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MATRIZ MA ENERGÉTICA TRIZ

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Academic year: 2021

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Elaborado por:

IrRADIARE, Science for Evolution®

Para:

CMO, Câmara Municipal de Óbidos Óbidos, Abril 2009

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MATRIZ

ENERGÉTICA

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O p p i d u m

O p p i d u m

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Oppidu-m

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03. Enquadramento 9

II. Matriz Energética 11

Evolução da procura:

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01. Freguesias 12

02. Vectores Energéticos 14 03. Consumos Globais 17 04. Consumos Sectoriais 18

05. Consumos Eléctricos Sectoriais 19 06. Consumos de Combustíveis 22

07. Consumos Domésticos 24

08. Consumos em Iluminação Pública 25 09. Consumos Empresariais 26

10. Consumos por Freguesia 27

III. Perspectivas futuras 35

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I. Óbidos

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Com um vasto património de arquitectura religiosa e vestígios histórico-monumentais Óbidos guarda séculos de história. O concelho de Óbidos está integrado no distrito de Leiria, região Centro e sub-região do Oeste, e na Comissão de Coordena¬ção Regional de Lisboa e Vale do Tejo, fazendo parte da Região de Turismo do Oeste. É sede de município com 142,17 km² de área e 10 875 habitantes (2001) e subdivide-se em nove freguesias.

Situado ao Sul do concelho de Caldas da Rainha e protegido a Sudeste pela Serra de Montejunto, o concelho de Óbidos estende-se por terras planas, dominado pela lagoa de Óbidos que serve de fronteira natural entre este concelho e o de Caldas da Rainha, constituindo o principal elemento hidrográfico de Óbidos. A Lagoa de Óbidos é o sistema lagunar costeiro mais extenso da costa Portuguesa e abrange uma área de aproximadamente 438 km2 com um perímetro de 109 km, sendo as sub-bacias dos rios Real e Arnóia as mais importantes.

As principais actividades económicas do concelho de Óbidos são o turismo, a agricultura e o comércio, sendo o sector primário de grande importância para este concelho. O concelho mantém variadas culturas, com lugar de relevo para a fruta, vinho, legumes e azeite, sendo que actualmente Óbidos é designação de região demarcada de vinho.

O sector secundário encontra maior representatividade nas áreas tradicionais tais, como as indús-trias alimentares e bebidas, a construção civil e obras públicas e indústria de mobiliário. A actividade tradicional da indústria extrac- tiva presente no concelho, apresenta alguma importância relativa no quadro da região Oeste. O turismo é um sector em franca expansão neste concelho.

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8 Capítulo I |ÓBIDOS

O concelho de Óbidos sub-divide-se em nove fregue-sias, designadamente: A-dos-Negros, Amoreira, Olho Marinho, Sobral da Lagoa, Vau, Gaeiras, Usseira, Santa Maria e São Pedro, sendo as duas últimas freguesias pertencentes á sede de con-celho.

Nas imagens apresentam-se os consumos energéticos do município no que respeita a consumo de energia eléctrica no sector doméstico, no sector industrial e no sector dos serviços e em termos do somatório de todos os consumos de energia excluindo o sector dos transportes. Esta análise

baseia-se numa territoria-lização dos consumos, referentes a dados de 2005, com base em informação geográfica do concelho. É possível observar a heterogeneidade dos consumos.

Observa-se a presença de diferentes níveis de consumos de energia em determinadas zonas o que leva a concluir a pre-sença de diferentes tipologias de consumos em diferentes freguesias. No que respeita ao consumo de energia no sector dpméstico verifica-se uma maior homogeneidade.

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Estimativas da população para o concelho de Óbidos referem um total de 11 241 ha-bitantes, em 2005, reflectindo um peque-no acréscimo relativamente à população de 2001 (10 875habitantes - Censos). A população residente no concelho distribui-se pelas nove freguesias que o constituem, verificando-se no entanto uma maior con-centração de população nas freguesias de Sta Maria (uma das freguesias que formam

a vila de Óbidos juntamente com a fregue-sia de S. Pedro) e Gaeiras, esta última já fora dos limites da vila.

