Andrea Paula Reis
Antonio Pestaña de Vasconcelos *
Introdugüo
O
tema que hoje se apresenta teve por base um projecto de investigagáo realizado sob
a orienta^áo do Professor Humberto Saquero Moreno. Referimo-nos ao trabalho de elaboragáo
dos índices da Chancelaria de D.
Afonso V
^ -
sumaria^áo e elabora^áo de índices onomásti
co, toponímico e cronológico -
abrangendo, como a denominagáo do mesmo indica, os 38
livros da chancelaria deste reinado.
Neste sentido, procuramos no referido espólio, um tema, dos inúmeros existentes neste
fundo documental, que de alguma forma se inserisse no ámbito dos trabalhos realizados por
este Historiador. É neste enquadramento que surge, como hipótese de trabalho, o
tema da
apo-senta^áo^.
A
legisla^áo
Sáo escassas as referencias legislativas directas á aposentagáo ao longo de toda a Idade
Média.
Esta nao se encontrava regulamentada nos forais e, por outro lado, apenas temos
conhe-cimento de uma lei das Ordenagóes Afonsinas, que se refere directamente á aposenta^áo: "(...)
pertencia a el-rey soomente apousentar alguem por haver hidade de setenta annoi> (...)".
Assim, o legislador só pontualmente se Ihe refere, mencionando-a indirectamente,
como por exemplo, quando legisla sobre as obriga^óes de carácter militar e sobre as finan
zas do Estado"^.
O
que nao Ihe retira importancia, uma vez que todo aquele que recebia o estatuto de
aposentado, passava a usufruir de determinados privilégios, em consonancia com a sua
fun-Záo social, e ou actividade exercida.
Neste sentido, podemos compreender as crescentes dificuldades que a sua concessáo foi
conhecendo. Vejamos, em termos muito genéricos, um pouco da sua evolugáo.
Sáo bem conhecidas as práticas que, a este respeito, se observavam já em tempos de
Pedro I, quando se apontava para a necessidade da presenta do almoxarife e do seu escriváo
* Professora do
Ensino Secundário.
"
Mestre em Historia Medieval. Técnico Superior da Universidade Portucalense Infante D. Henrique.
'
Indices temático, onomástico, tof>onímico e
cronológico da chancelaria D.
Afonso V, projecto de inve.stiga^^ao
n«109.2.4. (91) da Comi.s.sáo Nacional para as Comemora^óes dos Descobrimentos Portugueses / Universidade
Portucalense Infante D. Henrique.
- Entendemos por Reinado de D. Afon.so V o período que vai desde a morte de D. Duarte até a morte do
Africano, já em 1481.
Ordenagóes Afonsinas, Fundaváo Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1984, Liv. II, Título XXXXVIII, p. 309-310.
Sobre este assunto, veja-se por exemplo, Ordenagóes Afonsinas, , Liv. I, Titulo LXXl, Cap. 10, p. 496. e Título
LXVII, p. 402.
172
LIVRO DE HOMENAGEM
-
PROFESSOR DOUTOR HUMBERTO CARLOS RAQUERO MORENO
ñas reunióes de concessáo de aposentagóes 5. É igualmente certa a participagáo dos
correge-dores neste processo, a quem competía inviabilizavar as cartas de aposentayáo que nao tivessem
confirmagáo régia.
Mais tarde, já no reinado de D. Fernando, esta vigilancia permanece. Por isso, nao é de
estranhar a exigencia feita para o candidato á aposenta^áo se apresentar pessoalmente perante
os oficiáis de justiga, para que,
pelo seu aspecto, se pudesse confirmar, ou nao, a idade de
seten
ta anos. A que acrecía, aínda, um interrogatorio feito a distintas testemunhas, na presenta dos
almoxarifes, escriváes e procuradores do concelho^.
Tal situa(;:áo parece ser ainda norma no reinado de D. Afonso V, como podemos consta
tar por uma carta datada de 17 de Fevereiro de 1444, segundo a qual, Joáo Louren^o, morador
em Avis, acontiado em besta de garrucha e armas, recebe aposenta^áo, com a idade de 70 anos
vista per nos
sua
pesoa aqual nos
pareceo aver
a
dicta idade
A
estratifica^áo social
Partindo da nomenclatura utilizada pelos escriváes para designar os vários beneficiados
da aposenta^áo, podemos ter uma nogáo, ainda que parcial, da estratificagáo da sociedade
Afonsina. Sendo uma sociedade assente na capacidade económica para possuir, ou nao, cáva
lo e armas, esta irá, pela própria natureza do beneficio e dos privilégios que a ela estáo
asso-ciados, revelar uma estratificagáo sócio-militar.
Neste sentido, o aposentado, dada a sua condi^áo, na sua maioria, de militar, poderia
receber privilégios de vária natureza. Estes poderiam ser económicos, como o da isengáo de
pagamento de determinados impostos régios e concelhios; sociais, como o da isen^áo de ser
tutor e curador e do direito da aposentadoria; laboráis, como a isengáo de ir com presos e
dinheiros; e militares, como a isengáo de, após a concessáo da aposenta^áo, ser obrigado a par
ticipar em alardo e de manter cavalo e armas, entre outros
Análise do
fiindo documental
I. O
fundo documental em referencia permitiu-nos contabilizar 2279 documentos relacio
nados com a aposenta^áo, para um período que vai de 1439 até 1481.
