• Nenhum resultado encontrado

A aposenta^áo no reinado de D. Afonso V: urna análise quantitativa e estatística

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A aposenta^áo no reinado de D. Afonso V: urna análise quantitativa e estatística"

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

Andrea Paula Reis

Antonio Pestaña de Vasconcelos *

Introdugüo

O

tema que hoje se apresenta teve por base um projecto de investigagáo realizado sob

a orienta^áo do Professor Humberto Saquero Moreno. Referimo-nos ao trabalho de elaboragáo

dos índices da Chancelaria de D.

Afonso V

^ -

sumaria^áo e elabora^áo de índices onomásti

co, toponímico e cronológico -

abrangendo, como a denominagáo do mesmo indica, os 38

livros da chancelaria deste reinado.

Neste sentido, procuramos no referido espólio, um tema, dos inúmeros existentes neste

fundo documental, que de alguma forma se inserisse no ámbito dos trabalhos realizados por

este Historiador. É neste enquadramento que surge, como hipótese de trabalho, o

tema da

apo-senta^áo^.

A

legisla^áo

Sáo escassas as referencias legislativas directas á aposentagáo ao longo de toda a Idade

Média.

Esta nao se encontrava regulamentada nos forais e, por outro lado, apenas temos

conhe-cimento de uma lei das Ordenagóes Afonsinas, que se refere directamente á aposenta^áo: "(...)

pertencia a el-rey soomente apousentar alguem por haver hidade de setenta annoi> (...)".

Assim, o legislador só pontualmente se Ihe refere, mencionando-a indirectamente,

como por exemplo, quando legisla sobre as obriga^óes de carácter militar e sobre as finan

zas do Estado"^.

O

que nao Ihe retira importancia, uma vez que todo aquele que recebia o estatuto de

aposentado, passava a usufruir de determinados privilégios, em consonancia com a sua

fun-Záo social, e ou actividade exercida.

Neste sentido, podemos compreender as crescentes dificuldades que a sua concessáo foi

conhecendo. Vejamos, em termos muito genéricos, um pouco da sua evolugáo.

Sáo bem conhecidas as práticas que, a este respeito, se observavam já em tempos de

Pedro I, quando se apontava para a necessidade da presenta do almoxarife e do seu escriváo

* Professora do

Ensino Secundário.

"

Mestre em Historia Medieval. Técnico Superior da Universidade Portucalense Infante D. Henrique.

'

Indices temático, onomástico, tof>onímico e

cronológico da chancelaria D.

Afonso V, projecto de inve.stiga^^ao

n«109.2.4. (91) da Comi.s.sáo Nacional para as Comemora^óes dos Descobrimentos Portugueses / Universidade

Portucalense Infante D. Henrique.

- Entendemos por Reinado de D. Afon.so V o período que vai desde a morte de D. Duarte até a morte do

Africano, já em 1481.

Ordenagóes Afonsinas, Fundaváo Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1984, Liv. II, Título XXXXVIII, p. 309-310.

Sobre este assunto, veja-se por exemplo, Ordenagóes Afonsinas, , Liv. I, Titulo LXXl, Cap. 10, p. 496. e Título

LXVII, p. 402.

(2)

172

LIVRO DE HOMENAGEM

-

PROFESSOR DOUTOR HUMBERTO CARLOS RAQUERO MORENO

ñas reunióes de concessáo de aposentagóes 5. É igualmente certa a participagáo dos

correge-dores neste processo, a quem competía inviabilizavar as cartas de aposentayáo que nao tivessem

confirmagáo régia.

Mais tarde, já no reinado de D. Fernando, esta vigilancia permanece. Por isso, nao é de

estranhar a exigencia feita para o candidato á aposenta^áo se apresentar pessoalmente perante

os oficiáis de justiga, para que,

pelo seu aspecto, se pudesse confirmar, ou nao, a idade de

seten

ta anos. A que acrecía, aínda, um interrogatorio feito a distintas testemunhas, na presenta dos

almoxarifes, escriváes e procuradores do concelho^.

Tal situa(;:áo parece ser ainda norma no reinado de D. Afonso V, como podemos consta

tar por uma carta datada de 17 de Fevereiro de 1444, segundo a qual, Joáo Louren^o, morador

em Avis, acontiado em besta de garrucha e armas, recebe aposenta^áo, com a idade de 70 anos

vista per nos

sua

pesoa aqual nos

pareceo aver

a

dicta idade

A

estratifica^áo social

Partindo da nomenclatura utilizada pelos escriváes para designar os vários beneficiados

da aposenta^áo, podemos ter uma nogáo, ainda que parcial, da estratificagáo da sociedade

Afonsina. Sendo uma sociedade assente na capacidade económica para possuir, ou nao, cáva

lo e armas, esta irá, pela própria natureza do beneficio e dos privilégios que a ela estáo

asso-ciados, revelar uma estratificagáo sócio-militar.

Neste sentido, o aposentado, dada a sua condi^áo, na sua maioria, de militar, poderia

receber privilégios de vária natureza. Estes poderiam ser económicos, como o da isengáo de

pagamento de determinados impostos régios e concelhios; sociais, como o da isen^áo de ser

tutor e curador e do direito da aposentadoria; laboráis, como a isengáo de ir com presos e

dinheiros; e militares, como a isengáo de, após a concessáo da aposenta^áo, ser obrigado a par

ticipar em alardo e de manter cavalo e armas, entre outros

Análise do

fiindo documental

I. O

fundo documental em referencia permitiu-nos contabilizar 2279 documentos relacio

nados com a aposenta^áo, para um período que vai de 1439 até 1481.

1. A

análise deste conjunto de diplomas mostrou-nos náo ser possível identificar a fun^áo

/profissáo de cerca de 219 individuos. Dos restantes 2060 documentos, 72 náo registam

qual-quer tipo de fungáo social, referindo, no entanto, a profissáo.

Neste sentido, a avalia^áo feita aos 1987 documentos que identificam a fungáo social do

beneficiado, permite-nos apresentar os seguintes resultados:

^ Henrique da Gama Barros, Historia da Administrando Pública em Portugal, séc. XII a XV, 2® edi^áo, Lisboa,

Livraria Sá da Costa, 1945, Tomo III, p. 68.

Ordenagóes

Afonsinas, Liv. II, Título XXXXVIII, p. 309-310.

