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.
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.
v
.
* i•* •.
•*••
V.
IT
*
METEORITO
DE BENDEGÚ
RELATO
RIO
APRESENTADOAO
1
IMSTERI0
DA AGRICULTURA
,COMMERCfO E
OBRAS
PUBLICAS
K A*SOCIEDADE DE GEOGRAPHIA DO RIO DE JANEIRO SOBRE A REMOÇÃO
D O M E T E O R I T O D E B E N D E GÓ
do
sertcTo
d
;iprovíncia
da
Bahia para
o
Museu
Nacional
roRjosc
Carlos
dc
Carvalho
BX-
ornci4tDAXAnnouBE OURHRA SACIDXAI.
.
F.
Tr.
,ETC.
,BTO.
-
-
•< **-
*•• **-
-
-, mmm m mi
k
•
Sm
m
RIO DE JANEIRO IMPRENSA NACIONAL 1888 irci-
ss » ».
-‘** 1
-
VA SS. Exx.
os
SRS. :
Conselheiro
Antonio
da
Silva Prado
Senador pela provínciad«8
.
Paulo, MinistroaSecretario dEstado dos Negocio * da Agricultura,Comrnercio e ObrasPublicasConselbeiro
Rodrigo Augnsto
da Silva
Senador pola provinciA de S.Paulo, MinistroeSecretario d'Estado dosNegocios Estrangeiros eox
-
Ministro da AgriculturaCousellieiro
fl
’Estado
Mamnez
de
Paranagu
á
Senador pela província do Pinuby, presidente da Sociedade de Oengraphia do Rio de Janeiro
llOMKNAOHM Dfc
Josi
Carlos de Carvalho
i
i.
.
I
[
1
METEORITO
DE
BENDEGÓ
COMVISSÃOENCARREGADAI)\ REMOÇÃODO METEORITO DEBENDEGÓ PARAOMCSEUNACIONAL
JOSÉCARLOS DE CARVALHO
VICENTE JOSÉ DECARVALHO FILHO, engenheiro civil
HUMBERTO SARAIVA ANTUNES,engenheiro civil
i
V V
-1
COMMISS
Ã
O DO BENDEG
Ó
RIODEJANEIRO,SO DE AGOSTO DEIS»
.
JLLM
.
E EXM.
SH.
Em cumprimento das Inslrucçõ
es
queme
foram dadas pelo Mi¬ nistérioa cargodeV.
Ex.
e.n
dala de 18 deAgosto de 1887,
quando segui para o Provinda da Bahiacorn
o fimde transportarpara
estaCòrte o meteorito de Beudegó
,
cabe-
me
hojea
honra de apresentar a V.
Ex.
o Relatoriodostrabalhosda Commissaoquetivea fortuna de dirigir.
O
concurso
poderosoe
efflcaz prestado pelo Director do Pro¬ longamentoda Estrado de Ferro da Bahia,
o
Dr.
Luiz da Rocha Dias,
epeloSuperintendente da Estrada de Ferro daBali ia aoS
.
Francisco,
o
Sr
.
Richard Typlady,
foi da maior valia, poissem
elle eu nfio teria conseguido concluir Ifio prompta esalisfacloriamentea
minhaincumbência
.
Ao Sr
.
ClaudioArcolon De Vicenzi,
que graluilamenle offereceu o vapor nacional Arlindo,
desua
propriedade,paraconduziro
meteorito da Bahia atéeste
porto,
eao
Commandante destenavio,o
Sr.
José Francisco de Oliveira,
devoa mais completa homenagem pelos favoresrecebidos
,
e
julgodomeu
dever apresentar&consideraçãode V.
Ex.
os
nomes
destes cavalheiros.
A*dedicaçã
o
,
nunca
arrefecido,demeus
nobrescompanheiros,os
engenheiros civis VicenteJoséde Carvalho Filhoe
Humberto Saraiva Antunes,devoo successo
da commissaoque
me
foi confiada.
Deixo
s
ómente
de apresentara
demonstraçãodasdespezasfeitospor
conta
doExm.
Sr.
Borfio doGuahy,atéachegada do meteorito â estrada deferro,
paronfiocontrariar a vontadeexpressade S.
Ex.
r
r
0Relalorio
,
confeccionododeocc
ôrdocom
oslnstrucçõesolludidos,
consta do seguinte:A
Hlslorico
do meteorito de Bendegó,
tentativos reilos pornsun
remoç
iio.
B Quadrodnscoordenadosgeographicosdediversos pontosdo
tra
-jectodometeorito.
c
Quodro dns altitudese
distancias dediversos pontos dotrajectofeito
com
o meteorito,
referidas ó estrada de ferroe
ao
portoda Daliia
.
i
>
Reconhecimento geoiogico.
—
Aspectogeral dazona
percorrida.
E Descripçflodo transporte do meteorito.F Planta da
zona
explorada para escolha do cominho aberto deBendegó ti Estrada de Ferro
.
0 Perfil longitudinal destecaminho.II Planta davillade MonteSanto
.
1 Plautada villadeQueimadas
.
•
r
Phologrophiada Hora predominante do sertflo.
li CollecçSo completa de photogrnpliins de diversos
passagens
occorridas
no
transporte dometeorito.
I
-
Noticiosobremeteoritos,
pelo Director do Imperial Observatóriodo Riode Janeiro, oSr
.
Dr.
LuizCruls.
M Determina
ç
iio dopeso especifico do meteorito deBendegó,
feito pelo Sr.
William Lutzno
Imperial Observatório do Rio de Janeiro.N Diário da marcho eíTectuoda com o meteorito desde
o riacho
Bendegóat
éo
portodoBahia.
Dous Guardea V
.
Ex.
—
lllra .e
Exm.
Sr.
Senador ConselheiroAntonio da Silvn Prado
,
Muito DignoMinistro eSecretario deEstado dosNegociosdoAgricultura,
CommercioeObrasPublicas
.
r if
*
-RELATORIO
A
M
1
METEORITO DE RENDEG
Ú
i
Hist
ó
rico
do meteorito tie
Bendeg
ó
, tentativas
feitas
para
sua remo
ção
Em 1734
,
Joaquim do MottoBotelho('
)communicou ao Governador Geral daBahia
,
1).
Rodrigo Joséde Menezes,ter
encontradonas
pro¬ ximidadesdoriacho Bemlegó,
sobreuma
eminencia,
amn
pedraextra
¬ordinária
,
quesuppuohaconter
ouro
e prata
.
Em 1785
,
o mesmo
Governador determinouao
Copilflo-
mór
dellapicurú, Bernardo Carvalho da Cunha
,
que
fizesseo
possivelpara
conduzir essa pedra aomais proximoporto demar,
donde pudesse ser transportadoparaa
capital da provindo.
Nesse
mesmo
anno,
Bernardo de Carvalhotratou
de desempe¬ nhar-
se dessa trabalhosa incumbência,fazendoconstruir umcarretão
de madeira paraser
puxado por bois.
(
'
)No original docompromissoda IrmandadedoSenlior dosPassos de Monto Santo datado do 12do Julho de 1815cnontrei entro os mesarios mats graduados a assi -gnaluradeJoaquimda Moita Botelho.
Em 17SC, o missionárioapostollcocapuchinho de na;ão italiana frei Apollonio de Todi
.
fazendoasanta missão naqnetlelogar,mudouonomedePic>-
Arassú para odeMonto Santo,e collocoti em umacapelllnha,quealllachou por acabar,umavitt-
sacra,a que deu o titulodoSaíttos
Passos.
