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Motricidade ISSN: X Desafio Singular - Unipessoal, Lda Portugal

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Motricidade ISSN: 1646-107X

motricidade.hmf@gmail.com Desafio Singular - Unipessoal, Lda Portugal

Andrade, D.T.; Alves, M.B.; Rauber, S.B.; Christofaro, D.G.D.; Campbell, C.S.G. Avaliação do monitor de pressão arterial Omron HEM 742 em crianças

Motricidade, vol. 8, núm. Supl. 2, 2012, pp. 30-38 Desafio Singular - Unipessoal, Lda

Vila Real, Portugal

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=273023568005

Como citar este artigo Número completo Mais artigos

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Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

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Avaliação do monitor de pressão arterial Omron HEM 742 em

crianças

Evaluation of the blood pressure monitor Omron HEM 742 in children

D.T. Andrade, M.B. Alves, S.B. Rauber, D.G.D. Christofaro, C.S.G. Campbell

ARTIGOORIGINAL | ORIGINALARTICLE

RESUMO O objetivo desse estudo foi avaliar a eficiência do aparelho oscilométrico de medida da pressão arterial (HEM 742) em crianças segundo protocolo da British Hypertension Society (BHS). A amostra foi constituída por 50 crianças com idade entre 6 e 11 anos. O aparelho oscilométrico foi conectado simultaneamente ao esfigmomanômetro de coluna de mercúrio, e foram realizadas três medidas consecutivas verificando-se a diferença entre elas. Foram utilizados também para análise dos dados a correlação de Pearson e concordância de Bland & Altman. Os resultados demonstraram correlações significativas quando comparadas as três medidas de pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD) entre os aparelhos (p < .001). A correlação de PAS (r = .752) foi maior que a de PAD (r = .586). Os resultados de PAD apresentaram diferenças entre o aparelho oscilométrico e coluna de mercúrio de 59.3% para ≤ 5mmHg, 82% para ≤ 10mmHg e 96% para ≤ 15mmHg obtendo grau B. Para a PAS as diferenças foram de 40.0% para ≤ 5mmHg, 70% para ≤ 10mmHg e 86% para ≤ 15mmHg obtendo grau C. Apesar da correlação significativa entre as mensurações feitas pelos dois aparelhos, o aparelho Omron (HEM 742) obteve grau C para a PAS, não sendo recomendado para utilização em crianças nesta faixa etária de acordo com a BHS.

Palavras-chave: Omron, avaliação, crianças

ABSTRACT The purpose of this study was to evaluate the efficiency of the appliance oscilometric blood pressure measurement (HEM 742) in children second Protocol of the British Hypertension Society (BHS). The sample was composed of 50 children aged between 6 and 11 years. The appliance oscilometric was connected both with the column sphygmomanometer and mercury were held three consecutive measures the difference between them. Were used also for analysis of data correlation of Pearson and concordance of Bland & Altman. The results demonstrated significant correlations compared the three measures of systolic blood pressure (PAS) and diastolic arterial pressure (PAD) between equipment (p < .001 ). Correlation of PAS (r = .752) was greater than that of PAD (r = .586). The results of PAD showed differences between the oscilometric and the column of mercury of 59.3% to 82% ≤ 5mmHg, to ≤ 10mmHg and 96% for ≤ 15mmHg obtaining degree B. to PAS the differences were of 40.0% to ≤ 70% for 5mmHg, ≤ 10mmHg and 86% to ≤ 15mmHg obtaining degree C. Despite the significant correlation between measurements made by two apparatus, the apparatus Omron (HEM 742) obtained Grade C for PAS not recommended for use in children this age according to BHS.

Keywords: Omron, evaluation, children

Submetido: 01.08.2011 | Aceite: 14.09.2011

Daniel Tavares de Andrade, Carmen Silvia Grubert Campbell. Pós-Graduação em Educação Física – Universidade

Católica de Brasília – UCB, Brasil.