1. A
análise deste conjunto de diplomas mostrou-nos náo ser possível identificar a fun^áo
/profissáo de cerca de 219 individuos. Dos restantes 2060 documentos, 72 náo registam
qual-quer tipo de fungáo social, referindo, no entanto, a profissáo.
Neste sentido, a avalia^áo feita aos 1987 documentos que identificam a fungáo social do
beneficiado, permite-nos apresentar os seguintes resultados:
^ Henrique da Gama Barros, Historia da Administrando Pública em Portugal, séc. XII a XV, 2® edi^áo, Lisboa,
Livraria Sá da Costa, 1945, Tomo III, p. 68.
Ordenagóes
Afonsinas, Liv. II, Título XXXXVIII, p. 309-310.
'
Chancelaria de
D.
Afonso V, Liv. 24, fol. 24v, Doc. N"
5.
Collegáo de
Cortes, ma?o 1, fol. 191 e 215v, art. 45 e 91.
Acontiados
(ñas diversas armas)
551
Besteiros (de garaicha, de polé, do conto, regio, etc.)
424
Monteiros e guardadores
152
Vassalos (régios) ''
762
2. Urna outra leitura relativamente á idade do beneficiado, pode também ser feita a par
tir do estudo deste mesmo
acervo documental.
Sabendo nós que uma das condi^óes necessárias para a aposenta^áo era ter setenta
anos de idade, os resultados obtidos nao apresentam uma grande diferen^a numérica entre
os que possuiam a idade certa e os que ainda a nao tinham atingido (nao considerando os
sem referencia).
S/referéncia
380
Com
70
anos
1067
Sem
ter 70
anos
832
Características do
fundo
documental
II. Embora o
fundo documental contemplado seja constituido por diplomas que referem
aposentagoes, nem todos sao cartas de
aposentagáo. Expliquemo-nos.
Muitos deles sao cartas de nomeagáo
de uma determinada pessoa para um determinado
cargo ou fun^áo, em substituigáo de uma outra que foi aposentada. Neste caso, a informa^áo,
embora dada de forma indirecta, também foi, para nós, igualmente válida.
Numa tentativa de evitar repeti^óes, tivemos o cuidado de proceder á análise de todo o
fundo documental,
com o
objectivo de encontrar a carta de aposentagáo correspondente. Assim,
para um total de 2279 documentos, apenas para 207 cartas de nomeagáo, náo nos foi possível
encontrar a carta de aposentagáo correspondente.
Esta situagáo náo se restringe a um determinado ano ou período, o
que, eventualmente,
nos poderia levantar determinadas questóes, mas apresenta-se distribuida de
forma uniforme ao
longo de todos os anos do reinado de D.
Afonso V.
A apresentagáo do quadro que se segue, dará maior visibilidade ás consideragóes feitas a
propósito da documentagáo em estudo^^
Relativamente a aposentagáo dos acontiado veja-se: Ordenagóes Áfottsinas, , Liv. I, Título LXXI, Cap. 10, p. 496.
No que se refere a aposentagáo dos monteiros e guardadores, veja-se Ordemigóes Afonsinas, Liv. I, Título
LXVII, p. 402.
"
No que respeita aos vassalos aposentados pela idade legal, estes náo eram obrigados a ter cavalo, besta ou
arma. No
entanto, os agraciados com o privilégio da aposentagáo, sem terem atingido a dita idade, sáo
constrangi-dos a manter os seus arneses, ficando sujeitos a perder o dito privilégio se os náo tiverem. Ordenagóes Afonsinas,
Liv. I, Título LXXI, Cap. 12, p. 500.
Neste trabalho únicamente centramos a no,ssa atengáo na apresentagáo de alguns exemplos que a documen
tagáo integra; isto é, ca.sos de nomeagóes que referem a aposentagáo, verificagáo da idade do candidato,
174
LIVRO DE HOMENAGEM
-
PROFESSOR DOUTOR HUMBERTO CARLOS RAQUERO MORENO
Quadro n.° 1
Nomea^des
que
referem aposenta9des
ANO
funcAo
profissAo
FONTESel iK-Mcin» de cavaUi Chañe. O. Af. \'. l.iv. n" 34. l-ls. 88, Doc. n" 2
S d monieini e guurdudor Chaitc D. Af. \'. Lic. n" .3(). Hls. 89\. Dck'. n" 3