O Pico
-
Aratul ouMontoSanto oleva-
se a 7SI metrosacima doniveldomar.
Na fraldaorieutal daSerrade MonteSanto estende-
se hoje a villa deste nome.
<
*
I^
—
14
Construiu ainda
uma
calçada depedranologarondedevia effectuar -se a passagem doriacho Bendegò, porque era seu intento procurar o rio Iropirangn(') ou Vasa Barris, do qual o Bendegó étrihulorio,
afim de seguil
-
o até Aracaju na província deSergipe,
porsero
porto-
~
de embarque mois proximo dacidndeMa Bahia.
Com bastante difficuldade Bernardo de Carvalho conseguiu montar a pedra sobre
o
carretão e,'pol-
o a cominho tirado por 12juntasde bois.
Infelizmento ocarretã
o
,
na
descida da collinn,
tomou carreira;
os eixos se incendiaramefoi encalharno
riacho Bendegó,
a
180me
¬ tros do logaronde tinha recebidoa
pedra.
Desta mallograda tentativa o Governador Geral, D
.
Rodrigo de Menezes,
participou para Portugalao
Ministro deEstado Martinho de Melloe
Castro, remettendonesta
occasião
algumasamostras
da referida pedra,
paroserem
examinadas om Lisboa.
Em 1810
,
A.
F.
Mornny, com
missionadopeloGovernador Geral da Bahia paraestudar fontes mineraesnointerior da província,ouvindo foliar da existencio dessa pedra extraordinário deouro
e prata,
que ellesuspeitouser
um meteorito,
resolveu procural-
o.
Nesse mesmo
anno,
Mornay,
seguiu para Monte Santo acompa¬nhado pelo proprio descobridor
,
Joaquim do Motta Botelho,
foi ao Bendegò e lúencontrou
>a pedra ainda montadasobre ocarret
ão
,
reconhecendo
ser
com cffeito um meteorito composto de ferrome
-
« tullico.Com gr
.
m
Je diffleuldade tirouum
fragmentode alguns kilogram-mas,
que
remetleucom
uma interessante noticia aoDr.
Wollaston,
secretarioriaSociedade Real de Londres.
A noticia de Mornay foi lida áquello associação
em
1G de Maio de 18IGcom
umanoto
do Dr.
Wollaston,
e publicadanesse
mesmo
annono
Philosophical Transactions.
Deu Mornay
ao
meteoritoas
dimensões
seguintes: Comprimento 7 pés.
Maiorlargura 4 pé
s.
Maiorespessura2 pés.
Calculou a
mossa
em 28 pésVibicos
e o pesoem
14.000libras Aanalyse do Dr.
Wollastondeu pura a composição:-
4
Ferro
ns
, I »/
»Nickel 3
,
0%
Diversos i
,
%
(
'
) Na linguaiutllg.Mia Jr-
ip'rau*
r
15Em 1811
,
o
meteorito foi examinado pelo brigadeiro FelisbertoCaldeiro
,
quefeznova
tentativa para trnnsportal-
o para
a capitol.
Em 1820,
os naturalistasSpixe
Mortius foramao
Bendegó,
e
en
¬contraram o
meteorito profundamente enterrado,
tendo sidoesta
aprovável razSo da divergência do peso estimado
em
21.000 librascom o
calculado porMornay.
A
extrncç
So deamostras
apresentavagrandesdifflculdades
,
por
jáhaverem sido tiradas todas
as
pequenas saliências pela gente dalocalidade
, e
s
ócom
trabalho insano lograram aquelles viajantesexlrahir duas
amostras
,
cadauma
dealguns ldlogrammas.
A analyse destes fragmentos deu
a
Fickentscheros
resultadosseguintes:
Ferro 91
,90
»/
oNickel 5
,
71 »/
oParteinsolúvel
em
acido 0,
46%
> Perda (agua expellida pelo calor) 1,93%
Aparte insolúvel deu
ao
analysador:
Oxydo de ferro 0
,
16Oxydo denickel 0
,
14Silica 0
,
06Carbono 0
,
10Da
enorme
massa
do meteorito existem fragmentosnos
seguintesmuseus
:
Museu deMunich 3.675 grammas
—
de Londres 2.491—
—
de Vienna 2.317—
—
deGottingue 315—
—
de S.
Petersburgo 25—
—
deBerlim
19—
—
deErlanger 18—
—
de Copenhague 5—
Emcinco
ou
seiscollecções
particulares ha damesma
origem 75a
100
grammas
.
O celebre professor J
.
D.
Dana,
em
seu
tratado do mineralogia,
em
artigodedicado aoferronativo,
diz:
« Entre
os
grandesmeteoritos de ferro pesa 1.635 libras (743 kilo¬grammes)
o
deGibbs ('
)queéconservadono
gabinetede Hale College (New Haven,
dos Estados-
Unidos),
lendo 3 pése
4 pollegadas de( )TomouonomedoCoronelGibb»,queoanalysouem1821
.
L
16
I comprimento
,
2 pés e4pollegodas de largurae
1pée
4 pollegodasI
de altura.
Foitrazidodo Red River,
de Texas.
I « O meteorito de Incan
,
actunlmeiilc conservadona
S/nitlisonianj
Institution
,
pesa 1.400 libras (636 kilogrammes)efoi transportado deSonoze
,
doMexico.
E’
de fôrma
annular, medindo 49 pollegodasno
I
seu
maior diâmetro
.
« Massas ainda maiores existem
na
AmericadoSul.
Uma foi nllidescoberta por D
.
Rubin de Celis no districto do Chaco-
Gualamba (Republica Argentina),
sendo caiculodoo
pesoem cerca
de 32.000 libras (15.000kilogrammas
)e
outrano
Bahia,
provinda do Brazil,
lendoo
volume,
pelomenos
,
de28p
és
c
úbicose
14.000 libras (6.363!
kilogrammas).
|
«O meteorito da Siberia,
descoberto porPalias,
pesouoriginarla-mente
1.600 libras(727kilogrammas).
»O meteorito
,
quetomou
o nomedeBendegó,
desde 1820,
ficou esquecidono
sertflodoBahia
,at
éque em
1883o
professor Orville A.
Derby,
directordosec
çflo degeologia do Museu Nacionaldo Rio de Janeiro,
receandoqueo
meteorito pudesseter
sido encoberto pelas enxurradas,
pediua
um
dosengenheirosda commissfio encarregada do melhoramento do rio S.
Francisco,
Dr.
Theodora Sampaio,
quese
informassea
tal respeito.
Emdata de
:
tl de Dezembro de1883,
dizo
Dr.
TheodoraSampaio,
em
corta dirigidaao
professor Orville Derby:
« Quanto á
s
informações
,
queme
peden
respeitodamassa
de ferro meteorico,
pude apenascolligiros
seguintes :« Pessoaque a viu
,
poisesta massa
de ferro ébastante conhecidonos
sert
ões
deMonteSanto,
diz queo
sitio ondeella
pô
rase
denomina Bendegó,
éuma fazeudn de criar,
situada é margemdo riachodaquellenome
,
affluentedo rio Vasa-
Barris,
cerca
de12 para 14léguasa
N.
E.
da villa de Monte Santoe
cerca
de 27a30dapovoa
çflo deQueimadas,
onde passaa
via ferreaem
conslrucçfio.
