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(1)

*

TSSSKfl

v

.

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y

*

-

v

.

v

/

.

vv

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v

.

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v

.

v

.

* i•* •

.

•*•

V

.

I

T

*

METEORITO

DE BENDEGÚ

RELATO

RIO

APRESENTADO

AO

1

IMSTERI0

DA AGRICULTURA

,

COMMERCfO E

OBRAS

PUBLICAS

K A*

SOCIEDADE DE GEOGRAPHIA DO RIO DE JANEIRO SOBRE A REMOÇÃO

D O M E T E O R I T O D E B E N D E GÓ

do

sertcTo

d

;i

província

da

Bahia para

o

Museu

Nacional

roR

josc

Carlos

dc

Carvalho

BX

-

ornci4tDAXAnnouBE OURHRA SACIDXAI

.

.

F

.

Tr

.

,ETC

.

,BTO

.

-

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-

-

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i

k

S

m

m

RIO DE JANEIRO IMPRENSA NACIONAL 1888 irci

-

ss » »

.

-‘** 1

-

V

(2)

A SS. Exx.

os

SRS

. :

Conselheiro

Antonio

da

Silva Prado

Senador pela provínciad«8

.

Paulo, MinistroaSecretario dEstado dos Negocio * da Agricultura,Comrnercio e ObrasPublicas

Conselbeiro

Rodrigo Augnsto

da Silva

Senador pola provinciA de S.Paulo, MinistroeSecretario d'Estado dosNegocios Estrangeiros eox

-

Ministro da Agricultura

Cousellieiro

fl

Estado

Mamnez

de

Paranagu

á

Senador pela província do Pinuby, presidente da Sociedade de Oengraphia do Rio de Janeiro

llOMKNAOHM Dfc

Josi

Carlos de Carvalho

i

i.

.

(3)

I

[

1

METEORITO

DE

BENDEGÓ

COMVISSÃOENCARREGADAI)\ REMOÇÃODO METEORITO DEBENDEGÓ PARAOMCSEUNACIONAL

JOSÉCARLOS DE CARVALHO

VICENTE JOSÉ DECARVALHO FILHO, engenheiro civil

HUMBERTO SARAIVA ANTUNES,engenheiro civil

i

V V

(4)

-1

COMMISS

Ã

O DO BENDEG

Ó

RIODEJANEIRO,SO DE AGOSTO DEIS»

.

JLLM

.

E EXM

.

SH

.

Em cumprimento das Inslrucçõ

es

que

me

foram dadas pelo Mi¬ nistérioa cargodeV

.

Ex

.

e.n

dala de 18 deAgosto de 1887

,

quando segui para o Provinda da Bahia

corn

o fimde transportar

para

esta

Còrte o meteorito de Beudegó

,

cabe

-

me

hoje

a

honra de apresentar a V

.

Ex

.

o Relatoriodostrabalhosda Commissaoquetivea fortuna de dirigir

.

O

concurso

poderoso

e

efflcaz prestado pelo Director do Pro¬ longamentoda Estrado de Ferro da Bahia

,

o

Dr

.

Luiz da Rocha Dias

,

e

peloSuperintendente da Estrada de Ferro daBali ia aoS

.

Francisco

,

o

Sr

.

Richard Typlady

,

foi da maior valia, pois

sem

elle eu nfio teria conseguido concluir Ifio prompta esalisfacloriamente

a

minha

incumbência

.

Ao Sr

.

ClaudioArcolon De Vicenzi

,

que graluilamenle offereceu o vapor nacional Arlindo

,

de

sua

propriedade,paraconduzir

o

meteorito da Bahia até

este

porto

,

e

ao

Commandante destenavio,

o

Sr

.

José Francisco de Oliveira

,

devoa mais completa homenagem pelos favores

recebidos

,

e

julgodo

meu

dever apresentar&consideraçãode V

.

Ex

.

os

nomes

destes cavalheiros

.

A*dedicaçã

o

,

nunca

arrefecido,de

meus

nobrescompanheiros,

os

engenheiros civis VicenteJoséde Carvalho Filho

e

Humberto Saraiva Antunes,devo

o successo

da commissao

que

me

foi confiada

.

Deixo

s

ó

mente

de apresentar

a

demonstraçãodasdespezasfeitos

por

conta

doExm

.

Sr

.

Borfio doGuahy,atéachegada do meteorito â estrada deferro

,

paronfiocontrariar a vontadeexpressade S

.

Ex

.

(5)

r

r

0Relalorio

,

confeccionododeocc

ôrdo

com

oslnstrucçõesolludidos

,

consta do seguinte:

A

Hlslorico

do meteorito de Bendegó

,

tentativos reilos porn

sun

remoç

iio

.

B Quadrodnscoordenadosgeographicosdediversos pontosdo

tra

-jectodometeorito

.

c

Quodro dns altitudes

e

distancias dediversos pontos dotrajecto

feito

com

o meteorito

,

referidas ó estrada de ferro

e

ao

porto

da Daliia

.

i

>

Reconhecimento geoiogico

.

Aspectogeral da

zona

percorrida

.

E Descripçflodo transporte do meteorito.

F Planta da

zona

explorada para escolha do cominho aberto de

Bendegó ti Estrada de Ferro

.

0 Perfil longitudinal destecaminho.

II Planta davillade MonteSanto

.

1 Plautada villadeQueimadas

.

r

Phologrophiada Hora predominante do sertflo

.

li CollecçSo completa de photogrnpliins de diversos

passagens

occorridas

no

transporte dometeorito

.

I

-

Noticiosobremeteoritos

,

pelo Director do Imperial Observatório

do Riode Janeiro, oSr

.

Dr

.

LuizCruls

.

M Determina

ç

iio dopeso especifico do meteorito deBendegó

,

feito pelo Sr

.

William Lutz

no

Imperial Observatório do Rio de Janeiro.

N Diário da marcho eíTectuoda com o meteorito desde

o riacho

Bendegó

at

é

o

portodoBahia

.

Dous Guardea V

.

Ex

.

lllra .

e

Exm

.

Sr

.

Senador Conselheiro

Antonio da Silvn Prado

,

Muito DignoMinistro eSecretario deEstado dosNegociosdoAgricultura

,

CommercioeObras

Publicas

.

(6)

r if

*

-RELATORIO

A

M

(7)

1

METEORITO DE RENDEG

Ú

i

Hist

ó

rico

do meteorito tie

Bendeg

ó

, tentativas

feitas

para

sua remo

çã

o

Em 1734

,

Joaquim do MottoBotelho(

'

)communicou ao Governador Geral da

Bahia

,

1)

.

Rodrigo Joséde Menezes,

ter

encontrado

nas

pro¬ ximidadesdoriacho Bemlegó

,

sobre

uma

eminencia

,

amn

pedra

extra

¬

ordinária

,

quesuppuoha

conter

ouro

e prata

.

Em 1785

,

o mesmo

Governador determinou

ao

Copilflo

-

mór

de

llapicurú, Bernardo Carvalho da Cunha

,

que

fizesse

o

possivel

para

conduzir essa pedra aomais proximoporto demar

,

donde pudesse ser transportadopara

a

capital da provindo

.

Nesse

mesmo

anno

,

Bernardo de Carvalho

tratou

de desempe¬ nhar

-

se dessa trabalhosa incumbência,fazendoconstruir um

carretão

de madeira para

ser

puxado por bois

.

(

'

)No original docompromissoda IrmandadedoSenlior dosPassos de Monto Santo datado do 12do Julho de 1815cnontrei entro os mesarios mats graduados a assi

-gnaluradeJoaquimda Moita Botelho

.

Em 17SC, o missionárioapostollcocapuchinho de na;ão italiana frei Apollonio de Todi

.

fazendoasanta missão naqnetlelogar,mudouonomedePic>

-

Arassú para odeMonto Santo,e collocoti em umacapelllnha,quealllachou por acabar,umavitt

-

sacra,a que deu o titulodoSaí

ttos

Passos

.