H59 iiii> eí.sa> regias e cía imposicáo cío sal Chañe n. Af. \'. Li\ n»» 19. Hls 38v. Dcx. n" 3 1139 im)niein> e >:n;iixl;Kl(>r Chañe. D. .3f. V. I.iv. n" 2(>. Hls. 16.3. Dcx'. n" 1
mo luonteiro e >{u;iixlac!<)r Chañe. 19. Af. \'. Liv. n" 20. Hls. 133\. Dex. n" 4 inometro e guardador Chañe. 19. .Af. \'. Lie . n" 20. Hls. 133c . I9ck. n" 7
14-II luontein» Chañe. 19 .Af. V. Liv. n" 02. Hls .31 IKx.'. n" 2
l^^l inonteiro e guardador Chañe. 19 Af. \'. Liv. n" 02. Hls. 64c. 19<x-. n" 1
mi nioiueiro e guardador Chañe. 19. Af. \é Liv nc 02. Hls 64C -63. Dex'. 2
144! monteini e guardador Chañe 19. Af. A'. Lie n" 02. Hls. "2 v Ox n" 3
1441 luonteini c guardador C.hane 19 .Af \'. Lie. n" 02. Hls. ~2 v Dix n" 4
1441 montcini e guardador CluiK 19 Af \'. Lie. n" 02. Hls ~2c. Dcx' 11^ 3
l^^l monleiro c guardador (liane 19 .Af. Lie n" 02. Hls. "2 v I>x n" "
1441 inonlcin» c guardador (lianc . 19. .Af. Liv. n" 02. Hls ~2c. Dcx'. nc 9
1441 tttonieiro e guaixUidor ChaiX'. 19. Af. V. Liv. n" 02. Hls. ~2.c r9<x n" 14
l44l inonicin> c guardador ChaiX'. 19. Af. V. Liv. n- 02. Hls. ~2.v Dcx. n" 16
144 1 inonieiro e guardador (lianc. 19. Af. \'. Lie. n" 02. Hls. 72.v Lftx . n" 18
1441 montcin» c guardador (lianc. 19. .Af. láv n" 02. Hls. 92c. Dcx' n" 2 1442 nionteini e guaaUidor ChaiK'. 19. .Af. Lie. nc 23. Hls. 8<> IXx. n^ 3
1442 montciro e guaaUtdor Chaix. D. Af. Lie n" 23. Hls. <90 I9cx n" 1
1442 monleiro e guaatador Chañe. D. Af. Liv. n" 23. Hls. <9". I9cx. n- 2
1442 moniein) e guaalador Chañe. D. Af. V. Lic. n" 23. Hls. 113c . Dcx'. n" 3
1443 monicla) e guaalador Chañe. D. Af. V. Lic. n" 33. Hls. 24-24c'. Dcx'. n" 3
1444 aconiiado em Ix'sia de
gaiTUcha e arina>
Chañe. D. Af. V. Liv. n" 21. Hls. 24c . Dcx'. n" 3
1444 lx*Mem> ib cámara ChaiK'. D. Af. \'. Liv. n" 24. Hls. <A . I9cx-. n<' 7
1444 ix'Niein) ib cániara ChaiX'. D. Af. \'. Lie. n" 2 l. Hls. 2~c. Dcx' n" 6
1444 l>e>leiro de iuvalo sapaic-iro Chaix'. D. .Af. Liv n" 23. Hls. 74c. Dcx'. n® 4
1444 monleiro e guardador ChaiX'. D. Af. V. Lic. n® 24. Hls. 63c'. Dcx'. n® 3
1444 monleiro c guardador Chañe. D. Af. \'. Lic . n® 23. Hls. 81. Doc. n® 4
1444 monleiro e guardador Chaix. 19. Af. V. Lic . n® 23. Hls 13 IXx. n® 2
1444 monleiro e guardador c:hane D Af. \'. Lie n" 23. Hls. 91. IXx. n® 2
144S cscriváo dos contos regios Chañe 19 .Af \'. Lie n® 23. Hls <93 IXx n® 2
I44S nK>niein) e guaabdor Chañe. D. Af. \é Liv n® 23. Hls 4(h'. Dcx n® 1
1443 moniein) e guardador (liaix. D. .Af. A'. Lic. n® 23. Hls 80v. Dcx" n® 4
1443 ouvidor da corle regia ChaiX'. 19. Af. A". Lic. n® 23. Hls. 33c'. Dcx. n® 1
144<. contador c- arrendador das rendas e diivítos Chañe. 19. Af. A'. Uc. n® 03. Hls. 39v. tXx. n® 2
1449 Ix'Mein) da cámara Chañe. 19. Af. A'. Liv. n® .34. Hls. 142c . IXx. n®9
1449 iK'sleini ib cámara Chañe. 19. Af. V. Liv. n" .37. Hls. 6. Dcx. n® 2
1449 hesiein) de cavalo Chañe. 19. Af. A'. Liv. n® 11. Hls. 116. Dcx. n® 2
1449 iK'Mein» de cavalo Chañe 19. Af. Aé Uv. n® .34. Hls. 2(K). Ilcx n® .3
1449 montein) e guardador Chañe. 19. Af. A'. Lic . n" 12. Hls. .30. IXx n° 8
1430 lK*Mein) da cámara Chañe. 19. Af A'. Lic. n® .34. Hls 31 IXx n® 1
143(1 ÍHrMein) da cámara Chañe D. Af. A'. Liv n® .34. Hls ,33. 19tx n® 4
1430 IxíNiein) da cámara Chañe. D. Af. A'. Liv. n® .34. Hls. 36c'. Dcx. n® 3
1430 IxrMein) de cavalo Chañe. D. Af. V. Liv. n® 11. Hls. 13v. Doc. n® 7
1430 Ixrsleiri) de cavalo Chañe. 19. Af. V. Lie. n® .33. Hls. .34, IXx. n" 3
1430 líeMeiit) de cavalo C.hane. 19. .Af. A". Liv n® .31. Hls. 41c'. Dcx n® 2
1430 Ix'Mein) de cavalo Chañe. 19. .Af. A*. Liv. n® .31. Hls. 64c'. Dcx. n® 4