As freguesias que não fazem parte da sede de concelho apresentam alguma diferença na distribuição de população verificando-se uma maior concentração de popula-ção nas freguesias de A dos Negros, Olho Marinho e Amoreira - estas duas últimas, apesar de estarem um pouco mais afasta-das da sede de concelho apresentam uma elevada concentração de população.

Con-trastando, nas freguesias de Vau, Usseira e Sobral da Lagoa (a menos representativa em termos populacionais) as concentrações de população são muito inferiores. Estas disparidades na distribuição geográfica da população residente traduzem-se na ocorrência de consumos energéticos distintos, em cada uma das freguesias do Concelho de Óbidos.

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A matriz energética agora apresentada é uma representação do desempenho energético de Óbidos no período de tempo compreendido entre 2005 e 2030.

Com este instrumento pretende-se caracterizar os consumos de energia e as suas tendên-cias evolutivas, permitindo fundamentar os processos de tomada de decisão, ao nível local e regional, com o objectivo de atingir níveis cada vez mais elevados de sustentabilidade e de qualidade de vida das populações.

A realização da Matriz energética de Óbidos é um passo fundamental no contexto de aval-iação do potencial de desenvolvimento do sistema energético da região, na medida em que se constitui como ferramenta essencial para a definição de estratégias energéticas e ambientais. A análise previsional realizada permite agir proactivamente, na gestão da procura e da oferta, no contexto da sustentabilidade energética da região.

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12 Capítulo II | MATRIZ ENERGÉTICA

Nos diagramas apresentados ilustram-se as projecções de consumos energéticos para as onze freguesias que in-tegram o concelho de Óbidos, para o período de 2000 a 2030, segundo a análise previsional proposta. Os gráficos em questão retratam a evolução do consumo total de en-ergia, o consumo total de energia eléctrica, o consumo de energia eléctrica no sector doméstico e consumo total de energia no sector transportes. De acordo com as projecções apresentadas, os consumos de energia deverão aumentar significativamente no período considerado, como ilustrado no gráfico. As projecções sugerem, para o mesmo período, um aumento sustentado do consumo de energia eléctrica. Nas zonas urbanas, nomeadamente nas freguesias que constituem a sede de concelho e nas freguesias de A dos Negros e de Gaeiras, nestas devido á sua proximidade com a sede de concelho, esse aumento é mais robusto, contrari-amente às restantes freguesias que apresentam crescimen-tos mais modescrescimen-tos, excepção feita para a freguesia de Olho Marinho em que se verifica, á semelhança das freguesias que compõem a sede de concelho e tal como já foi referido, um crescimento mais acentuado. Os factores tendencial-mente responsáveis pelo aumento de consumo relacionam-se, predominantemente, com o contexto urbano ou peri-ur-bano como sejam, por exemplo, os consumos nos sectores domésticos e dos serviços o que explica esse diferencial de crescimento entre as zonas de maior e menor população.

01. Freguesias

Evolução da procura:

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Analogamente às projecções dos consumos de energia total e de energia eléctrica, prevê-se, especificamente para os sectores doméstico e dos transportes crescimentos signifi-cativos. Os gráficos apresentados evidenciam um aumento elevado do consumo de electricidade no sector doméstico, atingindo em 2030 valores duas vezes superiores aos de 2000, aproximadamente. Relativamente à procura de en-ergia para transportes, prevê-se um crescimento menos acentuado para este sector, em especial no final do período considerado. Da análise do conjunto dos gráficos apresen-tados, verifica-se uma predominância do crescimento dos consumos nas duas freguesias que formam a sede de con-celho (S. Maria e S. Pedro), nas freguesias de Gaeiras e A dos Negros (freguesias muito próximas da sede de concel-ho) e ainda na freguesia de Olho Marinho. Este facto deve-se fundamentalmente à localização geográfica de agentes consumidores como serviços e transportes, à expectável dinâmica socioeconómica, para além da predominância do consumo doméstico, que se concentra em áreas de maior densidade populacional. O mesmo efeito dilui-se nas restan-tes freguesias para as quais a intensidade de crescimento é mitigada para os diversos vectores. As freguesias essencial-mente rurais mostram uma grande estabilidade dos consu-mos nos diversos sectores considerados.