O Pico

-

Aratul ouMontoSanto oleva

-

se a 7SI metrosacima doniveldomar

.

Na fraldaorieutal daSerrade MonteSanto estende

-

se hoje a villa deste nome

.

<

*

I

(8)

^

14

Construiu ainda

uma

calçada depedranologarondedevia effectuar

-se a passagem doriacho Bendegò, porque era seu intento procurar o rio Iropirangn(') ou Vasa Barris, do qual o Bendegó étrihulorio

,

afim de seguil

-

o até Aracaju na província deSergipe

,

porser

o

porto

-

~

de embarque mois proximo dacidndeMa Bahia

.

Com bastante difficuldade Bernardo de Carvalho conseguiu montar a pedra sobre

o

carretão e,'pol

-

o a cominho tirado por 12juntasde bois

.

Infelizmento o

carretã

o

,

na

descida da collinn

,

tomou carreira

;

os eixos se incendiaramefoi encalhar

no

riacho Bendegó

,

a

180

me

¬ tros do logaronde tinha recebido

a

pedra

.

Desta mallograda tentativa o Governador Geral, D

.

Rodrigo de Menezes

,

participou para Portugal

ao

Ministro deEstado Martinho de Mello

e

Castro, remettendo

nesta

occasiã

o

algumas

amostras

da referida pedra

,

paro

serem

examinadas om Lisboa

.

Em 1810

,

A

.

F

.

Mornny

, com

missionadopeloGovernador Geral da Bahia paraestudar fontes mineraesnointerior da província,ouvindo foliar da existencio dessa pedra extraordinário de

ouro

e prata

,

que ellesuspeitou

ser

um meteorito

,

resolveu procural

-

o

.

Nesse mesmo

anno,

Mornay

,

seguiu para Monte Santo acompa¬

nhado pelo proprio descobridor

,

Joaquim do Motta Botelho

,

foi ao Bendegò e lú

encontrou

>a pedra ainda montadasobre o

carret

ã

o

,

reconhecendo

ser

com cffeito um meteorito composto de ferro

me

-

« tullico.

Com gr

.

m

Je diffleuldade tirou

um

fragmentode alguns kilogram

-mas,

que

remetleu

com

uma interessante noticia aoDr

.

Wollaston

,

secretarioriaSociedade Real de Londres

.

A noticia de Mornay foi lida áquello associação

em

1G de Maio de 18IG

com

uma

noto

do Dr

.

Wollaston

,

e publicada

nesse

mesmo

anno

no

Philosophical Transactions

.

Deu Mornay

ao

meteorito

as

dimensõ

es

seguintes: Comprimento 7 pés

.

Maiorlargura 4 pé

s.

Maiorespessura2 pés

.

Calculou a

mossa

em 28 pé

sVibicos

e o peso

em

14.000libras Aanalyse do Dr

.

Wollastondeu pura a composição:

-

4

Ferro

ns

, I »

/

»

Nickel 3

,

0

%

Diversos i

,

%

(

'

) Na linguaiutllg.Mia Jr

-

ip'rau

(9)

*

r

15

Em 1811

,

o

meteorito foi examinado pelo brigadeiro Felisberto

Caldeiro

,

quefez

nova

tentativa para trnnsportal

-

o para

a capitol

.

Em 1820

,

os naturalistasSpix

e

Mortius foram

ao

Bendegó

,

e

en

¬

contraram o

meteorito profundamente enterrado

,

tendo sido

esta

a

provável razSo da divergência do peso estimado

em

21.000 libras

com o

calculado porMornay

.

A

extrncç

So de

amostras

apresentavagrandes

difflculdades

,

por

haverem sido tiradas todas

as

pequenas saliências pela gente da

localidade

, e

s

ó

com

trabalho insano lograram aquelles viajantes

exlrahir duas

amostras

,

cada

uma

dealguns ldlogrammas

.

A analyse destes fragmentos deu

a

Fickentscher

os

resultados

seguintes:

Ferro 91

,90

»

/

o

Nickel 5

,

71 »

/

o

Parteinsolúvel

em

acido 0

,

46

%

> Perda (agua expellida pelo calor) 1,93

%

Aparte insolúvel deu

ao

analysador

:

Oxydo de ferro 0

,

16

Oxydo denickel 0

,

14

Silica 0

,

06

Carbono 0

,

10

Da

enorme

massa

do meteorito existem fragmentos

nos

seguintes

museus

:

Museu deMunich 3.675 grammas

de Londres 2.491

de Vienna 2.317

deGottingue 315

de S

.

Petersburgo 25

de

Berlim

19

deErlanger 18

de Copenhague 5

Emcinco

ou

seiscollecçõ

es

particulares ha da

mesma

origem 75

a

100

grammas

.

O celebre professor J

.

D

.

Dana

,

em

seu

tratado do mineralogia

,

em

artigodedicado aoferronativo

,

diz

:

« Entre

os

grandesmeteoritos de ferro pesa 1.635 libras (743 kilo¬

grammes)

o

deGibbs (

'

)queéconservado

no

gabinetede Hale College (New Haven

,

dos Estados

-

Unidos)

,

lendo 3 pés

e

4 pollegadas de

( )TomouonomedoCoronelGibb»,queoanalysouem1821

.

L

(10)

16

I comprimento

,

2 pés e4pollegodas de largura

e

1pé

e

4 pollegodas

I

de altura

.

Foitrazidodo Red River

,

de Texas

.

I « O meteorito de Incan

,

actunlmeiilc conservado

na

S/nitlisonian

j

Institution

,

pesa 1.400 libras (636 kilogrammes)efoi transportado de

Sonoze

,

doMexico

.

E

de fô

rma

annular, medindo 49 pollegodas

no

I

seu

maior diâ

metro

.

« Massas ainda maiores existem

na

AmericadoSul

.

Uma foi nlli

descoberta por D

.

Rubin de Celis no districto do Chaco

-

Gualamba (Republica Argentina)

,

sendo caiculodo

o

peso

em cerca

de 32.000 libras (15.000kilogram

mas

)

e

outra

no

Bahia

,

provinda do Brazil

,

lendo

o

volume

,

pelo

menos

,

de28

p

é

s

c

úbicos

e

14.000 libras (6.363

!

kilogrammas)

.

|

«O meteorito da Siberia

,

descoberto porPalias

,

pesouoriginarla

-mente

1.600 libras(727kilogrammas)

.

»

O meteorito

,

que

tomou

o nomedeBendegó

,

desde 1820

,

ficou esquecido

no

sertflodo

Bahia

,

at

é

que em

1883

o

professor Orville A

.

Derby

,

directordo

sec

çflo degeologia do Museu Nacionaldo Rio de Janeiro

,

receandoque

o

meteorito pudesse

ter

sido encoberto pelas enxurradas

,

pediu

a

um

dosengenheirosda commissfio encarregada do melhoramento do rio S

.

Francisco

,

Dr

.

Theodora Sampaio

,

que

se

informasse

a

tal respeito

.

Emdata de

:

tl de Dezembro de1883

,

diz

o

Dr

.

TheodoraSampaio

,

em

corta dirigida

ao

professor Orville Derby

:

« Quanto á

s

informaçõ

es

,

que

me

pede

n

respeitoda

massa

de ferro meteorico

,

pude apenascolligir

os

seguintes :

« Pessoaque a viu

,

pois

esta massa

de ferro ébastante conhecido

nos

sert

õ

es

deMonteSanto

,

diz que

o

sitio onde

ella

p

ô

ra

se

denomina Bendegó

,

éuma fazeudn de criar

,

situada é margemdo riachodaquelle

nome

,

affluentedo rio Vasa

-

Barris

,

cerca

de12 para 14léguas

a

N

.