1430 Ix'Mein) de cavalo Chañe. D. Af. A'. Liv. n® .3(. Hls. l(Kh . Dcx'. n® 3
1430 nK>niein» Chañe D Af A'. Ijc n® .3". Hls <9 IXx n® 2
1430 moniein* Chañe. 19. Af. A". Liv. n® .37. Hls <9 Dcx. n® 4
1430 monleiro C'haiie. D. Af. A'. Liv n® .37. Hls. 9 19cx. n® 8 1430 monieini e guardador Chañe. 19. Af. A'. Lie n® .34. Hls 34 IXx. n® 3
ANO
funqAo
prohssAo
PONTEliío inonicin) u j'iunkictor Ctianc. 1). Al. V. Uv. n" 34. Fls. 137. 1)<k. m 6
líS() ntonldni t- jiuantudor Chañe. 1). Al. Liv. n" 34. Fls. 137. D<k'. n" 15
|4Í() poneiro dos conlos Chañe. 1). AF. \'. Uv. n" 34. Fls. 209\. Iloc. n" 2
Híl lK*.slcm) de eavalo íihanc. 1). Af V. Uv. n" 11. Fls. I13v. D<x. n" 5
MSl IXíMeiri) de caxalo Ctianc. D. AF. V. Uv. n" 11. Fls. 12.3v. l>x. n" 9
H51 ÍK-sleirc) de cavalti Chañe. 1). AF. V. Uv. n" 11. Fl.s. 125. l>x. n"6
Híl heslein) de cavalii Clianc. 0. AF. V. Uv. n" 11. Fls. 133v. Drx. n" 5
Uil líeslem) de cavalo Chañe. D. AF. V. Uv. n" 35. Fls. H9\. Dix-. n" 2
USI Ix-sleini de eavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 35. FLs. 94v. Dcx. n" 5
Híl lx.*.Mein) de cavalo Chañe. 14. AF. Uv. n" 37. Fls. 5nc. 14<x. n" 2
Uíl Ix^ein» de cavalo Ctianc. 14. AF. V. Uv. n-' .37. Fls. 52v. 14oc. n" 2
N5I coniador e arrendador das vendas e dlnheíni Ctianc. 14. AF. Uv. n" 11. Fls. 6v. 14(K'. n" 1
H51
desembai}¡ador rénio
da Casa do Cível
Chañe. 14. AF. \'. Uv. n" 11. Rs. 6.3v. 14(k'. n" 1
Iñl jiii/ da Casa do Cível Clianc. 14. AF. V. Uv. n" 11. Fls. 61. I)<k-. n" 4
ItSl inonteiro e guardador Clianc. 14, AF. V. Uv, n" 11. Fls. 79. 14oc. n" l l
U51 momeiro e guanUidor Chañe. 14. AF. V. Uv. n" .37. Fls. 17. D<x. n" 4
l-jS! inomeiro e guardador Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 37. Fls. 55. D«x. n" 3
USl porteiro da relacao da
Casa da Suplicarlo
Chañe. 14 AF. U\ n^ 11. Fls. 13. 14<k-. n" 1
llS2 Ix'sCeiro da cámara Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 12. Fls. 74. 14<x. n" 5
US2 Ix'siein) de cavalo Ctianc. 14. AF. V. Uv. n" 04. Fls. 17v. 14tx. n" 6
MS2 tiesiein) de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 04. Fls. 27v, 14<x'. n" 4
11'>2 iK'sieín» de cavalo Chañe. 14. Al". V, Liv. n" 12, Fls. 13v. 14(x'. n" 2
1152 liesleiro de cavalo Chañe. 14. Al'. V. Uv. n" 37. Fls. 15. 14<k-. n" 3
ll52 escTiváo da coudelaria Clianc. 14. AF. V. Uv. n" 03. Fls. Uv. 14<x. n" .3
H52 guardador das malas Chañe. 14. Al. V. Uv. n" 12. Fls. 113. Rx. n" 3
1|52 guardador dxs malas Chañe. 14. Al. Uv. n" 12. Fls. 11.3. 14<x. n« 16
ll52 monleiro e guardador Chañe. 14. Al'. Uv. n" 12. Rs. I15v. 14<k. n" 2
H52 vedor das obras do mosieiro de Si' María da Vitória Chañe. 14. AF. Uv. n" 12. Fls. al. l)<x'. n" 2 H5.5 lx"slein> de cavalo Cihane. 14. Al. V. Uv. n" 0.3. Fls. 29\-. 14rx. n" 1 1153 tx'sieiro de cavalo Cliane. 14. AF. V. Uv. n" 03. Fls. 55. I4(x. n" 1 1153 Ixsleíio de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 04. Fl.s. .36v. I4(x. n^H
1153 Ixsieiro de cavalo atraíale Cliane. 14. Al. V. l.iv. n» 03, Fls. 11. I4(x-. n" 1
M53 coudel Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 04. Fls. .46. D<x". n" 5
H53 monieini e guardador Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 04. Fls. 72. 14<x. n" 2
1151 Ixsieini da cámara Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 10. Fls. 91v. 14<x. n" 2
1154 Ix'sleiro da cámara Chañe. 14. AF. Uv. n" 10. Fls. 100. 14<x. n" 5
115) Ixsieiro da cámara losador Chañe. 14. aF. V. Uv. n" 10. Rs. 66. l>x'. n" 3
M5Í Ix'sieini de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 10. Rs. 34v. 14<x'. n" 6
1155 hesteiro da cámara Cliane. 14. AF. V. Uv. n" 15. Rs. 13.3v. 14<k'. n" 6