« O
meu
informante referequeum
indivíduo,
proprietáriodare¬
feridafazendo,
játentara
como
auxilio de muitasjuntasde bois retirar.
a referidamassa
de ferro doleito doriacho, mos o
tamanho delia,
o
I
peso,
a
ftilta de meios adequados paraa
mover
,
forama
causa
dojnsuccesso
.
»Em princí pios de 1886
,
o
Director do Museu Nacionol do Rio de Janeiro,
Conselheiro Ladislóo
Netto,
por indicações
do professor Orville Derby,
procurou
obternovas
informaçõesdessa preciosidadescientifica.
Por intermédio do Director do prolongamento do estradadeferro Bahia
ao
S.
Francisco,
engenheiro Luiz da Rocha Dias,
conseguiu•
J
17
quefossemandado aoBendegó o engenheiro VicenteJosé deCarvalho Filho
,
chefede secçãodoquelleprolongamento,
reconhecerometeoritoe ver omeio possí vel de effectuar-
se a sua remoçfio para o Museu Nacional.
Nesse anuo
,
o Museu Nacional recebeu pela primeiro vez uma amostrado meteorito,
remetlida pelo directordo prolongamento,
enge¬nheiroRochaDias
,
euma noticia circumslanciadados obstáculos quecumpria affrontar
.
Em 18S7
,
quando todas as novastentativas para n remoçfio dometeorito pareciam estar abandonadas
,
na Sociedadede Geographic do Rio de Janeiro,
em sessfiode 27 de Maio,
liuma
memóriasobreometeorito de Bendegú
,
acompanhada denovas informações,
que meforam fornecidos pelo engenheiro Vicente deCarvalho
,
e apresenteiuma amostradomesmometeorito
,
algunsfragmentosdo capa e dous estilhaços dos muitos que foram encontrados espalhados nas vizi¬nhanças doiogarda quéda
.
O engenheiroVicente de Carvalho calculou ter o meteoritoappro
-ximadamente: Volume O
"
*3,
911 Peso 7,
014 kilogrnmmas Maiorcomprimento 2®,
15—
largura 1“
,
50 Altura média 0m,
66A amostra trazidu por este engenheiro
.
foi offerecida a S.
M.
oIm|)erador
,e
a memóriaque apresenteióSociedadede Geographic foipublicada no 2o Boletim do Tomo 111 de Í887 daRevistadomesma
Sociedade
,
e na Gazetilha do Jornal doCommerciódoRio de Janeiro,
de5de Jull**» domesmo anno.
Na Soclei dodeGeograpldado RiodeJaneiro
,
em sessfio de 3 de Junho de 87,
completei as informações sobre o meteorito,
e oprofessor
<
j
ville Derby nesta occusiflo discorreulargamentesobreo mesmo as^
.
mpto.
Por inoicaçfio do presidente desta sociedade
,
o Sr.
Marquez deParanaguá
,
resolvai-
se,
por votnçflounanime,
queaSociedadede Geo-graphiudo Rio de Janeiro tomasse a si fazer transportarometeorito
dosertfio da Bahiaparaesta Còrte
,
com o fim de offerecel-
oao MuseuNacional
.
Em sessfio de 17 de Junho desse mesmo anno
,
communique!fi Sociedade,
lendo feito antesoporlicipaçfio a S.
M.
oImperador,
que oSr.
Barfio do Guahy,
deputado pelo provinda daBahia,
concorria3
*
I
»•ma* 18 '
.
V,M
-
V 1 ' * %* :com a
qunnlia neccssoria para n remoçAo do meteorito de Bendegó,e que o Sr. Conselheiro Rodrigo Augusto da Silva, entflo Ministroe
SecretariodeEstadodos NegociosdoAgricultura, Commercio eObros Publicas, estava prompto a prestar ô Sociedade os auxilios que
estivessemnu
alhada
do ministério a seucargo.Em28deJulhodo 1887,opresidentedaSociedade dirigiu
o
seguinte officioaoSr.
Ministrada Agricultura :Sociedade de Geograpbiado Rio de Janeiro, 28deJuiliode1887
.
iV
.
230,—
llltn.
Exm.
Sr.
—
Teudoestasociedaderesolvidotransportar paraestaCórte o notável meteorito do Bendegó,quohamatsdeséculo foiencontrado nosertão
ila provinda da Baliiu, e, contando comaquantia precisa, olferecidapelo bene
-morito consocio Barão do Guahy ocom osserviços do prestimoso consociocom-mendador Josó Carlos de Carvalho, vem ora solicitar de V
.
Ex.
todo o auxilioque estivernaalçada de V
.
Ex.
o que fór reclamado peloencarregadodeseme¬lhante commettimento
,
quo tem porobjectivo o augmonto dariqnezadoMuseuNacional
.
Aproveitoa opportunidade para reiteraraV.
Ex.
os protestos do minha alta estima odistincta consideração.
AS
.
Ex.
oSr.
Conselheiro Rodrigo Augusto da Silva, Ministro e Secretario deEstadodos Negocios da Agricultura,
Commercio e Obras Publicas.
—
Visconde deParanagad.
O Sr
.
Conselheiro Rodrigo Augustoda Silva, MinistroeSecretariode Estado dos Negocios da Agricultura, Commercio
e
Obras Pu¬blicas
,
respondeu em data de 31 deJulho:Gabinete do Ministério daAgricultura
,
em 31 de Julhode 1887.
Ulm
.
o Exm.
Sr, Senador Visconde do Paranaguá.
—
Teuho a satisfaçãodoaccusar o officio quoV
.
Ex.
,
na qualidade do Presidente da Sociedade de Goo -graphia do Rio de Janeiro,
me dirigiuem datade 28do corrente, acompanhadodaRevista damesmasociedade ( Tomo111,2#boletim) em quese lô uma noticia
relativa ao gigantesco meteorito existente na proví ncia da Bahia
,
junto doRiacho Bendegó, cujonomelho foipostopela tradição
.
Aresoluçãoadoptada por essa sociedadeparatransportara ostaCorteoreferido
meteorito, mediante auxilio pecuniário di Exm
.
Sr.
Birão do Guahy, e sob adirecçãopessoal do Ulm
.
Sr.
Commendador Josó Carlos do Carvalho,o comolim,declarado noofficio de V
.
Ex.
,de odir aoMuseuNacional,
6dignado louvor por parte do Estado; o que me apresso em coramuniearn V.
Ex.
,
para quesedigne fazei-
o aosseus honrados consocios.
I »•• •**e•
.
v
:
;VAVAA-
V-
V
-
V.
'-
VW
-
-
v
Ã
9
|
H
5
S
—
•I AAI tV 4
-
Í •* ** * . 19Obter
-
se-
hn assim,a esforçosde uma corporação scientiflca, particularmente doalguns desous membros,que o Brazil conserve recolhido emestabelecimentopublico o official,essa grande massa de ferro, da qual vários museus da Eu¬
ropa possuem desdemultoamostraspreciosas
.
Quanto ao auxilio que estiver na alçada do ministérioa meu cargo o mo
Mropporlnnamontepedido
,
póde V.
Ex.
contar queseráprestadosemdetençaecomparticular satisfacção
.
Sou,com elevadaestima e profunda consideração,
De V
.
Ex.
Amigo,Venorador,
ObrigadoeCriado.
—
Rodrigo Augusto da Siha.
