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1º Simpósio Brasileiro Cidades + Resilientes

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1º Simpósio Brasileiro Cidades + Resilientes

28 a 30 de outubro de 2020

Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo 978-65-86753-09-7

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EIXO TEMÁTICO:

( ) Tópico Especial: A Cidade e o Isolamento Social ( X ) Cidades Inovadoras

( ) Mobilidade Urbana Sustentável

( ) Geotecnologias e Investigação Geotécnica das Cidades ( ) Gestão e Tecnologias Aplicadas aos Sistemas de Saneamento

Análise da necessidade de expansão do limite urbano no plano diretor e

combate aos vazios urbanos especulativos – estudo de caso da cidade de

São Carlos SP.

Analysis of the need for expanding the urban limit in the director's plan and combating

speculative urbans voids - case study in the city of São Carlos SP.

Análisis de la necesidad de ampliar el límite urbano en el plan director y combate a

sítios vacíos urbanos espacios especulativos - estudio de caso en la ciudad de São

Carlos SP.

Yanayne Benetti barbosa

Doutora,UFSCAR, Brasil yanayne@gmail.com

Luciana de Marcia Gonçalves

Professora Doutora, UFSCAR, Brasil lucianamg@ufscar.br

José Angusto Lollo

Professor Doutor, UNESP, Brasil. ja_lollo@yahoo.com

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RESUMO

O artigo aborda uma metodologia baseada no estudo da dinâmica de ocupação dos vazios urbanos em dois períodos, época da implantação do Plano Diretor em 2005 e dez anos após, quando foi realizada a revisão do referido plano, visando contribuir para o aprimoramento do uso de instrumentos urbanísticos, tendo como exemplo a área urbana de São Carlos (SP). A análise espacial consistiu em relacionar dados censitários do ultimo censo do IBGE (2010) das zonas de uso do solo previstas no Plano Diretor, para, a partir da densidade demográfica calculada para os setores censitários, propor o melhor aproveitamento dos vazios urbanos. Os resultados consideram a saturação da área urbana (limite de densidade populacional), baseado em médias por zonas, aplicados aos vazios urbanos, em duas datas: 2004 e 2014. Ao comparar esses dois períodos, foi possível concluir que houve uma política efetiva de ocupação dos vazios urbanos que, aliado ao desenvolvimento econômico e imobiliário, resultou num aproveitamento das áreas urbanas consolidadas.

Palavra chave: Planejamento urbano. Vazios urbanos. Perímetro urbano.

ABSTRACT

The article approaches a methodology based on the study of the dynamics of occupancy of urban voids in two periods, at the time of the implantation of the Master Plan in 2005 and ten years later, when the plan was revised, in order to contribute to the improvement of the use of instruments urban areas, taking as an example the urban area of São Carlos (SP). The spatial analysis consisted in linking census data from the last IBGE census (2010) of the land use zones foreseen in the Master Plan, in order to propose a better use of the urban voids, based on the population density calculated for the census tracts. The results consider the saturation of the urban area (population density limit), based on averages by zones, applied to the urban voids, in two dates: 2004 and 2014. When comparing these two periods, it was possible to conclude that there was an effective occupation policy of the urban voids that, combined with economic and real estate development, resulted in the use of consolidated urban áreas.

Keyword: Urban planning. Urban voids. Urban perimeter

.

RESUMEN

El artículo aborda una metodología basada en el estudio de la dinámica de ocupación de los vacíos urbanos en dos periodos, cuando se implementó el Plan Director en 2005 y diez años después, cuando se revisó el plan, con el objetivo de contribuir a la mejora del uso de instrumentos. urbanístico, tomando como ejemplo el área urbana de São Carlos (SP). El análisis espacial consistió en relacionar los datos censales del último censo del IBGE (2010) de las zonas de uso del suelo previstas en el Plan Director, con el fin de, a partir de la densidad demográfica calculada para los sectores censales, proponer el mejor aprovechamiento de los vacíos urbanos. Los resultados consideran la saturación del área urbana (límite de densidad de población), en base a promedios por zonas, aplicados a vacíos urbanos, en das fechas: 2004 y 2014. Al comparar estos dos períodos, se pudo concluir que existía una política de ocupación efectiva. vacíos urbanos que, combinados con el desarrollo económico e inmobiliario, dieron como resultado el uso de áreas urbanas consolidadas.

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1. INTRODUÇÃO

Este estudo tem, como cenário os vazios urbanos da cidade de São Carlos (SP) levantados por Barbosa Gonçalves. Lollo (2016), (considerada em dois períodos da implantação do Plano Diretor, em 2005 e 10 anos após quando foi realizada a primeira revisão do Plano Diretor). Em posse desse levantamento foi trabalhado com dados das nas zonas urbanísticas do plano diretor, o número de habitantes que podem ocupar esses vazios urbanos seguindo o padrão da zona urbana. As diretrizes que regem nos Planos Diretores, o zoneamento e os índices urbanísticos são fatores preponderantes para dar um direcionamento da cidade definida pelas audiências públicas. Os estudos sobre vazios urbanos e ocupação dos mesmos buscam o entendimento necessário para aplicar tais instrumentos através do Plano Diretor. Sendo assim, um estudo da população correlacionado com os vazios urbanos é de suma importância no entendimento da dinâmica da cidade e o crescimento da mancha urbana.

