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BIOMEDICINA TRANSFUSÕES E REAÇÕES TRANSFUSIONAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA TRANSFUSIONS AND TRANSFUSIONS REACTIONS: A REVIEW

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BIOMEDICINA

TRANSFUSÕES E REAÇÕES

TRANSFUSIONAIS: UMA REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA

TRANSFUSIONS AND TRANSFUSIONS

REACTIONS: A REVIEW

Resumo

Introdução: A transfusão de hemocomponentes é um método que faz parte

médico-terapêutica vem se mostrando, cada vez mais, um meio eficaz de se tratar um paciente para uma melhora de seus sintomas ou de sua doença, porém, o processo transfusional envolve alguns riscos.

revisão de bibliografia do tema “Transfusões e Reações Transfusionais”, incluindo trabalhos do período de 2008 à 2017, nos qu foram analisados diversos artigos. Referencial Teórico:

desfavoráveis associados a administração de produtos sanguíneos, no Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ocorreram em média, 3 reações transfusionais para cada 1.000 t

essa é a média observada nos 5 anos anteriores. O sangue é um recurso caro e raro, é necessário que apenas pacientes que realmente necessitam deste tratamento o recebam, evitando expor outros a riscos desnece

classificadas quanto ao tempo de aparecimento do primeiro sintoma clínico ou laboratorial, quanto à gravidade da reação e qua diagnóstico da mesma. Conclusão: O ato transfusional é repleto de riscos e é imposs

fazem parte deste procedimento. Assim, os biomédicos participantes da equipe transfusional tem importância e relevância no pr de redução e prevenção desses riscos.

Palavras-Chave: transfusão de hemocomponentes, reações transfusionais, incidentes transfusionais, cuidados transfusionais, agudas e tardias

Abstract:

Introduction: The transfusion of blood components is a method that is part of modern medicine, over the years, this medical therapeutic practice has been showing, increasingly and even more, an effective way to treat a patient for an improvement of symptoms or their disease, however, the transfusion process involves some risks.

bibliographical review of the theme "Transfusions and Transfusion Reactions", including works from the period 2008 to 2017, i several articles were analyzed. Theoretical Background:

associated with the administration of blood products. In Brazil, according to the National Agency of Sanitary Surveillance (A there were 3 transfusion reactions per 1.000 transfusions in 2015, which is the average observed in the previous five years. Bloo expensive and rare resource, it is necessary that only patients who really need this treatment receive it, avoiding exposin unnecessary risks. The observed reactions can be classified according to the time of appearance of the first clinical or labo symptom, the severity of the reaction and its diagnosis.

exclude all of them, since several factors are part of this procedure. Thus, the biomedical participants of the transfusion t importance and relevance in the process of reduction and prevention of these risks.

Keywords:transfusion of blood components, transfusion reactions, transfusion incidents, transfusion care,

INTRODUÇÃO

A transfusão de hemocomponentes é um método que já faz parte da medicina moderna, seja como uma prática médica essencial para a manutenção da qualidade de vida, ou como tratamento para salvar vidas. Trata

método terapêutico aceito e eficaz em todo o mundo, que produz resultados significativos de melhorias para os pacientes, se corretamente aplicada. 1, 2, 3

A hemoterapia tem se destacado

Brasil quanto no resto do mundo, pelos recentes estudos, desenvolvimento de ações e tecnologias que objetivam minimizar e reduzir os riscos envolvidos nas transfusões de hemocomponentes visto que ao longos dos anos, a transfusão de hemocomponentes vem se mostrando, cada vez mais e mais, um meio eficaz de se corrigir as deficiências de células vermelhas, hemoglobina, plaquetas e dos fatores de coagulação do paciente receptor, no entanto, considerando que para alguns pacientes a transfusão represente a forma mais adequada de salvar sua vida ou mesmo de melhorar, ou tratar o paciente para uma melhora rápida de seus sintomas ou de sua doença, o processo transfusional envolve riscos, sejam estes imediatos ou tardios, sendo que estes

TRANSFUSIONAIS: UMA REVISÃO

TRANSFUSIONS AND TRANSFUSIONS

LUCAS RODRIGUES SIQUEIRA

ELANE PRISCILA MACIEL

A transfusão de hemocomponentes é um método que faz parte da medicina moderna, ao longos dos anos, essa prática terapêutica vem se mostrando, cada vez mais, um meio eficaz de se tratar um paciente para uma melhora de seus sintomas ou de sua doença, porém, o processo transfusional envolve alguns riscos. Materiais e Métodos: Este trabalho corresponde em uma revisão de bibliografia do tema “Transfusões e Reações Transfusionais”, incluindo trabalhos do período de 2008 à 2017, nos qu

Referencial Teórico: As reações transfusionais (RTs) representam a maior parte dos eventos desfavoráveis associados a administração de produtos sanguíneos, no Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância (ANVISA), ocorreram em média, 3 reações transfusionais para cada 1.000 transfusões realizadas no ano de 2015, sendo que essa é a média observada nos 5 anos anteriores. O sangue é um recurso caro e raro, é necessário que apenas pacientes que realmente necessitam deste tratamento o recebam, evitando expor outros a riscos desnecessários. As reações observadas podem ser classificadas quanto ao tempo de aparecimento do primeiro sintoma clínico ou laboratorial, quanto à gravidade da reação e qua