Mariana Boquady Alves, Suliane Beatriz Rauber. Graduação em Educação Física Universidade Católica de Brasília –

UCB, Brasil.

Diego Giulliano Destro Christofaro. Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Londrina –

UEL, Brasil.

Endereço para correspondência: Daniel Tavares de Andrade, Qnp 34 conjunto H casa 18 – Ceilândia – Brasília –

DF, CEP 72236-408, Brasil.

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Monitor de pressão arterial - avaliação em crianças | 31 O Brasil, um país de 5565 municípios e

191.501.733 habitantes segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE] (2011), entre os anos de 2006 e 2010 apresentou um aumento de 21.6% para 23.3% de diagnósticos de hipertensão segundo estudo do Ministério da Saúde Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico [VIGITEL] (2010). De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC, 2010) a hipertensão é um dos principais agravantes à saúde no Brasil. Em 2006, cerca de 17 milhões de brasileiros eram portadores de hipertensão arterial, o que representa 35% da população a partir de 40 anos. Entretanto, sua incidência ocorre cada vez mais precoce e estima-se que cerca de 4% das crianças e adolescentes também sejam hipertensas.

Essa doença pode ter seu início tanto na infância quanto na adolescência a monitoração da pressão arterial (PA) nessa faixa etária torna-se necessária para prevenir as suas complicações na vida adulta. (Ferreira & Aydus 2010; Moura, Silva, Ferraz, & Rivera, 2004; Nogueira, Costa, Cunha, Silvestrini, & Fisberg, 2007; Seeman, 2006; Vieira et al., 2009).

A mensuração da PA é recomendada a partir dos três anos de idade anualmente e também em ambiente escolar (Park, Menard, & Yuan, 2001). No entanto, essa medida ainda não é executada corriqueiramente em crianças e nem nos primeiros anos da adolescência (Plavinik & Zanella, 2001; Christofaro et al., 2009; Iampolsky, Souza, & Sarni, 2010).

Segundo Basso e Loffredo (2006) o diagnóstico da hipertensão arterial sistêmica (HAS) é simples, necessitando, para sua aferi-ção equipamentos acessíveis e de baixo custo. No entanto, de acordo com o equipamento utilizado, os resultados podem apresentar grande variação nas medidas de PA, de modo a levar a diagnósticos errôneos da pressão arterial. Além do método auscultatório para registro da PA com aparelho de pressão de manômetro ou de coluna de mercúrio, este último considerado padrão ouro, existem

aparelhos oscilométricos automáticos e semi-automáticos que, para aferição dos valores de pressão arterial, vêm sendo amplamente utilizados (Padfield, 2010). Estes equipa-mentos oferecem facilidade para uso domi-ciliar, o que facilita a assiduidade na obtenção dos valores pressóricos e maior controle da PA por parte dos usuários fora do consultório médico (Ostchega, Nwanko, Sorlie, Wolz, &Zipf, 2010; Padfield, 2010; Plavnik & Zanella, 2001) e do ambiente hospitalar.

Contudo, é importante que esses equi-pamentos sejam avaliados de acordo com as normas de validação exigidas por entidades internacionais, como as da Britsh Hypertension Society (BHS) (O’ Brien et al., 1990). Na população pediátrica a mensuração da pressão arterial necessita de uma atenção diferenciada na escolha de manguitos, pois estes devem ser adequados ao tamanho do braço da criança ou do adolescente (Kosh et al., 1997; Silva, Riveira, Souza, & Camargo, 2006; Iampolsky et al., 2010).

Atualmente há uma grande variedade de marcas e modelos de medidores de pressão arterial digital. Entretanto, os estudos na literatura envolvendo PA geralmente utilizam modelos distintos para diferentes populações e faixas etárias. E nesse sentido ainda existem poucos trabalhos que abordem a validação do uso destes equipamentos em crianças com idade inferior a 11 anos. Dessa forma o objetivo do presente estudo é avaliar o uso do aparelho oscilométrico automático OMRON HEM 742 em crianças de 6 a 11 anos.