Em São Carlos a população em 2010 era de 213.070 hab. na área urbana e 8.866 hab. na área rural, segundo o censo do IBGE (2010). Seu território ocupa 1.140 km², incluindo dois distritos: Santa Eudóxia e Água Vermelha. São Carlos é uma cidade de porte médio que teve sua população estimada pelo IBGE em 246.088 pessoas em 2017. Para uma analise mais detalhada da ocupação da cidade foi identificada a densidade demográfica e sua relação com os setores censitários. Tal qual a maioria das cidades, São Carlos têm seu crescimento e ocupação de forma segregada espacialmente, formando áreas de grandes investimentos imobiliários e outras sem infraestrutura básica.

2. OBJETIVO

O objetivo, é promover a ocupação e ou o adensamento de locais com infraestrutura e evitar a especulação imobiliária que, entre outros, à oneração dos cofres públicos, principalmente com a ampliação do perímetro urbano.

3 . METODOLOGIA

A metodologia adotada no trabalho para análise dos vazios urbanos consistiu em verificar a quantidades de habitantes em cada setor censitário dentro das zonas de uso do solo urbano utilizando os dados do ultimo censo do IBGE em 2010 e a densidade demográfica calculada para os setores censitários pela autora. Após espacializar tal informação usando Sistema de Informações Geográficas (SIG), foi possível simular, com base nos padrões existentes nas zonas de uso do solo urbanas, o número de habitantes que podem ocupar esses vazios urbanos

seguindo o padrão da zona. Obteve-se, portanto, o valor de saturação da área urbana da cidade

se mantidos esses parâmetros atuais. Tal valor de referência para a expansão populacional foi atribuído às zonas visando limite do perímetro urbano.

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A construção da base cartográfica foi realizada em um ambiente SIG, com o auxílio do software ARCGIS 10.2 licenciado para a UFSCAR. Para área urbana de São Carlos foi adotada a Projeção Geográfica Universal Transversa de Mercator (UTM), Datum Horizontal WGS 84, Fuso 23 Sul. No IBGE foi levantada a tabela do ultimo censo em 2010, a qual contem os dados do número de pessoas residentes em cada setor censitário. De posse da tabela foi realizado o tratamento da configuração dos dados proporcionado o uso dentro do software de SIG o ArcGis 10.2. Em seguida buscaram-se os setores censitários da cidade de São Carlos no IBGE (2010) Já em posse dos setores censitários em formato shapefile, foi realizada a seleção dos setores urbanos e gerado um layer do mesmo. A parti da definição dos polígonos dos setores censitários georreferenciados e a tabela do censo foi realizada a união dos mesmos com comando “joins” no software ArcGis 10.2.

Para obtenção da densidade demográfica por zonas foi realizado o cálculo de área dos setores censitários. Nesta ocasião foi gerada a área em hectares e então dividida pelo número de pessoas residentes no setor, obtendo-se a densidade demográfica por setor, ou seja, o número de habitantes por hectare, por zona urbana. Assim se obtêm valor da densidade demográfica por setor censitário, gerando-se o mapa que foi usado como base para desenvolvimento do estudo.

Para trabalhar com as informações de cada zona individualizada. Foi realizado um recorte para separar uma zona urbana da outra.

Tendo a individualizada zona de interesse, é possível realizar a sobreposição com o mapa dos setores censitários. O resultado desta ação foi que uma zona urbana que engloba vários setores censitários. Quando acontece sobreposição do mesmo setor em duas zonas, foi calculada a área proporcional para equilibrar a população nos setores respectivos. A partir deste “layer” zona (individual) faz-se um (clipe) com o layer (mapa) de vazios urbanos de 2004. O resultado é um layer de vazios urbanos somente dentro da zona selecionada. Desta forma obtêm-se então os vazios e onde estão dentro da única zona que foi feito esse procedimento.

Repete-se o mesmo processo para todas as zonas do Plano Diretor de 2005 e vazios urbanos de 2004 e também o mesmo procedimento para zonas do Plano Diretor de 2016 com os vazios urbanos de 2014.

A seguir, para trabalhar com as informações que o software de SIG proporcionou, foi criada uma tabela no software EXCEL e criadas varias formulas para se obter uma melhor analise de cada zona urbana dentro do seu respectivo Plano Diretor. Optou-se por trabalhar com as medidas em hectares que foram consideradas para fins de calculo de densidade bruta, ou seja, número de moradores (segundo setores censitários IBGE) em cada zona de uso do solo definida no Plano Diretor.

Denominam-se essas áreas das zonas efetivamente ocupadas (Zecup).