O ato transfusional é repleto de riscos e é impossível excluir todos eles, visto que diversos fatores fazem parte deste procedimento. Assim, os biomédicos participantes da equipe transfusional tem importância e relevância no pr

componentes, reações transfusionais, incidentes transfusionais, cuidados transfusionais, The transfusion of blood components is a method that is part of modern medicine, over the years, this medical therapeutic practice has been showing, increasingly and even more, an effective way to treat a patient for an improvement of

ir disease, however, the transfusion process involves some risks. Materials and Methods:

bibliographical review of the theme "Transfusions and Transfusion Reactions", including works from the period 2008 to 2017, i Theoretical Background: Transfusion reactions (TRs) represent most of the unfavorable events associated with the administration of blood products. In Brazil, according to the National Agency of Sanitary Surveillance (A

e were 3 transfusion reactions per 1.000 transfusions in 2015, which is the average observed in the previous five years. Bloo expensive and rare resource, it is necessary that only patients who really need this treatment receive it, avoiding exposin unnecessary risks. The observed reactions can be classified according to the time of appearance of the first clinical or labo symptom, the severity of the reaction and its diagnosis. Conclusion: The transfusion act is fraught with risks a

exclude all of them, since several factors are part of this procedure. Thus, the biomedical participants of the transfusion t importance and relevance in the process of reduction and prevention of these risks.

usion of blood components, transfusion reactions, transfusion incidents, transfusion care,

A transfusão de hemocomponentes é um faz parte da medicina moderna, seja como uma prática médica essencial para a vida, ou como tratamento para salvar vidas. Trata-se de um método terapêutico aceito e eficaz em todo o mundo, que produz resultados significativos de elhorias para os pacientes, se corretamente destacado tanto no Brasil quanto no resto do mundo, pelos recentes ações e tecnologias m minimizar e reduzir os riscos transfusões de hemocomponentes, o longos dos anos, a transfusão de hemocomponentes vem se mostrando, cada vez , um meio eficaz de se corrigir as deficiências de células vermelhas, hemoglobina, plaquetas e dos fatores de coagulação do paciente receptor, no entanto, considerando que para alguns pacientes a transfusão represente a de salvar sua vida ou paciente para uma a rápida de seus sintomas ou de sua usional envolve riscos, sejam estes imediatos ou tardios, sendo que estes

riscos variam de leve a grave, e

agregam em si um risco de morte ao paciente.

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As reações transfusionais (RT

representam a maior parte d

eventos desfavoráveis

administração de produtos sanguíneos, no Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitário (ANVISA), ocorreram em média, 3 para cada 1.000 transfusões realizadas no ano de 2015, sendo esta, a média observada no 5 anos anteriores. As RTs estão sempre associadas ao extremo desconforto dos pacientes e ao aumento dos custos de tratamento dos mesmos, e em raras ocasiões podem levar o paciente ao óbito, no ano de 2014 foram notificados 30 óbitos n

devido a RTs, sendo esse dado inferior à 1 óbito para cada 100.000 transfusões. O processo de viabilizar uma unidade de hemocomponentes ou hemoderivado ao paciente é extremamente complexo, muitos passos devem ser seguidos corretamente para se asse

desta transfusão. 7, 8, 9

As transfusões devem ser guiadas por meio de procedimentos padronizados por órgãos fiscalizadores, para assim garantir a maior eficácia da mesma. Todos os procedimentos devem ser

LUCAS RODRIGUES SIQUEIRA

ELANE PRISCILA MACIEL

da medicina moderna, ao longos dos anos, essa prática terapêutica vem se mostrando, cada vez mais, um meio eficaz de se tratar um paciente para uma melhora de seus sintomas ou Este trabalho corresponde em uma revisão de bibliografia do tema “Transfusões e Reações Transfusionais”, incluindo trabalhos do período de 2008 à 2017, nos quais ionais (RTs) representam a maior parte dos eventos desfavoráveis associados a administração de produtos sanguíneos, no Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância ransfusões realizadas no ano de 2015, sendo que essa é a média observada nos 5 anos anteriores. O sangue é um recurso caro e raro, é necessário que apenas pacientes que ssários. As reações observadas podem ser classificadas quanto ao tempo de aparecimento do primeiro sintoma clínico ou laboratorial, quanto à gravidade da reação e quanto ao ível excluir todos eles, visto que diversos fatores fazem parte deste procedimento. Assim, os biomédicos participantes da equipe transfusional tem importância e relevância no processo componentes, reações transfusionais, incidentes transfusionais, cuidados transfusionais, reações The transfusion of blood components is a method that is part of modern medicine, over the years, this medical-therapeutic practice has been showing, increasingly and even more, an effective way to treat a patient for an improvement of their