'

Chancelaria de

D.

Afonso V, Liv. 24, fol. 24v, Doc. N"

5.

Collegáo de

Cortes, ma?o 1, fol. 191 e 215v, art. 45 e 91.

(3)

Acontiados

(ñas diversas armas)

551

Besteiros (de garaicha, de polé, do conto, regio, etc.)

424

Monteiros e guardadores

152

Vassalos (régios) ''

762

2. Urna outra leitura relativamente á idade do beneficiado, pode também ser feita a par

tir do estudo deste mesmo

acervo documental.

Sabendo nós que uma das condi^óes necessárias para a aposenta^áo era ter setenta

anos de idade, os resultados obtidos nao apresentam uma grande diferen^a numérica entre

os que possuiam a idade certa e os que ainda a nao tinham atingido (nao considerando os

sem referencia).

S/referéncia

380

Com

70

anos

1067

Sem

ter 70

anos

832

Características do

fundo

documental

II. Embora o

fundo documental contemplado seja constituido por diplomas que referem

aposentagoes, nem todos sao cartas de

aposentagáo. Expliquemo-nos.

Muitos deles sao cartas de nomeagáo

de uma determinada pessoa para um determinado

cargo ou fun^áo, em substituigáo de uma outra que foi aposentada. Neste caso, a informa^áo,

embora dada de forma indirecta, também foi, para nós, igualmente válida.

Numa tentativa de evitar repeti^óes, tivemos o cuidado de proceder á análise de todo o

fundo documental,

com o

objectivo de encontrar a carta de aposentagáo correspondente. Assim,

para um total de 2279 documentos, apenas para 207 cartas de nomeagáo, náo nos foi possível

encontrar a carta de aposentagáo correspondente.

Esta situagáo náo se restringe a um determinado ano ou período, o

que, eventualmente,

nos poderia levantar determinadas questóes, mas apresenta-se distribuida de

forma uniforme ao

longo de todos os anos do reinado de D.

Afonso V.

A apresentagáo do quadro que se segue, dará maior visibilidade ás consideragóes feitas a

propósito da documentagáo em estudo^^

Relativamente a aposentagáo dos acontiado veja-se: Ordenagóes Áfottsinas, , Liv. I, Título LXXI, Cap. 10, p. 496.

No que se refere a aposentagáo dos monteiros e guardadores, veja-se Ordemigóes Afonsinas, Liv. I, Título

LXVII, p. 402.

"

No que respeita aos vassalos aposentados pela idade legal, estes náo eram obrigados a ter cavalo, besta ou

arma. No

entanto, os agraciados com o privilégio da aposentagáo, sem terem atingido a dita idade, sáo

constrangi-dos a manter os seus arneses, ficando sujeitos a perder o dito privilégio se os náo tiverem. Ordenagóes Afonsinas,

Liv. I, Título LXXI, Cap. 12, p. 500.

Neste trabalho únicamente centramos a no,ssa atengáo na apresentagáo de alguns exemplos que a documen

tagáo integra; isto é, ca.sos de nomeagóes que referem a aposentagáo, verificagáo da idade do candidato,

(4)

174

LIVRO DE HOMENAGEM

-

PROFESSOR DOUTOR HUMBERTO CARLOS RAQUERO MORENO

Quadro n.° 1

Nomea^des

que

referem aposenta9des

ANO

funcAo

profissAo

FONTE

Sel iK-Mcin» de cavaUi Chañe. O. Af. \'. l.iv. n" 34. l-ls. 88, Doc. n" 2

S d monieini e guurdudor Chaitc D. Af. \'. Lic. n" .3(). Hls. 89\. Dck'. n" 3

H59 iiii> eí.sa> regias e cía imposicáo cío sal Chañe n. Af. \'. Li\ n»» 19. Hls 38v. Dcx. n" 3 1139 im)niein> e >:n;iixl;Kl(>r Chañe. D. .3f. V. I.iv. n" 2(>. Hls. 16.3. Dcx'. n" 1

mo luonteiro e >{u;iixlac!<)r Chañe. 19. Af. \'. Liv. n" 20. Hls. 133\. Dex. n" 4 inometro e guardador Chañe. 19. .Af. \'. Lie . n" 20. Hls. 133c . I9ck. n" 7

14-II luontein» Chañe. 19 .Af. V. Liv. n" 02. Hls .31 IKx.'. n" 2

l^^l inonteiro e guardador Chañe. 19 Af. \'. Liv. n" 02. Hls. 64c. 19<x-. n" 1

mi nioiueiro e guardador Chañe. 19. Af. \é Liv nc 02. Hls 64C -63. Dex'. 2

144! monteini e guardador Chañe 19. Af. A'. Lie n" 02. Hls. "2 v Ox n" 3

1441 luonteini c guardador C.hane 19 .Af \'. Lie. n" 02. Hls. ~2 v Dix n" 4

1441 montcini e guardador CluiK 19 Af \'. Lie. n" 02. Hls ~2c. Dcx' 11^ 3

l^^l monleiro c guardador (liane 19 .Af. Lie n" 02. Hls. "2 v I>x n" "

1441 inonlcin» c guardador (lianc . 19. .Af. Liv. n" 02. Hls ~2c. Dcx'. nc 9

1441 tttonieiro e guaixUidor ChaiX'. 19. Af. V. Liv. n" 02. Hls. ~2.c r9<x n" 14

l44l inonicin> c guardador ChaiX'. 19. Af. V. Liv. n- 02. Hls. ~2.v Dcx. n" 16

144 1 inonieiro e guardador (lianc. 19. Af. \'. Lie. n" 02. Hls. 72.v Lftx . n" 18

1441 montcin» c guardador (lianc. 19. .Af. láv n" 02. Hls. 92c. Dcx' n" 2 1442 nionteini e guaaUidor ChaiK'. 19. .Af. Lie. nc 23. Hls. 8<> IXx. n^ 3