A)

Zonas Efetivamente Ocupada (Zecup)

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𝐙𝐞𝐜𝐮𝐩 = 𝐀𝐳 − 𝐀𝐕 (1)

Onde Zecup é a área da zona ocupada sem vazios, Az é a área total da zona, AV é a área dos vazios parcelados e não parcelados. Com este valor será possível mensurar a densidade média da zona, se ocupada completamente, ou seja, sem os vazios.

B) A densidade Media de Pessoas na Zona (DT)

É obtida através da formula (2):

𝐃𝐌 =𝐍𝐩

𝐀𝐳 (2)

Onde DT é a densidade média de pessoas na zona, Np é o número total pessoas (setores censitários englobados na zona), Az é a área total da zona. Este valor possibilita mensurar a densidade de pessoas na área da zona de acordo com o censo. Neste calculo ainda estão sendo consideradas as áreas de vazios dentro de cada zona.

C) A Densidade da Zecup (DZecup)

É obtida através da formula (3):

𝐃𝐙𝐞𝐜𝐮𝐩 = 𝐍𝐩

𝐙𝐞𝐜𝐮𝐩 (3)

Onde DZecup é a densidade da área ocupada sem vazios, Np é o número total pessoas dos setores censitários na zona, Zecup é a área total da zona sem vazios. Este resultado demonstra a densidade da população na zona, desconsiderando os vazios urbanos da mesma.

D)

NPV é o número pessoas que poderá habitar na área dos vazios (baseada nos

parâmetros de densidade já calculados).

É obtido através da formula (4):

𝐍𝐩𝐯 = 𝐃𝐙𝐞𝐜𝐮𝐩 𝐱 𝐀𝐕 (4)

Onde Npv é o número pessoas que poderá habitar na área dos vazios, DZecup é a densidade da zona sem os vazios, Av é a área dos vazios parcelados e não parcelados. Este resultado pode indicar o número de habitantes que poderá ocupar as áreas dos vazios urbanos na referida zona. Este resultado é o parâmetro buscado nesta pesquisa a fim de que se possa constatar que se a cidade mantiver os mesmos padrões de comportamento de crescimento e ocupação, os vazios poderão ser ocupados pelo número de pessoas proporcional à DZecup. Portanto, a partir do valor encontrado em NPV sabe-se o total de pessoas que poderão ocupar os vazios da zona.

E)

Npt é o número pessoas que poderá morar na área total da zona

É obtida através da formula (5):

𝐍𝐩𝐭 = 𝐍𝐩𝐯 + 𝐍𝐩 (5)

Onde Npt é o número pessoas que poderá morar na área total da zona, Npv é o número pessoas que poderá morar na área dos vazios, Np número total de pessoas que mora na zona

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(censo).Com este valor é possível chegar ao número de habitantes total dentro da zona considerando a ocupação nas áreas de vazios urbanos. Ao somar os valores de Npt de cada zona tem-se o valor total dos futuros habitantes da área urbana. De posse desse valor é possível diagnosticar em quanto tempo a cidade vai “saturar”, em termos de território ocupado, a partir do percentual de crescimento da cidade adotado. Dessa forma pode-se diagnosticar a necessidade de delimitar na legislação urbana mais áreas de expansão, ou seja, ampliação ou não do perímetro urbano para os próximos anos.

4. RESULTADOS

4.1 Análises da população dentro das zonas urbanas do Plano Diretor de 2005.

No Plano Diretor de 2005 lei nº 13.691, em seu perímetro urbano têm quatro zonas. As zonas que estão inseridas são: Zona 1 ocupação Induzida, Zona 2 Ocupação Condicionada, Zona 3 Recuperação e ocupação Controlada e a Zona 5 Proteção e Ocupação Restrita, a qual está parcialmente inserida no perímetro urbano.

No Quadro 1 pode-se identificar cada valor encontrado para as suas respectivas zonas urbanas. Estes valores correspondem às especificações de como está e como pode ser a futura ocupação dos vazios urbanos (glebas e lotes) se manter os mesmo padrões e diretrizes. Os levantamentos dos vazios urbanos são decorrentes da imagem de satélite datada de 2004.

Quadro 1- Valores encontrados para cada zona urbana do P.D. de 2005.

Fonte: elaboração própria

sigla/ unidade

Zona 1 Valores Zona 2 Valores Zona 3 Valores Zona 5 Valores

Az (ha) Área Total 1638,81 Área Total 3355,39 Área Total 2167,09 Área Total 447,28 Área Vazios Parcelados 169,43 Área Vazios Parcelados 338,62 Área Vazios Parcelados 168,78 Área Vazios Parcelados 0,00 Área Vazios não Parcelados 63,04 Área Vazios não Parcelados 679,60 Área Vazios não Parcelados 365,10 Área Vazios não Parcelados 68,76 Np (hab.) Número de pessoas 57869 Número de pessoas 82978 Número de pessoas 69171 Número de pessoas 0 AV (ha)