Em data de 18 de Agostode1887,ochefe da expediçõ
o
recebeu doSr.
Ministro daAgriculturaasseguintesInstrucções
Rio deJaneiro, em 18de Agosto de 1887
.
—
Diroctoria das Obras Publicas do Ministério da Agricultura,Commercio oObras Publicas—
3“ Secção,
n.
09.
Communion a Vm
.
,
para seuconhecimento e devidose(feitos,
que esteMinis¬tériore
.
olveufacilitar-
lhe,polosmeios doque dispõe,odesempenhoda commissão de que Vm. está incumbido, tendo por flm fazer transportar para o Museu Nacional o meteorito donominado Bondegé,
existente na província da Bahia.
Nestesentido, já havendo providenciado para quea Vm
.
sejam fornecidos osinstrumentos do engenharia deque precisar
,
e bem assim,
prestadospelo Presi -dentediprovínciaepelo Directorengenheiro em chefe doprolongamento da es¬ trada de ferro da BahiaaoS.
Francisco os auxí lios que dosmesmos dependerem, não terá duvida em proporcionar-
lhe além disso quaesquer recursos queainda forem nocessarios, uma vozque estejamao seualcance.
Paraobomexitoda commissãoconvém,entretanto
,
que otransportedoreferidomaterial seja oflfectuado om condições convenientes, tomando
-
se préviamente asmedidas necessárias quanto aocaminho a percorrer e os meios de conducção
,
principalmente até a estação respective da estrada do ferro,e procedendo
-
se,outrosim,aos estudos indispensáveisparaque a todo o
temi
» constem minuciosa¬mente as circumstancias que interessarem arespeito detão notável meteorito
.
Espera,pois, esteMinistério que Vm.
organizará plantas da localidade, con¬tendoasdiversasindicações que convierem para o flm exposto, e um estudodos caracteres geologicos doterrono
.
Tudoo.que occorrer desde o começo até a conclusão dos trabalhos deverá sermencionadonorelatorioqueVm
.
apresentar.
m+ I*4'* i»«•i • *•**»* •-* t t
i
*
rfq
9
f
L
'
i
if
> ft V 200local ondeso achao meteoritoeosraals pontos que offerecarem stanchsespeciuesdeverão scr nssignaladospor meio demarcos,quoemqualqu
época possam ser reconhecidos
.
O louvável interesso quo Vm
.
tem reveladopelo assumpto, o zeloe aprofi¬ ciência comque tom desempenhadocommissões anteriores,
constituem garantiaofllcaz do bom resultadodesta delicadaincumbência
.
Deus Guarde a Vm
.
—
Rodrigo Augusto da siloa.
—
Sr.
José Carlos de Carvalho.
Nopaquetenacional Espirito
-
Santo,a 20de
Agostode18S7, deixou o Rio de Janeiro,com
destinoá provínciadn Bahia,o chefedn expe¬dição, levando por companheiros
os
engenheiros Vicente José de Carvalho Filho e Humberto Saraiva Antunes.A 23 do mesmo
mez
chegou,acom
missão
éBahia ; a27 seguiu para Alagoinhas;a
2 de Setembro para Santo Antonio das Quei¬mados
;
a 5a Villa de Monte Santo ; a Gao Bendegó, e finolmenteno
dia7,nnniversariodn IndependendodoBrazil
, á1 hora da tarde, foraminauguradoscom
lodoa soleulnidadeos
trabalhos daremoção
do meteorito para o Museu Nacional, lavrando-
se poreste motivoo seguinte termo, cuja cópiaauthentica foiencerrada
em uma caixa de ferro,que ficou collocadanas
fundações do
marco levantadonologar ondecnhiu
o
referido meteorito:
Inauguração dos trabalhos de remoção dometeorito de Bendegó
parao
museu
nacionaldoRio de JaneiroAcs sete dias do mez de Setembro doanuode1887,durante o reinadodoSua
Magestade oImperador o Sr
.
D.
Pedro II, o regencia d.i Sereníssima PriucozuImperial D
.
Izftbel,nestelogar, conhecido pelonomedo Ipoeirade João Venancio,
ú margemdo riachoBendegó,
afQuentedo rio Vasa-
Barris,pertenceutoá freguezia o termo de Monte Santo,
provinda da Bahia,
sendo Presidenteo Conselheiro João Capistrano Bandeira de Mello, achando-
se presentes, ã 1hora da tardo, junto ao meteorito o cidadãoJosé CarlosdeCarvalho,
chefe da conimissãoeos engenheirosVicente JosédoCarvalho Filhoe HumbertoSaraiva Antunes,nomeados pela Sociedade de Geograpliia do Rio de Janeiro, da qual ó presidente o con¬ selheiro do Estado Visconde de Paranaguá, o de conformidade comasrinstrucçdes que foramdadas aochefe dacoiumissão pelo Couselheiro Rodrigo Augusto daSilva, Ministro o Secretariode Fstido dosNogociosda Agricultura,Commorcio e
ObrasPublicas
,
foideclaradopelo chofe dacommicsão,que,
por ordemdaSociedade de Geographic do Hio de JaneiroodoGoverno Imperial,estivaminauguradosos trabalhos daremo
ção do meteoritopirao Museu Nacional.
E
,
para quo a todo otempoconstasse ologarda quédudo meteorito, mandou ahi assentar a pedra fundamental de um marco, aoqualdenominou Pedro 11,em homenagem a Sua Magostado o Imperador, sendo postos dentro do uma
pequena caixa de ferroumexemplar deste termoeoutrotio BoletimdaSociedade deGeographia
,
do correnteanno, no qual vem publicada umaMemória sobre o meteorito.
Neste marco,que tem a fórmade uma pyramids triangular
,
assentesobreumeraltasamento de pedra tosca, serão gravadas as seguintes inscripções: Na face
que llca para o nascmte
—
Pedro II, Bendegò—
1887; na tladireita: I).
lzabel,
regente
—
Sociedade do Geographia do Rio de Janeiro,
presidente,
Visconde dó
Paranaguá; na esquerda: Rodrigo Silva, Ministro da Agricultura;Commissão: Josó Carlos de Carvalho; engenheiros,
Vicente José de Carvalho o Humberto Saraiva Antunes.
Para maiscertezadascondiçõesem quefoi encontradoometeorito,tirou
-
se-
lhea photographic; e para constar mandou-
selavraro presente termo,quevaiassignadopor todas as pessoas presenteso por mimHumberto SaraivaAntunes, servindo
do secretario, queo escrevi
—
Assignados: Josó Carlos deCarvalho,
VicenteJosódo Carvalho Pilho, engenheiro civil; Humberto Saraiva Antunes, engenheiro
civil; João CordeirodeAndrade,presidentedaGuinara Municipal;CesarBelarmino
Cordeiro deAndrade,juizdopaz; BertholinoNoa
-
os daSilva,subdelegado;Dr.
JoãoPiilemont Fontes,lentoadjuntodaFaculdadedoMedicinadaBahia;Alvaro Ferreira
de CjirvulUo, Lucas Araujo dos Santos
,
capitãoAntonio JoaqnitndaSilva Lima, Manoel Fernandos de Menezes, negociantes ; Iteynildo AurélioTupmarnbá, An -tiõeho Juvencio do Andrade, collector ; João de Alencar Lima,
PedroCorreia'de Macedo, João Ferreira de Mattos, Quintino Dias Leite,
BmodictoJosóPereira,1!Antonio Rolriguos de Sam'Anna, João MendesdaMotto
,
Joaquim Venancio da Motta,
João Ven meio da Moita, Manoel Ignacio Somgrosnr,JosóAlvesdo Jesus,
Josó Ferreira Canário, Manoel MendesdaSilva,JosóMendesdi Motta Filho,
JoséMendes da Motta, Joaquim Mendes Coelho
,
Juvenal Ferreira Coelho, FranciscoMendes Dantis
,
Tietre Alves de Carvalho e Francisco Martins Fontes,
juiz municipal.