M55 Ix-sieiro da cámara atraíale Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 15. Fls. 62. 14<x'. n" 2
H55 contador dos conlos Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 15. Fl.s. 49. D<x". n" 2
H55 escriváo cbs sisas regias Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 15. Fls. 51. Drx". n" 3
H56 Ix-sieiro da cámara Chañe. 14. AF. W Uv. n» 13. Rs. 3(h . 14<x-. n" 1
l-45<) Ix-sleito da cámara Chañe. D. AF. Uv. n" 13. Fls. 182. 14<x'. n" 1
H56 Ijeslein) da cámara s;ipaleiro Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 13. Rs. l44v. Dcx. n" 1
115<) IX'Steiro de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 13. Fl.s. 70\-. 14<x'. n" 1
H5() besleiro de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 13. Fls. 72. 14<x. n" 3
1156 liesleiro de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 13. Fls. H7v. 14<x. n** 6
1456 IX'Sleiro de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 13. Fls. 87v. 14<x. n" 7
145() Ix'steiro de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 13. Fls. 149. 14(k-. n" 2
145(> Ixsieiro de cavalo Chañe. 14. AF. V. Uv. n" 13. Fls. I67v. 14<k". n" 3
176
LIVRO DE HOMENAGEM
-
PROFESSOR DOUTOR HUMBERTO CARLOS RAQUERO MORENO
ANO
funcAo
PROFISSAO FONTEHVi monicín> c Kiunkulor C.hanc, D. Al. lai . n'-' 15. Hs. 11". IXx. n" 5
14% immlcini c xiianluilor r.hani. D. Af \'. Lic. n" 15. Fls. 11". Doi. n" 6
UÍK (Li cámara bartx-in) ("lianc. n. .Af. Lie n" 35. Hs. 15i . Dix. n'' 1
U5K Ix-Mcirc) lie cai ali» Chañe. D. Al". Lic. n" .Vi. Fls. 8c lXx\ n'' 2
I-íW moniciro c xiianladiir Chañe. D. Al. W Lic. n" 01, Fls. 124. Dix-. n» 4
1-Í58 monicíri) c {(iiarilailor (duinc. D. Al". V, Lic. n" .Vi. Fls. 91c. l>x'. n" 5
145K moniciri) e ¡{uarilailor Chañe. D. Af. V. Lic. n" .56. Fls. 115. Dix'. n" 2
H58 iiumlcin) e giianlailor Chañe. D. Af. V. I.ii'. n" .56, Fls. 25,5c. Doc. n" 4
HW miinicini e giianlailor Chañe. D. Af. \: Lic. n" .57, Fls. 110. Doc. n» 2
H59 Ix'Mcin) lia cámara Chañe. D. .Af. A", Lic. n" 35, Fls. .56c, Doc n® 2
U59 IxMcini lia cánura Chañe. D. Af. lái n° .Vi. Fls. 1.58. Doc n" 3
HÍ9 Ix-Mcini da cáiiura Chañe. D. Af. Uc. n® .Vi. Fls. 241. Doc n® 2
H^9 tx.slcini da cámara Chañe. D. ,Af. V. Uc. n" .Vi, Fls. 241. Doe n® 4
1459 Ixsicini da cámara Chañe. D. .Af. V, Lic. n" 36, Fls. 241, Doe. n° 5
1459 IxMeirci df i-avalo Chañe. D. Af. V, Lic. n® 35. Fls. .51c. Doe n° 4
1459 Ix'Mcin» df cacalo Chañe. D. Af. V, Lic. n® .55, Fls. .51i'. Doc. n® 5
1459 Ix-Mcin) df i-avalo Chañe. D. .Af. \', Lic. n° 35, Fls. .51i'. Dix. n° 6
1459 IxrMfiro df c~avalo Chañe. D. Af V, Lic. n" .Vi, Fls. 1 l(h. Dix'. n= 2
1459 Ix-Mfiro df cavalo Chañe. D. Af \', Uc. n® .Vi, Fls 252c. Dix". n® 4
1459 monifín) f xtianUdor Chañe. D. Af. \'. Lii . n" 36. Fls. 115. Doc n® 1
1459 monifiro f xi'ardador Chañe D Af V. Uc n® .Vi. Fls. 115 Doc. n® 3
1459 monifin) f xuardador Chañe. D. .Af. V. Lic. n" 36. Fls. 116. Dix. n° 4
1459 monlfin> f guaidailor Chañe. D Af. V, Lic. n® .56, Fls, 124. Dix. n® 1
1459 monifin) f giianlador Chañe. D. Af. V, Lic. n" ,56. Fls, 243. Doc. n® 1
1459 monifin) f guardaiior Chañe. D. Af. V, Lic. n® 36, Fls. 243. Dix. n® 2
1459 mnnifin) f guardador Chañe. D. Af. V, Lii'. n® .Vi, Fls. 24.5 Dix'. n® 3
1459 solicitador regio e pnxurador de tixias as térras da corte e reguengos Chañe. D. Af. \', Lic. n® .Vi, Fls. 239\'-240. Doe. n® 3
1462 lx.*N(firo lU cámara Chañe. D. Af. \'. Lic. n® 01, Fls. 25c Dix. n® 5
1462 Ix'Nifin) lia lámara Chañe. D. Af. V, Lic. n® 01, Fls. 28c. Doc. n® 4
1462 Ix'clfiro da cámara Chañe. D. Af. V, Lic. n® .55, Fls "8 Doc. n® 3