Área total dos Vazios 232,48

Área total dos Vazios 1018,22

Área total dos Vazios 533,89

Área total dos Vazios 68,76 zecup Área sem Vazios 1406,33 Área sem Vazios 2337,17 Área sem Vazios 1633,20 Área sem Vazios 378,52 DM (hab.ha) Densidade média 35 Densidade média 25 Densidade média 32 Densidade média 0 Dzecup (hab.ha) Densidade sem Vazios 41 Densidade sem Vazios 36 Densidade sem Vazios 42 Densidade sem Vazios 0 NPV (hab.) Nº de pessoas que poderiam morar nos Vazios 9566 Nº de pessoas que poderiam morar nos Vazios 36150 Nº de pessoas que poderiam morar nos Vazios 22612 Nº de pessoas que poderiam morar nos Vazios 2070 Npt (hab.) Total de pessoas com Vazios preenchidos 67435 Total de pessoas com Vazios preenchidos 119128 Total de pessoas com Vazios preenchidos 91783 Total de pessoas com Vazios preenchidos 2070

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Os vazios urbanos exibem uma área total de 1853,33 ha somando-se todas as zonas. É possível identificar que na zona 2 tem maior área de vazios urbanos para ser ocupada. A quantidade de pessoas que podem ocupar estas áreas livres são 70.398 habitantes.

Na simulação de ocupação dos vazios urbanos foi encontrado valor percentual de pessoas que poderiam ocupar os vazios em relação à população que já habita em cada zona. Encontrou-se como percentual de possíveis moradores a mais em cada zona: 16% de pessoas para zona 1, 43% de pessoas para zona 2, e 32% de pessoas para zona 3.

A densidade demográfica foi calculada para cada zona através da área da zona pelo número de pessoas habitantes. Encontramos um percentual de 35% para zona 1, 25% para zona 2, 32% para zona 3 e 0% para zona 5. Esta densidade pode ser maior se descontarmos das áreas os vazios urbanos, pois diminuiria a área, porem optou-se pelos valores médios totais.

Todos estes cálculos realizados no software Excel serviram para encontrar a quantidade da população que cabe na área dos vazios urbanos concomitante com o número de habitantes do censo de 2010. O valor de “saturação” encontrado foi de 280.416 hab. da área urbana de São Carlos. A outra pergunta que se buscou resposta é: Quando será atingido este ponto de saturação na área urbana de São Carlos. Para responder foi encontrado o perceptual de crescimento da cidade de São Carlos no qual em 5 anos é 8,76%. Analisando este percentual de crescimento e o histórico do crescimento da cidade segundo Osório, Junior (2014) e a estimativa da população para 2015 era de 241.389 habitantes. Realizamos algumas análises a conclusões teoricamente sem a presunção de ter um caráter estatístico, pois nosso estudo está apenas buscando através da ferramenta de SIG dar suporte a gestão das cidades na tomada de decisão da mesma.

4.2 Analise da população dentro das zonas urbanas do Plano Diretor de 2016.

A Lei nº 18.053 de Dezembro de 2016 é referente ao Plano Diretor em vigor na cidade de São Carlos. O zoneamento urbano está composto pelas seguintes zonas: Zona 1 Ocupação Consolidada; Zona 2 Ocupação Induzida; Zona 3 Ocupação Condicionada; Zona 4 Qualificação e Ocupação Controlada; Zona 5 Proteção e Ocupação Controlada: 5 A Proteção e Ocupação Controlada SUC Monjolinho-Espraiado; 5B Proteção e Ocupação Controlada SUC Manancial do Ribeirão Feijão.

No quadro 2 podem-se identificar de forma quantitativa as respectivas zonas urbanas. Estes valores correspondem às especificações de como está e como pode ser a futura ocupação dos vazios urbanos (glebas e lotes) se mantidos os mesmo padrões e diretrizes. Os levantamentos dos vazios urbanos são decorrentes da imagem de satélite datada de 2014.

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Quadro 2 Valores encontrados para cada zona urbana do P.D. de 2016.

Fonte: elaboração própria

Vazios urbanos em todas as zonas tem uma área total de 1.316,5 ha. Pode-se perceber no quadro 2 que a zona 2, zona 3 e zona 5 têm uma quantidade expressiva de vazios urbanos maiores que de 300 ha. O total de pessoas calculado neste estudo com informações do Plano Diretor de 2016 e áreas vazias de 2014 são os que podem ocupar os vazios urbanos são 41.778 habitantes. Se analisarmos por zona urbana tem o percentual de pessoas que poderiam morar nos vazios em relação à população da Zona: zona (1) 4%, zona (2) 22%, zona (3) 19%, zona (4) 14%, zona (5) 40%, campus 1%.

A densidade demográfica, Figura 1 calculada para cada zona foi através da área de cada zona pelo número de pessoas existentes na zona urbana. Zona 1 tem 35,6 na zona 2 tem 30,14, na zona 3 tem 24,91 e na zona 4 tem 27,03 e na zona 5 tem 20,92 e no campus 2. Todos estes cálculos na tabela do software Excel serviram para encontrar qual é número de pessoas que podem habitar os vazios urbanos. Com todas as informações elencadas pode-se chegar à população de saturação com 249.432 hab que poderiam morar dentro do limite urbano do Plano Diretor de 2016. Em decorrência da alteração do limite urbano na revisão do plano diretor em 2016 e a implantação de novos loteamentos em áreas que antes eram rurais. Foi reduzido o tempo de saturação do limite da área urbana para antes de 2020 quadro 3.