1442 montciro e guaaUtdor Chaix. D. Af. Lie n" 23. Hls. <90 I9cx n" 1

1442 monleiro e guaatador Chañe. D. Af. Liv. n" 23. Hls. <9". I9cx. n- 2

1442 moniein) e guaalador Chañe. D. Af. V. Lic. n" 23. Hls. 113c . Dcx'. n" 3

1443 monicla) e guaalador Chañe. D. Af. V. Lic. n" 33. Hls. 24-24c'. Dcx'. n" 3

1444 aconiiado em Ix'sia de

gaiTUcha e arina>

Chañe. D. Af. V. Liv. n" 21. Hls. 24c . Dcx'. n" 3

1444 lx*Mem> ib cámara ChaiK'. D. Af. \'. Liv. n" 24. Hls. <A . I9cx-. n<' 7

1444 ix'Niein) ib cániara ChaiX'. D. Af. \'. Lie. n" 2 l. Hls. 2~c. Dcx' n" 6

1444 l>e>leiro de iuvalo sapaic-iro Chaix'. D. .Af. Liv n" 23. Hls. 74c. Dcx'. n® 4

1444 monleiro e guardador ChaiX'. D. Af. V. Lic. n® 24. Hls. 63c'. Dcx'. n® 3

1444 monleiro c guardador Chañe. D. Af. \'. Lic . n® 23. Hls. 81. Doc. n® 4

1444 monleiro e guardador Chaix. 19. Af. V. Lic . n® 23. Hls 13 IXx. n® 2

1444 monleiro e guardador c:hane D Af. \'. Lie n" 23. Hls. 91. IXx. n® 2

144S cscriváo dos contos regios Chañe 19 .Af \'. Lie n® 23. Hls <93 IXx n® 2

I44S nK>niein) e guaabdor Chañe. D. Af. \é Liv n® 23. Hls 4(h'. Dcx n® 1

1443 moniein) e guardador (liaix. D. .Af. A'. Lic. n® 23. Hls 80v. Dcx" n® 4

1443 ouvidor da corle regia ChaiX'. 19. Af. A". Lic. n® 23. Hls. 33c'. Dcx. n® 1

144<. contador c- arrendador das rendas e diivítos Chañe. 19. Af. A'. Uc. n® 03. Hls. 39v. tXx. n® 2

1449 Ix'Mein) da cámara Chañe. 19. Af. A'. Liv. n® .34. Hls. 142c . IXx. n®9

1449 iK'sleini ib cámara Chañe. 19. Af. V. Liv. n" .37. Hls. 6. Dcx. n® 2

1449 hesiein) de cavalo Chañe. 19. Af. A'. Liv. n® 11. Hls. 116. Dcx. n® 2

1449 iK'Mein» de cavalo Chañe 19. Af. Aé Uv. n® .34. Hls. 2(K). Ilcx n® .3

1449 montein) e guardador Chañe. 19. Af. A'. Lic . n" 12. Hls. .30. IXx n° 8

1430 lK*Mein) da cámara Chañe. 19. Af A'. Lic. n® .34. Hls 31 IXx n® 1

143(1 ÍHrMein) da cámara Chañe D. Af. A'. Liv n® .34. Hls ,33. 19tx n® 4

1430 IxíNiein) da cámara Chañe. D. Af. A'. Liv. n® .34. Hls. 36c'. Dcx. n® 3

1430 IxrMein) de cavalo Chañe. D. Af. V. Liv. n® 11. Hls. 13v. Doc. n® 7

1430 Ixrsleiri) de cavalo Chañe. 19. Af. V. Lie. n® .33. Hls. .34, IXx. n" 3

1430 líeMeiit) de cavalo C.hane. 19. .Af. A". Liv n® .31. Hls. 41c'. Dcx n® 2

1430 Ix'Mein) de cavalo Chañe. 19. .Af. A*. Liv. n® .31. Hls. 64c'. Dcx. n® 4

1430 Ix'Mein) de cavalo Chañe. D. Af. A'. Liv. n® .3(. Hls. l(Kh . Dcx'. n® 3

1430 nK>niein» Chañe D Af A'. Ijc n® .3". Hls <9 IXx n® 2

1430 moniein* Chañe. 19. Af. A". Liv. n® .37. Hls <9 Dcx. n® 4

1430 monleiro C'haiie. D. Af. A'. Liv n® .37. Hls. 9 19cx. n® 8 1430 monieini e guardador Chañe. 19. Af. A'. Lie n® .34. Hls 34 IXx. n® 3

(5)

ANO

funqAo

prohssAo

PONTE

liío inonicin) u j'iunkictor Ctianc. 1). Al. V. Uv. n" 34. Fls. 137. 1)<k. m 6

líS() ntonldni t- jiuantudor Chañe. 1). Al. Liv. n" 34. Fls. 137. D<k'. n" 15

|4Í() poneiro dos conlos Chañe. 1). AF. \'. Uv. n" 34. Fls. 209\. Iloc. n" 2

Híl lK*.slcm) de eavalo íihanc. 1). Af V. Uv. n" 11. Fls. I13v. D<x. n" 5

MSl IXíMeiri) de caxalo Ctianc. D. AF. V. Uv. n" 11. Fls. 12.3v. l>x. n" 9

H51 ÍK-sleirc) de cavalti Chañe. 1). AF. V. Uv. n" 11. Fl.s. 125. l>x. n"6

Híl heslein) de cavalii Clianc. 0. AF. V. Uv. n" 11. Fls. 133v. Drx. n" 5

Uil líeslem) de cavalo Chañe. D. AF. V. Uv. n" 35. Fls. H9\. Dix-. n" 2

USI Ix-sleini de eavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 35. FLs. 94v. Dcx. n" 5

Híl lx.*.Mein) de cavalo Chañe. 14. AF. Uv. n" 37. Fls. 5nc. 14<x. n" 2

Uíl Ix^ein» de cavalo Ctianc. 14. AF. V. Uv. n-' .37. Fls. 52v. 14oc. n" 2

N5I coniador e arrendador das vendas e dlnheíni Ctianc. 14. AF. Uv. n" 11. Fls. 6v. 14(K'. n" 1

H51

desembai}¡ador rénio

da Casa do Cível

Chañe. 14. AF. \'. Uv. n" 11. Rs. 6.3v. 14(k'. n" 1

Iñl jiii/ da Casa do Cível Clianc. 14. AF. V. Uv. n" 11. Fls. 61. I)<k-. n" 4

ItSl inonteiro e guardador Clianc. 14, AF. V. Uv, n" 11. Fls. 79. 14oc. n" l l

U51 momeiro e guanUidor Chañe. 14. AF. V. Uv. n" .37. Fls. 17. D<x. n" 4

l-jS! inomeiro e guardador Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 37. Fls. 55. D«x. n" 3