1462 IxMfin) df cacalo Chañe. D. Af. \', Lic. n® 01, Fls. 58c Dix' n® 4
1462 Ix-Mfito df cacalo Chañe. D. Af. Uc. n® .58, Fls 32. Doe. n® 4
1462 monlfiro f guardador Chañe. D. Af. \', Lic. n® 01, Fls. IfXic. Dix. n® 2
1463 IxMfiro lia cámara Chañe. D. Af. V, Lic. n» 01, Fls. 1.51c. Doc. n® 1
1463 Ix'Mfiro df cacalo Chañe. D. Af. V, Lic. n" 09. Fls. 45. Doe. n® 4
1463 l*?Mfiro df cacalo Chañe D Af. \', Uc. n® 09. Fls. 93. Doe. n® 6
1463 IxíMfiro df cacalo Chañe. D. .Af \'. Lic. n® 09. Fts. 121 D.x n® 1
1463 poiifiro d<» conti» Chañe. D. Af. 5", Uc. n® 09, Fls. 155. Doe. n® 1
1464 Ix'Mftn) da cámara Chañe. D. Af. V, Uc. n® 08, Fls. 58. Dix. n® ^
1464 IxMfiro df cacalo Chañe. D. Af. \', Lic. n° 08, Fls. 161c. Dix. n® 4
1464 bfsifiro ilf cacalo Chañe. D. Af. V, Lic. n® 08, Fls. POi-, Dix. n® 2
1464 monlfiro f guardador Chañe. D. Af. V, Lic. n" 08, Fls, 62c. Doe. n» 4
1465 montfiro f guardador Chañe. D. Af. V, Lic. n" 08, Fls. 173 Dcx. n® 1
1466 Ix-Mftro da cámara Chañe. D. Af. \', Lic. n" 28, Fls. 115c. IVx. n» 2
1466 Ix-siftni da cámani alfaiate Chañe. D. Af. \\ Uc. n® 14, Fls. 2c. Doe. n® 1
1466 lx-Mfin> lia cámara torneito Chañe. D. Af. Uc. n" ,57, Fls. 83c. Doe. n® 4
1466 contador regio Cliane. D. Af. A", Uc. n® 14, Fls. 82. Doc. n® 3
1466 montfiro Chañe. D. Af V, Uc. n® 38, Fls. 5"i. Dcx'. n® 6
1466 montfiro Chañe. D. .Af. A', Lii'. n® 38, Fls. 57i. Doc. n° 7
1466 montfiro e guardailor Chañe. D. Af. A', Lii-. n® 14, Fls. 66c. Dix'. n° 3
1466 montfiro e guardador Chañe. D. Af. A', Lic. n® .57, Fls. 8.5c. Dix". n® .5
1468 almoxarilf Chañe. D. Af. A', Lic. n® 28, Fls. 5. Doc. n® 1
1468 Ix'clfin» lia cámara Chañe. D. .Af A', Uc. n® 55, Fls 112. Dcx n® 4
ANO
funcAo
PROFISSAO FONTEliM lx'.stciro (Je civulo Chañe. 1). Af. \'. n" 31. FIs. 92. l)<x. n" 2
U(>8
munitnn)
c
{{uunluclor
Chañe. D. Af \' n" 28. FIs. 61v. Ifix. n" 3montdru e
{¡uanLiiIor
Chañe. 1) .Af. n" 31. FIs. -i6v. I)(K'. n" 3nw
apaa'lliador da obra de Si'. .\l'. da Viiiiria
Chañe. 1). Af. n" 31. FIs. 61. D(k . n" 3 ItW Ix-stdro da diinara caldflífiro Chañe. D. Ai. V. n" 31. FIs. 36. l)<x. n"-' -t 1169 monidro Chañe. 1). Af. V. n" 28, FIs. 99. l)<x. n" 11169
vassaio réjjio
Chañe. I). Af. V. n" 31. FIs. 121v. l)<x'. n" 3U7ü
portdro dos ionios da cas; regla
Clianc. 1). Af. jv. n" 31. FIs. l-i6v. IXx. n" 1H7i hesidro da cámara Chañe. D. Af. n" 22. FLs. -19. fXx. n" 3 U7| bcstdro da cámara Chañe. D Af. V. n» 22. as. 106v l>x. n" 3
1171 Ixstdro de lavalo Chañe. D. Af. n" 16. FIs. 103. D<x. n" 2 1-171 ÍKisidro df cavalo Chañe. D. Af. V. n" 17. FIs. 69. 1)(X. n" 2 1-171 Ix'stdro de i'avalo Chañe. D. Af. V. n" 22. FIs. 80. D(x. n" 2
ll71 Ix-sidro df cavalo Cliane. D. Af. V, n" 22. as 106v. l)<x. n" 2
1171 licstdro df cavalo
Ixirqufiro
Chañe. 1). Af. n" 21. as. 33v I)<x-. n" 3 1171 Ixsidro df cavalo•sapatfiro
Cliane. D. Af. V. n" 21. as. 33v. IXx'. n" 2 ll71 lifsidro do conlo Chañe. D. Af. V. n" 21. as. 16. I)<K-. n" 11171
monidR)
f
jiuardador
Chañe. D. Af. V, n" 16. FIs. 33v. IXx. n" 31171
montdro f
jtuardador
Chañe. D Af. V. n» 16. FIs. 126 Dtx. n" 31172 Ixsidro da cámara Chañe. D. Af. V. n" 29. as. 36v. 1)<k. n" 1
1172 bcstfiro da cámara Chañe. D. Af. V. n" 29. FIs. 36v. Dix. n" i
1172 Ix'stdro da cámara Chañe. D. Af. V, n" 29. FIs. -13. l)<x. n" 3 1172 bfsidro da cáiiura Chañe. 1). Af. V. n" 29. FLs. 83. l)<x- n" 2 H-2 Ixsicin) df cavalo Chañe. D. Af. V. n" 29. as. 31 I>(X n" 3 1-172 hfsidro df cacalo Chañe. D. Af. \'. n" 29. as. l33v. l)(x'. ns 3 1-172 hcsieiro df cavalo Chañe. D. Af. V. n" 29. FIs. 137. l)(x. n" 6 1-172 hfsidro df cavalo Chañe. D. Af. V, n" 29. FIs. 183. l)<x. n" 2 1-172 Ix-sidro df cavalo Cliane. D. Af. V. n" 29. FLs. 183. D(X. n" 3