Siglas/

unidade Zona 1 Valores Zona 2 Valores Zona 3 Valores Zona 4 Valores Zona 5 Valores

Zona

campus Valores

Az (ha) Área Total 395,22 Área Total 2239,59 Área Total 2288,62 Área Total 1709,54 Área Total 1144,48 Área Total 837,19

Área Vazios Parcelados 9,75 Área Vazios Parcelados 133,26 Área Vazios Parcelados 130,22 Área Vazios Parcelados 39,24 Área Vazios Parcelados 5,91 Área Vazios Parcelados 0,13 Área Vazios não Parcelados 4,47 Área Vazios não Parcelados 265,27 Área Vazios não Parcelados 228,26 Área Vazios não Parcelados 169,07 Área Vazios não Parcelados 322,21 Área Vazios não Parcelados 8,69 Np (hab.) Número de pessoas 14072 Número de pessoas 67502 Número de pessoas 57003 Número de pessoas 46205 Número de pessoas 23946 Número de pessoas 1692

AV (ha) Área total dos

Vazios 14,22 Área total dos Vazios 398,52 Área total dos Vazios 358,49 Área total dos Vazios 208,31 Área total dos Vazios 328,12 Área total dos Vazios 8,83

Zecup Área sem

Vazios 381,00 Área sem Vazios 1841,06 Área sem Vazios 1930,14 Área sem Vazios 1501,23 Área sem Vazios 816,36 Área sem Vazios 828,36 DM (hab.ha) Densidade Média 35,61 Densidade Média 30,14 Densidade Média 24,91 Densidade Média 27,03 Densidade Média 20,92 Densidade Média 2,02 Dzecup (hab.ha) Densidade sem Vazios 37 Densidade sem Vazios 37 Densidade sem Vazios 30 Densidade sem Vazios 31 Densidade sem Vazios 29 Densidade sem Vazios 2 NPV (hab.) Nº de pessoas que poderiam morar nos Vazios 525 Nº de pessoas que poderiam morar nos Vazios 14612 Nº de pessoas que poderiam morar nos Vazios 10587 Nº de pessoas que poderiam morar nos Vazios 6411 Nº de pessoas que poderiam morar nos Vazios 9625 Nº de pessoas que poderiam morar nos Vazios 18 Npt (hab.) Total de pessoas com Vazios preenchidos 14597 Total de pessoas com Vazios preenchidos 82114 Total de pessoas com Vazios preenchidos 67590 Total de pessoas com Vazios preenchidos 52616 Total de pessoas com Vazios preenchidos 33571 Total de pessoas com Vazios preenchido s 1710

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Figura 1 Densidade Demográfica da área urbana de São Carlos-SP com vazios urbanos (glebas)

Fonte: Barbosa Y B(2018)

Quadro 3 Cálculo do ano de saturação Urbana de São Carlos

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O surgimento de novos vazios, a redução dos que existiam segundo PDSC(2005), além da alteração do limite urbano para absorver os novos loteamentos e novos vazios urbanos, resultou na redução no tempo ( ano de saturação) dentro da malha urbana (ano de entre 2015 e 2017).

Por fim, com essas informações, pode-se analisar e comparar os dados dos dois períodos. Em 2004 e com o limite urbano do Plano Diretor de 2005 a saturação da área urbana era até 2025. A diferença é que agora, após a alteração na área urbana, temos as informações dos vazios de 2014 e o limite urbano do Plano Diretor de 2016, a saturação teve seu tempo reduzido, evidenciando que é necessário adensar e ocupar os vazios urbanos em São Carlos.

Equivocadamente, o Plano Diretor de 2016 quer incentivar ocupar áreas da região norte (zonas 6A, 6B e 6C) fora do perímetro urbano no intuito de adensa-las. Indo em rumo oposto a esse estudo de uma cidade compacta, utilizando e melhorando as infraestruturas existentes dentro do perímetro urbano. Somente estabelecer diretrizes de maior adensamento no eixo estruturante não atende a ocupação de áreas ociosas, faz-se necessário compactar o tecido urbano com o objetivo de otimizar infraestruturas e evitar vazios urbanos especulativos.

4.3 Análises dos vazios urbanos nos Planos Diretores de São Carlos (2005 e 2016)

Na busca pela sustentabilidade urbana é possível desenhar a cidade mais resiliente de compacta com racionalidade na distribuição da infraestrutura disponível. Os dois últimos Planos Diretores de São Carlos buscaram essa sustentabilidade. Após 5 anos de implantação do P DSC (2005 ), foi contratada a Universidade de São Paulo – FUSP para elaborar a revisão do mesmo. Tal revisão não se trata de reelaboração do plano vigente, mas de seu aprimoramento, a partir da avaliação da efetividade de seus instrumentos no período de 2005 a 2011. No levantamento de 2003 apontava 20% do total da área urbana de São Carlos desocupada. Os vazios totalizavam 790 ha configurados em glebas e 550 ha em lotes vazios, situados em áreas com infraestrutura. Neste período no qual o PD 2005 esteve em vigor 2005 até 2016 estavam previstos instrumentos de politica urbana passiveis de indução a ocupação dos vazios urbanos.

