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Gás de elétrons livres

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Academic year: 2021

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(1)

Cap´ıtulo 6

as de el´

etrons livres

1

Densidade de orbitais

Considere um el´etron livre confinado numa regi˜ao c´ubica de lado L. Uti-lizando condi¸c˜oes peri´odicas de contorno, os estados eletrˆonicos s˜ao descritos pelo vetor de onda k = (kx, ky, kz) dados por

kx = 2π L n1 ky = 2π L n2 kz = 2π Ln3 (1) com n1, n2, n3 = 0, ±1, ±2, ... Al´em disso, devemos considerar o spin do

el´etron de modo que um orbital fica especificado pelo vetor de onda k e pelo vari´avel de spin, ou seja, a cada vetor de onda k corresponde dois orbitais. A energia do el´etron ´e dada por

εk=

¯ h2k2

2m (2)

onde m ´e a massa do el´etron.

Procedendo de forma an´aloga ao que foi feito no cap´ıtulos anteriores, vemos que o n´umero de orbitais N (ε) entre 0 e ε ´e dado por

N (ε) = 24 3π 2mε ¯ h2 3/22π L −3 (3) ou N (ε) = V 3π2 2m ¯ h2 3/2 ε3/2 (4)

(2)

Da´ı obtemos a densidade de orbitais G(ε) = dN (ε)/dε, dada por G(ε) = V 2π2 2m ¯ h2 3/2 ε1/2 (5)

As propriedades termodinˆamicas s˜ao obtidas a partir das f´ormulas U = Z ∞ 0 εG(ε)f (ε)dε (6) e N = Z ∞ 0 G(ε)f (ε)dε (7)

onde f (ε) ´e a distribui¸c˜ao de Fermi-Dirac dada por f (ε) = 1

eβ(ε−µ)+ 1 (8)

Tendo em vista que N (ε) ´e uma fun¸c˜ao homogˆenea de grau 3/2 conclu´ımos que a press˜ao pode ser obtida a partir da energia U por

pV = 2

3U (9)

2

as de el´

etrons a

T = 0

`

A temperatura zero, a fun¸c˜ao de Fermi ´e dada por f (ε) =      1 ε < µ 1/2 ε = µ 0 ε > µ (10) Assim, as propriedades termodinˆamicas s˜ao dadas por

U = Z µ 0 εG(ε)dε (11) e N = Z µ 0 G(ε)dε (12) Efetuando as integrais U = V 5π2 2m ¯ h2 3/2 µ5/2 (13)

(3)

e N = V 3π2 2m ¯ h2 3/2 µ3/2 (14)

A press˜ao ser´a pois

p = 2 15π2 2m ¯ h2 3/2 µ5/2 (15)

O potencial qu´ımico no limite T → 0 ´e denominado energia de Fermi εF.

Da express˜ao (14) obtemos N = V 3π2 2m ¯ h2 3/2 ε3/2F (16) ou seja εF = ¯ h2 2m(3π 2ρ)2/3 (17)

onde ρ = N/V ´e o n´umero de el´etrons por unidade de volume. A temperatura de Fermi ´e definida por TF = εF/k e seu significado ser´a visto mais tarde.

Para o caso do cobre, temos εF ∼ 6 eV ou TF ∼ 7 × 104 K.

A raz˜ao entre U e N, a temperatura zero ´e U

N = 3

5εF (18)

ou seja, `a temperatura zero, a energia m´edia por el´etron ´e igual a trˆes quintos da energia de Fermi.

3

Capacidade t´

ermica eletrˆ

onica

Em seguida determinamos a capacidade t´ermica de um g´as de el´etrons livres no regime de baixas temperaturas, isto ´e, a temperaturas muito menores do que a temperatura de Fermi. Nesse regime o g´as de el´etrons ´e denominado g´as de el´etrons degenerados. As integrais que devemos considerar, dadas pelas express˜oes (6) e (7), s˜ao da forma

I =

Z ∞

(4)

onde g(ε) n˜ao depende de T nem de µ. Para baixas temperaturas mostramos no apˆendice que, at´e ordem T2, vale a seguinte expans˜ao assint´otica

I = Z µ 0 g(ε)dε + π2 6 g ′ (µ)(kBT )2 (20)

A expans˜ao assint´otica de U se faz utilizando g(ε) = εG(ε) de onde obte-mos U = V 5π2 2m ¯ h2 3/2 µ5/2{1 + 15π 2 24 kBT µ !2 } (21)

A expans˜ao assint´otica de N se faz utilizando g(ε) = G(ε) de onde obtemos N = V 3π2 2m ¯ h2 3/2 µ3/2{1 + 3π 2 24 kBT µ !2 } (22) v´alidas para kBT << µ