E

.

da villa de Monte Santo

e

cerca

de 27a30da

povoa

çflo deQueimadas

,

onde passa

a

via ferrea

em

conslrucçfio

.

« O

meu

informante refereque

um

indivíduo

,

proprietárioda

re¬

feridafazendo

,

tentara

com

o

auxilio de muitasjuntasde bois retirar

.

a referida

massa

de ferro doleito doriacho

, mos o

tamanho delia

,

o

I

peso,

a

ftilta de meios adequados para

a

mover

,

foram

a

causa

do

jnsuccesso

.

»

Em princí pios de 1886

,

o

Director do Museu Nacionol do Rio de Janeiro

,

Conselheiro Ladisló

o

Netto

,

por indicaçõ

es

do professor Orville Derby

,

procurou

obter

novas

informaçõesdessa preciosidadescientifica

.

Por intermédio do Director do prolongamento do estradadeferro Bahia

ao

S

.

Francisco

,

engenheiro Luiz da Rocha Dias

,

conseguiu

(11)

J

17

quefossemandado aoBendegó o engenheiro VicenteJosé deCarvalho Filho

,

chefede secçãodoquelleprolongamento

,

reconhecerometeoritoe ver omeio possí vel de effectuar

-

se a sua remoçfio para o Museu Nacional

.

Nesse anuo

,

o Museu Nacional recebeu pela primeiro vez uma amostrado meteorito

,

remetlida pelo directordo prolongamento

,

enge¬

nheiroRochaDias

,

euma noticia circumslanciadados obstáculos que

cumpria affrontar

.

Em 18S7

,

quando todas as novastentativas para n remoçfio do

meteorito pareciam estar abandonadas

,

na Sociedadede Geographic do Rio de Janeiro

,

em sessfiode 27 de Maio

,

li

uma

memóriasobreo

meteorito de Bendegú

,

acompanhada denovas informações

,

que me

foram fornecidos pelo engenheiro Vicente deCarvalho

,

e apresentei

uma amostradomesmometeorito

,

algunsfragmentosdo capa e dous estilhaços dos muitos que foram encontrados espalhados nas vizi¬

nhanças doiogarda quéda

.

O engenheiroVicente de Carvalho calculou ter o meteoritoappro

-ximadamente: Volume O

"

*3

,

911 Peso 7

,

014 kilogrnmmas Maiorcomprimento 2®

,

15

largura 1

,

50 Altura média 0m

,

66

A amostra trazidu por este engenheiro

.

foi offerecida a S

.

M

.

o

Im|)erador

,e

a memóriaque apresenteióSociedadede Geographic foi

publicada no 2o Boletim do Tomo 111 de Í887 daRevistadomesma

Sociedade

,

e na Gazetilha do Jornal doCommerciódoRio de Janeiro

,

de5de Jull**» domesmo anno

.

Na Soclei dodeGeograpldado RiodeJaneiro

,

em sessfio de 3 de Junho de 87

,

completei as informações sobre o meteorito

,

e o

professor

<

j

ville Derby nesta occusiflo discorreulargamentesobreo mesmo as

^

.

mpto

.

Por inoicaçfio do presidente desta sociedade

,

o Sr

.

Marquez de

Paranaguá

,

resolvai

-

se

,

por votnçflounanime

,

queaSociedadede Geo

-graphiudo Rio de Janeiro tomasse a si fazer transportarometeorito

dosertfio da Bahiaparaesta Còrte

,

com o fim de offerecel

-

oao Museu

Nacional

.

Em sessfio de 17 de Junho desse mesmo anno

,

communique!fi Sociedade

,

lendo feito antesoporlicipaçfio a S

.

M

.

oImperador

,

que oSr

.

Barfio do Guahy

,

deputado pelo provinda daBahia

,

concorria

3

*

I

(12)

»ma* 18 '

.

V,

M

-

V 1 ' * %* :

com a

qunnlia neccssoria para n remoçAo do meteorito de Bendegó,

e que o Sr. Conselheiro Rodrigo Augusto da Silva, entflo Ministroe

SecretariodeEstadodos NegociosdoAgricultura, Commercio eObros Publicas, estava prompto a prestar ô Sociedade os auxilios que

estivessemnu

alhada

do ministério a seucargo.

Em28deJulhodo 1887,opresidentedaSociedade dirigiu

o

seguinte officioaoSr

.

Ministrada Agricultura :

Sociedade de Geograpbiado Rio de Janeiro, 28deJuiliode1887

.

iV

.

230,

llltn

.

Exm

.

Sr

.

Teudoestasociedaderesolvidotransportar paraesta

Córte o notável meteorito do Bendegó,quohamatsdeséculo foiencontrado nosertão

ila provinda da Baliiu, e, contando comaquantia precisa, olferecidapelo bene

-morito consocio Barão do Guahy ocom osserviços do prestimoso consociocom

-mendador Josó Carlos de Carvalho, vem ora solicitar de V

.

Ex

.

todo o auxilio

que estivernaalçada de V

.

Ex

.

o que fór reclamado peloencarregadodeseme¬

lhante commettimento

,

quo tem porobjectivo o augmonto dariqnezadoMuseu

Nacional

.

Aproveitoa opportunidade para reiteraraV

.

Ex

.

os protestos do minha alta estima odistincta consideração

.

AS

.

Ex

.

oSr

.

Conselheiro Rodrigo Augusto da Silva, Ministro e Secretario deEstadodos Negocios da Agricultura

,

Commercio e Obras Publicas

.

Visconde deParanagad

.

O Sr

.

Conselheiro Rodrigo Augustoda Silva, MinistroeSecretario

de Estado dos Negocios da Agricultura, Commercio

e

Obras Pu¬

blicas

,

respondeu em data de 31 deJulho:

Gabinete do Ministério daAgricultura

,

em 31 de Julhode 1887

.

Ulm

.

o Exm

.

Sr, Senador Visconde do Paranaguá

.

Teuho a satisfaçãodo

accusar o officio quoV

.

Ex

.

,

na qualidade do Presidente da Sociedade de Goo

-graphia do Rio de Janeiro

,

me dirigiuem datade 28do corrente, acompanhado

daRevista damesmasociedade ( Tomo111,2#boletim) em quese lô uma noticia

relativa ao gigantesco meteorito existente na proví ncia da Bahia

,

junto do

Riacho Bendegó, cujonomelho foipostopela tradição

.

Aresoluçãoadoptada por essa sociedadeparatransportara ostaCorteoreferido

meteorito, mediante auxilio pecuniário di Exm

.

Sr

.

Birão do Guahy, e sob a

direcçãopessoal do Ulm

.

Sr

.

Commendador Josó Carlos do Carvalho,o comolim,

declarado noofficio de V

.

Ex

.

,de odir aoMuseuNacional

,

6dignado louvor por parte do Estado; o que me apresso em coramuniearn V

.

Ex

.

,

para quesedigne fazei

-

o aosseus honrados consocios

.

I »•• •**e•

.

v

:

;VAVAA

-

V

-

V

-

V

.

'

-

V

W

-

-

v

Ã

9

|

H

5

S

(13)

I AAI tV 4

-

Í •* ** * . 19

Obter

-

se

-

hn assim,a esforçosde uma corporação scientiflca, particularmente doalguns desous membros,que o Brazil conserve recolhido emestabelecimento

publico o official,essa grande massa de ferro, da qual vários museus da Eu¬

ropa possuem desdemultoamostraspreciosas

.

Quanto ao auxilio que estiver na alçada do ministérioa meu cargo o mo

Mropporlnnamontepedido

,

póde V

.

Ex

.

contar queseráprestadosemdetençae

comparticular satisfacção

.

Sou,com elevadaestima e profunda consideração,

De V

.

Ex

.

Amigo,Venorador

,

ObrigadoeCriado

.

Rodrigo Augusto da Siha

.

Em data de 18 de Agostode1887,ochefe da expediçõ

o

recebeu doSr

.