A contribuição deste artigo, além de quantificar os habitantes que podem ocupar os vazios urbanos em cada zona, foi localizar os vazios para identificar a eficácia da implantação do Plano Diretor de 2005, do ponto de vista da ocupação de vazios e adensamento populacional.

A fim de ordenar o “crescimento físico da cidade” através do zoneamento e parâmetros urbanísticos podemos demostrar no quadro 4 o que foi implantado no PD 2005 São Carlos, onde cada zona urbana tem uma individualização para cada coeficiente urbanístico. O Coeficiente de Aproveitamento indica no lote a relação entre a área construída e a área do respectivo lote. Castilho (2009) Este coeficiente está diretamente ligado à verticalização, derivando este do adensamento populacional proposto.

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Quadro 4 Coeficientes urbanísticos das zonas no Plano Diretor de 2005 segundo a Lei nº 13.691/2005. Zonas Urbanas Coeficiente de Aproveitamento Básico-CAB Coeficiente de Aproveitamento Máximo-CAM Coeficiente de Aproveitamento- CA Zona 1 2 3,5 1,4 Zona 2 1,4 3 1,4 Zona 3 - A,B - - 1,4 nos EHIS CA = 1,0 para demais parcelamentos Zona 5-A - - 0,25 Fonte: PDSC (2005)adaptado

Os valores de CAB 2 e CAM 3,5 para zona 1- Zona de Ocupação Induzida, indicam que podem construir através da verticalização até 3,5 vezes a área do lote (solo criado). Na zona 2- Zona de Ocupação Condicionada, os valores são mais restritivos CAB 1,4 e CAM 3 indicando uma menor verticalização. Desta forma, as zonas urbanas estão indicando como deve ser ocupada. Tal coeficiente não aborda indicadores de adensamento somente de verticalização.

Para mensurar e identificar a eficiência dos coeficientes urbanísticos implantados localiza-se os vazios urbanos em dois períodos (2004 e 2014). Os critérios utilizados para geral o mapa de vazios urbanos é possível ver detalhadamente em Barbosa, Lollo, Gonçalves (2016).

Percebe-se na espacialização das glebas uma maior concentração nas áreas periféricas urbana. Na área central onde fica o centro urbano é considerando sua infraestrutura e valor do solo, portanto deveria ter poucos locais de vazios, porém foi encontrada uma predominância de lotes vazios e poucas glebas acima de 10 mil metros quadrados assim representando uma especulação imobiliária. Pode-se destacar na região norte da malha urbana varais áreas com condomínios fechados e terras mais valorizadas. A região Sul destacou-se pela existência de bairros residenciais de baixo valor comercial e algumas habitações sociais. Os vazios urbanos parcelados somam 67,683 hectares em lotes e 1.117,6 hectares em glebas que são os vazios urbanos não parcelados dentro do perímetro urbano. Com o conhecimento desta quantidade de vazios urbanos no ano de 2004 pode-se demostrar de forma quantitativa no Quadro 1 os dados utilizados na metodologia.

Então, se no decorrer do tempo o poder publico seguir as diretrizes do Plano Diretor de 2005 não será necessário alterar o limite da área urbana na revisão do plano diretor, pois identificamos que a saturação da área urbana será no ano (entre 2020 e 2025).

Conforme a proposta de análise comparativa buscando a eficácia dos instrumentos fez-se os mesmos procedimentos do material cartográfico de 2004 com o material do PD2016.

Os vazios urbanos parcelados (lotes) e não parcelados (glebas) do ano de 2014, obtidos pela

Imagem de satélite GeoEyede 2014 com resolução espacial de 1m². Como estamos tratando do

Plano Diretor mais atualizado, utilizamos o limite do perímetro urbano do Plano Diretor de 2016 e atualizamos as informações dos vazios urbanos através de visita a campo. Verifica-se que o limite urbano foi alterado no decorrer do tempo e alguns vazios urbanos foram ocupados. A alteração do limite do perímetro urbano e a mudança de uso do solo fez crescer novos vazios urbanos, mas a velocidade de sua ocupação supera a de surgimento de vazios. Os tamanhos totais dos lotes vazios urbanos parcelados são de 318,51 hectares e as glebas vazios urbanos não parcelados 997,97 hectares.

Analisando o levantamento dos vazios de 2014 temos informações para aplicar na metodologia e obter os dados do Quadro 2. Com o surgimento de novos vazios, e a redução dos que existiam

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antes, e a alteração do limite urbano para absorver os novos loteamentos, resultou a seguinte espacialização em relação ao ano de saturação da malha urbana (ano entre 2015 e 2017) Quadro 5 .

