Doin de. Do Desenho ao Mapa: iniciação cartográfica na escola. São Paulo: Contexto, 2001. (Caminhos da Geografia).

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O. KAERCHER, N. A. (Org.) Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. Porto Alegre: Ed. UFRGS/AGB- Seção Porto Alegre, 1999. p. 65-74.

PASSINI, Elza Yasuko. Alfabetização Cartográfica e o Livro Didático: uma análise crítica. Belo Horizonte: Editora Lê, 1994.

SILVA, P. R. F. A. E. ; Carneiro. A Educação Cartográfica na Formação do Professor de Geografia em Pernambuco. RBC. Revista Brasileira de Cartografia, v. 58/01, p. 43/ 58/01-48, 2006.

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