ll72 bfstf iro df cavalo Chañe. D. Af. \'. n" 29. as. 183v. l)<x. n^' 1 ll72 bfsidro df cavalo Chañe. D. Af. W n" 29. as. 203v. 1)<k. n" 2 1-172 bfstdro df cavalo Chañe. D. Af. \\ n" 37. as. 93. Dix. n" 3
1172
monidro
f
guardador
Chañe. D. Af. V, n» 29. FLs. 83v. I)<k. n" 21-173 Ixsifiro da cámara Chañe. D. Af. V, n" 33. FLs. 86. Lkx. n" 2
1-173 txsifiro da cámara Chañe. D. Af. V. n" 33. FIs. 213 1)<k . n" 3 H73 Ixsifiro da cámara Chañe. D. Af. V. n» 33. FIs. 213v. l)<x-. n" 1
U73 Ixsifiro df cavalo Chañe, ü. Af. V, n" 33. FLs. 6v. Dix. n" 3 1-173 tx-sifin) df cavalo Chañe. D. Af. V. n" 33. FIs. 33v. Dix-. n" 3 H73 Ixsif iro df cavalo Cliane. 1). Af. V. n" 33. FLs. 110. l)íK . n" 1 1173 bfstflro df cavalo Chañe. 1). Af. n" 33. FLs. 213. l)<x. n" "
U73
monifiro f
(¡uardador
Clune. D. .Af. V. n" 33. FLs 161v 1)<k n' 2U74
monifiro f
};uardador
Chañe. D. Af. V. n" 06. FLs. 98. D<x. n" 61173 bfstfiro da cámara Chañe. D. Af. V, n" 30. FLs. 117. IXx. n" A 1-176 fscriiáo dos feitos Chañe. D. Af. V. n" 07, FIs. 9v. l)<x-. n" 1
U79
montfiro f
jiuardador
Chañe. D. Af. V. n" 26. FIs. 69. 1)(X. n** 11180
momciro c guardador
Chañe. D. Af. V. n" 32. FLs. 103V. D(x-. n" 1ll81 fscriváo do almoxarifado Clune. l). Af. V. n" 26. as. lis LXx n" 3 1-181 homem do almo.xarifado Chañe. D. Af. n" 26. as. 133V. D(x. n' 3
178
LIVRO DE HOMENAGEM
-
PROFESSOR DOUTOR HUMBERTO CARLOS SAQUERO MORENO
1. Privilégio(s)
Sendo a concessáo de aposenta^áo, por si só, um privilégio para o beneficiado, situa^oes
há em que esta conduz a outras situa^óes de privilégio.
Vejamos. Se um vassalo régio mantem todos os priviiégios, liberdades e isengóes,
ineren-tes á sua fun^áo social de vassalo, no momento em que é aposentado, o mesmo poderá nao
acontecer, por exemplo,
com um besteiro do cavalo. Este, ao receber a aposenta^áo, vé ser-lhe
atribuida uma
outra fungáo social, a de vassalo régio, passando assim a usufaiir dos priviiégios,
liberdades e isen^óes dos vassalos régios, muito embora ele o nao tenha sido até á data^^.
Neste sentido, passamos á apresenta^áo do quadro seguinte:
Quadro n.° 2
Ano
FuncSo
Social
ProfissSo IdadcAposentafSo
com
o
privilégio de
S'd amo - S I 70 vassalo
lj.w - - - vass;ilo
1440 - - - vassalo
1440 iK'.steiro de cavalo - doenca vas.salo
1442 acontiado lavrador - besteiro de cavalo
H»2 - mea-ador - Ix'steiro de cavalo
H42 acontiado - - vass;ilo
m3 criado - liesleiro de cavalo IH'I acontiado - -
\assaIo régit)
HÍS - - -
va.ssalo régio
1446 acontiado - c 70
vassalo régio
1449 acontiado - c, 70
vassalo régio
1434 - lavrador s/I 70 besteiro de cavalo
1433 - - -
va.ss;ilo régio
H33 - - -
vas.salo régio
H39 criado - besteiro de cavalo
H63 esciideiro - c 70
vassalo régio
1463 - alfaiate
vassalo régio
1466 -
picheleiro
c/ 70vas.salo régio
1471 - - s/I 70
va.ssalí) régio
1471 amo - - besteiro de cavalo
1471 criado - -
va,s.salo régio
1471 acontiado em c-avalo r.iso - s t 70vas.saIo régio
1472
escudeiro régio. criado
- s/t 70va.s,salo régio
1472 criado s/t 70
va.s.salo régio
1473 - -
vassalo régio
1473 amo -
va.ssalo régio
1473 amo -
va.s.salo régio
1476 acontiado s/1 70
vass;ilo régio
Numa outra perspectiva, refira-se aínda o
caso dos acontiados em
cavalo, que se encontravam isentos de deter
minadas obrigagóes, nomeadamente o de trabalharem nos castelos e fortificacóes, de qualquer servido concelhio,
que nao fosse ordenado pelo concelho, iiem como da aposentadoria passiva. Onletmgóes Afonsinas, Livro I, Título
LXXI, Cap. 11, p. 499.