MÉTODO Amostra

A amostra foi composta de 50 crianças (21 meninas e 29 meninos) de 6 a 11 anos. Um termo de consentimento livre e esclarecido foi assinado pelos pais ou responsáveis auto-rizando a participação das crianças no estudo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Católica de Brasília sob número Protocolo nº 082/2010. As coletas foram realizadas em uma escola pública em

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Ceilândia - Brasília DF, (Escola Classe 45), Brasil.

Instrumentos e Procedimentos

No primeiro momento foram realizadas medidas da massa corporal (balança da marca GLICOMED®) e estatura por meio de estadiô-metro de metal fixado à parede com precisão de 0.1 cm e extensão máxima de dois metros, marca Sanny®, para caracterização da amostra. No segundo momento, em dias após as primeiras medidas, realizou-se as aferições de PA das crianças. Inicialmente foi solicitado para que as crianças sentassem em uma cadeira para que fosse realizada a adequação do tamanho correto do manguito ao braço. Para classificar o tamanho do manguito foi feita a medida da circunferência do braço com uma trena metálica da marca Sanny® com intervalos de 0.1 cm e extensão de 200 cm, no ponto médio entre o olécrano e o acrômio (SBC/SBH, 2010).

A largura do manguito deve ser cerca de 40% da circunferência do braço enquanto o manguito deve ser longo o suficiente para cobrir de 80 a 100% da circunferência do braço (Seeman, 2006). Três tipos de manguito foram utilizados tais como: de 6, 9 e 12 cm de largura para crianças com braços com circunferência entre 12 e 17 cm, 17 e 20 cm, e 24 e 32 cm respetivamente (Seeman, 2006; Araújo et al., 2008). A mensuração correta da PA, que deve incluir a escolha do manguito, é extremamente importante para a credibilidade com relação ao valor da pressão arterial obtido, pois mangui-tos estreimangui-tos ou largos em relação a circun-ferência braquial podem resultar valores super-estimados ou subsuper-estimados respetivamente, em relação aos valores reais da pressão arterial (Araújo et al., 2008).

As mensurações da PA foram realizadas em uma sala de aula em que não estava tendo aula, com a criança sentada e em silêncio absoluto, com as pernas descruzadas e os pés apoiados no chão, dorso recostado e relaxado na cadeira confortável, aos 5 minutos de repouso, de acordo com as SBC (2010). A braçadeira foi

posicionada no braço direito que foi mantido na altura da linha do coração.

O aparelho Omron HEM 742, que consiste em um aparelho eletrônico e digital de mensu-ração da PA de braço, com inflação e deflação automática do ar, foi o aparelho testado contra a coluna de mercúrio no presente estudo. O método de mensuração deste aparelho é o oscilométrico com variação de pressão arterial de 0 a 280 mmHg.

O aparelho oscilométrico foi conectado simultaneamente ao esfigmomanômetro de coluna de mercúrio (Missoury®). O mecanis-mo de insuflação do aparelho foi ativado para a realização de três medidas consecutivas com intervalo de 2 minutos entre elas. Para registro dos resultados obtidos foram necessários dois observadores, um para a coluna de mercúrio e outro para o oscilométrico. Ambos não troca-vam informações sobre os valores dos apare-lhos, seguindo as recomendações propostas pela BHS.

A classificação da variação dos valores de PA fornecidos pelo aparelho foi feita consi-derando-se as diferenças dos registros das leituras entre o manômetro da coluna de mer-cúrio e o aparelho digital, conforme os proce-dimentos descritos pela BHS. Este protocolo indica que os aparelhos devem alcançar no mínimo o grau B para Pressão Arterial Sistólica (PAS) e Pressão Arterial Diastólica (PAD) para serem instrumentos válidos. Os respetivos graus e seus valores estão descritos no Quadro 1. O protocolo da BHS concorda com a necessi-dade da padronização da validação em função que: 1) a contínua comercialização não contro-lada de aparelhos imprecisos resultaria em diagnóstico e intervenções inadequadas; 2) sem a padronização, a comparação entre os re-sultados tornar-se-ia muito difícil e poderia haver necessidade de repeti-los, sendo isto inviável muitas vezes.