USl porteiro da relacao da

Casa da Suplicarlo

Chañe. 14 AF. U\ n^ 11. Fls. 13. 14<k-. n" 1

llS2 Ix'sCeiro da cámara Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 12. Fls. 74. 14<x. n" 5

US2 Ix'siein) de cavalo Ctianc. 14. AF. V. Uv. n" 04. Fls. 17v. 14tx. n" 6

MS2 tiesiein) de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 04. Fls. 27v, 14<x'. n" 4

11'>2 iK'sieín» de cavalo Chañe. 14. Al". V, Liv. n" 12, Fls. 13v. 14(x'. n" 2

1152 liesleiro de cavalo Chañe. 14. Al'. V. Uv. n" 37. Fls. 15. 14<k-. n" 3

ll52 escTiváo da coudelaria Clianc. 14. AF. V. Uv. n" 03. Fls. Uv. 14<x. n" .3

H52 guardador das malas Chañe. 14. Al. V. Uv. n" 12. Fls. 113. Rx. n" 3

1|52 guardador dxs malas Chañe. 14. Al. Uv. n" 12. Fls. 11.3. 14<x. n« 16

ll52 monleiro e guardador Chañe. 14. Al'. Uv. n" 12. Rs. I15v. 14<k. n" 2

H52 vedor das obras do mosieiro de Si' María da Vitória Chañe. 14. AF. Uv. n" 12. Fls. al. l)<x'. n" 2 H5.5 lx"slein> de cavalo Cihane. 14. Al. V. Uv. n" 0.3. Fls. 29\-. 14rx. n" 1 1153 tx'sieiro de cavalo Cliane. 14. AF. V. Uv. n" 03. Fls. 55. I4(x. n" 1 1153 Ixsleíio de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 04. Fl.s. .36v. I4(x. n^H

1153 Ixsieiro de cavalo atraíale Cliane. 14. Al. V. l.iv. n» 03, Fls. 11. I4(x-. n" 1

M53 coudel Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 04. Fls. .46. D<x". n" 5

H53 monieini e guardador Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 04. Fls. 72. 14<x. n" 2

1151 Ixsieini da cámara Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 10. Fls. 91v. 14<x. n" 2

1154 Ix'sleiro da cámara Chañe. 14. AF. Uv. n" 10. Fls. 100. 14<x. n" 5

115) Ixsieiro da cámara losador Chañe. 14. aF. V. Uv. n" 10. Rs. 66. l>x'. n" 3

M5Í Ix'sieini de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 10. Rs. 34v. 14<x'. n" 6

1155 hesteiro da cámara Cliane. 14. AF. V. Uv. n" 15. Rs. 13.3v. 14<k'. n" 6

M55 Ix-sieiro da cámara atraíale Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 15. Fls. 62. 14<x'. n" 2

H55 contador dos conlos Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 15. Fl.s. 49. D<x". n" 2

H55 escriváo cbs sisas regias Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 15. Fls. 51. Drx". n" 3

H56 Ix-sieiro da cámara Chañe. 14. AF. W Uv. n» 13. Rs. 3(h . 14<x-. n" 1

l-45<) Ix-sleito da cámara Chañe. D. AF. Uv. n" 13. Fls. 182. 14<x'. n" 1

H56 Ijeslein) da cámara s;ipaleiro Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 13. Rs. l44v. Dcx. n" 1

115<) IX'Steiro de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 13. Fl.s. 70\-. 14<x'. n" 1

H5() besleiro de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 13. Fls. 72. 14<x. n" 3

1156 liesleiro de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 13. Fls. H7v. 14<x. n** 6

1456 IX'Sleiro de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 13. Fls. 87v. 14<x. n" 7

145() Ix'steiro de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 13. Fls. 149. 14(k-. n" 2

145(> Ixsieiro de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 13. Fls. I67v. 14<k". n" 3

(6)

176

LIVRO DE HOMENAGEM

-

PROFESSOR DOUTOR HUMBERTO CARLOS RAQUERO MORENO

ANO

funcAo

PROFISSAO FONTE

HVi monicín> c Kiunkulor C.hanc, D. Al. lai . n'-' 15. Hs. 11". IXx. n" 5

14% immlcini c xiianluilor r.hani. D. Af \'. Lic. n" 15. Fls. 11". Doi. n" 6

UÍK (Li cámara bartx-in) ("lianc. n. .Af. Lie n" 35. Hs. 15i . Dix. n'' 1

U5K Ix-Mcirc) lie cai ali» Chañe. D. Al". Lic. n" .Vi. Fls. 8c lXx\ n'' 2

I-íW moniciro c xiianladiir Chañe. D. Al. W Lic. n" 01, Fls. 124. Dix-. n» 4

1-Í58 monicíri) c {(iiarilailor (duinc. D. Al". V, Lic. n" .Vi. Fls. 91c. l>x'. n" 5

145K moniciri) e ¡{uarilailor Chañe. D. Af. V. Lic. n" .56. Fls. 115. Dix'. n" 2

H58 iiumlcin) e giianlailor Chañe. D. Af. V. I.ii'. n" .56, Fls. 25,5c. Doc. n" 4