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14 Capítulo II | MATRIZ ENERGÉTICA

Apesar de ser predominante a actividade no sector ter-ciário no concelho de Óbi-dos, a maior parcela do con-sumo de energia eléctrica, no ano de referência de 2006, é atribuída aos sectores indus-trial e doméstico, com valores relativamente superiores aos consumos de electricidade no sector dos serviços. Con-sumos menores, mas ainda assim significativos, ocorrem no sector agrícola e no sector do turismo. É de salientar o consumo de energia eléctrica em iluminação pública, edifí-cios e vias públicas que juntos correspondem a uma parcela significativa no total de electri cidade consumida no concel-ho. As projecções para 2015 e 2030 sugerem um aumento

dos consumos de electricidade em todos os sectores. No entanto, regista-se uma excepção nos consumos em iluminação pública, que apesar de em 2015 serem superiores aos de 2006 apresentam um ligeiro decréscimo para 2030, segundo a análise previsional proposta. Relativamente ao consumo total de combustíveis, o principal sector consumidor é o dos trans-portes, com uma parcela muito superior à dos restantes sectores. O sector doméstico e agrícola apresentam consumos inferiores quando comparados com os restantes, evidenciando-se os sectores dos serviços e industrial, por apresentarem consumos ligeiramente superior e inferior, respectivamente.

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As projecções para 2015 e 2030 indicam um aumento do consumo de combustíveis petrolíferos em todos os secto-res de actividade. No entanto, é visível, sobretudo em 2030, que a proporção de com-bustíveis consumidos pelo sec-tor dos transportes, no total do concelho, é menor que em 2006 evidenciando um cresci-mento do consumo menos acentuado que o dos restan-tes sectores. Por outro lado, aumenta a parcela relativa ao consumo no sector industrial, indicando um crescimento mais acentuado dos consumos destes combustíveis na in-dústria. Igualmente em 2030, aumenta a parcela relativa ao consumo no sector dos ser-viços. Analisando o consumo de energia total verifica-se que os maiores consumos ocorrem no sector doméstico. Verifica-se ainda que o sector agrícola apresenta consumos muito inferiores aos dos restantes sectores. Este facto pode ser resultado do número pouco significa-tivo das empresas com sede na região a laborarem nesta área de actividade. É também perceptível que, apesar do consumo de combustíveis petrolíferos pelos transportes ser muito superior aos dos restantes sectores, em termos de consumo de energia final este sector equipara-se aos sectores industrial e de serviços.

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16 Capítulo II | MATRIZ ENERGÉTICA

As projecções de consumo to-tal de energia por sector de actividade para o ano de 2030 indicam um aumento do con-sumo de total de energia em todos os sectores de activi-dade, reflectindo os padrões de aumento da procura de en-ergia eléctrica e combustíveis de origem petrolífera já evi-denciados em gráficos ante-riores. A análise do consumo de cada vector combustível no total do concelho vem evi-denciar a existência de um avultado consumo de gasóleo rodoviário, quando comparado com os restantes combustíveis fósseis. Tal reflecte uma pre-dominância dos transportes rodoviários a gasóleo, relativa-mente aos veículos a gasolina e gás auto. As projecções de

consumos combustíveis fósseis para 2015 e 2030 não demonstram tendências de substituição de combustíveis por outros, de origem fóssil ou não, dado que as parcelas correspondentes a cada combustível se vão mantendo aproximadamente constantes ao longo do período em análise.

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As intensidades energéticas apresentadas referem-se aos consumos por PIB local e por VAB sectorial. Nestas compara-se o consumo total de energia em cada sector de actividade económica com o respectivo valor acrescentado. Comple-mentarmente, inclui-se o con-sumo per-capita. Em linha com a evolução global, o consumo total apresenta crescimentos significativos previstos para as próximas duas décadas. Tendo em conta o crescimento espe-rado do PIB local, a intensi-dade energética apresenta-se constantemente decrescente ao longo de todo o período considerado na previsão do cenário apresentado. Com base nas previsões demográ-ficas, o consumo per-capita acompanha o comportamento do consumo energético total no que respeita à constância do crescimento. Sectorialmente, a procura energética específica – por intensidade de recursos económicos associados à mobilidade e logística – tende a diminuir como resultado da redução do crescimento da dimensão relativa do factor transporte nas cadeias de valor que sustentam o produto local.