Ministro daAgriculturaasseguintes

Instrucções

Rio deJaneiro, em 18de Agosto de 1887

.

Diroctoria das Obras Publicas do Ministério da Agricultura,Commercio oObras Publicas

3“ Secção

,

n

.

09

.

Communion a Vm

.

,

para seuconhecimento e devidose(feitos

,

que esteMinis¬

tériore

.

olveufacilitar

-

lhe,polosmeios doque dispõe,odesempenhoda commissão de que Vm. está incumbido, tendo por flm fazer transportar para o Museu Nacional o meteorito donominado Bondegé

,

existente na província da Bahia

.

Nestesentido, já havendo providenciado para quea Vm

.

sejam fornecidos os

instrumentos do engenharia deque precisar

,

e bem assim

,

prestadospelo Presi

-dentediprovínciaepelo Directorengenheiro em chefe doprolongamento da es¬ trada de ferro da BahiaaoS

.

Francisco os auxí lios que dosmesmos dependerem, não terá duvida em proporcionar

-

lhe além disso quaesquer recursos queainda forem nocessarios, uma vozque estejamao seualcance

.

Paraobomexitoda commissãoconvém,entretanto

,

que otransportedoreferido

material seja oflfectuado om condições convenientes, tomando

-

se préviamente as

medidas necessárias quanto aocaminho a percorrer e os meios de conducção

,

principalmente até a estação respective da estrada do ferro,e procedendo

-

se,

outrosim,aos estudos indispensáveisparaque a todo o

temi

» constem minuciosa¬

mente as circumstancias que interessarem arespeito detão notável meteorito

.

Espera,pois, esteMinistério que Vm

.

organizará plantas da localidade, con¬

tendoasdiversasindicações que convierem para o flm exposto, e um estudodos caracteres geologicos doterrono

.

Tudoo.que occorrer desde o começo até a conclusão dos trabalhos deverá sermencionadonorelatorioqueVm

.

apresentar

.

m+ I*4'* «i • *•**»* •-* t t

i

*

rfq

(14)

9

f

L

'

i

if

> ft V 20

0local ondeso achao meteoritoeosraals pontos que offerecarem stanchsespeciuesdeverão scr nssignaladospor meio demarcos,quoemqualqu

época possam ser reconhecidos

.

O louvável interesso quo Vm

.

tem reveladopelo assumpto, o zeloe aprofi¬ ciência comque tom desempenhadocommissões anteriores

,

constituem garantia

ofllcaz do bom resultadodesta delicadaincumbência

.

Deus Guarde a Vm

.

Rodrigo Augusto da siloa

.

Sr

.

José Carlos de Carvalho

.

Nopaquetenacional Espirito

-

Santo,a 20

de

Agostode18S7, deixou o Rio de Janeiro,

com

destinoá provínciadn Bahia,o chefedn expe¬

dição, levando por companheiros

os

engenheiros Vicente José de Carvalho Filho e Humberto Saraiva Antunes.

A 23 do mesmo

mez

chegou,a

com

missã

o

éBahia ; a27 seguiu para Alagoinhas;

a

2 de Setembro para Santo Antonio das Quei¬

mados

;

a 5a Villa de Monte Santo ; a Gao Bendegó, e finolmente

no

dia7,nnniversariodn Independendodo

Brazil

, á1 hora da tarde, foraminaugurados

com

lodoa soleulnidade

os

trabalhos daremoçã

o

do meteorito para o Museu Nacional, lavrando

-

se poreste motivoo seguinte termo, cuja cópiaauthentica foi

encerrada

em uma caixa de ferro,que ficou collocada

nas

fundaçõ

es do

marco levantadono

logar ondecnhiu

o

referido meteorito

:

Inauguração dos trabalhos de remoção dometeorito de Bendegó

parao

museu

nacionaldoRio de Janeiro

Acs sete dias do mez de Setembro doanuode1887,durante o reinadodoSua

Magestade oImperador o Sr

.

D

.

Pedro II, o regencia d.i Sereníssima Priucozu

Imperial D

.

Izftbel,nestelogar, conhecido pelonomedo Ipoeirade João Venancio

,

ú margemdo riachoBendegó

,

afQuentedo rio Vasa

-

Barris,pertenceutoá freguezia o termo de Monte Santo

,

provinda da Bahia

,

sendo Presidenteo Conselheiro João Capistrano Bandeira de Mello, achando

-

se presentes, ã 1hora da tardo, junto ao meteorito o cidadãoJosé CarlosdeCarvalho

,

chefe da conimissãoeos engenheirosVicente JosédoCarvalho Filhoe HumbertoSaraiva Antunes,nomeados pela Sociedade de Geograpliia do Rio de Janeiro, da qual ó presidente o con¬ selheiro do Estado Visconde de Paranaguá, o de conformidade comasrinstrucçdes que foramdadas aochefe dacoiumissão pelo Couselheiro Rodrigo Augusto da

(15)

Silva, Ministro o Secretariode Fstido dosNogociosda Agricultura,Commorcio e

ObrasPublicas

,

foideclaradopelo chofe dacommicsão,que

,

por ordemdaSociedade de Geographic do Hio de JaneiroodoGoverno Imperial,estivaminauguradosos trabalhos da

remo

ção do meteoritopirao Museu Nacional

.

E

,

para quo a todo otempoconstasse ologarda quédudo meteorito, mandou ahi assentar a pedra fundamental de um marco, aoqualdenominou Pedro 11,

em homenagem a Sua Magostado o Imperador, sendo postos dentro do uma

pequena caixa de ferroumexemplar deste termoeoutrotio BoletimdaSociedade deGeographia

,

do correnteanno, no qual vem publicada umaMemória sobre o meteorito

.

Neste marco,que tem a fórmade uma pyramids triangular

,

assentesobreum

eraltasamento de pedra tosca, serão gravadas as seguintes inscripções: Na face

que llca para o nascmte

Pedro II, Bendegò

1887; na tladireita: I)

.

lzabel

,

regente

Sociedade do Geographia do Rio de Janeiro

,

presidente

,

Visconde d

ó

Paranaguá; na esquerda: Rodrigo Silva, Ministro da Agricultura;Commissão: Josó Carlos de Carvalho; engenheiros

,

Vicente José de Carvalho o Humberto Saraiva Antunes

.

Para maiscertezadascondiçõesem quefoi encontradoometeorito,tirou

-

se

-

lhea photographic; e para constar mandou

-

selavraro presente termo,quevaiassignado

por todas as pessoas presenteso por mimHumberto SaraivaAntunes, servindo

do secretario, queo escrevi

Assignados: Josó Carlos deCarvalho

,

VicenteJosó

do Carvalho Pilho, engenheiro civil; Humberto Saraiva Antunes, engenheiro

civil; João CordeirodeAndrade,presidentedaGuinara Municipal;CesarBelarmino

Cordeiro deAndrade,juizdopaz; BertholinoNoa

-

os daSilva,subdelegado;Dr

.

João

Piilemont Fontes,lentoadjuntodaFaculdadedoMedicinadaBahia;Alvaro Ferreira

de CjirvulUo, Lucas Araujo dos Santos

,

capitãoAntonio JoaqnitndaSilva Lima, Manoel Fernandos de Menezes, negociantes ; Iteynildo AurélioTupmarnbá, An

-tiõeho Juvencio do Andrade, collector ; João de Alencar Lima

,

PedroCorreia'de Macedo, João Ferreira de Mattos, Quintino Dias Leite

,

BmodictoJosóPereira,1!

Antonio Rolriguos de Sam'Anna, João MendesdaMotto

,

Joaquim Venancio da Motta

,

João Ven meio da Moita, Manoel Ignacio Somgrosnr,JosóAlvesdo Jesus

,

Josó Ferreira Canário, Manoel MendesdaSilva,JosóMendesdi Motta Filho

,

José

Mendes da Motta, Joaquim Mendes Coelho

,

Juvenal Ferreira Coelho, Francisco

Mendes Dantis

,

Tietre Alves de Carvalho e Francisco Martins Fontes

,

juiz municipal

.