HW miinicini e giianlailor Chañe. D. Af. \: Lic. n" .57, Fls. 110. Doc. n» 2

H59 Ix'Mcin) lia cámara Chañe. D. .Af. A", Lic. n" 35, Fls. .56c, Doc n® 2

U59 IxMcini lia cánura Chañe. D. Af. lái n° .Vi. Fls. 1.58. Doc n" 3

HÍ9 Ix-Mcini da cáiiura Chañe. D. Af. Uc. n® .Vi. Fls. 241. Doc n® 2

H^9 tx.slcini da cámara Chañe. D. ,Af. V. Uc. n" .Vi, Fls. 241. Doe n® 4

1459 Ixsicini da cámara Chañe. D. .Af. V, Lic. n" 36, Fls. 241, Doe. n° 5

1459 IxMeirci df i-avalo Chañe. D. Af. V, Lic. n® 35. Fls. .51c. Doe n° 4

1459 Ix'Mcin» df cacalo Chañe. D. Af. V, Lic. n® .55, Fls. .51i'. Doc. n® 5

1459 Ix-Mcin) df i-avalo Chañe. D. .Af. \', Lic. n° 35, Fls. .51i'. Dix. n° 6

1459 IxrMfiro df c~avalo Chañe. D. Af V, Lic. n" .Vi, Fls. 1 l(h. Dix'. n= 2

1459 Ix-Mfiro df cavalo Chañe. D. Af \', Uc. n® .Vi, Fls 252c. Dix". n® 4

1459 monifín) f xtianUdor Chañe. D. Af. \'. Lii . n" 36. Fls. 115. Doc n® 1

1459 monifiro f xi'ardador Chañe D Af V. Uc n® .Vi. Fls. 115 Doc. n® 3

1459 monifin) f xuardador Chañe. D. .Af. V. Lic. n" 36. Fls. 116. Dix. n° 4

1459 monlfin> f guaidailor Chañe. D Af. V, Lic. n® .56, Fls, 124. Dix. n® 1

1459 monifin) f giianlador Chañe. D. Af. V, Lic. n" ,56. Fls, 243. Doc. n® 1

1459 monifin) f guardaiior Chañe. D. Af. V, Lic. n® 36, Fls. 243. Dix. n® 2

1459 mnnifin) f guardador Chañe. D. Af. V, Lii'. n® .Vi, Fls. 24.5 Dix'. n® 3

1459 solicitador regio e pnxurador de tixias as térras da corte e reguengos Chañe. D. Af. \', Lic. n® .Vi, Fls. 239\'-240. Doe. n® 3

1462 lx.*N(firo lU cámara Chañe. D. Af. \'. Lic. n® 01, Fls. 25c Dix. n® 5

1462 Ix'Nifin) lia lámara Chañe. D. Af. V, Lic. n® 01, Fls. 28c. Doc. n® 4

1462 Ix'clfiro da cámara Chañe. D. Af. V, Lic. n® .55, Fls "8 Doc. n® 3

1462 IxMfin) df cacalo Chañe. D. Af. \', Lic. n® 01, Fls. 58c Dix' n® 4

1462 Ix-Mfito df cacalo Chañe. D. Af. Uc. n® .58, Fls 32. Doe. n® 4

1462 monlfiro f guardador Chañe. D. Af. \', Lic. n® 01, Fls. IfXic. Dix. n® 2

1463 IxMfiro lia cámara Chañe. D. Af. V, Lic. n» 01, Fls. 1.51c. Doc. n® 1

1463 Ix'Mfiro df cacalo Chañe. D. Af. V, Lic. n" 09. Fls. 45. Doe. n® 4

1463 l*?Mfiro df cacalo Chañe D Af. \', Uc. n® 09. Fls. 93. Doe. n® 6

1463 IxíMfiro df cacalo Chañe. D. .Af \'. Lic. n® 09. Fts. 121 D.x n® 1

1463 poiifiro d<» conti» Chañe. D. Af. 5", Uc. n® 09, Fls. 155. Doe. n® 1

1464 Ix'Mftn) da cámara Chañe. D. Af. V, Uc. n® 08, Fls. 58. Dix. n® ^

1464 IxMfiro df cacalo Chañe. D. Af. \', Lic. n° 08, Fls. 161c. Dix. n® 4

1464 bfsifiro ilf cacalo Chañe. D. Af. V, Lic. n® 08, Fls. POi-, Dix. n® 2

1464 monlfiro f guardador Chañe. D. Af. V, Lic. n" 08, Fls, 62c. Doe. n» 4

1465 montfiro f guardador Chañe. D. Af. V, Lic. n" 08, Fls. 173 Dcx. n® 1

1466 Ix-Mftro da cámara Chañe. D. Af. \', Lic. n" 28, Fls. 115c. IVx. n» 2

1466 Ix-siftni da cámani alfaiate Chañe. D. Af. \\ Uc. n® 14, Fls. 2c. Doe. n® 1

1466 lx-Mfin> lia cámara torneito Chañe. D. Af. Uc. n" ,57, Fls. 83c. Doe. n® 4

1466 contador regio Cliane. D. Af. A", Uc. n® 14, Fls. 82. Doc. n® 3

1466 montfiro Chañe. D. Af V, Uc. n® 38, Fls. 5"i. Dcx'. n® 6

1466 montfiro Chañe. D. .Af. A', Lii'. n® 38, Fls. 57i. Doc. n° 7

1466 montfiro e guardailor Chañe. D. Af. A', Lii-. n® 14, Fls. 66c. Dix'. n° 3

1466 montfiro e guardador Chañe. D. Af. A', Lic. n® .57, Fls. 8.5c. Dix". n® .5

1468 almoxarilf Chañe. D. Af. A', Lic. n® 28, Fls. 5. Doc. n® 1

1468 Ix'clfin» lia cámara Chañe. D. .Af A', Uc. n® 55, Fls 112. Dcx n® 4

(7)

ANO

funcAo

PROFISSAO FONTE

liM lx'.stciro (Je civulo Chañe. 1). Af. \'. n" 31. FIs. 92. l)<x. n" 2

U(>8

munitnn)

c

{{uunluclor

Chañe. D. Af \' n" 28. FIs. 61v. Ifix. n" 3

montdru e

{¡uanLiiIor

Chañe. 1) .Af. n" 31. FIs. -i6v. I)(K'. n" 3

nw

apaa'lliador da obra de Si'. .\l'. da Viiiiria

Chañe. 1). Af. n" 31. FIs. 61. D(k . n" 3 ItW Ix-stdro da diinara caldflífiro Chañe. D. Ai. V. n" 31. FIs. 36. l)<x. n"-' -t 1169 monidro Chañe. 1). Af. V. n" 28, FIs. 99. l)<x. n" 1

1169

vassaio réjjio

Chañe. I). Af. V. n" 31. FIs. 121v. l)<x'. n" 3

U7ü

portdro dos ionios da cas; regla

Clianc. 1). Af. jv. n" 31. FIs. l-i6v. IXx. n" 1

H7i hesidro da cámara Chañe. D. Af. n" 22. FLs. -19. fXx. n" 3 U7| bcstdro da cámara Chañe. D Af. V. n» 22. as. 106v l>x. n" 3