Quadro 5-Cálculo do ano de saturação Urbana de São Carlos

Fonte: elaboração própria

O Plano Diretor de 2016 foi aprovado com o objetivo de adensar as áreas e verticalizar para conter o processo de expansão horizontal da aglomeração urbana. Podemos verificar no Quadro 6 os seus coeficientes de aproveitamento que regem quanto são possíveis de verticalizar dentro de cada zona urbana e no eixo estruturante.

Quadro 6 Coeficientes urbanísticos das zonas no Plano Diretor de 2016.

Zonas urbanas Coeficiente de aproveitamento Básico Coeficiente de aproveitamento Máximo Zona 1 2,0 3,0 Zona 2 2,0 3,5 Zona 3 - - Zona 4 - - Zona 5-A - - Zona 5-B - - Eixo estruturante 2,0 4,0 Fonte: PDSC (2016) adaptado

Neste caso a localização dos vazios urbanos que foram ocupados apresenta-se mais pulverizada na malha urbana, ou seja, intensificou-se o parcelamento e a ocupação dos vazios urbanos. Por fim para identificar os vazios urbanos ocupados no decorrer dos anos foi realizado uma álgebra de mapas utilizando a ferramenta “eraser” no SIG ArcGis. Foi aplicado cruzamento dos vazios urbanos de 2004 com os vazios urbanos de 2014 no qual resultou na representação das áreas ocupadas, conforme Figura 2.

A análise da Figura 2 permite identificar os vazios urbanos ocupados e as contribuições dos loteamentos para as mudanças de uso e ocupação da terra. Identificou-se também a predominância de parcelamentos na extremidade da manha urbana. O parcelamento e a ocupação das glebas têm maior destaque em relação à ocupação de lotes já parcelados. Ou seja, a cidade “cresceu” mas não adensou o suficiente para retardar o tempo de mudança do limite urbano. No extremo sul o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), promoveu habitação de interesse social significativa na cidade de São Carlos, na faixa1 e 2. Pode-se mencionar o

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levantamento de Lopes Shimbo (2015) que localizou os empreendimentos no período entre 2009, quando foi lançado o Programa, e o final de 2012 de São Carlos. Estes loteamentos caracterizam-se estão por serem faixa 1 do MCMV (residencial Jardim Gramado, conjunto habitacional Planalto Verde e o residencial Eduardo Albdeunur) todos construídos forçando a expansão da fronteira urbana. Na região extremo sul onde estão inseridos os três loteamentos no Plano Diretor de 2005, classificada como zona urbana 3A Zona de Recuperação e Ocupação Controlada. As características da Zona 3A segundo o Art. 32 do Plano Diretor de 2005 são: encostas com alta declividade; solo suscetível a erosões com córregos assoreados; infraestrutura precária; parcelamentos irregulares localizados nas proximidades de encostas de alta declividade; parcelamentos irregulares localizados em áreas isoladas com precariedade de interligação viária com a malha urbana consolidada; concentração da população de baixa renda e mal servida de transporte público. Estes loteamentos não seguiram a indicação do anexo 06 do plano diretor de 2005 para ocupar as áreas de interesse social. Paralelamente os empreendimentos na região norte da área urbana cresceram na forma de condomínios horizontais também forçando a expansão da fronteira urbana.

Figura 2 Glebas e lotes urbanos ocupados no período de 2004-2014.

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Foi constatada, através da álgebra de mapas, uma redução de vazios urbanos em São Carlos em 2014 em relação aos vazios de 2004. Tal redução pode ser atribuída à política urbana prevista no plano diretor de 2005, mas também à dinâmica econômica do período. Neste trabalho obteve-se a localização das áreas ocupadas o os destaques para os grandes empreendimentos residenciais. Contraditoriamente a essa política de ocupação de vazios do Plano Diretor de 2005 foram encontrados novos loteamentos que demandaram expansão do perímetro urbano. Podemos exemplificar o residencial Eduardo Albdeunur aprovado em 2012. Portanto, apesar do Plano Diretor de 2005 definir estratégias de ocupação dentro limite do perímetro urbano, foram implantados na cidade novos loteamentos visando de habitação de interesse social e condomínios horizontais desconsiderando o zoneamento e a direção do vetor de expansão da cidade.