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18 Capítulo II | MATRIZ ENERGÉTICA

No presente conjunto de gráfi-cos apresenta-se um conjunto significativo de indicadores para os sectores doméstico, industrial, agrícola, transpor-tes e serviços. Os indicadores agregam ambos os vectores energéticos – electricidade e combustíveis. Globalmente, os consumos apresentam-se crescentes em linha com o comportamento tendencial-mente universal dos merca-dos energéticos. Específica e localmente, os sectores do-méstico e agrícola apresentam um crescimento robusto em que a taxa de crescimento é mais significativa. Simetrica-mente, o consumo no sector dos transportes é o primeiro a atingir a saturação e, portanto, a atenuar significativamente o

comportamento constantemente crescente. O incremento do consumo doméstico responde à alteração dos padrões de uti-lização associados à modificação das matrizes socioeconómicas locais e à correcção de deficits de qualidade de vida ainda verificados e no caso do sector agrícola da conjugação de dois factores: primariamente, a situação de partida descreve uma reduzida utilização do factor energia na produção agrícola, secundariamente, a evolução decorre da alteração, expectável, das matrizes tecnológicas e empresariais que tendencialmente afectará o sector das indústrias rurais nas próximas décadas. Verifica-se que o consumo de energia no sector dos serviços é claramente superior ao do sector industrial.

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No presente conjunto de grá-ficos, o consumo sectorial é apresentado apenas para o vector electricidade. Generi-camente, o comportamento apresenta-se idêntico ao cons-tatado para a conjugação dos consumos de energia eléc-trica com o de combustíveis. O cenário apresentado parte de pressupostos segundo os quais a estrutura sub-sectorial dos serviços e da indústria se mantém estável. Assim, a ex-pansão do consumo de ener-gia eléctrica relaciona-se com o crescimento genérico da actividade económica e com o continuado alargamento da automatização de processos, tanto na actividade industrial como na dos serviços (apre-sentado na página seguinte). Este cenário reforça-se no sector agrícola com o alargamento do volume relativo das produções agrícolas mais intensivas e concentradas. No curto prazo, o cenário de crescimento é perturbado, para todos os sectores, pela conjuntura económica verificada nos anos anteriores ao de referência – 2006. Na análise dos anos subsequentes, há que ter em conta que as previsões decorrem da utilização de modelos de médio-longo prazo. Assim, as previsões de curto prazo, para o quinquénio posterior ao ano de referência, são meramente indicativas da aproximação entre a situação medida estatisticamente e as previsões.

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20 Capítulo II | MATRIZ ENERGÉTICA

Neste conjunto de gráficos procede-se à análise sectorial dos consumos eléctricos. No caso dos serviços, já anteri-ormente abordado, o cresci-mento do consumo eléctrico previsto resulta da combina-ção de efeitos tais como a me-canização de processos, a resposta às exigências de con-forto, higiene e segurança no trabalho e ainda da inovação associada à entrada no mer-cado de novas tecnologias e instrumentos energeticamente suportados pela utilização de energia eléctrica. Este aspecto pode ser exemplificado pela crescente utilização de equi-pamentos multimédia na edu-cação ou pela disseminação de meios avançados de diagnósti-co na saúde. Os sub-sectores

do turismo – restauração e alojamento – apresentam comportamentos distintos, embora inseridos nos padrões globais. No caso da restauração, o menor crescimento explica-se pelo equilíbrio entre a consolidação da dimensão e tipologia de oferta e o reforço em qualidade, conforto e diversidade. Estes últimos factores predominam na vertente do alojamento que apre-senta uma maior robustez no crescimento do consumo. O consumo eléctrico no abastecimento público de água apreapre-senta um equilíbrio entre o alargamento da procura, o aumento da eficiência de utilização e a rigidez da oferta do recurso.

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A análise simultânea do con-sumo total e da intensidade energética do abastecimento de água indicia o impacto do expectável alargamento do sistema no que concerne à distribuição, ao transporte e à captação. Este alargamento responde à crescente escassez do recurso e à diversificação das utilizações. A predominân-cia destes efeitos sobre os resultantes da melhoria de eficiência, predominantemente relacionada com a redução de perdas, resulta na combinação de um aumento da intensidade energética e de uma estabiliza-ção dos consumos energéticos totais. A intensificação do con-sumo de água interdepende do consumo eléctrico, em espe-cial no sector doméstico. Nesta medida é expectável o crescimento deste consumo por habitante. Este aumento do consumo sustenta-se nas exigências de conforto, na melhoria das condições de vida e na alteração dos estilos de habitação. Estes factores são, por arrastamento, responsáveis por aumento da procura de serviços. A conjugação do crescimento de consumos nos serviços e na habitação pressiona o crescimento da curva de consumo total de energia eléctrica por habitante, apenas limitado, no médio e longo prazo, pelo expectável surgimento de efeitos de saturação do crescimento dos consumos específicos no sector industrial.