1171 Ixstdro de lavalo Chañe. D. Af. n" 16. FIs. 103. D<x. n" 2 1-171 ÍKisidro df cavalo Chañe. D. Af. V. n" 17. FIs. 69. 1)(X. n" 2 1-171 Ix'stdro de i'avalo Chañe. D. Af. V. n" 22. FIs. 80. D(x. n" 2

ll71 Ix-sidro df cavalo Cliane. D. Af. V, n" 22. as 106v. l)<x. n" 2

1171 licstdro df cavalo

Ixirqufiro

Chañe. 1). Af. n" 21. as. 33v I)<x-. n" 3 1171 Ixsidro df cavalo

•sapatfiro

Cliane. D. Af. V. n" 21. as. 33v. IXx'. n" 2 ll71 lifsidro do conlo Chañe. D. Af. V. n" 21. as. 16. I)<K-. n" 1

1171

monidR)

f

jiuardador

Chañe. D. Af. V, n" 16. FIs. 33v. IXx. n" 3

1171

montdro f

jtuardador

Chañe. D Af. V. n» 16. FIs. 126 Dtx. n" 3

1172 Ixsidro da cámara Chañe. D. Af. V. n" 29. as. 36v. 1)<k. n" 1

1172 bcstfiro da cámara Chañe. D. Af. V. n" 29. FIs. 36v. Dix. n" i

1172 Ix'stdro da cámara Chañe. D. Af. V, n" 29. FIs. -13. l)<x. n" 3 1172 bfsidro da cáiiura Chañe. 1). Af. V. n" 29. FLs. 83. l)<x- n" 2 H-2 Ixsicin) df cavalo Chañe. D. Af. V. n" 29. as. 31 I>(X n" 3 1-172 hfsidro df cacalo Chañe. D. Af. \'. n" 29. as. l33v. l)(x'. ns 3 1-172 hcsieiro df cavalo Chañe. D. Af. V. n" 29. FIs. 137. l)(x. n" 6 1-172 hfsidro df cavalo Chañe. D. Af. V, n" 29. FIs. 183. l)<x. n" 2 1-172 Ix-sidro df cavalo Cliane. D. Af. V. n" 29. FLs. 183. D(X. n" 3

ll72 bfstf iro df cavalo Chañe. D. Af. \'. n" 29. as. 183v. l)<x. n^' 1 ll72 bfsidro df cavalo Chañe. D. Af. W n" 29. as. 203v. 1)<k. n" 2 1-172 bfstdro df cavalo Chañe. D. Af. \\ n" 37. as. 93. Dix. n" 3

1172

monidro

f

guardador

Chañe. D. Af. V, n» 29. FLs. 83v. I)<k. n" 2

1-173 Ixsifiro da cámara Chañe. D. Af. V, n" 33. FLs. 86. Lkx. n" 2

1-173 txsifiro da cámara Chañe. D. Af. V. n" 33. FIs. 213 1)<k . n" 3 H73 Ixsifiro da cámara Chañe. D. Af. V. n» 33. FIs. 213v. l)<x-. n" 1

U73 Ixsifiro df cavalo Chañe, ü. Af. V, n" 33. FLs. 6v. Dix. n" 3 1-173 tx-sifin) df cavalo Chañe. D. Af. V. n" 33. FIs. 33v. Dix-. n" 3 H73 Ixsif iro df cavalo Cliane. 1). Af. V. n" 33. FLs. 110. l)íK . n" 1 1173 bfstflro df cavalo Chañe. 1). Af. n" 33. FLs. 213. l)<x. n" "

U73

monifiro f

(¡uardador

Clune. D. .Af. V. n" 33. FLs 161v 1)<k n' 2

U74

monifiro f

};uardador

Chañe. D. Af. V. n" 06. FLs. 98. D<x. n" 6

1173 bfstfiro da cámara Chañe. D. Af. V, n" 30. FLs. 117. IXx. n" A 1-176 fscriiáo dos feitos Chañe. D. Af. V. n" 07, FIs. 9v. l)<x-. n" 1

U79

montfiro f

jiuardador

Chañe. D. Af. V. n" 26. FIs. 69. 1)(X. n** 1

1180

momciro c guardador

Chañe. D. Af. V. n" 32. FLs. 103V. D(x-. n" 1

ll81 fscriváo do almoxarifado Clune. l). Af. V. n" 26. as. lis LXx n" 3 1-181 homem do almo.xarifado Chañe. D. Af. n" 26. as. 133V. D(x. n' 3

(8)

178

LIVRO DE HOMENAGEM

-

PROFESSOR DOUTOR HUMBERTO CARLOS SAQUERO MORENO

1. Privilégio(s)

Sendo a concessáo de aposenta^áo, por si só, um privilégio para o beneficiado, situa^oes

há em que esta conduz a outras situa^óes de privilégio.

Vejamos. Se um vassalo régio mantem todos os priviiégios, liberdades e isengóes,

ineren-tes á sua fun^áo social de vassalo, no momento em que é aposentado, o mesmo poderá nao

acontecer, por exemplo,

com um besteiro do cavalo. Este, ao receber a aposenta^áo, vé ser-lhe

atribuida uma

outra fungáo social, a de vassalo régio, passando assim a usufaiir dos priviiégios,

liberdades e isen^óes dos vassalos régios, muito embora ele o nao tenha sido até á data^^.

Neste sentido, passamos á apresenta^áo do quadro seguinte:

Quadro n.° 2

Ano

FuncSo

Social

ProfissSo Idadc

AposentafSo

com

o

privilégio de

S'd amo - S I 70 vassalo

lj.w - - - vass;ilo

1440 - - - vassalo

1440 iK'.steiro de cavalo - doenca vas.salo

1442 acontiado lavrador - besteiro de cavalo

H»2 - mea-ador - Ix'steiro de cavalo

H42 acontiado - - vass;ilo

m3 criado - liesleiro de cavalo IH'I acontiado - -

\assaIo régit)

HÍS - - -

va.ssalo régio

1446 acontiado - c 70

vassalo régio

1449 acontiado - c, 70

vassalo régio

1434 - lavrador s/I 70 besteiro de cavalo

1433 - - -

va.ss;ilo régio

H33 - - -

vas.salo régio

H39 criado - besteiro de cavalo

H63 esciideiro - c 70

vassalo régio

1463 - alfaiate

vassalo régio

1466 -

picheleiro

c/ 70

vas.salo régio

1471 - - s/I 70

va.ssalí) régio

1471 amo - - besteiro de cavalo

1471 criado - -

va,s.salo régio

1471 acontiado em c-avalo r.iso - s t 70

vas.saIo régio

1472

escudeiro régio. criado

- s/t 70

va.s,salo régio

1472 criado s/t 70

va.s.salo régio

1473 - -

vassalo régio

1473 amo -

va.ssalo régio

1473 amo -

va.s.salo régio

1476 acontiado s/1 70

vass;ilo régio

Numa outra perspectiva, refira-se aínda o

caso dos acontiados em

cavalo, que se encontravam isentos de deter

minadas obrigagóes, nomeadamente o de trabalharem nos castelos e fortificacóes, de qualquer servido concelhio,

que nao fosse ordenado pelo concelho, iiem como da aposentadoria passiva. Onletmgóes Afonsinas, Livro I, Título

LXXI, Cap. 11, p. 499.