Análise Estatística

Para organização dos dados foi utilizado o software Microsoft Excel ®. Os dados estão descritos em média, desvio padrão e

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percen-Monitor de pressão arterial - avaliação em crianças | 33 tual. Inicialmente foi realizado teste de

norma-lidade de Kolmogorov-Smirnov e homoge-neidade de variância pelo teste de Levene. Após verificar normalidade foi realizado o Teste-t pareado de Student para comparar os valores médios de PA entre as mensurações auscultatória e digital. As diferenças de valores pressóricos entre as idades foram analisadas por meio da ANOVA one-way com post hoc de Tukey. O coeficiente de correlação de Pearson foi empregado para verificar a relação entre os valores de PA obtidos nos dois métodos de aferição, sendo a concordância testada por meio da plotagem de Bland & Altman. Para análise estatística utilizou-se o software SPSS® versão 13.0 para Windows® e o software MedCalc® para realizar a plotagem de Bland & Altman. O nível de significância utilizado foi p < .05.

RESULTADOS

O protocolo da BHS recomenda que para validação formal de um aparelho de pressão em adultos a amostra precisa ser composta por 85 participantes. Quando o objetivo é a validação em crianças são necessários no mínimo 30 participantes, ou seja, 90 leituras para crianças de 5 a 15 anos (O’Brien, 1993). No presente

estudo foram realizadas no total 150 leituras simultâneas da PAS e PAD comparativas entre os aparelhos. A Tabela 1 representa a caracterização da amostra de acordo com o gênero, e a Tabela 2 estão apresentadas as médias e desvio padrão dos valores obtidos das mensurações da pressão arterial.

Na Figura 1 pode-se observar a variação das medidas entre os dois aparelhos, onde os valores de PAS pelo equipamento digital se apresentam superiores aos valores obtidos pelo esfigmomanômetro de coluna de mercúrio. Já a PAD apresentou menor variação entre os aparelhos.

Ao verificar a relação entre os valores de PA obtidos nos dois métodos de aferição (ver Tabela 3), foram encontradas correlações positivas quando comparadas as três medidas de PAS e PAD entre o aparelho digital e de mercúrio (p < .001), porém a correlação entre as mensurações de PAS (.752) foi maior que a de PAD (.586).

A plotagem de Bland e Altman (Fig. 2) foi utilizada como indicador de concordância para os valores de PA reportados por ambos os aparelhos. Para os valores de PAS, nas 150 aferições, verificou-se que apenas 3% das observações situaram-se fora do intervalo de

Tabela 1.

Valores médios (±DP) de caracterização da amostra

Género n Média DP Mínimo Máximo

Massa corporal (kg) Feminino 21 29.6 8.5 18.4 50.6 Masculino 29 31.3 8.6 21.3 54.0 Total 50 30.5 8.5 18.4 54.0 Estatura (cm) Feminino 21 127.7 12.1 111 161 Masculino 29 130.1 13.4 114 159 Total 50 129.1 12.8 111 161 Idade (anos) Feminino 21 8.7 1.4 6.0 11.0 Masculino 29 8.0 1.6 6.0 11.0 Total 50 8.3 1.5 6.0 11.0 Braço dir (cm). Feminino 21 19.5 2.2 16.0 23.0 Masculino 29 19.8 2.4 16.0 26.0 Total 50 19.7 2.3 16.0 26.0

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Tabela 2.