Feitanexploração da zona do sertão, que devia ser atravessada, eescolhida a direeçfloda estrada que o meteoritotinha depercorrer
oléencontrara linho ferrea
;
construídoocarreiQo e preparado lodo otrem de transporte,no
dia 25 de Novembro snhiu o meteorito dos margens do riacho Bendegó,ondeha104annos otinhamdeixado ficarI
1
1
í
22
nbondonado,
e
começou
-seessa
marcha, cujas condiçOess
ó poderão ser devidamente conhecidas tendo-sed vistaa
planta geraleo perfillongitudinnldo caminho percorrido.
No dia 14de Maio desteannochegueicom
o
meteorito áestação
do Jacuricy,noprolongamento daestradado ferro da Bahiaao S.
Fran¬ cisco, e a 1G assentei a pedra fundamental domarco
de chegada, lavrando-
senesta occasiãoo seguintetermo:
Termo de inauguraçãodomarcodenominado
—
Barão do Guahy,—
nokilometro845.316“, do prolongamento da estradadeferro daBahia, logarondefoi
embarcado o meteoritode Bedengó com destinoao museunacional doRio deJaneirol
Aos dezeseis dias domez de Maio doanno domil oitocentos e oitentae oito, durante oReinadodeS
.
M.
oImperador o Sr.
D.
Podro IIeRegenciada Serenís¬simaPrinceza ImperialD
.
Izabsl,nestelegar,kilometro 245.316,
pertoda Estaçãodo Jacuricy,noprolongamento da Estrada de Ferro da Bahia, do qual ó Direclor -EngenheiroemchefeoDr.
Luiz da RochaDias, achindo-
sepresentes,ãsonzehoras damanhã,ocidadão José 'arlos d9 Carvalho eos Engenheiros Vicente José de CarvalhoeHumberto Sara'
va Antunes, membros da commissão nomeada pela Sociedadede Geographiado Rio do J ineiro, da qual é Presidente o Conselheiro deEstadoSenador Viscondedo Paranaguá,
para transportar para oMuseu Na¬cionaldo Rio deJaneiroometeorito do Bendegó, descoberto nosertão desta pro¬
víncianoannodemilsetecentose oitentaequatro, declarou ochefe da commissão,
cidadãoJoséCarlos do Carvalho,que, deordem do Exm
.
Sr.
Ministro da Agricul¬ tura,Commeroioe Obras Publicaso interino dos NegoclosEstrangeiros,
Sr.
Con¬selheiro RodrigoAugustoda Silva
,
inauguravaomarcodostiuado a assignalar o logarondeseelTectuavaoembarque do referido meteorito para acapitalda Bahia, emtransitopara o Rio de Janeiro.
Eparaquea todotempoconstassetambémquetodasasdospezascom o transporto
destapreciosidade scientific» do logaronde foi encontrada pelacommissão, nas
margensdo riacho Bendegó,até a Estrada de Ferro da Bahia
,
foram feitaspolo illustre Barãodo Ouahv, PrimeiroVice-
PresidentedaCantarados Srs.
Deputados, queatanto seobrigoucoma Sociedade deGeographia doRio do Jauoiro,o chefe da commissão declarou mais, que, interpretando os sentimentos do gratidão daquellasociedadeparacomo mesmoExm.
senhor,seubenemerito consocio,dava aestomarcoonomedeBarão doGuahy.Em seguida mandou depositar dentro deumacaixadeferro
,
quefoi collocadana cava aberta nas fundaçOesdo mencionado marco, uma cópia deste Termo,
um exemplar do Boletimda SociedadedeGeographia do RiodeJaneiro,
em que vem*
1
'
4
I1
*! * #23
publicadauraaMomoria sobre omesmometeorito,e diversosnumerosde jornaesda Bahia, quo publicam o decretoquo extingueoelemento servil noBrazil
.
li jura nnis solemnistr este acto, mandou rezar uma missa em Acção de Graças
,
pela feliz conclusão da trabalhosa e difficil travessiade 113 kilometrosti03m
,
IO pelosertãodesta província.
Paraconstaratodotempo dooccorrido
,
muntou lavraresto Termo,
que vai assignadopor todasas pessoas presentese por mim Humberto Saraiva Antunes,
queo escrevi.
JoséCarlosdeCarvalho
.
Engenheiro Luiz daRocha Dias.
» HumbertoSaraivaAntunes
.
» ViceiUeJosé de Carvalho Filho
.
* Aluisio AugustoRamos Accioli
.
» AntonioTheodorico da CostaFilho
.
» EmygdioJosé Ribeiro.
Vigário FirminodeSousa Estrella
.
CantidioQomesde Azevedo
.
Alfredo Alves Maciel.
Nodia 17 foiometeoritobaldeado para
a
estradadeferro.
Chegouú cidadede Alagoinhas
no
din seguinte;
a 21 foi removido para a es¬ trada de ferro ingleza e a22 chegou á estnçSo dnCalçada ,na
cidade da Bahia,
onde seconservou
emexposiçfio atéo
dia 28,
cm que foi transferido parao
Arsenal de Marinha daquella província.
NodiaIo de Junho foi embarcado
no
vapor nacional Arlindo,
propriedade do Sr,Claudio Vincenzi
,
negociantedesta praça
,
que gra¬tuitamenteoffereceuoseu naviopara conduzirometeorito
.
No dia 2 de Junho sahlo o Arlindo do porto da Bahia
com
destino a Pernambuco
,
levandotambém nseu bordoochefe da com-missfio
,
que teveordemdoSr.
presidente da Sociedade de Geographiae do Sr
.
Ministro da Agricultura paraacompanharo meleorito.
OvaporArlindochegoua Pernambuco
no
dia 4, e a9 sahio directa-menlepara o Rio de Janeiro
,
ondechegm
o 15 do corrente me/..
Nesse
mesmo
dia foi retiradodebordo do Arlindo eentregue aoscuidados do Arsenal de Marinha do Corte
,
até o diadasuaremo
çãoparaoMuseu Nacional
.
--
m m '—
—
-
* *tr
,a
-
•—
• m m-
m iuw
•*
•
24
II
Reconhecimento geologico do
terreno
onde
caliiu
o
meteorito
Bendeg
ó
* «Aspectogeraldazona percorrida
A rocha unica encontrada
no
terreno onde cah íuo
meteorito deBendegó6degneiss
,
ua
maiorparteemdecomposição
.
Alguns blocs de granito atnonlondossobre pedreiros
rosas e
J
á decompostos guarnecem as margens do riacho Bendegó,
outros
desfilados em pequenosserrotesacompanham
a
direcçfío da Serra do Alhanazio,
quesegueo rumo
deN.
S.
e solevanta-
se
distantenove
kilomelros das margensdnquelle riacho
.