(9)

2. Com

a

idade

de...

Como

nos refere a legisla^ao, era condigáo essencial ter idade de 70

anos para se ser apo

sentado. No

entanto, a análise do

fundo documental permite-nos verificar que nem sempre este

preceito foi cumprido. Competia, assim, ao monarca determinar a quem devia/queria conceder

a aposentafáo,

sem que este tivesse atingido a referida idade. Muitas das vezes esta era conce

dida, por incapacidade física para a realizagáo de determinadas fungóes, nomeadamente as de

natureza militar, ou a título de recompensa por servidos relevantes prestados ao Reino.

Atentemos ao quadro que se segue:

Quadro n.® 3

Aposentados por

idades

Ano N." de Apaacntaffles Com 70 anos Sem ter 70 anos S/Referencia

V Data 15 6 4 5 1439 29 18 3 8 1440 22 8 14 1441 56 25 18 12 1442 108 66 28 14 1443 108 78 19 11 1444 124 93 15 16 1445 66 49 7 10 1446 25 21 1 3 1447 0 - - -1448 0 - - -1449 23 8 7 8 1450 140 92 18 30 1451 123 86 17 20 1452 61 32 12 17 1453 50 30 9 11 1454 59 29 19 11 1455 66 38 19 9 1456 101 59 27 18 1457 7 4 2 1 1458 31 7 13 11 1459 123 39 56 28 1460 5 1 3 1 1461 8 2 6 -1462 92 26 57 9 1463 71 24 37 10 1464 79 12 51 16 1465 12 4 6 2 1466 90 33 47 10 1467 11 2 8 1 1468 75 27 41 7 1469 55 19 27 9 1470 15 2 10 13 1471 187 64 108 15 1472 76 21 44 11 1473 46 10 25 11 1474 3 2 1 1475 74 17 47 10 1476 27 10 16 1 1477 0 ■ ■ -1478 1 1 1479 1 1 1 1 1480 4 1 2 1 1481 5 1 2 2

(10)

180

LIVRO DE HOMENAGEM

-

PROFESSOR DOUTOR HUMBERTO CARLOS SAQUERO MORENO

Como podemos verificar, ao longo da primeira metade do reinado de D. Afonso V, isto

é, até fináis da década de 50, o priviiégio da aposentagáo foi atribuido maioritariamente aque

les que possuíam a idade legal, no entanto, a partir da segunda metade do seu reinado a ten

dencia inverte-se.

Neste sentido, as perguntas que se nos colocam sao as seguintes:

Tratar-se-á de uma mudanza de atitude por parte do monarca face á concessáo destas car

tas de aposentagáo?

Estará esta mudanza relacionada com a intensificagáo da presenta militar portuguesa

em

África?

Poderá fazer-se a associagáo entre este fenómeno e a necessidade régia -

de forma con

tinuada -

de exercer o

priviiégio?

Apreciada a actuagáo política levada a cabo pelo Africano, na verdade, parece-nos ser

possível associar á concessáo de cartas de aposenta^áo, uma estratégia de priviiégio

direccio-nada para aqueles que haviam prestado servido ñas pragas de Norte de África^'^, bem como para

aqueles que, num momento particularmente conturbado do reino, teriam estado ao seu lado na

batalha de Alfarrobeirai^.

3.

A

pedido

Pertencendo a el-rey soomente apousentar alguem, nao é de estranhar que a ele fossem

dirigidos pedidos, pelos próprios ou através de «mediadores,

em troca de servidos já presta

dos ou a prestar, de alguma compensagáo económica ou do simples "dever de um favor"»^^,

para que desembargasse determinadas cartas de aposenta^áo.

Nao podemos,

neste sentido, deixar de realzar, o

facto de o maior número de concessóes

destas cartas, se seguirem a períodos particularmente importantes na história do reino, como

sejam as campanhas de Marrocos. Assim, um ano após a conquista de Alcácer Ceguer

(1458),

o número de aposenta^óes concedidas por iniciativa régia é bastante elevado, tal como o é,

também,

o

número de aposentagóes outorgadas a pedido. O

mesmo acontece no ano de 1464,

um ano depois da segunda tentativa frustrada da conquista da cidade de Tánger.

Vejam-se, por exemplo,

os casos de Vasco Louren?o, morador na cidade de Lisboa, aposentado por ter servi

do D.

Joáo I e D.

Duarte na cidade de Ceuta, durante 18 anos. lAN/TT, Chancelaria D.

Afomo V, Liv. 18, fl. 36, Doc.

2; de Gomes Vasques, besteiro da cámara regio, aposentado por ter servido em Tánger, lAN/TT, Chancelaria de D.

Afonso K Liv. 27, fl. 6v, Doc. 2; de Joáo Vasques, carpinteiro, besteiro da cámara régio, morador em

Montemor-o-Velho, por servidos prestados no cerco de Alcácer Ceguer, lAN/TT, Chancelaria de

D.

Afonso V, Liv. 38, fl.

35, Doc.

4; de Diogo Gomes, morador em Soure; de Alvaro Martins, vassalo régio, morador em Soure; de Mem Pedro,

boti-cário, vassalo régio, morador em Lisboa; de Pero Vasques, requeredor das sisas das herdades, vassalo régio, mora

dor em Lisboa; de Vasco Rodrigues, vas,salo régio, morador em Ponte de Lima, todos eles pelos bons servidos pres

tados na armada e conquista de Arzila e cidade de Tánger, lAN/TT, Chancelaria de

D.