Pressão arterial sistólica (PAS) e Pressão arterial diastólica (PAD) obtidas em mmHg nas três mensurações em ambos equipamentos

Género PAS DIGITAL PAS MERCURIO PAD DIGITAL PAD MERCURIO

1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª FEM Média 107.0 104.7 105.3 99.8 98.4 99.8 61.3 61.2 61.0 60.6 60.7 59.0 DP 11.6 10.5 11.1 12.5 9.2 10.0 6.2 7.3 6.9 10.2 8.4 8.8 n 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 MASC Média 109.5 107.3 104.4 101.7 100.2 98.8 62.4 60.8 61.7 61.9 59.9 61.8 DP 11.2 12.5 11.1 11.3 10.5 11.3 7.7 8.8 6.9 8.4 9.0 8.6 n 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 Total Média 108.4 106.2 104.8 100.9 99.4 99.2 62.0 61.0 61.4 61.3 60.2 60.6 DP 11.3 11.7 11.0 11.7 9.9 10.7 7.0 8.1 6.9 9.1 8.7 8.7 n 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50

Figura 1. Comparação entre as medidas de pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD)

entre os aparelhos digital (dig) e de mercúrio (merc)

Figura 2. Plotagem de Bland e Altman para os valores médios da diferença entre os aparelhos de pressão

arterial sistólica (A) e diastólica (B); DP = desvio padrão Medidas de concordância para PAS

70 80 90 100 110 120 130 140 -30 -20 -10 0 10 20 30 40

MÉDIA DA PASDIG e PAS MERC

(pas di g pas m er c ) / m édi a % Mean 6.4 -1.96 SD -8.9 +1.96 SD 21.7 A Média 2 DP DP

Medidas de concordância para PAS

Média da PAS DIG e PAS MERC

Medidas de concordância para PAD

30 40 50 60 70 80 90 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50

Média para PADDIG e PADMERC

(pad di g pad m er c ) / m édi a % Mean 1.6 -1.96 SD -22.4 +1.96 SD 25.5 B Média 2 DP DP

Medidas de concordância para PAD

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Monitor de pressão arterial - avaliação em crianças | 35

Tabela 3.

Valores de pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) realizadas no aparelho digital (DIG) e no de mercúrio (MERC) nas três mensurações

Variáveis Correlação

Pad DIG 1 × PAD MERC1 .475

Pad DIG 2 × PAD MERC2 .669

Pad DIG 3 × PAD MERC3 .612

PAS DIG 1 × PAS MERC1 .770

PAS DIG 2 × PAS MERC2 .768

PAS DIG 3 × PAS MERC3 .724

TOTAL PAS .752

TOTAL PAD .586

Nota: Todas correlações p < .001

confiança de 95% estipulado para a média das diferenças observadas (Fig. 2A). Já para a PAD, somente 4% das observações situaram-se fora do mesmo intervalo de confiança (Fig. 2B).

De acordo com os critérios de precisão apresentados pela BHS, para se chegar a um determinado grau, as três percentagens devem-se acumular e ultrapassar os valores estimados (quadro 1).

Quadro 1.

Critérios utilizados pela British Hypertension Society para diferenças entre o aparelho e a coluna de mercúrio

Variação em comparação com a coluna de mercúrio Classificação ≤ 5mmHg ≤ 10mmHg ≤ 15mmHg

Grau A 60% 85% 95%

Grau B 50% 75% 90%

Grau C 40% 65% 85%

Grau D Inferior ao grau C

No quadro 2 observa-se que a PAS apresentou um resultado de 40% para ≤ 5 mmHg, de 70% para ≤ 10 mmHg e de 86% para ≤ 15 mmHg. Os resultados de PAD apre-sentaram 59.3% para ≤ 5 mmHg, 82% para ≤ 10mmHg e 96% para ≤ 15 mmHg. Ou seja, pela classificação da BHS, as três mensurações da PAS, de acordo com a proximidade dos valores obtidos entre os aparelhos, conferiram ao aparelho investigado o Grau C, enquanto para a PAD a classificação obtida conferiu o Grau B.