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22 Capítulo II | MATRIZ ENERGÉTICA

Nos gráficos juntos analisa-se a evolução expectável da uti-lização de combustíveis em diversos sectores. Entre estes incluem-se as utilizações no sector doméstico e nos ser-viços, na logística e distribuição, nos transportes públicos e in-dividuais e nas aplicações tér-micas e industriais. A análise da distribuição territorial dos consumos de combustíveis está, naturalmente, afectada pelo carácter móvel das utiliza-ções que torna dissonante o local de abastecimento e o de consumo. Na presente análise considerou-se a distribuição sectorialmente tipificada dos consumos e a atribuição ter-ritorial desses consumos aos locais sobre os quais verte o valor acrescentado da sua

uti-lização – no caso das utilizações empresariais – dos quais emerge o rendimento privado deslocado para este consumo ou nos quais reside a oferta de serviços que dele resulta. Assim, o consumo móvel de gasóleo no transporte de mercadorias, tomado como exemplo, é geograficamente atribuído à localização geográfica da empresa que presta esse serviço. Nos grá-ficos juntos observam-se três comportamentos divergentes. No caso dos combustíveis rodoviários caminha-se para uma saturação do aumento do consumo no final da próxima década. No caso do gás natural a apetência pelo consumo, face à disponibilidade geográfica deste vector, é muito significativa – como testemunha a curva que apresenta a evolução do consumo, contrariamente ao gás propano, cuja curva reflecte uma tendência para a redução de consumos.

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A evolução crescente-para-estável dos combustíveis rodoviários assinala a crescen-te limitação das vias, em es-pecial nos transportes de mais longa distância, e a capacidade da presente oferta de trans-porte absorver o crescimento marginal da procura de logísti-ca e mobilidade. O expectável aumento da eficiência da con-versão móvel – utilização de energia em meios de trans-porte – reforça este efeito. As utilizações não-rodoviárias de gasóleo tendem a ser pres-sionadas pela correcção dos défices de conforto – no caso das utilizações habitacionais e turísticas e dos equipamen-tos sociais e desportivos – e pela supressão das carências de mecanização agrícola ainda persistentes. A saturação deste último efeito e o resultado das medidas de melhoria de eficiência energética convergem no sentido de travar o crescimento da procura energética associada a este vector. No período anterior ao ano de referência são visíveis os efeitos das perturbações da conjuntura económica. No caso do fuelóleo não são apresentados valores em virtude da indisponibilidade deste vector.

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24 Capítulo II | MATRIZ ENERGÉTICA

Neste conjunto de gráficos, apresenta-se a evolução pre-vista dos consumos domésti-cos. Os indicadores considera-dos incluem o consumo por habitação e por alojamento. A utilização de electricidade apresenta um crescimento sustentado e em alguns perío-dos, uma aceleração desse crescimento. Este efeito rela-ciona-se com a correcção de défices de utilização de ener-gia verificáveis, por exemplo, através da comparação do consumo por habitante mu-nicipal com o consumo médio europeu. A eliminação deste diferencial ocorrerá na medida em que a melhoria do rendi-mento médio permita a melho-ria das condições de conforto. Nos gráficos apresentam-se

consumos por edifício e por alojamento ou fogo. A divergência de ambas as curvas testemunha a expectável modificação dos padrões habitacionais. Relativamente ao gás natural, este vector apresenta uma tendência de consumo crescente, eventualmente resultante da substituição de outros vectores. No caso do consumo de energía eléctrica em serviços de abastecimento de água os valores apresentam-se muito significativos uma vez que a intensificação do consumo de água interdepende do consumo eléctrico – como testemunha a curva que apresenta a evolução do consumo. Este aumento do consumo sustenta-se nas exigências de conforto, na melhoria das condições de vida e na alteração dos estilos de habitação.