Blocsisolados,tanto de gneiss
como
degranito,
espalhados,uns
sobre n superfície do solo
,
outros
mergulhados mois oumenos
profundamenle no
terreno
,
e lodosaiTeclando fôrmas
arredondadose
collocaçõ
es
caprichosos,
dfloo
carncterislico mais particular dessazona
exquisite doserlflo.
Nestas paragens, como muito alé
m
do Bendegó,
encontram
-
se
grandesafloramentos de rochas
em
decomposição,
contendocavas
pro -fundns,
nalurnesou
abertaspelohomem por meiode fogo,
com
o
fim de fazerem deposilos de agua das chuvas.
Estas
cavas,
denominadas tanques de pedra,
sflo geralrnenleco
¬bertas de
um
engradado de madeira,
cercadas demuros
de pedrasecca
,
e
conservadascom
especial cuidado porseu
proprietário,
queos
consideraum
patrimóniodo familio,
e a
bemfeitorinmoisvaliosadapropriedade
.
O solopor toda porteé fraco
,
pobreearenoso
.
Aterra
6 regadnunicamente
com as
chuvas torrenciaesdns trovoadas, que transformamcorregos Insignificantes
,
por cujoleitose
caminhaa pó énchuloquasi todoo
anno
,
em
caudalosastorrentes
provocadaspor enchentesr
á ¬ pidoseperigosas,
quesobem de seisa
selemetrosacima do leito ordi¬n
ário,
geralrnenle lastrado de seixos rolados de quartz,
silexe gres dos maisduros.
A vegetoçSoé
escassa
e
enfesadn,
npparecendo apenasos
arvores
maiores
no
fun’
o dos vallcsjuntoaos
riachos,
isoladosou em
peque¬nosgrupos
.
** *
•
É
HB
25
^
Mnndacarús diversos
Uma arhorisa
ç
So pouco corpulento,
crescidono
meio de chnpo -dões cobertosde bravios colingaes ('
),
onde predominamas
fnmiiias dasCactnceas,
Apocynnceas,
Asclepindoceas,
Euphorbiacnas, Snpolo-ceas,
Anacordiaceos,
Leguminosas,
Urlicaceas,
Smilaceas,
Bro-meliacens
,
Loranthaceas,
Malvacens,
Bombacens,
Palmeiras ePoly -podiaceas,
etc.
,
determinooprincipal cnracteristico dosert
ão (*) daprovíncia da Balda
,
poronde andámos.
O solo dos catingas varia
; ora
ócolcoreo,
arenoso,
oroargilloso,.
ora
dioritico,
oragranito-
qunrlozo.
As especies peculiares âflora dos catingase
os
moisconstantes
sã
o
: (3)CereusScopa (D
.
C.
).
[
Coreus mandacarú (Caminh.
).
Cereus bexngonus (L
.
\V'.
)
.
Cereus Jomocarú(S.
Dyck.
).
I
Cereus geometrizons (Mart.
).
Cereus flagelliformis
.
Estes dous últimos são tombem conhecidos vulgarmente pelos
nomes
de fachmroou mandacarú,
dc boi.
O mandacaru de leite è uma Euphorbiacen (o Euphorbia plios
-phorea)
.
i Opuntio brasiliensis(Ilow
.
).
Palmatóriasdiversas
J
0pimUaelncta(0Uo)
.
Ha inais de
uma cactocea
comeste
nome
nos
sert
ões
e catingasda Bahia
,
sendoas
oraiscommuns
as
quefleam indicadas.
.
Varias especies de Melocactus (Meloc.
IIo-Cabeçode frade
.
okerianusGordn.
)e
de Echinocaclussãoassim chamadas
.
(
'
)O professor.
1.
M.
Caminhoá, nosou tratadode Botanica MedicaGeral, fascículo Xlll.
na parloquo sa occupa da—
GeographiaBotanica—
di/.
:CAá
-
TIMO.VS ouCATMOAS.
Esta palavra <5 lambem do origem lupinica,vem de oaá,planta oumultoe lingo
,
espinhoso(fedorentof).
Chamam
-
se assim certasmatinsinteríropieaes poucoespessase poucoaltas,dearvorostortuosas, e dcarbustos em geralespinhosos,ou aculeados,que perdem as folhas pelo verão;dlsttnguom
-
sjpor ter poucos renovos, ocorteisorespessoeencrustado deLiche-nes,etc
.
(*)SBRTõKS
.
Sãozonasdo interior do paiz,inais ou menoseitensas, seccaseele¬vadas, do ordináriopoucoproductivas para grandenumerodu vegetaes,ecaracterisadas p
^or uma floraespecial
.
A palavra sertão serve também ás vezes para significar um lugar mais ou menos remoto, mesmo quandocobertode florestas; comoéempregada em vários pontos da província doEspirito Santo(GeographiaBoianíca doprofessor J
.
M.Caminhoi).
(*)Classificaçãodo professor J
.
M.
Caminhoã—
Geographia Botanica.
4
/«
/
-I
4
A
.L
26cansans
5o|
jatropha-
urens
ou
Jatropha-
vltifoliaMacambira Bromelfa laciniosa (Arr
.
Cam.
).
Icó
{
i Capparis Ic( ó (Eichl.)
ou Colicodendron Icó Mart.
).
Umburana
ou
Imbimraa.
j
Alecrim (
arvore
) Ilypericum-
laxiusculum (St.
I-Iil.
).
Candeia
ou
páo
decan
-
)dcia
.
PIptocarpha rolundifolia(Baker).Umbuzeiro
ou
imbuzeiro
.
}
)Spondinsberosa (Arrpurpurea
.
Cam.
.
).
»u
SponUias lu-Imba úbo dascaatingas.
.
.
Cecropia-
carbonaria(Mart.
).
Gravalá Bilbergla patentissimn (?)
.
„
.
.
í Tillandsiarecurvata
(L.
),
eTilInnd.
us
-Borbad!
,
'
>aui
„
eoides (L.
).
Catingueiro Linharea tinctoria (Arr
.
Cam.
).
Caranai
ou
palmeiraes
-
i ...
..
pinliosa ( Mauritin aculeota (Mart
.
).
Assahi dascaatingas Barrigudo
Aricuri
ou
nicuri Cocoscoronata
(Mart.
).
) Euterpe Catinga (Wall
.)
ou
Euterpemo
-I
lissima (B.
Rod.
),
e
vor.
Aurontiaca.
tChorisia
-
ventricosa (St.
HU
.
)eChor.
cris-f
piflora H.
B.
Kth
.
Cajueiro ando
ou
docampoEroblruss
ú-
da
-
caUngaJ
Bômbax Martianum) Anocardium humile(St Hil
.
).
(Sebum
.
)ou
Carolineaitomentosa
(Mart).
j
« Ainda ha.
com
nbundancia o Faoella, Chique-
chique,
Catingadeporco ou
l‘
au
derato
e Carahybeira,
deque n
ão podemosencontrar
classificaçã
o
.
A Baraúna
—
Melanoxilonbraúna;
a
Aroeira—
Astroniumsp
.
;
o
Itnpicurú
—
Peltoggne sp;
o Ipè—
Tecomaspeciosa;
a Coraiperona—
Moquilca turiuca;
o Genipapo—
Genipa Brasiliensis;
o
Caixão
—
CuratarisEstrellensis; a
Juréma
—
Acacia Jurema; o
Jatobá—
Hymneacoubaril
;
o
Joazeiro—
Zúiphus Joazeiro; eo
Angico—
27
A 20 kilometres do Bendegó encontram
-
se ossos
fosseis espalha¬dos sobrea superíicie do
terreno
ou pouco enterradosnosolo.