Feitanexploração da zona do sertão, que devia ser atravessada, eescolhida a direeçfloda estrada que o meteoritotinha depercorrer

oléencontrara linho ferrea

;

construídoocarreiQo e preparado lodo otrem de transporte,

no

dia 25 de Novembro snhiu o meteorito dos margens do riacho Bendegó,ondeha104annos otinhamdeixado ficar

(16)

I

1

1

í

22

nbondonado,

e

começ

ou

-se

essa

marcha, cujas condiçOes

s

ó poderão ser devidamente conhecidas tendo-sed vista

a

planta geraleo perfil

longitudinnldo caminho percorrido.

No dia 14de Maio desteannochegueicom

o

meteorito áestaçã

o

do Jacuricy,noprolongamento daestradado ferro da Bahiaao S

.

Fran¬ cisco, e a 1G assentei a pedra fundamental do

marco

de chegada, lavrando

-

senesta occasiãoo seguintetermo

:

Termo de inauguraçãodomarcodenominado

Barão do Guahy,

nokilometro845.316“, do prolongamento da estradadeferro daBahia, logaronde

foi

embarcado o meteoritode Bedengó com destinoao museunacional doRio deJaneiro

l

Aos dezeseis dias domez de Maio doanno domil oitocentos e oitentae oito, durante oReinadodeS

.

M

.

oImperador o Sr

.

D

.

Podro IIeRegenciada Serenís¬

simaPrinceza ImperialD

.

Izabsl,nestelegar,kilometro 245.316

,

pertoda Estaçãodo Jacuricy,noprolongamento da Estrada de Ferro da Bahia, do qual ó Direclor

-EngenheiroemchefeoDr

.

Luiz da RochaDias, achindo

-

sepresentes,ãsonzehoras damanhã,ocidadão José 'arlos d9 Carvalho eos Engenheiros Vicente José de CarvalhoeHumberto Sara

'

va Antunes, membros da commissão nomeada pela Sociedadede Geographiado Rio do J ineiro, da qual é Presidente o Conselheiro deEstadoSenador Viscondedo Paranaguá

,

para transportar para oMuseu Na¬

cionaldo Rio deJaneiroometeorito do Bendegó, descoberto nosertão desta pro¬

víncianoannodemilsetecentose oitentaequatro, declarou ochefe da commissão,

cidadãoJoséCarlos do Carvalho,que, deordem do Exm

.

Sr

.

Ministro da Agricul¬ tura,Commeroioe Obras Publicaso interino dos NegoclosEstrangeiros

,

Sr

.

Con¬

selheiro RodrigoAugustoda Silva

,

inauguravaomarcodostiuado a assignalar o logarondeseelTectuavaoembarque do referido meteorito para acapitalda Bahia, emtransitopara o Rio de Janeiro

.

Eparaquea todotempoconstassetambémquetodasasdospezascom o transporto

destapreciosidade scientific» do logaronde foi encontrada pelacommissão, nas

margensdo riacho Bendegó,até a Estrada de Ferro da Bahia

,

foram feitaspolo illustre Barãodo Ouahv, PrimeiroVice

-

PresidentedaCantarados Srs

.

Deputados, queatanto seobrigoucoma Sociedade deGeographia doRio do Jauoiro,o chefe da commissão declarou mais, que, interpretando os sentimentos do gratidão daquellasociedadeparacomo mesmoExm

.

senhor,seubenemerito consocio,dava aestomarcoonomedeBarão doGuahy.

Em seguida mandou depositar dentro deumacaixadeferro

,

quefoi collocadana cava aberta nas fundaçOesdo mencionado marco, uma cópia deste Termo

,

um exemplar do Boletimda SociedadedeGeographia do RiodeJaneiro

,

em que vem

*

1

'

4

I

1

*! * #

(17)

23

publicadauraaMomoria sobre omesmometeorito,e diversosnumerosde jornaesda Bahia, quo publicam o decretoquo extingueoelemento servil noBrazil

.

li jura nnis solemnistr este acto, mandou rezar uma missa em Acção de Graças

,

pela feliz conclusão da trabalhosa e difficil travessiade 113 kilometros

ti03m

,

IO pelosertãodesta província

.

Paraconstaratodotempo dooccorrido

,

muntou lavraresto Termo

,

que vai assignadopor todasas pessoas presentese por mim Humberto Saraiva Antunes

,

queo escrevi

.

JoséCarlosdeCarvalho

.

Engenheiro Luiz daRocha Dias

.

» HumbertoSaraivaAntunes

.

» ViceiUeJosé de Carvalho Filho

.

* Aluisio AugustoRamos Accioli

.

» AntonioTheodorico da CostaFilho

.

» EmygdioJosé Ribeiro

.

Vigário FirminodeSousa Estrella

.

CantidioQomesde Azevedo

.

Alfredo Alves Maciel

.

Nodia 17 foiometeoritobaldeado para

a

estradadeferro

.

Chegou

ú cidadede Alagoinhas

no

din seguinte

;

a 21 foi removido para a es¬ trada de ferro ingleza e a22 chegou á estnçSo dnCalçada ,

na

cidade da Bahia

,

onde se

conservou

emexposiçfio até

o

dia 28

,

cm que foi transferido para

o

Arsenal de Marinha daquella província

.

NodiaIo de Junho foi embarcado

no

vapor nacional Arlindo

,

propriedade do Sr,Claudio Vincenzi

,

negociantedesta praç

a

,

que gra¬

tuitamenteoffereceuoseu naviopara conduzirometeorito

.

No dia 2 de Junho sahlo o Arlindo do porto da Bahia

com

destino a Pernambuco

,

levandotambém nseu bordoochefe da com

-missfio

,

que teveordemdoSr

.

presidente da Sociedade de Geographia

e do Sr

.

Ministro da Agricultura paraacompanharo meleorito

.

OvaporArlindochegoua Pernambuco

no

dia 4, e a9 sahio directa

-menlepara o Rio de Janeiro

,

ondecheg

m

o 15 do corrente me/.

.

Nesse

mesmo

dia foi retiradodebordo do Arlindo eentregue aos

cuidados do Arsenal de Marinha do Corte

,

até o diadasua

remo

ção

paraoMuseu Nacional

.

--

m m '

-

* *

tr

,

a

-

m m

-

m iu

(18)

w

•*

24

II

Reconhecimento geologico do

terreno

onde

caliiu

o

meteorito

Bendeg

ó

* «

Aspectogeraldazona percorrida

A rocha unica encontrada

no

terreno onde cah íu

o

meteorito de

Bendegó6degneiss

,

ua

maiorparteemdecomposiçã

o

.

Alguns blocs de granito atnonlondossobre pedreiros

rosas e

J

á decompostos guarnecem as margens do riacho Bendegó

,

outros

desfilados em pequenosserrotesacompanham

a

direcçfío da Serra do Alhanazio

,

quesegue

o rumo

deN

.

S

.

e solevanta

-

se

distante

nove

kilomelros das margensdnquelle riacho

.

Blocsisolados,tanto de gneiss

como

degranito

,

espalhados,

uns

sobre n superfície do solo

,

outros

mergulhados mois ou

menos

profundamenle no

terreno

,

e lodosaiTeclando fô

rmas

arredondados

e

collocaçõ

es

caprichosos

,

dflo

o

carncterislico mais particular dessa

zona

exquisite doserlflo

.

Nestas paragens, como muito alé

m

do Bendegó

,

encontram

-

se

grandesafloramentos de rochas

em

decomposição

,

contendo

cavas

pro

-fundns

,

nalurnes

ou

abertaspelohomem por meiode fogo

,

com

o

fim de fazerem deposilos de agua das chuvas

.