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No conjunto de gráficos apre-sentado analisa-se o compor-tamento do consumo eléctrico relacionado com a iluminação pública tanto na vertente de edifícios como de vias públi-cas. Esta distinção justifica-se na medida em que as diferen-ças entre ambos os sectores são significativas: na tecnolo-gia de conversão, na rigidez da utilização, nos custos, na cor-relação com o ordenamento do território e na interligação com outras prioridades – segu-rança, no caso das vias públi-cas, atractividade, no caso dos edifícios públicos. De um modo geral, a evolução destes con-sumos apresenta alguma esta-bilidade. No entanto, a prazo será expectável uma redução da intensidade de utilização de energia na iluminação de edifícios públicos, o que se explicará pela oferta de tecnologias mais eficientes para além da pressão imposta pela racionalização de custos. A iluminação de vias, mais rígida pela sua natureza, apresenta um com-portamento, do ponto de vista dos consumos totais, estável no médio e longo prazo. O aumento sustentado dos custos da energia eléctrica e a crescente limitação na disponibilidade financeira dos municípios para despesas de âmbito comparável, assinalada no último gráfico responde pela necessidade de limitar os consumos em iluminação pública.

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26 Capítulo II | MATRIZ ENERGÉTICA

Nesta área apresenta-se a evolução sectorial dos consu-mos empresariais. São utiliza-dos indicadores que permitem comparar a dimensão relativa do factor energia com o fac-tor trabalho. A estabilidade no médio e longo prazo assinala o pressuposto utilizado pelo modelo matemático que gerou os cenários apresentados, de que se mantêm as matrizes das utilizações empresariais, podendo variar a sua dimen-são ou significado. Este pres-suposto foi já enunciado, na análise de gráficos anteriores, correspondendo ao efeito da estabilidade das tecnologias de conversão utilizadas. Os factores trabalho e energia competem enquanto factores de custo e convergem

en-quanto factores produtivos. Assim, a comparação fornece indicações interessantes sobre o eventual impacto da variação relativa dos factores sobre a competitividade empresarial com origem tecnológica ou de mercado. Considerando as actuais condições, pode avaliar-se o significado relativo do factor energia face ao factor trabalho nos diversos sectores. Nos secto-res dos serviços e industrial verifica-se uma tendência para a estabilidade do consumo energético por trabalhador.

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10. Consumos por Freguesia

Neste capítulo apresentam-se indicadores de consumo en-ergético por freguesia. Como indicadores consideram-se o consumo final agregado de to-dos os vectores energéticos, o consumo eléctrico, o consumo final no sector doméstico e o consumo nos transportes com-preendendo ambos os vecto-res relevantes – gasolinas e gasóleo.

Os resultados apresentados baseiam-se na territorialização dos valores considerados na matriz energética. A mesma metodologia é utilizada para cada um dos anos de referên-cia, para o qual é construído um cenário. Na representação territorializada que se apresen-ta, consideram-se os cenários de 2000, 2010, 2015 e 2030. A selecção destes anos responde à necessidade de estabelecer uma continuidade entre os anos estatísticos – de 2000 a 2005 – o ano de referência - 2006, as previsões de curto prazo com base nessa referência – 2007 a 2010 – as previsões de médio/longo prazo – 2011 a 2030. Intermediamente, considerou-se o ano de 2015 como referência para o médio prazo.

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28 Capítulo II | MATRIZ ENERGÉTICA

A selecção deste referencial teve como objectivo facilitar a correlação de cenários ener-géticos com outros disponíveis para esse mesmo ano. A ter-ritorialização toma como base a informação estatística dis-ponibilizada, por freguesia, pelo Instituto Nacional de Es-tatística.

A metodologia utilizada inclui um sub-modelo de transporte para o nível territorial de freguesia, das estimativas pro-jectadas pelo modelo de pre-visão para o nível de freguesia. São utilizadas aproximações entre o comportamento de-mográfico dos concelhos e das freguesias de modo a poder corrigir a territorialização para os anos tomados como refe-rência para a projecção de

cenários. Os valores apresentados como previsões por freguesia têm assim uma margem de erro adicional face aos valores previstos para os concelhos.