Para obter a capacidade t´ermica a N constante n˜ao basta derivar a ex-press˜ao para U acima com rela¸c˜ao a T. Devemos inicialmente eliminar o potencial qu´ımico das duas express˜oes acima para obter U como fun¸c˜ao de T, V e N. Depois disso podemos efetuar a derivada (∂U/∂T )V,N. Com essa

finalidade vamos obter µ como fun¸c˜ao de T, V e N. A partir de (22) e usando o resultado (16) obtemos ε3/2 = µ3/2{1 + 3π 2 24 kBT µ !2 } (23) e portanto µ = εF{1 + 3π2 24 kBT µ !2 }−2/3 (24) Como estamos interessados em obter express˜oes que sejam v´alidas a baixas temperaturas, aproximamos µ no lado direito por εF. Em seguida levamos

em conta que (1 + x)−2/3 = 1 − 2x/3 para x << 1 e obtemos µ = εF{1 − π2 12 T TF 2 } (25)

que ´e a express˜ao de µ como fun¸c˜ao de V e N . Lembrar que tanto εF quanto

(5)

diminui com a temperatura a N e V constantes. Em seguida, dividimos as equa¸c˜oes (21) e (22), membro a membro, para obter

U N = µ{1 + 15π2 24 kBT µ !2 }{1 + 3π 2 24 kBT µ !2 }−1 (26) Nessa equa¸c˜ao, substitu´ımos o potencial qu´ı que est´a fora dos parˆenteses pela express˜ao dada por (25) aqueles que est˜ao dentro dos parˆenteses por εF = kBTF. Obtemos ent˜ao U N = εF{1 − π2 12  T TF 2 }{1 + 15π 2 24  T TF 2 }{1 + 3π 2 24  T TF 2 }−1 (27) Levando em conta que (1 + x)−1

= 1 − x para x << 1, e efetuando o produto dos termos entre parˆenteses, obtemos at´e ordem (T /TF)2 a seguinte

f´ormula U = 3 5N εF{1 + 5π2 12 T TF 2 } (28)

que ´e a express˜ao desejada para U . Para determinar a capacidade t´ermica basta agora derivar com rela¸c˜ao `a temperatura

C = ∂U ∂T ! V,N = π 2 2 N k T TF (29) Esse resultado nos diz que a capacidade t´ermica de el´etrons livres degenerados ´e linear com a temperatura.

4

Apˆ

endice

Efetuamos aqui a dedu¸c˜ao da express˜ao (20) v´alida para baixas temperaturas. O que desejamo ´e obter uma expans˜ao assint´otica de

I(T ) = Z ∞ 0 g(ε)f (ε)dε = Z ∞ 0 g(ε) eβ(ε−µ)+ 1dε (30)

para pequenos valores de kBT /µ. Inicialmente vemos que

I(0) =

Z µ

(6)

Portanto I(T ) − I(0) = Z ∞ 0 g(ε) eβ(ε−µ)+ 1dε − Z µ 0 g(ε)dε (32) ou I(T ) − I(0) = Z µ 0 g(ε) eβ(ε−µ)+ 1dε + Z ∞ µ g(ε) eβ(ε−µ)+ 1dε − Z µ 0 g(ε)dε (33)

Reunindo a primeira e a ´ultima integral numa ´unica integral, temos I(T ) − I(0) = − Z µ 0 g(ε) 1 + e−β(ε−µ)dε + Z ∞ µ g(ε) eβ(ε−µ)+ 1dε (34)

Fazemos agora as seguintes mudan¸cas de vari´aveis. Na primeira integral fazemos ξ = −β(ε − µ), de modo que ε = µ − kBT ξ, para obter

Z µ 0 g(ε) 1 + e−β(ε−µ)dε = Z βµ 0 g(µ − kBT ξ) 1 + eξ kBT dξ (35)

Na segunda integral fazemos ξ = β(ε − µ), de modo que ε = µ + kBT ξ, para

obter Z ∞ µ g(ε eβ(ε−µ)+ 1dε = Z ∞ 0 g(µ + kBT ξ) eξ+ 1 kBT dξ (36)

Como estamos interessados numa expans˜ao de baixas temperaturas podemos estender o limite superior da primeira integral at´e o infinito. Assim

I(T ) − I(0) = kBT

Z ∞ 0

g(µ + kBT ξ) − g(µ − kBT ξ)

+ 1 dξ (37)

A express˜ao no numerador pode ser expandida em s´erie de potˆencias de ξ. Fazendo a expans˜ao at´e termos lineares em ξ,

g(µ + kBT ξ) − g(µ + kBT ξ) = 2g ′ (µ)kBT ξ (38) de onde obtemos I(T ) − I(0) = 2g′ (µ)(kBT )2 Z ∞ 0 ξ eξ+ 1dξ (39)

A integral ´e igual a π2/12 de modo que obtemos finalmente

I(T ) = I(0) + π 6g ′ (µ)(kBT )2 (40) ou I(T ) = Z µ 0 g(ε)dε + π 6g ′ (µ)(kBT )2 (41)

(7)

Exerc´ıcios - 6

1) Determine a energia interna e a press˜ao de um g´as de el´etrons livres degenerados ultra-relativ´ısticos.

2) Obtenha as propriedades termodinˆamicas de semicondutores intr´ınsecos. Consultar o livro: Yu. B. Rumer e M. Sh. Ryvkin, Thermodynamics, Sta-tistical Physics and Kinetics, Moscou, Mir, 1980; p. 283.

Referências

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