Materials and Methods: This paper corresponds to a bibliographical review of the theme "Transfusions and Transfusion Reactions", including works from the period 2008 to 2017, in which s) represent most of the unfavorable events associated with the administration of blood products. In Brazil, according to the National Agency of Sanitary Surveillance (ANVISA), e were 3 transfusion reactions per 1.000 transfusions in 2015, which is the average observed in the previous five years. Blood is an expensive and rare resource, it is necessary that only patients who really need this treatment receive it, avoiding exposing others to unnecessary risks. The observed reactions can be classified according to the time of appearance of the first clinical or laboratory The transfusion act is fraught with risks and it is impossible to exclude all of them, since several factors are part of this procedure. Thus, the biomedical participants of the transfusion team have usion of blood components, transfusion reactions, transfusion incidents, transfusion care, acute and delayed reactions

riscos variam de leve a grave, e muitas vezes em si um risco de morte ao paciente. 4, 5,

As reações transfusionais (RTs)

representam a maior parte desses riscos, ou

desfavoráveis, associados a

administração de produtos sanguíneos, no Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância ocorreram em média, 3 RTs fusões realizadas no ano de a média observada no 5 anos estão sempre associadas ao extremo desconforto dos pacientes e ao aumento dos custos de tratamento dos mesmos, e em raras levar o paciente ao óbito, no ano de 2014 foram notificados 30 óbitos no Brasil , sendo esse dado inferior à 1 óbito para cada 100.000 transfusões. O processo de uma unidade de hemocomponentes ou hemoderivado ao paciente é extremamente uitos passos devem ser seguidos corretamente para se assegurar a segurança As transfusões devem ser guiadas por meio de procedimentos padronizados por órgãos fiscalizadores, para assim garantir a maior eficácia da mesma. Todos os procedimentos devem ser

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seguidos, visando reduzir, ou mesmo, eliminar os riscos envolvidos. 10, 11

O objetivo desta revisão bibliográfica é descrever as reações transfusionais de maneira clara e atualizada, assim, evidenciando os riscos envolvidos com as transfusões e descrever as práticas a serem consideradas para a obtenção do melhor resultado com as mesmas, evitando e prevenindo as RTsao máximo possível.

Materiais e métodos

Este trabalho é classificado como uma revisão de bibliografia do tema “Transfusões e Reações Transfusionais”, incluindo trabalhos do período de 2008 à 2017, nos quais foram analisados diversos artigos. Foram utilizadas as bases de dados da Scielo, Lilacs e Pubmed.

As palavras chaves utilizadas na pesquisa

foram: transfusão de hemocomponentes,

transfusão sanguínea, reações transfusionais, incidentes transfusionais, revisão transfusional, reações agudas e tardias.

Referencial Teórico A transfusão:

Atransfusão de produtos sanguíneos é indicada principalmente para tratar as condições graves, que possam levar o paciente à situações que tenham altas taxas de morbidade ou mortalidade, casos que possam ser prevenidos ou tratados de outra maneira, devem ser evitadas as transfusões, classificando as mesmas como “último caso”. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), diversas regiões do mundo apresentam grandes variações nas classificações dos pacientes quanto a real necessidade das transfusões, indicando que o sangue e seus produtos estão sendo utilizados de maneira errônea.12, 13, 14

A necessidade transfusional pode ser muitas vezes ser minimizada ou evitada, metodologias como a infusão de solução salina ou outras soluções que auxiliem na reposição da volemia, em geral são mais seguras, simples e por muitas vezes mais eficazes que a transfusão de hemocomponentes ou hemoderivados, que não deveriam ser transfundidos nesses casos. Quando o sangue é administrado a quem não o precisa, o receptor não estará adquirindo benefício algum, além de estar sendo exposto a riscos desnecessários. 9, 15, 16

O sangue é um recurso caro e raro, tendo isso como base o maior desafio imposto aos profissionais da área da saúde é identificar e selecionar os pacientes que realmente necessitam deste tratamento, evitando expor outros a algo que não os ajudará, ressaltando que as

transfusões desnecessárias geram uma

diminuição dos estoques de produtos sanguíneos

para aqueles com real necessidade. 17, 18

Utilização e aplicações terapêuticas

No Brasil, os hemocomponentes e

hemoderivados se originam por meio de doações sanguíneas voluntárias, este processo está regulamentado pela Lei nº 10.205, de 21 de Março de 2001, e por regulamentos e guias técnicos disponibilizados e editados periodicamente pelo Ministério da Saúde.14, 19

Para a obtenção dos produtos sanguíneos, os serviços de hematologia e hemoterapia são

estruturados em rede, com níveis de

complexidade diferentes, a depender das atividades que executam, realizando uma série de serviços complexos, que incluem a captação dos doadores, a triagem médica e clínica, a coleta sanguínea ou coleta por aférese, que é um procedimento em que se retira do sangue total a parte desejada, separando seus componentes, coletando o requerido e devolvendo o que não se deseja, além do processamento do sangue total em hemocomponentes e hemoderivados, análises sorológicas, imunológicas e hematológicas no produto sanguíneo do doador, o armazenamento e a distribuição dos produtos e sua transfusão.10, 14