Tivemos occasiõ
o
de vôr,
no logar denominado Quebreguenhem,
ossadas de animaesdedimensõ
es
colossaes.
O Museu Nacional já possue diversos exemplares
,
postoque
incompletos alguns earruinadosoutros
.
Estes
ossos
pertencem no maior parleao
genero Megatheriume Mastodonte
.
E’quasi
certa a
existência de importantesdepositos de esqueletosde animaes gigantescosem
outros
lagòas
bem próximasdaquefoipornósvisitada
.
A falta absoluta de tempo para nos afastarmos doobjecto prin¬
cipalda
nossa
commissSo,
e além
de tudoa
falta absolutodecompe¬tência paro irmos alé
m
do quenos
épermillidofazer,
tornam,
infe¬lizmente, incompleta
esta
exposiç
fio,
que poderia ler sido muitointeressante eproveitosa
,
si tivesse sido tratadaporalgumprofessionalde reconhecida nomeada
.
ASerroGeral
,
depois dedar passagemao rio S.
Francisco,
investepelo território bahiano na direcçõo Norte
-
Sul;
atirando ramifica¬ções pora todos
os
lados,
fôrma
systemacom
outras serrossecun
¬darias
;
compondo deste modoo
esqueleto rochoso da província,
determino a formaçã
o
especial dos differenles voiles e ocontorno
caprichoso de
sua
hydrographio.
Entre
as
principoes ramificações da Serro Geral,
na
zona porn
óspercorrida
,
levontam-
se serros
quecorrem nos seguintesrumos :
Serra dQSobrado
,
ao rumo
de 6o NOSerro do lti ú NO
SerradoLopes 10
°
NESerrado Acarú 10
°
NOSerra doAlhanosio 20° NO
SerradeMonteSanto 11° NO
Serro Grande 30° NO
Serro Branca 20
°
NOSerro da Itiuba NS
As
serros
doSobradoe
doAcarúmarcam
a divisa das aguasdo rioIrapiranga (
em
lingua indígena quer dizer peixe vermelho),
vul¬garmente conhecido pelo
nome
de Vasa-
Barris,
com
asdorio Itapi-curú
-
Assú.
O Irapiranga
nasce
noserra
do lti ú evai terao
mar,
depois deatravessar
o provínciade Sergipe na direcçõo S E; o
Itapicurú-
Assútem
as cabeceirasnas
serras
da Jacobina Velha,
atravessa
a pro28
viacia da Bahia do poente para o nascente,
e
vai levar ás costas do Atlânticoasaguasdosseus
mais notáveis trilnilariosdesta parte do sertão, o Jacaricy, o Itapicurii-
mlrim,o
Cariocft,
o RiachQo, oRiodoPeixe
e
outros.
Orio Jacaricy, principal tributário do Itapicurú
-
Assú,nasce na
lagõaSucuriúba,que fica entre as serras doLopese da Itiúba.
O Itapicurú
-
mirim temas
vertentes na Serra daSaude, além daVilla Nova da Rainha, hojecidade do Bom Fim .
O riodoPeixe
nasce
11a serra da Carocunnha,eo
Carincá naserra
doLopes.
O Itapicurú
-
Assú recebeo
rio Jacuricy logo abaixo da villa deSanto Antoniodas Queimadas; o Cariacá, antesde passar pela fre
-guezia dos Tucanos; o Itapicurú
-
mirim a 12 kilometros acima da villa deQueimadas, eo
RiodoPeixedepoisde unidoao
Riachão
, a poucadistancia daestação
do Rio do Peixe.Tanlo
os
rios Itapicurú-
Assú e Itapicurú-
mirim
, comoo Rio doPeixe e
o
Riachão
, cortam o prolongamento da estrada de ferro da Bahia ao S.
Francisco, que os atravessa, aquellesem
pontesde50®,0 de vão
;
o Riuchfio em uma ponte de 30 ,0,e
dous braç
osdoriodoPeixe, em duas pontesde 30e1£® de vão.
O Itapicurú
-
Assú atravessao
prolongamento da estrada deferrono227k,G'.)3; oItapicurú
-
mirim no 280k,G12; o Rio doPeixeno20.jk,G00eoRiachSo
no
200k,0.Dos Serrotes das Pedras miúdas
e
do Arraialnasce o
rinchodo Desterro, principal aíiluenle do Bendegô
,
que tem origemem
uma lagòa aberta na fralda oriental da Serra do Athanasio
,
e que depois de percorrerum
valle apertadoe
tortuoso vai juntar-
se aorio Vasa
-
Barris na povoação
dos Canudosa
45kilometros da suanascente.
O Bendegó
em
quasi todo o percursoé cortado por fortes pa¬redões de pedra
secca
,levantadospelos moradores ribeirinhos, com o Hm de represar osaguas durantea estação dos chuvas e dest’artepremunir
-se
paraos dias calamitososdasecca
.A Serra doLopes segue parallelnmente á Serra Geral , o
serra
de Monte Santo, toda dequartzito, e a Serra Grande
,
formada namaior parte deschistosem decomposiçã
o
adiantada, donde se desta¬cam
laminasde 0m,01 o 0®,02de espessurae tamanho limitado,es
¬tendem
-se na mesma
direcção
da Serra Grande.As SerrasdoGarrote, Caixão, Manoel Alves , Damasio e do En¬
gorda,que seinclinam sobreestas;
finalmente
,as SerrasBrancae doJabucunam
,
Santaliosa, Capioara,
Pedrad’aguae
de S.
Sebastião,
29 A
-qtie
correm
do lado de Oeste daStvra tie MonteSanto,
e
a Serra daItiubaonde predomina
o
granito,
ogneiss,
osdiuritos,
esyenitos for¬mam
a linha de horizonte de uma grande zona formadaae
valles profundos, extensos,
atravésdos quaesna
época das trovoadas,
osgrossas chuvas de enchurradas rasgam sulcos immensos
,
quecon
¬ duzem asaguas parao Itapicurâ-
Assú,
unico rio decorrente constanteem
todaesta parte consideráveldosertãoda Bahia.
A falta de chuvas regulares dá á
zona
que percorremos umaspecto desolador
,
ea
vegetação
dasgramineas e outros pequenosarbustos
,
que cobrem durnnle o inverno,
acamada deareia mais oumenos
espessa que se estende sobreos
taboleiros, desapparececompleta
mente
durante a quadra abrazadora do verão.
Algumas lagoas fornecem agua de péssima qualidade, apenas para o
consumo
da criação.
Na parte do serLão quefica além do Serra Grande onde
n
ãochegao inverno
, os
criadoresv
òm-
se na dura necessidade de dar aguoaos animaes á ração
,
até quecheguemas
chuvasde trovoadasque,
abastecendo os caldeirões
,
tanques e ipoeiros,
os
colloca em me¬lhores condições até o
anno
seguinte.
A misériaégrande
,
quandofaltam os chuvasde trovoadas durantedous ou mais
annos
;no entretanto
,
logo que as regas naturaesapparecem
em
quantidade sufiicienteenosépocas próprias,
haabun -dancia de excellenles e variados mantimentos.
As culturas uniats
que
podem resistira
essas
irregularidades de rega e até mesmo aseccas
prolongadas,
são a
do algodão e ado fumo, os quaesv
ão
tendo felizmente grande desenvolvimento,
graças á fucilidodenos
meios de transporte,
ques
ó agora tem-
seaberto para
os centros
consumidores.