5. CONCLUSÃO

Os resultados permitiram concluir que no ano de 2004 a área urbana cidade de São Carlos possuía um total de 67,6 ha em lotes e 1.117,6 ha em glebas - época do diagnóstico e aprovação do PD 2005, o qual criou zoneamento restritivo para algumas áreas e incentivo de uso para outras, principalmente para os vazios urbanos, porém sem instrumentos específicos, num primeiro momento, para garantir o adensamento populacional, como demonstrou no uso dos coeficientes urbanísticos-CAB e CAM. As localizações dos vazios urbanos representam uma oportunidade de planejamento sócio espacial, objetivando criar espaços sustentáveis, tendo em vista que sua ocupação pode promover e cumprir a função social da do solo urbano. Em relação à saturação da área urbana, ou seja, o limite de densidade populacional, baseado em medias existentes por zonas aplicados aos vazios foram trabalhados 2 períodos: 2004 e 2014. Para o período de 2004 (diagnóstico do PD 2005) diagnosticou-se que ano de saturação será ente 2020 e 2025, ou seja, somente após este período será necessário alterar o limite do perímetro urbano uma vez que provavelmente se tenha os vazios urbanos praticamente ocupados com a mesma densidade da zona em que está inserido. Para o outro período no qual foi realizada a analise de saturação foram utilizados os dos vazios urbanos de 2014 e as informações do Plano Diretor de 2016. Para esse período com foi encontrado como ano de saturação urbana: 2017 se todos vazios urbanos forem ocupados, ou seja, praticamente os espaços vazios comportam o crescimento populacional aos moldes dos últimos anos. Sendo assim, é possível concluir que ao comparar esses dois períodos, houve uma política efetiva de ocupação dos vazios que, aliado ao desenvolvimento econômico e imobiliário que resultou num aproveitamento das áreas urbanas consolidadas. Porém, vale ressaltar que para o critério de saturação das zonas foi utilizado o parâmetro de densidade já existente na zona no qual o vazio está inserido e que se constatou baixa densidade, mas também houve a implantação de loteamentos sociais e loteamentos de condomínios fechados fora do perímetro urbano.

Concluísse, então, que a politica publica definida no PD 2005 previa a saturação das zonas somente para 2025, porém o PD 2016 trouxe a perspectiva dessa saturação ocorrer praticamente em 2017, demostrando avanços na efetivação da ocupação dos vazios. Também se concluí que é possível avançar nessa ocupação aumentado a densidade populacional, com novos parâmetros urbanísticos e, principalmente com a verticalização das áreas com infraestrutura. Com a revisão do Plano Diretor de 2016, foi necessário ampliar o limite urbano para incluir estas áreas. Isso demostra claramente um domínio e predomínio das forças do

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mercado imobiliário com anuências do Poder Público Municipal em muitos momentos e que, por fim, determinaram a forma do crescimento da cidade, sem priorizar e atender às premissas do Plano Diretor pactuado concomitantemente com a sociedade.

6. REFERÊNCIAS

Barbosa Y. B, Lollo, J. A, Goncalves L. M. Análise dos tipos existentes de vazios urbanos na cidade de

São Carlos-SP (Brasil). Pluris- 7º congresso Luso Brasileiro para o Planejamento Urbano, Regional,

Integrado e Sustentável Contrastes, Contradições e Complexidades. Maceió-Brasil. Outubro de 2016. Acessado em <http://www.fau.ufal.br/evento/pluris2016/congresso_apresentacao.html >

BARBOSA Y. B. Análise temporal do processo de ocupação dos vazios urbanos no município de São

Carlos, sp: sob a ótica de uma cidade compacta. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em

Engenharia Urbana da Universidade Federal de São Carlos. 186p. 2018.

Castilho José Roberto Fernandes. Introdução à disciplina Urbanística da Propriedade. Letras à Margem 2ª ed. Presidente Prudente–SP 2009 p.136

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estimativas de população para 1º de julho de 2015. Disponível em:< http://www.ibge.gov.br >. Acesso em Junho 2016.

Lopes João Marcos de Almeida; Shimbo Lúcia Zanin. Projeto e produção da habitação na região central

do estado de São Paulo: condições e contradições do PMCMV. Capítulo 9pág 229-253. Minha Casa... E

a Cidade? Avaliação do Programa Minha Casa Minha Vida em seis estados Brasileiros. Caio Santo Amore, Lúcia Zanin Shimbo e Maria Beatriz Cruz Rufino (Organizadores). 1. ed. - Rio de Janeiro : Letra Capital, 2015.

PDSC – Lei nº 13.691 de 25 de novembro de 2005. Plano Diretor de São Carlos In 1CD-ROM. PDSC- Lei nº 18.053 19 DE DEZEMBRO DE 2016. Plano Diretor de São Carlos. Disponível em <http://www.saocarlos.sp.gov.br>Acessado em Dez.2016

PMSC, Prefeitura Municipal de São Carlos. Disponível em <http://www.saocarlos.sp.gov.br>Acessado em Jun.2016

PRPD.Relatorio1.Propostas para a Revisão do Plano Diretor (2011/2012). Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo – FUSP. Disponível em <http://www.saocarlos.sp.gov.br>Acessado em Fev.2016.

Osório, F. L; Júnior C. R. B. S. FORMAÇÃO SÓCIOTERRITORIAL E POPULAÇÃO NO MUNÍCIPIO DE SÃO CARLOS-SP: CONTRADIÇÕES INERENTES AO “DESENVOLVIMENTO” In: I Simpósio Mineiro de Geografia Das Diversidades à Articulação Geográficas. 26 a 30 de maio de 2014, Universidade Federal de Alfenas MG. Anais p.1183-1198. Disponível em:< http://www.unifal-mg.edu.br/simgeo/system/ > .Acesso em Junho 2016.

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