Os hemocomponentes e hemoderivados são produtos distintos e são obtidos ambos nos serviços de hemoterapia a partir do sangue total. Por meio dos processos físicos (centrifugação e congelamento) é possível obter os denominados “hemocomponentes”, no entanto, em escala industrial são obtidos, pelo fracionamento do plasma, a partir de processos físico-químicos os

“hemoderivados”, como observado na figura 1.3, 14

Figura 1: Produtos originados a partir do sangue total. (Ministério da Saúde, 2010)

Hemocomponentes:

Existem duas maneiras para obtenção dos hemocomponentes, sendo que a mais comum é a coleta do sangue total e a outra forma é mais específica e de maior complexidade, sendo ela a coleta por aférese. O processamento para a obtenção dos hemocomponentes é feito por meio de centrifugação refrigerada, por processos que visam minimizar a contaminação e qualquer proliferação microbiana possível, desta forma, se separa o sangue total em hemocomponentes

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eritrocitários, plasmáticos e leuco-plaquetários, como visualizado na figura 2.14, 19, 20

Figura 2: Hemocomponentes obtidos após centrifugação refrigerada. Fonte: Adaptado de Ministério da Saúde (2010).

Concentrado de Hemácias (CH):A

transfusão de concentrado de hemácias é principalmente indicada em três circunstâncias:

hemorragia aguda (ou anemia aguda),

hipovolemia aguda (considerável após perda volêmica acima de 25% da volemia total) e níveis de hemoglobina abaixo dos 9g/dL, mas em todos os casos, o paciente deve ser avaliado como um todo,sejam suas manifestações físicas quanto seus achados clínicos, em particular, os achados clínicos determinam com maior evidência as alterações na hemodinâmica do paciente, essas que guiam as principais indicações transfusionais. Nos casos em que corrigir a anemia não se faz

urgente, devem ser consideradas outras

estratégias para a melhoria do paciente, tais como a utilização de medicamentosque estimulem a produção sanguínea e seus parâmetros, uma vez que a transfusão é acompanhada de diversos riscos.14, 15, 19, 21

Concentrado de Plaquetas (CP): As indicações de transfusão para concentrado de plaquetas estão diretamente relacionadas às

plaquetopenias, devido ao fato de que

asplaquetas circulantes desempenham um papel fundamental na manutenção da integridade vascular e previnem o sangramento advindo de lesões. Clinicamenteo sangramento ligado a deficiência de plaquetas se manifesta como petéquias, equimoses, hemorragias gengivais, hematúria e melena. Certos distúrbios são capazes de causar hemorragias graves em áreas “nobres”, como o sistema nervoso central, e muitas vezes as hemorragias ocorrem devido a

intervenções cirúrgicas e procedimentos

invasivos.Em diversos casos, na avaliação da real necessidade de transfusão, é preciso ter em conta a possível ingestão de fármacos com função inibitória das plaquetas. 14, 19, 22, 23

Plasma Fresco Congelado (PFC):O plasma fresco congelado, nada mais é, que a porção acelular do sangue, ou seja, sem células sanguíneas específicas, pode ser obtido por

centrifugação do sangue total ou a partir da coleta por aférese, oPFC é a parte líquida do sangue, constituído de água, proteínas, sendo elas albumina,globulinas, fatores de coagulação e outras), carboidratos e lipídios. Deve ser completamente congelado até 8 horas após a coleta e mantido, no mínimo, à 18°C negativos,

sendo, porém, recomendada uma

temperaturaigual ou inferior a 25°C negativos. As indicações de uso do PFC são restritas e diretamente ligadas à sua capacidade de conter as proteínas da coagulação. O componente deve ser usado, portanto, no tratamento de pacientes com distúrbios dos fatores e das vias da coagulação, principalmente naqueles em que a deficiência de múltiplos fatores é evidenciada, e também, apenas quando não estiverem disponíveis produtos com concentrados estáveis de fatores de coagulação.14,

19, 22, 23

Crioprecipitado (CRIO): O crioprecipitado é uma fonte concentrada de diversas proteínas plasmáticas que não se dissolvem entre a temperatura de 1°C a 6°C, essas proteínas apresentam alto peso molecular, dentre elas, as proteínas presentes na via intrínseca e extrínseca da Cascata de Coagulação, Fator VIII, Fator XIII, Fator von Willebrand e o fibrinogênio. É indicado principalmente nos casos de hemorragia intensa, o

CRIO é o menor hemocomponentes a

disposiçãodos serviços de saúde, cada doador “produz” entre 10-15ml e é a maior e melhor fonte de fibrinogênio.7, 20, 24

Concentrado de Granulócitos (CG): Assim como o PFC, o concentrado de granulócitos é obtido por aférese de um doador, sendo que a qualidade, ou neste caso, rendimento, do concentrado, pode ser melhorado caso o doador seja estimulado para produzir os granulócitos. As bolsas deste concentrado possuem volume entre 200 e 400ml, incluindo anticoagulante, plasma e pequenas porções de plaquetas, outros leucócitos e hemácias. Os granulócitos perdem sua função em um curto período de tempo, então sua transfusão deve ocorrer no mais curto intervalo possível entre a doação e a chegada da bolsa ao receptor, seu armazenamento só é possível por 24h, então o grupo médico deve estar ciente dos riscos e da importância desta transfusão, assim

como a de todos outros hemocomponentes.7, 20, 26

Riscos Transfusionais:

A reação transfusional pode ser definida como um efeito ou resposta indesejável. Todos os cuidados devem ser tomados desde o início do

processo transfusional, considerandoque a

transfusão é um processo que após iniciado é de impossível reversão, ela acarreta diversos benefícios, porém, igualmente são os riscos potenciais ao paciente transfundido, contudo, quando se obtém uma indicação precisa e administração correta as reações às transfusões são reduzidas, mas ainda assim podem ocorrer.

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Portanto, é de extrema importância que todos profissionais envolvidos na prescrição, nos testes

pré-transfusionais e administração de

hemocomponentes e ou hemoderivados estejam capacitados e qualificados a prontamente identificar e utilizar as corretas estratégias necessárias para resolução e prevenção de novas reações. 5, 7, 20, 25

A ocorrência das RTs está associada a inúmeras causas, tornando sua identificação bastante complexa, dentre as causas estão os fatores que representam a responsabilidade da equipe médico-hospitalar,desde erros básicos a erros médicos, como a identificação de pacientes, amostras ou produtos, utilização de insumos inadequados (equipos, bolsa, agulha eetc), fatores relacionados ao receptor e ao doador como

existência de anticorpos irregulares não

detectados em testes pré-transfusionais da rotina.14, 19, 24

As reações transfusionais devem ser investigadas pela equipe médica responsável pelo paciente, pela equipe de apoio médico do hospital e com o suporte da agência transfusional do hospital. Todos os incidentes devem ser relatados e revisados pelo hospital ao Sistema de Hemovigilância vigente, no Brasil, a ANVISA. 8, 27

Infelizmente as reações são mais comuns do que o desejado, então os médicos e os profissionais responsáveis pelas transfusões devem ser capazes de identificar as mesmas no

menor intervalo de tempo possível. Os

diagnósticos diferenciais após as transfusões devem sempre considerar a possibilidade de RTs , sendo que mesmo após semanas das transfusões os pacientes ainda poderão apresentar sintomas, somando isto ao fato de que as RTs não apresentam nenhum sintoma patognomônico, o trabalho de identificação das equipes se torna ainda mais complexo e crucial, por esses motivos a vigilância é essencial antes, durante e após as transfusões. Independente da reação, medidas visando a diminuição dos malefícios ao receptor devem ser tomadas.27, 28

As reações transfusionaissão classificadas quanto ao tempo de aparecimento do primeiro sintoma clínico ou laboratorial, quanto à gravidade

da reação e quanto ao diagnóstico da mesma.14, 24

Quanto ao tempo, as reações são classificadas como “Imediatas” ou “Tardias”, sendo que, as reações imediatas ocorrem até 24h após a

transfusão, enquanto as reações tardias

acontecem após 24h, não havendo um tempo que limita se uma reação é tardia ou não. 12, 14, 26

A classificação quanto á gravidade é definida por “graus” de risco, sendo o Grau 1, risco leve, não havendo risco à vida, não resulta em danos permanentes; Grau 2, risco moderado, risco de morte a longo prazo, deficiência ou incapacidade persistente ou necessidade de intervenção cirúrgica em consequência da reação transfusional; Grau 3, risco grave, risco imediato à vida, em consequência da reação transfusional,

porém sem óbito atribuído diretamente à transfusão, sendo que intervenção médica se faz exigida para evitar a morte; e Grau 4, óbito atribuído à transfusão.14, 17

Quanto ao diagnóstico da reação, o sistema nacional de hemovigilância da ANVISA adota para fins de notificação os seguintes diagnósticos de reaçõestransfusionais:

1. Reação Febril Não Hemolítica – RFNH:

Caracteriza-se pela presença de febre

(temperatura ≥38ºC) com aumento de pelo menos 1°C em relação ao valor pré-transfusional e/ou tremores e calafrios, durante a transfusão ou até quatro horas após a transfusão. Está associada

em sua maioria a transfusão dos

hemocomponentesPFC e CP . Os

sintomaspodem ceder espontaneamente.1, 14, 26

2. Reação Alérgica – ALG:

Caracteriza-se pelo aparecimento de reação de hipersensibilidade (alergia) durante a transfusão ou até quatro horas após. O caso confirmado deve apresentar dois ou mais dos seguintes sinais e sintomas: pápulas; prurido; urticária; edema labial, de língua e de úvula ou periorbital/conjuntival; e ou tosse, rouquidão, estes sintomas são causados por mediadores como a histamina, que são responsáveis por ativarem os basófilos e os monócitos. Está associada em sua maioria a transfusões de PFC, mas possuindo alta

incidência também nas transfusões de CH e CP.7,

14, 26, 27

3. Reação por Contaminação Bacteriana – CB: Caracteriza-se pela presença do microrganismo no hemocomponente transfundido e presença do mesmo microrganismo no sangue do receptor, ainda que sem sintomatologia clínica, podendo também apresentar febre (temperatura ≥38°C) com aumento de pelo menos 2°C em relação ao valor pré-transfusional durante a transfusão ou até 24 horas após, ocorre nesses casos alguns dos seguintes sintomas: tremores;calafrios;hipotensão arterial;taquicardia; dispneia; náusea, vômitos; e choque.10, 14, 26