Afonso V, Liv. 22, fl.

34v, Doc.

1; Doc. 2; fol. 46v, Doc.

8; fol. 82, Doc. 2

e fol. 103v, Doc. 2, respectivamente.

Vejam-se os casos de Femando Afonso. tosador, besteiro da cámara régio, morador em Santarém, lAN/TT,

Chancelaria de D. Afonso V, Liv. 37, fl. 121, Doc. 2; de Louren^o Gomes, besteiro da cámara régio, morador em

Avis, lAN/TT, Chancelaria de

D.

Afonso V, Liv. 13, fl.

98, Doc.

3-Ana Maria S. A. Rodrigues, Espagos, Gente e Sociedade no Oeste. Estados sobre Torres Yedras Medieval,

Patrimonia Histórica, Cascáis, 1996, p. 294

(11)

Quadro n°

4

Aposenta^des

concedidas a

pedido

Ano

N."

de

Aposentafdes

Aposentados

concedidos a

pedido

S/ Daüi 15 3

1439

29

3

1440 22 5 1441 56 7 1442 108 21

1443

108 11 1444 124 10 1445 66 5 1446 25 2 1447 0 0 1448 0 0 1449 23 2 1450 UO 9 1451 123 6 1452 61 4

1453

50 4 1454 59 10 1455 66 15 1456 1(M 11 1457 7 2 1458 31 7 1459 123 25 1460 5 2 1461 8 4 1462 92 29

1463

71 16 1464 79 43 1465 12 1466 90 34 1467 11 8 1468 75 28 1469 55 13 1470 15 3 1471 187 20 1472 76 14 1473 46 4 1474 3 0 1475 74 17 1476 27 7 1477 0 0 1478 1 1 1479 3 0 1480 4 1 1481 5 0 TotaLs 2279 410

(12)

182

UVRO DE HOMENAGEM

-

PROFESSOR DOUTOR HUMBERTO CARLOS RAQUERO MORENO

Neste caso concrecto, o das aposentagóes concedidas a pedido, podemos também verifi

car que o número de beneficiados sem terem idade de setenta anos é bastante elevado, ou

melhor, notoriamente superior aos aposentados legalmente.

Quadro n,- 5

Idade com

que

foram concedidas aposenta^des a pedido

Sem referencia

53

Com

70

anos

46

Sem

ter 70

anos

311

Meramente a título de pormenor, dos 311 aposentados sem terem atingido a idade de 70

anos, só em sete casos sao mencionadas as razóes que, de alguma forma, nos permitem enten

der a antecipa^ao da aposentagáo. Referimo-nos a uma deficiencia física (cegó), e aos servidos

prestados, quer ñas guerras passadas, quer ñas pragas de África.

Tendo ainda por referencia os aposentados a pedido de outrém, parece-nos útil proceder

á identificagáo da actividade exercida pelos aposentados.

Para o efeito, consulte-se a seguinte tabela:

(13)

1

X 2

3

s! 2* "5 2*

1

2 c 3 n

5

2

1

i

R tt "5 X c. "5 r:-u £. a X u fí» TOTAIS - - - Alfilútc-- AlllKKTtVf - - - Bartx-iro --

Caipinitirt)

- Camitin» - Cascin) - 0)ntad(>r da mocda •- 0)rrei()r - Ottinlidn) iTKir -Ciilcldrc) -

Encarregado de quinta

- Ejicriváo da sis;i.s

-

Fornaivin) do pono da mocda

- - - Uvrador - Mamtcm) - - Mmador - - Monlomo - Odrein) - - OIdn) •- Oiirives - I'dxdn) Iw Pescador -- - Picheldfo -N. - tiapaldn) - Servidor do inosteiro - - Talieliáo - Tanoeiro - Tomdro - Valaikw = Velador de vástelo

(14)

184

LIVRO DE HOMENAGEM

-

PROFESSOR DOUTOR HUMBERTO CARLOS RAQUERO MORENO

Conclusáo

Os parámetros que nortearam este trabalho nao nos permitem tirar quaisquer conciusóes,

nem era esse o nosso objectivo.

A nossa primeira inten^áo foi, á semelhan^a do que já tem vindo a ser feito por diversos

historiadores, através da realizagáo de distintos trabalhos científicos, do qual o do Professor

Baquero Moreno foi pioneiro^^, chamar a aten^áo para um

-

dos muitos - aspectos particula

res deste fundo documental.

Tratou-se de enunciar de uma

forma breve, quantitativa e sinóptica, como

o título indica,

a problemática da

-

A aposentagáo no reinado de D.

Afonso V: uma análise quantitativa e

esta-tística -, ponto de partida para qualquer estudo mais aprofundado sobre o tema. Deve, pois,

ser entendido como

tal.

E sobretudo como uma homenagem ao nosso Professor, o qual, na oportunidade certa

nos permitiu participar de um projecto por ele sempre acarinhado.

Humberto Baquero Moreno, A Batalha de Alfarrobeira. Antecedentes e

significado histórico, 2 vols., Coimbra,

Imprensa de Coimbra Limitada, 1979.

Referências

Documentos relacionados

O primeiro passo para introduzir o MTT como procedimento para mudança do comportamento alimentar consiste no profissional psicoeducar o paciente a todo o processo,

De acordo com Cancian (2015), quando o teor de água aumenta, a resistência do solo a penetração tem seus valores diminuídos pela redução das forças de coesão que atuam entre as

A reforma do aparelho do Estado não pode ser concebida fora da perspectiva de redefinição do papel do Estado e, portanto, pressupõe o reconhecimento prévio das

As viagens tinham como principal razão: principal razão: as peregrinações/ culto dos lugares as peregrinações/ culto dos lugares

Principais fontes de financiamento disponíveis: Autofinanciamento: (corresponde aos fundos Principais fontes de financiamento disponíveis: Autofinanciamento: (corresponde aos

No Turno Integral, os alunos participam do Programa Inglês Todo Dia Learn Makers, recebem orientações diá- rias para os estudos, frequentam atividades esportivas,

3 O presente artigo tem como objetivo expor as melhorias nas praticas e ferramentas de recrutamento e seleção, visando explorar o capital intelectual para

 Local da prova objetiva seletiva para o mestrado e prova subjetiva seletiva para o doutorado em Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, Departamento de