O thermometro centígrado á sombra chega muitas
vezes
a 35°
.
As noites são frescas.
O
sert
ãodo província da Bahia quepercorremos nãose
descreve,
s
óse
comprehende vendo.
Fazemosnossas
as palavras do professor J.
M.
Caminhoá,
eaquideixamostranscriptasassuas
observações
sobreo sertão
,
porissoquen
ão temos a pretenção
dedizer melhor.
DizoprofessorJ
.
M.
Caminhoá :« Ha um erro em que
t
êm
incorrido muitos sábiose
naturalistas quen
ão estiveramno
Brazil,e
foram mal informados,eoutros
queaquiestiveram, mas visitaram
os
sert
ões
sómenteno tempodasôcca ;
este
erro
consisteemconsiderarem aquellas paragenscomo
desertosáridos
,
sem
vegeta
çãoe
inhabitaoeis.
L
r
*
« Conformea é
poca em
queé percorrido,
apresenta painéis dena
¬ tureza triodifferentes,
mesmo
t
ão
opposlosentre
si,
quemuitasvezes
o
naturalista,
ouviajante custocrer
queo
sitioem quese
acha sejao
mesmo
quealgunsdiasousemanas antes
foraporelie visto1
« Por occosiSo da Estaçã
o
dasaguas
,
o
que equivalea
dizer-
se
da vida,
a
vegetação
é pujanteeoriginal,
o
céo limpido,
e anatureza en¬
cantadora
;
na
época ou esta
ção
dasê
cca
os
campos opresentam-
se
negros
ou
pardos,
porcausa
da relva requeimada; o
solo,
quandonã
oé
arenoso
,
greta-
se
profundamenie;
as arvores
acham-
sedespidasdefolhagens
,
eos
galhose
ramos
quemorreram
fleam por tal modo resequidos,
que em algumas especies bostao
atrito de umno outro
,
para produzir
-
se
fogo,
que,
se
nã
ohaonecess
áriocuidado,
activame
¬donho incêndio pelos estorricados arbustos e nrbusculos
;
incêndioquasiinextiguivel
,
porqueentão s
óse encontra
agua em pouca porção
e
em
limitadíssimos logares;
além disto hagrande risco paraogado.
« Chegadaaesta
ção quentee sêcca
,
cessa no
sertãoaverdura dafolhagem
,
exceptonos
Joazeiros (Ziziphus Joazeiro),
e em
poucosoutros
,
e
a
paisagem tomoo aspecto de inverno rigoroso em climas frios,
ou
temperados;
mas
distinguindo-
se
aqui principalmente pelasmattas
de cactaceas gigantescas (mandocarús,
palmatórias,
etc
.
) eoutras
nrmodos de espinhos;
lembrando,
at
écerto
ponto,
as
Eu¬ phorbias cactoides que carocterisarn o vegetação das bordas dos desertos africanos;
principalmenteao pôr do sol,
em
queo
horizonteno
sert
ão
étambém
rubrocomo
alii,
a
irradiação
do caioricoéextra
¬ ordinário,
ea
atmospheratem at
écerta
alturaespessacamada de pó.
« Alé
m
doscactos
e do joazeiro,
haem
geralrar
íssimasoutras
plantasque
se
conservam
verdes durantea Estação s
ôcca nos sert
ões ;
por exemplo
,
uma
utilíssima,
o
umbúseiro,
do qualnos
occupamosadiante
,
e
cujarama
ou
folhagem,
como
a
do joazeiro,
serve
paradar
-
se
ração aos
carneirinhos e ao gadomiúdoem
muitoslogares.
o A
’
noite,
quandoo
céo
épuroe
bellissimo,
e
o
brilho da luz pla¬ netariase
derramaatrav
és
da atmosphéra,
haum
espectaculodigno denão
ser
esquecido,
porsuaoriginalidade.
o Ouve
-
se
aolongeedeváriospontosum canto mon
ótono
e
triste,
ao
qual depois succede um ruido acompanhado denuvens
de pólevantadopelogado sequiosoefaminto
,
quecorre
80logarem
que osvaqueiros
,
com
archótesaccêsos
feitos de umCereusa quedenominamfacheiro
,
queimamos
espinhos dos mandacnrús (Cereus Jumacarúe
outros
),
das palmatórias(Opuntia)e
de muitosoutras
Cactaceas,
paraque
os
animaes possam,
pelomenos
durante a noite enos
diasI
31
agradavel contido
nos
cladódios daquellas plantas providenciaesem
taes
regiões
!« Os
cactos
,
além
deserem
durantea s
ôcca
o
ceileiroe
o
manancial dogado,
algunsdelles lóm
a
vantagem de nccumulargrandecópiadefécula
nas
raizesque
,
depois de assadas,
ou
raiadase
reduzidasafarinha
,
também nutrem o
homem.
« Das profundezasdos valles
,
em certos
occasiões parteum
ruido especialissimo proveniente das páscom
queos
vaqueiroscavam
oleito dos rios
seccos
,
pr.
ro
encontrarem
alguma agua,
ás
vezes
a ume maismetros
dc profundidade:
chamam o isto fazer cacimbasou
poç
os, com
cuja agua saturado desaes
mitigama s
ôdeao
gadoo Ascacimbas sSoexcavndasmuitos
vezes
noleito de rios navegá¬veis
na outra
estoçáo
por embarcações
de regularcalado!« Nestaépoca as fé
ras
sedentas deixamos
antros,
e v
êm
at
épertodas habitaçõesperseguir
o
gado!Aca
ça grassa(veados,
caititús, etc
.)é
morta
facilmentepertodos valles,
ou
onde ha cacimbas,
e
até junto das habitações ;
os pombas,
juritis,
perdizes ecentenares
de outrasaves
s
8o
apanhadosquasique am
8o !
«Saint Hilaire
escreveu
o
seguinte, tractando do sertSono tempodns
êcca
:
o EntSo um calor irritante acabrunha o viajante
;
uma
poeira incommodase
levanta sobseus
passos,
ealgumasvezes mesmo n
õo
encontra
-
se
agua para mitigara
s
ôde.
I-Ia todaa tristeza denossos
invernos
com um c
éo
brilhante cos
calores do verSo.
*« Este estado de
cousas
dura deum
mez e meio a doismezes
, emesmo
atres,
quandonQoha irregularidade dasEstações
.
« Aocabo desta phase
,
haum
diaem
queo
almosphéra
se
torna
brumosa
,
o c
éo ennegrece-
se
,
e
prepara-
se
umaterr
ível lormenta!E’a proximidade dos primeiras
aguas
.
« Cousa curiosa
1
Emquantoisto sedá, e
logoque
come
çam os
pri¬meiros
, extensos
er
ápidos relâmpagos succedidos pelo estrondo dotrovflo
,
ogadosaltita pelasencostadas ecollinas, parecendoter
prazer,
ecomo
que prevendoasvantagensquedisso lhe proviráo !a A chuva que entáocahe é torrencial
,
mas os
campos eestradas profundamente grelados absorvem-
o totalmente a principio.
Des¬prende
-
se
entOoum
cheiroespecial deborrocozido,
que tanto
excitao
apetite
nos
geóphagos.
« Ao caboá
s
vezes
dealgumashoras,
ou,
quando muito,
de algunsdias