4. Transmissão de Doença Infecciosa – DT: Caracteriza-se quando o receptor apresenta uma infecção pós-transfusional (vírus, parasitas ou outros agentes infecciosos, exceto bactérias), sem a evidência da existência de uma infecção antes da transfusão, quando há uma ausência de uma fonte alternativa para a origem desta infecção e quando o doador da bolsa transfundida no receptor apresenta evidência da mesma infecção, ou ainda, principalmente o hemocomponente transfundido no receptor apresenta evidências do mesmo agente infeccioso.14, 21, 26

(5)

Caracteriza-se pela presença da uma rápida destruição das hemácias durante o procedimento transfusional ou até 24 horas após, por incompatibilidade ABO ou de qualquer outro sistema eritrocitário. Nestes há a presença de

qualquer um dos seguintes sinais e

sintomas:ansiedade;agitação;sensação de morte iminente;tremores/calafrios; rubor facial; febre; dor no local da punção;dor abdominal, lombar e em flancos;hipotensão arterial;epistaxe;oligúria/anúria, insuficiência renal;hemoglobinúria; coagulação intravascular disseminada (CIVD);sangramento no local da punção e choque. O paciente atestará teste de hemólise positivo na sua amostra sanguínea, além da possibilidade de se encontrar dois ou mais dos seguintes resultados:teste de eluição positivo; lactato desidrogenase elevada; bilirrubina indireta elevada;queda de hemoglobina e hematócrito;haptoglobina baixa; fibrinogênio baixo ou hemoglobina livre aumentada; e hemoglobinúria. 1, 14, 26, 28

6. Lesão Pulmonar Aguda Relacionada à Transfusão – LPART/TRALI:

Mais conhecida por sua sigla em inglês, a TRALI (transfusion-relatedacutelunginjury), caracteriza-se como uma síndrome que tem como efeitos um desconforto respiratório agudo que ocorre durante a transfusão ou até seis horas após sua realização, porém, sem que o paciente apresente evidências anteriores de lesão pulmonar, oexame de imagem de tórax do paciente apresenta infiltrado pulmonar bilateral e hipoxemia com saturação de oxigênio menor que 90% em ar ambiente, podendo ainda apresentar dispneia, febre, hipertensão/hipotensão arterial, taquicardia e cianose.7, 19, 20, 29

7. Reação Hemolítica Aguda Não Imune – RHANI: Caracteriza-se pela presença de hemólise, durante a transfusão ou até 24 horas após, com ou sem sintomas clínicos significativos, sem evidência de causa imunológica e apresença de hemoglobina livre no plasma (hemoglobinemia) e também sendo possível encontrá-la na urina (hemoglobinúria).14, 26, 28

8. Reação Hipotensiva Relacionada à Transfusão – HIPOT:

Caracteriza-se pela diminuição da pressão arterial do paciente, em pacientes adultos, uma queda igual ou superior a 30% da sua pressão sistólica pré-transfusional em até uma hora após a transfusão classificam a reação; em jovens com menos de 18 anos e mais de 1 anos de idade, a diminuição da pressão, já é aceita quando menor, nesses casos uma queda de 20% em até uma hora já classificam a reação. Sendo necessário aexclusão de todas as outras causas de hipotensão arterial, neste caso deve-se cessar rapidamente a transfusão e iniciar o tratamento de suporte.7, 14

9. Sobrecarga Circulatória Associada à Transfusão – SC/TACO:

Mais conhecida por sua sigla em inglês, a TACO (transfusion-associatedcirculatoryoverload), caracteriza-se pelo aparecimento de edema pulmonar durante a transfusão ou até seis horas após, apresentando pelo menos quatro das seguintes características: insuficiência respiratória aguda (ortopneia, dispneia e tosse); taquicardia; hipertensão arterial; achados de imagem de edema pulmonar; evidência de balanço hídrico positivo; aumento da pressão venosa central; insuficiência ventricular esquerda; e o aumento de peptídeo natriurético tipo B (BNP).14, 23, 26, 28

10. Dispneia Associada à Transfusão – DAT: Caracteriza-se pelo desconforto respiratório agudo dentro das primeiras 24 horas da transfusão, que não preencha os critérios de TRALI, sobrecarga circulatória associada à transfusão e reação alérgica. O desconforto respiratório é o sintoma clínico mais proeminente e não pode ser explicada pelo quadro de base do paciente ou por outra causa.14, 26, 30

11. Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro Pós-Transfusional – DECH (TA-GVHD):