Estas

cavas,

denominadas tanques de pedra

,

sflo geralrnenle

co

¬

bertas de

um

engradado de madeira

,

cercadas de

muros

de pedra

secca

,

e

conservadas

com

especial cuidado por

seu

proprietário

,

que

os

considera

um

patrimóniodo familio

,

e a

bemfeitorinmoisvaliosada

propriedade

.

O solopor toda porteé fraco

,

pobree

arenoso

.

A

terra

6 regadn

unicamente

com as

chuvas torrenciaesdns trovoadas, que transformam

corregos Insignificantes

,

por cujoleito

se

caminhaa pó énchuloquasi todo

o

anno

,

em

caudalosas

torrentes

provocadaspor enchentes

r

á ¬ pidoseperigosas

,

quesobem de seis

a

selemetrosacima do leito ordi¬

n

ário

,

geralrnenle lastrado de seixos rolados de quartz

,

silexe gres dos maisduros

.

A vegetoçSoé

escassa

e

enfesadn

,

npparecendo apenas

os

arvores

maiores

no

fun

o dos vallcsjunto

aos

riachos

,

isolados

ou em

peque¬

nosgrupos

.

** *

É

HB

(19)

25

^

Mnndacarús diversos

Uma arhorisa

ç

So pouco corpulento

,

crescido

no

meio de chnpo

-dões cobertosde bravios colingaes (

'

)

,

onde predominam

as

fnmiiias dasCactnceas

,

Apocynnceas

,

Asclepindoceas

,

Euphorbiacnas, Snpolo

-ceas,

Anacordiaceos

,

Leguminosas

,

Urlicaceas

,

Smilaceas

,

Bro

-meliacens

,

Loranthaceas

,

Malvacens

,

Bombacens

,

Palmeiras ePoly

-podiaceas

,

etc

.

,

determinooprincipal cnracteristico do

sert

ão (*) da

província da Balda

,

poronde andámos

.

O solo dos catingas varia

; ora

ócolcoreo

,

arenoso,

oroargilloso,

.

ora

dioritico

,

oragranito

-

qunrlozo

.

As especies peculiares âflora dos catingase

os

mois

constantes

o

: (3)

CereusScopa (D

.

C

.

)

.

[

Coreus mandacarú (Caminh

.

)

.

Cereus bexngonus (L

.

\V'

.

)

.

Cereus Jomocarú(S

.

Dyck

.

)

.

I

Cereus geometrizons (Mart

.

)

.

Cereus flagelliformis

.

Estes dous últimos são tombem conhecidos vulgarmente pelos

nomes

de fachmroou mandacarú

,

dc boi

.

O mandacaru de leite è uma Euphorbiacen (o Euphorbia plios

-phorea)

.

i Opuntio brasiliensis(Ilow

.

)

.

Palmatóriasdiversas

J

0pimUaelncta(0Uo)

.

Ha inais de

uma cactocea

com

este

nome

nos

sert

õ

es

e catingas

da Bahia

,

sendo

as

orais

communs

as

quefleam indicadas

.

.

Varias especies de Melocactus (Meloc

.

IIo

-Cabeçode frade

.

okerianusGordn

.

)

e

de Echinocaclussão

assim chamadas

.

(

'

)O professor

.

1

.

M

.

Caminhoá, nosou tratadode Botanica MedicaGeral, fascículo Xlll

.

na parloquo sa occupa da

GeographiaBotanica

di/

.

:

CAá

-

TIMO.VS ouCATMOAS

.

Esta palavra <5 lambem do origem lupinica,vem de oaá,

planta oumultoe lingo

,

espinhoso(fedorentof)

.

Chamam

-

se assim certasmatinsinteríropieaes poucoespessase poucoaltas,dearvoros

tortuosas, e dcarbustos em geralespinhosos,ou aculeados,que perdem as folhas pelo verão;dlsttnguom

-

sjpor ter poucos renovos, ocorteisorespessoeencrustado deLiche

-nes,etc

.

(*)SBRTõKS

.

Sãozonasdo interior do paiz,inais ou menoseitensas, seccaseele¬

vadas, do ordináriopoucoproductivas para grandenumerodu vegetaes,ecaracterisadas p

^or uma floraespecial

.

A palavra sertão serve também ás vezes para significar um lugar mais ou menos remoto, mesmo quandocobertode florestas; comoéempregada em vários pontos da província doEspirito Santo(GeographiaBoianíca doprofessor J

.

M.Caminhoi)

.

(*)Classificaçãodo professor J

.

M

.

Caminhoã

Geographia Botanica

.

4

/

(20)

-I

4

A

.

L

26

cansans

5o

|

jatropha

-

urens

ou

Jatropha

-

vltifolia

Macambira Bromelfa laciniosa (Arr

.

Cam

.

)

.

Icó

{

i Capparis Ic( ó (Eichl

.)

ou Colicodendron Icó Mart

.

)

.

Umburana

ou

Imbimraa

.

j

Alecrim (

arvore

) Ilypericum

-

laxiusculum (St

.

I-Iil

.

)

.

Candeia

ou

o

de

can

-

)

dcia

.

PIptocarpha rolundifolia(Baker).

Umbuzeiro

ou

imbuzeiro

.

}

)Spondinsberosa (Arr

purpurea

.

Cam

.

.

)

.

»u

SponUias lu

-Imba úbo dascaatingas.

.

.

Cecropia

-

carbonaria(Mart

.

)

.

Gravalá Bilbergla patentissimn (?)

.

.

.

í Tillandsia

recurvata

(L

.

)

,

eTilInnd

.

us

-Borbad!

,

'

>au

i

eoides (L

.

)

.

Catingueiro Linharea tinctoria (Arr

.

Cam

.

)

.

Caranai

ou

palmeira

es

-

i ..

.

.

.

pinliosa ( Mauritin aculeota (Mart

.

)

.

Assahi dascaatingas Barrigudo

Aricuri

ou

nicuri Cocos

coronata

(Mart

.

)

.

) Euterpe Catinga (Wall

.)

ou

Euterpe

mo

-I

lissima (B

.

Rod

.

)

,

e

vor

.

Aurontiaca

.

tChorisia

-

ventricosa (St

.

HU

.

)eChor

.

cris

-f

piflora H

.

B

.

Kth

.

Cajueiro ando

ou

docampo

Eroblruss

ú

-

da

-

caUngaJ

Bômbax Martianum) Anocardium humile(St Hil

.

)

.

(Sebum

.

)

ou

Carolineai

tomentosa

(Mart)

.

j

« Ainda ha.

com

nbundancia o Faoella, Chique

-

chique

,

Catingade

porco ou

l

au

de

rato

e Carahybeira

,

de

que n

ão podemos

encontrar

classificaçã

o

.

A Baraúna

Melanoxilonbraúna

;

a

Aroeira

Astronium

sp

.

;

o

Itnpicurú

Peltoggne sp

;

o Ipè

Tecomaspeciosa

;

a Coraiperona

Moquilca turiuca

;

o Genipapo

Genipa Brasiliensis

;

o

Caixã

o

CuratarisEstrellensis

; a

Juré

ma

Acacia Jurema

; o

Jatobá

Hymneacoubaril

;

o

Joazeiro

Zúiphus Joazeiro; e

o

Angico

(21)

27

A 20 kilometres do Bendegó encontram

-

se ossos

fosseis espalha¬

dos sobrea superíicie do

terreno

ou pouco enterradosnosolo

.

Tivemos occasiõ

o

de vôr

,

no logar denominado Quebreguenhem

,

ossadas de animaesdedimensõ

es

colossaes

.

O Museu Nacional já possue diversos exemplares

,

posto

que

incompletos alguns earruinadosoutros

.

Estes

ossos

pertencem no maior parle

ao

genero Megatherium

e Mastodonte

.