Quadro 2.

Variação observada entre os valores de pressão arterial entre o método oscilométrico e auscultatório

Variação em comparação com a coluna de mercúrio

≤ 5mmHg ≤ 10mmHg ≤ 15mmHg PAS 61 105 129 % 40.0 70.0 86.0 PAD 89 123 144 % 59.3 82.0 96.0 DISCUSSÃO

Alguns estudos demonstraram vantagens ao utilizar o monitor digital devido a sua prati-cidade e aplicação na prática domiciliar, se tornando em uma maneira de monitorar de forma frequente e preventiva a hipertensão arterial (Basso & Loffredo, 2006; Galvão, Batista, Figueiredo, Pereira, & Ferreira, 2009; Plavinik & Zanella, 2001;), além de eximir o risco de toxicidade inerente ao aparelho de coluna de mercúrio em uma possível queda desse aparelho.

No presente estudo, apesar de terem sido encontradas correlações significativas (p < .001) entre os dois métodos, o coeficiente de correlação não avaliou a concordância, mas sim a associação (Hirakata & Camey, 2009). Notavelmente, esse tipo de análise tem sido muito utilizada porque, pode sugerir a perda da acurácia ao avaliar de diferentes formas uma única medida (O'brien, 1990). Assim a BHS sugere o uso da metodologia inicialmente proposta por Bland e Altman (1986) para avaliar concordância entre medidas, sendo aplicada também no intuito de validar aparelhos digitais de mensuração da pressão arterial. Um dos primeiros estudos utilizando a validação de um equipamento digital para criança foi o de Voors, Sklov, Halperin, Webber e Berenson (1982), que avaliou 2200 crianças de 5 a 14 anos, comparando o equipamento USM-105 com o de coluna de mercúrio e encontrando correlação tanto para PAS quanto PAD (.96 e .98, respetivamente).

O aparelho do presente estudo (Omron HEM 742) possui validação conforme o proto-colo da BHS, obtendo grau A, especificamente

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em adolescentes (Chritofaro et al., 2009). No estudo deste autor o equipamento apresentou boa concordância para uso na avaliação de adolescentes, além de ter apresentado boa sensibilidade e especificidade no diagnóstico em relação aos valores de pressão arterial de indivíduos dessa faixa etária, corroborando assim com os achados de Furusawa, Ruiz, Saito e Koch (2005), por quem o aparelho Omron 705-CP foi também recomendado para o uso em adolescentes após obter-se grau A/B. Galvão et al. (2009), ao comparar os valores de PA obtidos em adolescentes de 13 a 17 anos nos dois métodos, foi observada uma boa correlação para a PAS (r = .75), sendo que para a PAD os resultados encontraram-se muito dispersos com uma fraca correlação (r = .281) entre as medidas realizadas.

Midgley, Wardhaugh, MacFarlane, Mago-wan e Kelnar (2009), avaliaram e compararam a PA obtida em aparelho de coluna de mercúrio e em monitor portátil oscilométrico (Omron HEM 711 com manguitos infantis) em 764 crianças saudáveis com idades entre 4a 8 anos. Estes autores verificaram discordância entre as medidas, o que invalidou o uso do aparelho digital em crianças. No entanto, o procedi-mento adotado não foi a conexão dos dois equipamentos simultaneamente, mas sim em leituras distintas, primeiramente no de mercúrio e posteriormente no digital, além de que as medidas poderiam ser feitas em braços distintos. A metodologia proposta por O’Brien et al. (1990) é que se utilize a medida simultânea, inclusive com dois ou mais avaliadores auscultando simultaneamente, para que as leituras entre os aparelhos sejam comparadas.