Também é conhecida por sua sigla em inglês, a

TA-GVHD (transfusion-associatedgraft-vs-host

disease), caracteriza-se como uma síndrome clínica que ocorre entre dois dias a seis semanas após a infusão de hemocomponente, é capaz de causar severa imunodeficiência no paciente, sendo caracterizada por: febre; diarreia; eritema com erupção máculo-papular central que se espalha para as extremidades e pode, em casos graves, progredir para eritrodermia generalizada e formação de bolhas hemorrágicas; hepatomegalia; alteração de função hepática (aumento de fosfatase alcalina, transaminases e bilirrubina); pancitopenia; e aplasia de medula óssea. Neste caso, o resultado de biópsia de pele ou de outros órgãos comprometidos será compatível com a DECH, também haverá presença de quimerismo leucocitário, que nada mais é do que a presença de leucócitos do paciente e leucócitos da bolsa transfundida.5, 14

12. Reação Hemolítica Tardia – RHT:

Caracteriza-se pelo desenvolvimento de

anticorpos contra antígeno(s) eritrocitário(s) após a transfusão. Os sinais clínicos de hemólise geralmente estão presentes entre 24 horas e 28 dias após a transfusão. O paciente pode ser assintomático, com sinais clínicos discretos e, muitas vezes, imperceptíveis. O quadro clínico clássico, porém, é composto por febre, icterícia e anemia, podendo apresentar outros sintomas semelhantes aos da reação hemolítica aguda imunológica; o paciente apresentará teste direto de antiglobulina positivo, teste de eluição positivo ou aloanticorpo eritrocitário recém-identificado no soro do receptor, além do aumento insuficiente do

(6)

nível de hemoglobina pós-transfusional ou queda rápida da hemoglobina para os níveis anteriores à transfusão ou aparecimento inexplicável de esferócitos.6, 14, 26

13. Aloimunização ou Aparecimento de Anticorpos Irregulares – ALO/PAI:

Também conhecida como PAI (Pesquisa de

Anticorpos Irregulares), caracteriza-se pelo

aparecimento no receptor de novos anticorpos, clinicamente significativos, contra antígenos eritrocitários detectados pelo teste de antiglobulina direta (TAD) positivo ou triagem de anticorpos irregulares além de ausência de sinais clínicos ou laboratoriais de hemólise.14, 30

14. Púrpura Pós-Transfusional – PPT:

Caracteriza-se como um episódio de

trombocitopenia (queda da contagem de

plaquetas para níveis inferiores a 20% da contagem pré-transfusional) que ocorre de 5 a 12 dias após a transfusão de sangue e pelapresença de anticorpo antiplaquetário no receptor, podendo ser assintomático, autolimitado, mas também

cursar com sangramento cutâneo-mucoso,

gastrointestinal, gênito-urinário e do sistema nervoso central.14, 26, 30

15. Dor Aguda Relacionada à Transfusão – DA: Caracteriza-se pela presença de dor aguda, de curta duração (até 30 minutos), principalmente na região lombar, torácica e membros superiores, durante a transfusão ou até 24 horas após, sem outra explicação. É comum a ocorrência de alguns dos seguintes sinais e sintomas: hipertensão arterial, inquietação, vermelhidão na pele, calafrios, taquipneia, dispneia e taquicardia. A dor apresentada nessa reação é mais intensa comparada à dor de outras reações.14, 23, 26

16. Hemossiderose com Comprometimento de Órgãos – HEMOS:

Caracteriza-se pela presença de nível de ferritina sanguínea superior ou igual a 1 g/l no contexto de transfusões repetidas de concentrados de hemácias e por presença de disfunção orgânica, é extremamente raro, devido ao fato de que graças à velocidade dos testes clínicos atuais, o médico pode notar a elevações dos níveis férricos antes de pedir nova transfusão.14, 23, 26

17. Distúrbios Metabólicos – DM:

Caracteriza-se pela evidência clínica de distúrbios

metabólicos (por exemplo: hipocalcemia,

hipercalemia, alcalose metabólica) na ausência desses mesmos distúrbios na doença de base e

necessita de confirmação laboratorial, é

extremamente raro, devido ao fato de que diversos pacientes já apresentam distúrbios metabólicos antes mesmo das transfusões.14, 23, 26 18. Outras Reações Imediatas – OI:

Caracteriza-se como quadro clínico/laboratorial com aparecimento durante a transfusão ou em até 24 horas, que após a investigação não pôde ser

classificado em nenhuma das reações

transfusionais descritas, tendo sido excluídas outras causas não relacionadas à transfusão.14, 30 19. Outras Reações Tardias – OT:

Caracteriza-se como um quadro clínico e laboratorial com aparecimento após 24 horas da transfusão, que após a investigação não pôde ser

classificado em nenhuma das reações

transfusionais descritas, tendo sido excluídas outras causas não relacionadas à transfusão.17, 24

No Brasil, a ANVISA ainda classifica as reações de uma quarta maneira, que é a classificação quanto à correlação com a transfusão (causalidade), que visa inferir a real reação devido a transfusão e se há dúvidas ou não sobre o ocorrido, a tabela abaixo produzida

pela ANVISA descreve essa classificação:8

Confirmada

Quando a investigação concluiu que há evidências claras, clínica, laboratorial e vínculo temporal, sem qualquer dúvida acerca da correlação com a transfusão.