Face a análises de sensibilidade que se revelaram consistentes, considerou-se que, apesar dos desvios introduzidos pela territorialização para o nível de freguesia, é viável a utilização desta metodologia para uma análise de tendência, nessa base geográfica.

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Na representação gráfica, foi utilizada uma legenda con-stante para cada vector ener-gético ou sector de consumo considerados. Esta metodolo-gia facilita a comparação en-tre a evolução da utilização de vectores energéticos, entre freguesias e, especialmente, entre os anos de referência considerados.

As cores mais escuras são uti-lizadas para representar consu-mos mais elevados e as cores mais leves assinalam os con-sumos menos significativos. Os valores numéricos apresen-tados referem-se a consumos totais, podendo, nos casos em que tal se justifique, servir de base para cálculos de densi-dade energética.

A distribuição de consumos energéticos representada, rapidamente conduz à percepção da localização das freguesias mais povoadas, com actividade económica mais significativa ou com localização de consumidores intensivos, como sejam unidades industriais ou impor-tantes equipamentos de serviços

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30 Capítulo II | MATRIZ ENERGÉTICA

No conjunto inicial de grá-ficos, em que se apresenta a agregação – energia final – de todos os consumos segundo a totalidade dos vectores en-ergéticos, é nítido o impacto da densidade populacional ou económica sobre a distribuição do consumo, pois é visível a correlação entre a distribuição geográfica destas variáveis. As dimensões de densidade ener-gética e socio-económica es-tão relacionadas. Essa relação é perturbada pela distribuição sectorial dos consumos, pelas intensidades energéticas – consumo sectorial sobre ren-dimento – e pela disponibili-dade dos vectores energéticos – electricidade, gás natural, combustíveis rodoviários ou outros.

Tal como previsto os maiores consumos verificam-se nas freguesias pertencentes á sede de concelho (Sta Maria e S. Pedro),

á freguesia de Gaeiras, devido á presença de diversas urbanizações o que leva á consolidação do número de população residente e ao facto de ser uma freguesia predominantemente urbana, e á freguesia de A dos Negros, nesta devido ao seu potencial e ao papel fundamental da indústria.

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Por um lado, uma maior densi-dade energética tende a ser su-porte de um maior crescimento económico, por outro, o maior crescimento económico é deno-tado por uma maior densidade energética. Tendendo a ser sig-nificativa a factura energética, tem por outro lado, um efeito negativo sobre o crescimento económico. Assim, uma região com maior densidade energé-tica, mesmo que em consequên-cia de uma mais significativa actividade económica, tende a ter uma menor competitividade que outra região que, para as mesmas condições, apresente uma menor densidade. Assim, a análise da densidade energética, tornada possível pela matriz ter-ritorializada que se apresenta, torna possível complementar o indicador “intensidade energética” permitindo localizar as zonas em que a competitividade é mais severamente afectada, em termos relativos, pela factura energética.

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32 Capítulo II | MATRIZ ENERGÉTICA

A análise isolada da inten-sidade energética permite avaliar o impacto da factura energética sobre a competi-tividade global de uma econo-mia. A análise sectorial da in-tensidade – sobre rendimento privado, VAB industrial, VAB do sector dos transportes, por exemplo – permite comparar factores de competitividade específica desses sectores. Complementarmente, a densi-dade energética permite anal-isar o impacto da intensidade energética sobre a competi-tividade de uma dada unidade territorial.

Tal como se verifica pela análise previsional relativa aos anteriores consumos, ao nível do consumo de energia pelo sector dos transportes os

maiores consumos verificam-se nas freguesias pertencentes á sede de concelho (Sta Maria e S.Pedro), à freguesia de

Gaei-ras e á freguesia de A dos Negros. No caso das primeiGaei-ras devido á concentração de comércio e serviços em zona urbana, á forte presente de indústria na freguesia de A dos Negros e no caso da freguesia de Gaeiras devido á proximidade com a sede de concelho e ao elevado número de população residente, nas urbanizações presentes, que faz com que o sector dos transportes seja mais representativo e significativo.

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Fecha-se assim, o conjunto de indicadores que permite con-solidar os diversos ciclos de análise de factores energéticos de competitividade local. A territorizalização apresentada apresenta elementos que per-mitem sustentar essa análise. Nas páginas anteriores são apresentados, embora numa base concelhia, os indicadores sectoriais referidos.