E’quasi

certa a

existência de importantesdepositos de esqueletos

de animaes gigantescosem

outros

lagò

as

bem próximasdaquefoi

pornósvisitada

.

A falta absoluta de tempo para nos afastarmos doobjecto prin¬

cipalda

nossa

commissSo

,

e alé

m

de tudo

a

falta absolutodecompe¬

tência paro irmos alé

m

do que

nos

épermillidofazer

,

tornam,

infe¬

lizmente, incompleta

esta

exposi

ç

fio

,

que poderia ler sido muito

interessante eproveitosa

,

si tivesse sido tratadaporalgumprofessional

de reconhecida nomeada

.

ASerroGeral

,

depois dedar passagemao rio S

.

Francisco

,

investe

pelo território bahiano na direcçõo Norte

-

Sul

;

atirando ramifica¬

ções pora todos

os

lados

,

rma

systema

com

outras serros

secun

¬

darias

;

compondo deste modo

o

esqueleto rochoso da província

,

determino a formaçã

o

especial dos differenles voiles e o

contorno

caprichoso de

sua

hydrographio

.

Entre

as

principoes ramificações da Serro Geral

,

na

zona por

n

ós

percorrida

,

levontam

-

se serros

quecorrem nos seguintes

rumos :

Serra dQSobrado

,

ao rumo

de 6o NO

Serro do lti ú NO

SerradoLopes 10

°

NE

Serrado Acarú 10

°

NO

Serra doAlhanosio 20° NO

SerradeMonteSanto 11° NO

Serro Grande 30° NO

Serro Branca 20

°

NO

Serro da Itiuba NS

As

serros

doSobrado

e

doAcarú

marcam

a divisa das aguasdo rio

Irapiranga (

em

lingua indígena quer dizer peixe vermelho)

,

vul¬

garmente conhecido pelo

nome

de Vasa

-

Barris

,

com

asdorio Itapi

-curú

-

Assú

.

O Irapiranga

nasce

no

serra

do lti ú evai ter

ao

mar

,

depois de

atravessar

o provínciade Sergipe na direcçõo S E

; o

Itapicurú

-

Assú

tem

as cabeceiras

nas

serras

da Jacobina Velha

,

atravessa

a pro

(22)

28

viacia da Bahia do poente para o nascente,

e

vai levar ás costas do Atlânticoasaguasdos

seus

mais notáveis trilnilariosdesta parte do sertão, o Jacaricy, o Itapicurii

-

mlrim,

o

Cariocft

,

o RiachQo, o

RiodoPeixe

e

outros

.

Orio Jacaricy, principal tributário do Itapicurú

-

Assú,

nasce na

lagõaSucuriúba,que fica entre as serras doLopese da Itiúba

.

O Itapicurú

-

mirim tem

as

vertentes na Serra daSaude, além da

Villa Nova da Rainha, hojecidade do Bom Fim .

O riodoPeixe

nasce

11a serra da Carocunnha,e

o

Carincá na

serra

doLopes.

O Itapicurú

-

Assú recebe

o

rio Jacuricy logo abaixo da villa de

Santo Antoniodas Queimadas; o Cariacá, antesde passar pela fre

-guezia dos Tucanos; o Itapicurú

-

mirim a 12 kilometros acima da villa deQueimadas, e

o

RiodoPeixedepoisde unido

ao

Riachã

o

, a poucadistancia daestaçã

o

do Rio do Peixe.

Tanlo

os

rios Itapicurú

-

Assú e Itapicurú

-

mirim

, comoo Rio do

Peixe e

o

Riachã

o

, cortam o prolongamento da estrada de ferro da Bahia ao S

.

Francisco, que os atravessa, aquelles

em

pontes

de50®,0 de vão

;

o Riuchfio em uma ponte de 30 ,0,

e

dous bra

ç

os

doriodoPeixe, em duas pontesde 30e1£® de vão.

O Itapicurú

-

Assú atravessa

o

prolongamento da estrada deferro

no227k,G'.)3; oItapicurú

-

mirim no 280k,G12; o Rio doPeixeno20.jk,G00

eoRiachSo

no

200k,0.

Dos Serrotes das Pedras miúdas

e

do Arraial

nasce o

rincho

do Desterro, principal aíiluenle do Bendegô

,

que tem origem

em

uma lagòa aberta na fralda oriental da Serra do Athanasio

,

e que depois de percorrer

um

valle apertado

e

tortuoso vai juntar

-

se ao

rio Vasa

-

Barris na povoaçã

o

dos Canudos

a

45kilometros da sua

nascente.

O Bendegó

em

quasi todo o percursoé cortado por fortes pa¬

redões de pedra

secca

,levantadospelos moradores ribeirinhos, com o Hm de represar osaguas durantea estação dos chuvas e dest’arte

premunir

-se

paraos dias calamitososda

secca

.

A Serra doLopes segue parallelnmente á Serra Geral , o

serra

de Monte Santo, toda dequartzito, e a Serra Grande

,

formada na

maior parte deschistosem decomposiçã

o

adiantada, donde se desta¬

cam

laminasde 0m,01 o 0®,02de espessurae tamanho limitado,

es

¬

tendem

-se na mesma

direcçã

o

da Serra Grande.

As SerrasdoGarrote, Caixão, Manoel Alves , Damasio e do En¬

gorda,que seinclinam sobreestas;

finalmente

,as SerrasBrancae do

Jabucunam

,

Santaliosa, Capioara

,

Pedradagua

e

de S

.

Sebastião

,

(23)

29 A

-qtie

correm

do lado de Oeste daStvra tie MonteSanto

,

e

a Serra da

Itiubaonde predomina

o

granito

,

ogneiss

,

osdiuritos

,

esyenitos for¬

mam

a linha de horizonte de uma grande zona formada

ae

valles profundos, extensos

,

atravésdos quaes

na

época das trovoadas

,

os

grossas chuvas de enchurradas rasgam sulcos immensos

,

que

con

¬ duzem asaguas parao Itapicurâ

-

Assú

,

unico rio decorrente constante

em

todaesta parte consideráveldosertãoda Bahia

.

A falta de chuvas regulares dá á

zona

que percorremos um

aspecto desolador

,

e

a

vegetaçã

o

dasgramineas e outros pequenos

arbustos

,

que cobrem durnnle o inverno

,

acamada deareia mais ou

menos

espessa que se estende sobre

os

taboleiros, desapparece

completa

mente

durante a quadra abrazadora do verão

.

Algumas lagoas fornecem agua de péssima qualidade, apenas para o

consumo

da criação

.

Na parte do serLão quefica além do Serra Grande onde

n

ãochega

o inverno

, os

criadores

v

òm

-

se na dura necessidade de dar aguo

aos animaes á ração

,

até quecheguem

as

chuvasde trovoadasque

,

abastecendo os caldeirões

,

tanques e ipoeiros

,

os

colloca em me¬

lhores condições até o

anno

seguinte

.

A misériaégrande

,

quandofaltam os chuvasde trovoadas durante

dous ou mais

annos

;

no entretanto

,

logo que as regas naturaes

apparecem

em

quantidade sufiicienteenosépocas próprias

,

haabun

-dancia de excellenles e variados mantimentos

.

As culturas uniats

que

podem resistir

a

essas

irregularidades de rega e até mesmo a

seccas

prolongadas

,

o a

do algodão e ado fumo, os quaes

v

ã

o

tendo felizmente grande desenvolvimento

,

graças á fucilidode

nos

meios de transporte

,

que

s

ó agora tem

-

se

aberto para

os centros

consumidores

.

O thermometro centígrado á sombra chega muitas

vezes

a 35

°

.

As noites são frescas

.

O

sert

ãodo província da Bahia quepercorremos não

se

descreve

,

s

ó

se

comprehende vendo

.

Fazemos

nossas

as palavras do professor J

.

M

.