Provável

Quando a investigação já concluída, ou ainda em curso, apresenta evidências clínica, laboratorial e vínculo temporal que indicam a correlação com a transfusão, mas há dúvidas para sua confirmação.

Possível

Quando a investigação já concluída, ou ainda em curso, apresenta evidências clínica, laboratorial e vínculo temporal que indicam a correlação dos sinais e sintomas a outras causas, mas a correlação com a transfusão não pode ser descartada.

Improvável

Quando a investigação já concluída, ou ainda em curso, apresenta evidências clínica, laboratorial e vínculo temporal que indicam a correlação do evento adverso a outra(s) causa(s), mas há dúvidas para a sua exclusão.

Descartada

Quando a investigação já concluída apresenta evidências clínica, laboratorial e vínculo temporal que indicam claramente a correlação do evento adverso a outra(s) causa(s) e não à transfusão.

Inconclusiva

Quando a investigação já concluída não encontrou evidências clínica, laboratorial e vínculo temporal suficientes para confirmar ou descartar a correlação com a transfusão.

A ANVISA torna obrigatória a notificação de todas as reações transfusionais ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS). As RTs

de correlação confirmada, provável,

possível,improvável e inconclusiva devem ser notificadas, a correlaçãodescartada só será notificada se anteriormente a mesma reação já houvesse sido notificada com outra categoria de correlação e, após ainvestigação, teve sua

correlação alterada para descartada, a

(7)

estarãocondicionada ao tipo de RT e/ou à suagravidade.8, 10

Epidemiologia

No Brasil, o sistema principal para dados epidemiológicas das RTs analisadas pela ANVISA é o Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária (Notivisa), que é a fonte atual e a fonte dos dados obtidos entre 2007 e 2015. 8

Nesta revisão, foi realizada uma avaliação da epidemiologia dos anos entre 2010 e 2015, nos quais os dados levantados fazem parte da Notivisa. As informações estão organizadas por ano de ocorrência e de notificação das RTs. No Brasil, desde 2010, as notificações sobre as RTs se tornaram obrigatórias, fazendo assim, com que os índices de reações aumentassem muito neste intervalo. 8, 10, 19

De acordo com a ANVISA (2015), entre os anos de 2007 e 2009, foram realizadas

10.932.761 transfusões de

hemocomponentes,porém apenas 7.920

notificações sobre RTs foram feitas à Anvisa, um número ínfimo, inferior à 0,1% das transfusões realizadas. Este número se mostra ainda menor quando comparado com dados mais recentes, entre os anos de 2010 e 2015, foram realizadas 19.274.102 transfusões, e foram notificadas 53.625, resultado num valor aproximado de 0,3% das transfusões. 8, 10

A diferença em valores de porcentagem parece pequena, mas em números absolutos, isso implica que no período entre 2007 e 2009, a taxa era de aproximadamente 0,7 mortos para cada 1.000 transfusões, ou 7 mortos a cada 10.000 transfusões, enquanto atualmente (entre 2010 e 2015), para cada 1.000 transfusões ocorreram em média, 3 reações, sendo este o valor esperado

por diversos órgãos de hemovigilância

internacionais, e apesar dos dados entre 2007 e 2009 parecerem positivos, isso implicava que o Brasil não possuía órgãos reguladores de qualidade, e que não havia qualidade no serviço oferecido para a população.10, 12, 13

Conclusão

O ato transfusional é repleto de riscos, e apesar do conhecimento médico, técnico e científico, adquiridos pela comunidade médica e dos regulamentos sanitários acumulados ao passar dos anos, é impossível excluir todos eles, visto que diversos fatores fazem parte deste procedimento. Assim, os biomédicos participantes da equipe transfusional tem importância e relevância processo de redução e prevenção desses riscos. As informações obtidas nesta revisão sobre os riscos dos eventos adversos atribuídos ao uso terapêutico da transfusão de hemocomponentes, devem ser utilizadas como instrumento de grande importância para o contínuo aprimoramento e aperfeiçoamento da qualidade de serviço e da segurança dos

pacientes transfundidos e dos produtos

sanguíneos. Agradecimentos

Gostaria de agradecer em primeiro lugar a Deus, a minha família e aos meus amigos por terem me dado o apoio necessária e terem tido paciência comigo.

Um agradecimento especial também a professora Elane Maciel, por sua preocupação e cuidado e principalmente por ter mantido a fé, me ajudando até os últimos minutos pra que este TCC ficasse o melhor possível.

Muito obrigado a todos os amigos de sala, que infelizmente foram se afunilando com o tempo, mas se estamos todos aqui hoje é porque conseguimos nos apoiar durante a graduação.

E a todos os professores que passaram por nós durante a graduação, cada um teve sua importância e me influenciaram de maneira única.

Sou extremamente grato pela experiência proporcionada, obrigado.

Referências

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(8)

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