O presente estudo ao analisar a PA de crianças com faixa etária superior ao estudo de Midgley et al. (2009), e empregando-se a meto-dologia de O’Brien et al. (1990), observou-se o grau de classificação diferente quando compa-rado aos estudos com adolescentes anterior-mente citados. Assim a classificação grau B/C foi verificada, onde a PAD apresentou grau B de confiabilidade, e PAS grau C, não se

ade-quando ao protocolo proposto pela BHS para a medida da PAS. Em nossos resultados a correlação dos aparelhos para PAS foi maior em comparação com a PAD, compartilhando com os achados de Rego Filho et al. (1999) que observaram correlação para PAD menor do que a obtida para PAS em crianças 6 a 16 anos. Estes autores observaram algumas vantagens para o uso do aparelho digital, como ser preciso, seguro e eficiente, mas não reco-mendaram a substituição do método ausculta-tório pelo oscilométrico.

Park et al. (2001), ao compararem o método auscultatório com o método digital (Dinamap 8100) em crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, observaram grandes diferenças, clinicamente importantes, na leitura da PA entre os dois métodos. A PAS média geral obtida pelo Dinamap foi sempre superior à obtida pelo método auscultatório, o que foi também observado no presente estudo em que, os valores do aparelho digital foram superiores aos resultados obtidos pelo método oscilo-métrico. Em pesquisa de Rego Filho et al. (1999), os valores indicados pelo aparelho digital foram estatisticamente diferentes dos obtidos pelos observadores, sendo que o equipamento digital testado, tanto subestimou quanto sobrestimou os resultados. Porém não há clareza na literatura de que se estas dife-renças ocorrem por que realmente os aparelhos automáticos sobrestimam ou são motivadas por causa do avaliador do método auscultatório da coluna de mercúrio (Park et al., 2001).

Os manguitos mais utilizados em nosso trabalho foram os de 6 cm e de 9 cm de largura, de acordo com a circunferência do braço (SBC, 2010). Nas crianças de 6 e 7 anos, cujas mensurações foram feitas em manguito de 6 cm apresentou-se erros na leitura do aparelho digital. Dentre os fatores limitantes do nosso estudo está o perímetro do braço das crianças, com valores entre 12 e 17 cm. Estas circunferências exigiram o manguito de 6 cm de largura, que quando acoplado ao aparelho oscilométrico frequentemente indicava erro na leitura. Isso tornou a mensuração da PA

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Monitor de pressão arterial - avaliação em crianças | 37 inviável. Esse episódio também foi reportado

por Midgley et al., (2009), em que 87 crianças não tiveram a medida da PA realizada pelo equipamento oscilométrico. No mesmo ano Stergiou, Karpettas, Kapoyiannis, Stefanidis e Vazeou (2009) também relataram que o dispositivo do seu estudo pareceu tornar-se menos preciso, tanto para PAS quanto para PAD, quando eram usados com manguitos menores e sugere que, o manguito é um com-ponente importante nos dispositivos oscilomé-tricos, pois podem afetar a precisão da mensu-ração da PA.

Isso pode alertar sobre o uso destes equipa-mentos em crianças com circunferência de braço abaixo de 12 cm. Stergiou et al. (2009) relatam que nenhuma evidência sobre a preci-são dos dispositivos oscilométrico em crianças menores de 6 anos está disponível na litera-tura. Assim, em estudos futuros sugere-se que o tamanho da amostra seja maior, para elevar o poder estatístico dos resultados, bem como comparem os resultados utilizando-se de man-guitos adequados para crianças em aparelhos oscilométricos.

CONCLUSÕES

Os resultados demonstram que, apesar do aparelho oscilométrico Omron HEM 742 apresentar correlação significativa com as medidas do esfigmomanômetro de coluna de mercúrio, foi obtida classificação com graus C/B para PAS e PAD respetivamente, desta forma no presente estudo o equipamento investigado não atendeu às recomendações da British Hypertension Society (BHS) para a mensuração da pressão arterial nas crianças de 6 a 11 anos. Agradecimentos: Nada a declarar. Conflito de Interesses: Nada a declarar. Financiamento: Nada a declarar. REFERÊNCIAS

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