Caminhoá

,

eaquideixamostranscriptasas

suas

observaçõ

es

sobre

o sertão

,

porissoque

n

ão temos a pretençã

o

dedizer melhor

.

DizoprofessorJ

.

M

.

Caminhoá :

« Ha um erro em que

t

ê

m

incorrido muitos sábios

e

naturalistas que

n

ão estiveram

no

Brazil,

e

foram mal informados,e

outros

que

aquiestiveram, mas visitaram

os

sert

õ

es

sómenteno tempodasô

cca ;

este

erro

consisteemconsiderarem aquellas paragens

como

desertos

áridos

,

sem

vegeta

ção

e

inhabitaoeis

.

L

(24)

r

*

« Conformea é

poca em

queé percorrido

,

apresenta painéis de

na

¬ tureza triodifferentes

,

mesmo

t

ã

o

opposlos

entre

si

,

quemuitas

vezes

o

naturalista

,

ouviajante custo

crer

que

o

sitioem que

se

acha seja

o

mesmo

quealgunsdiasou

semanas antes

foraporelie visto

1

« Por occosiSo da Estaçã

o

das

aguas

,

o

que equivale

a

dizer

-

se

da vida

,

a

vegetaçã

o

é pujanteeoriginal

,

o

céo limpido

,

e a

natureza en¬

cantadora

;

na

é

poca ou esta

çã

o

da

cca

os

campos opresentam

-

se

negros

ou

pardos

,

por

causa

da relva requeimada

; o

solo

,

quando

o

é

arenoso

,

greta

-

se

profundamenie

;

as arvores

acham

-

sedespidasde

folhagens

,

e

os

galhos

e

ramos

que

morreram

fleam por tal modo resequidos

,

que em algumas especies bosta

o

atrito de um

no outro

,

para produzir

-

se

fogo

,

que

,

se

ohao

necess

áriocuidado

,

activa

me

¬

donho incêndio pelos estorricados arbustos e nrbusculos

;

incêndio

quasiinextiguivel

,

porqueentã

o s

ó

se encontra

agua em pouca porçã

o

e

em

limitadíssimos logares

;

além disto hagrande risco paraogado

.

« Chegadaa

esta

ção quentee sê

cca

,

cessa no

sertãoaverdura da

folhagem

,

excepto

nos

Joazeiros (Ziziphus Joazeiro)

,

e em

poucos

outros

,

e

a

paisagem tomoo aspecto de inverno rigoroso em climas frios

,

ou

temperados

;

mas

distinguindo

-

se

aqui principalmente pelas

mattas

de cactaceas gigantescas (mandocarús

,

palmatórias

,

etc

.

) e

outras

nrmodos de espinhos

;

lembrando

,

at

é

certo

ponto

,

as

Eu¬ phorbias cactoides que carocterisarn o vegetação das bordas dos desertos africanos

;

principalmenteao pôr do sol

,

em

que

o

horizonte

no

sert

ã

o

étambé

m

rubro

como

alii

,

a

irradiaçã

o

do caioricoé

extra

¬ ordinário

,

e

a

atmosphera

tem at

é

certa

alturaespessacamada de pó

.

« Alé

m

dos

cactos

e do joazeiro

,

ha

em

geral

rar

íssimas

outras

plantasque

se

conservam

verdes durantea Estaçã

o s

ô

cca nos sert

õ

es ;

por exemplo

,

uma

utilíssima

,

o

umbúseiro

,

do qual

nos

occupamos

adiante

,

e

cuja

rama

ou

folhagem

,

como

a

do joazeiro

,

serve

para

dar

-

se

raçã

o aos

carneirinhos e ao gadomiúdo

em

muitoslogares

.

o A

noite

,

quando

o

o

épuro

e

bellissimo

,

e

o

brilho da luz pla¬ netaria

se

derrama

atrav

é

s

da atmosphéra

,

ha

um

espectaculodigno de

não

ser

esquecido

,

porsuaoriginalidade

.

o Ouve

-

se

aolongeedeváriospontos

um canto mon

ó

tono

e

triste

,

ao

qual depois succede um ruido acompanhado de

nuvens

de pó

levantadopelogado sequiosoefaminto

,

que

corre

80logar

em

que os

vaqueiros

,

com

archótes

accêsos

feitos de umCereusa quedenominam

facheiro

,

queimam

os

espinhos dos mandacnrús (Cereus Jumacarú

e

outros

)

,

das palmatórias(Opuntia)

e

de muitos

outras

Cactaceas

,

para

que

os

animaes possam

,

pelo

menos

durante a noite e

nos

dias

(25)

I

31

agradavel contido

nos

cladódios daquellas plantas providenciaes

em

taes

regiõ

es

!

« Os

cactos

,

alé

m

de

serem

durante

a s

ô

cca

o

ceileiro

e

o

manancial dogado

,

algunsdelles ló

m

a

vantagem de nccumulargrandecópiade

fécula

nas

raizes

que

,

depois de assadas

,

ou

raiadas

e

reduzidasa

farinha

,

també

m nutrem o

homem

.

« Das profundezasdos valles

,

em certos

occasiões parte

um

ruido especialissimo proveniente das pás

com

que

os

vaqueiros

cavam

o

leito dos rios

seccos

,

pr

.

ro

encontrarem

alguma agua

,

á

s

vezes

a ume mais

metros

dc profundidade

:

chamam o isto fazer cacimbas

ou

po

ç

os

, com

cuja agua saturado de

saes

mitigam

a s

ôde

ao

gado

o Ascacimbas sSoexcavndasmuitos

vezes

noleito de rios navegá¬

veis

na outra

estoçá

o

por embarcaçõ

es

de regularcalado!

« Nestaépoca as fé

ras

sedentas deixam

os

antros

,

e v

ê

m

at

éperto

das habitaçõesperseguir

o

gado!A

ca

ça grassa(veados

,

caititús

, etc

.)

é

morta

facilmentepertodos valles

,

ou

onde ha cacimbas

,

e

até junto das habitaçõ

es ;

os pombas

,

juritis

,

perdizes e

centenares

de outras

aves

s

8

o

apanhadosquasique a

m

8

o !

«Saint Hilaire

escreveu

o

seguinte, tractando do sertSono tempodn

s

ê

cca

:

o EntSo um calor irritante acabrunha o viajante

;

uma

poeira incommoda

se

levanta sob

seus

passos

,

ealgumas

vezes mesmo n

õ

o

encontra

-

se

agua para mitigar

a

s

ôde

.

I-Ia todaa tristeza de

nossos

invernos

com um c

é

o

brilhante c

os

calores do verSo

.

*

« Este estado de

cousas

dura de

um

mez e meio a dois

mezes

, e

mesmo

a

tres,

quandonQoha irregularidade dasEstaçõ

es

.

« Aocabo desta phase

,

ha

um

dia

em

que

o

almosphé

ra

se

torna

brumosa

,

o c

éo ennegrece

-

se

,

e

prepara

-

se

uma

terr

ível lormenta!

E’a proximidade dos primeiras

aguas

.

« Cousa curiosa

1

Emquantoisto sedá

, e

logo

que

come

ç

am os

pri¬

meiros

, extensos

e

r

ápidos relâmpagos succedidos pelo estrondo do

trovflo

,

ogadosaltita pelasencostadas ecollinas, parecendo

ter

prazer

,

ecomo

que prevendoasvantagensquedisso lhe proviráo !

a A chuva que entáocahe é torrencial

,

mas os

campos eestradas profundamente grelados absorvem

-

o totalmente a principio

.

Des¬

prende

-

se

entOo

um

cheiroespecial deborrocozido

,

que tanto

excita

o

apetite

nos

geóphagos

.

« Ao caboá

s

vezes

dealgumashoras

,

ou

,

quando muito

,

de alguns

dias

,

n

temperatura baixo

,

demodoque parece

estar

-

se em

clima bem

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