A distribuição dos consumos apresentada na base territorial de freguesia, nos mapas jun-tos, tem um potencial muito significativo de aplicação na análise quantificada dos fac-tores críticos de sucesso com-petitivo da região considerada. Entre estes factores inclui-se a análise dos factores energé-ticos.

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Óbidos está especialmente exposto às sucessivas flutuações dos mercados energéticos em consequência da elevada intensidade energética da sua economia. Adicionalmente, este factor retira recursos à economia da região. A elevada intensidade energética afecta a rentabilidade ao longo das cadeias de valor mais significativas nos diversos sectores. A dimensão do diferencial entre a intensidade energética de Óbidos e dos espaços geográ-ficos em que se insere, faz com que a redução deste valor se constitua como um objectivo estratégico para a região.

A elevada intensidade energética expõe a economia de Óbidos a um círculo vicioso: a factura energética absorve valor reduzindo a capacidade de investimento que por sua vez permitiria melhorar o desempenho e reduzir a factura energética. Assim, num contexto de preços elevados de abastecimento energético, uma economia com elevada intensidade energética está sujeita a um risco acrescido de diferenciação negativa face a mercados concorrentes. A severidade das recentes flutuações de preços dos bens energéticos impõe urgência no desenvolvimento de soluções estratégicas que permitam romper o círculo vicioso da elevada intensidade energética.

Neste contexto, a matriz energética viabiliza a tomada de decisão relativamente a um número significativo de intervenções nos domínios da eficiência e da integração de soluções de geração renovável

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36 Capítulo III | PERSPECTIVAS FUTURAS

Na presente matriz propõem-se cenários de evolução da procura energética para um horizonte temporal que se encera em 2030.

Os cenários são calculados através de um modelo matemático que toma por base as projecções disponíveis através de organizações internacionais e organismos públicos responsáveis por planeamento e estudo prospectivo. Estas pro-jecções referem-se a variáveis macro-económicas e demográficas. Complementarmente, são considerados os cenários de evolução do sistema energético nacional, estimados para o território português.

Entre o conjunto de entidades cujas referências foram consideradas destaca-se o Eurostat, a Agência Europeia do Am-biente, a Agência Internacional de Energia, as Direcções-Gerais de Transportes e Energia, de Desenvolvimento Regional e de Assuntos Económicos da Comissão Europeia e, naturalmente os organismos nacionais relevantes como sejam a Di-recção Geral de Energia e Geologia, o Ministério da Economia e Inovação, o Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais do Ministério de Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional e o Instituto Nacional de Estatística.

O cenário macro-económico e energético proposto pela Comissão Europeia, em 2007 no “European Energy and Transport – Trends to 2030” destaca-se de entre os elementos considerados como referência dos cenários propostos. Esses cenários utilizaram como recurso o modelo PRIMES, apoiado por alguns modelos mais especializados e bases de dados, como os que se orientam para a previsão da evolução dos mercados energéticos internacionais. Considera-se ainda, como refer-ência, o modelo POLES do sistema energético mundial, o GEM-E3, e alguns modelos macroeconómicos.

Os resultados propostos decorrem da utilização, para o território considerado, de um modelo específico desenvolvido pela IrRADIARE, Science for evolution®. Desde 1995, a empresa tem vindo a desenvolver soluções de modelação matemática com o objectivo de suportar a análise, previsão e optimização de sistemas energéticos empresariais, locais e regionais. A tecnologia de modelação utilizada insere-se nessa linha de desenvolvimento tecnológico.

A tecnologia de modelação utilizada baseia-se na solução combinada de balanços de variáveis significativas. Os balanços são calculados sobre células consideradas como volumes de controlo. Estas células são, na presente aplicação, coinciden-tes com as unidades territoriais relevancoinciden-tes – freguesias ou concelhos.

A análise metabolística correspondente à conversão energética ocorrente em cada célula territorial será considerada em aplicações subsequentes. Estas aplicações utilizam o mesmo modelo e terão por base a proposta de cenários de evolução da oferta energética que complementarão a solução dos balanços realizada. Assim, será possível aos agentes económi-cos e institucionais dispor de um instrumento de avaliação custo-beneficio de investimentos e medidas consideradas em estratégias empresariais, locais e regionais.

Nota Metodológica

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Referências

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