2. Com
a
idade
de...
Como
nos refere a legisla^ao, era condigáo essencial ter idade de 70
anos para se ser apo
sentado. No
entanto, a análise do
fundo documental permite-nos verificar que nem sempre este
preceito foi cumprido. Competia, assim, ao monarca determinar a quem devia/queria conceder
a aposentafáo,
sem que este tivesse atingido a referida idade. Muitas das vezes esta era conce
dida, por incapacidade física para a realizagáo de determinadas fungóes, nomeadamente as de
natureza militar, ou a título de recompensa por servidos relevantes prestados ao Reino.
Atentemos ao quadro que se segue:
Quadro n.® 3
Aposentados por
idades
Ano N." de Apaacntaffles Com 70 anos Sem ter 70 anos S/Referencia
V Data 15 6 4 5 1439 29 18 3 8 1440 22 8 14 1441 56 25 18 12 1442 108 66 28 14 1443 108 78 19 11 1444 124 93 15 16 1445 66 49 7 10 1446 25 21 1 3 1447 0 - - -1448 0 - - -1449 23 8 7 8 1450 140 92 18 30 1451 123 86 17 20 1452 61 32 12 17 1453 50 30 9 11 1454 59 29 19 11 1455 66 38 19 9 1456 101 59 27 18 1457 7 4 2 1 1458 31 7 13 11 1459 123 39 56 28 1460 5 1 3 1 1461 8 2 6 -1462 92 26 57 9 1463 71 24 37 10 1464 79 12 51 16 1465 12 4 6 2 1466 90 33 47 10 1467 11 2 8 1 1468 75 27 41 7 1469 55 19 27 9 1470 15 2 10 13 1471 187 64 108 15 1472 76 21 44 11 1473 46 10 25 11 1474 3 2 1 1475 74 17 47 10 1476 27 10 16 1 1477 0 ■ ■ -1478 1 1 1479 1 1 1 1 1480 4 1 2 1 1481 5 1 2 2
180
LIVRO DE HOMENAGEM
-
PROFESSOR DOUTOR HUMBERTO CARLOS SAQUERO MORENO
Como podemos verificar, ao longo da primeira metade do reinado de D. Afonso V, isto
é, até fináis da década de 50, o priviiégio da aposentagáo foi atribuido maioritariamente aque
les que possuíam a idade legal, no entanto, a partir da segunda metade do seu reinado a ten
dencia inverte-se.
Neste sentido, as perguntas que se nos colocam sao as seguintes:
Tratar-se-á de uma mudanza de atitude por parte do monarca face á concessáo destas car
tas de aposentagáo?
Estará esta mudanza relacionada com a intensificagáo da presenta militar portuguesa
em
África?
Poderá fazer-se a associagáo entre este fenómeno e a necessidade régia -
de forma con
tinuada -
de exercer o
priviiégio?
Apreciada a actuagáo política levada a cabo pelo Africano, na verdade, parece-nos ser
possível associar á concessáo de cartas de aposenta^áo, uma estratégia de priviiégio
direccio-nada para aqueles que haviam prestado servido ñas pragas de Norte de África^'^, bem como para
aqueles que, num momento particularmente conturbado do reino, teriam estado ao seu lado na
batalha de Alfarrobeirai^.
3.
A
pedido
Pertencendo a el-rey soomente apousentar alguem, nao é de estranhar que a ele fossem
dirigidos pedidos, pelos próprios ou através de «mediadores,
em troca de servidos já presta
dos ou a prestar, de alguma compensagáo económica ou do simples "dever de um favor"»^^,
para que desembargasse determinadas cartas de aposenta^áo.
Nao podemos,
neste sentido, deixar de realzar, o
facto de o maior número de concessóes
destas cartas, se seguirem a períodos particularmente importantes na história do reino, como
sejam as campanhas de Marrocos. Assim, um ano após a conquista de Alcácer Ceguer
(1458),
o número de aposenta^óes concedidas por iniciativa régia é bastante elevado, tal como o é,
também,
o
número de aposentagóes outorgadas a pedido. O
mesmo acontece no ano de 1464,
um ano depois da segunda tentativa frustrada da conquista da cidade de Tánger.
Vejam-se, por exemplo,
os casos de Vasco Louren?o, morador na cidade de Lisboa, aposentado por ter servi
do D.
Joáo I e D.
Duarte na cidade de Ceuta, durante 18 anos. lAN/TT, Chancelaria D.
Afomo V, Liv. 18, fl. 36, Doc.
2; de Gomes Vasques, besteiro da cámara regio, aposentado por ter servido em Tánger, lAN/TT, Chancelaria de D.
Afonso K Liv. 27, fl. 6v, Doc. 2; de Joáo Vasques, carpinteiro, besteiro da cámara régio, morador em
Montemor-o-Velho, por servidos prestados no cerco de Alcácer Ceguer, lAN/TT, Chancelaria de
D.
Afonso V, Liv. 38, fl.
35, Doc.
4; de Diogo Gomes, morador em Soure; de Alvaro Martins, vassalo régio, morador em Soure; de Mem Pedro,
boti-cário, vassalo régio, morador em Lisboa; de Pero Vasques, requeredor das sisas das herdades, vassalo régio, mora
dor em Lisboa; de Vasco Rodrigues, vas,salo régio, morador em Ponte de Lima, todos eles pelos bons servidos pres
tados na armada e conquista de Arzila e cidade de Tánger, lAN/TT, Chancelaria de
D.
Afonso V, Liv. 22, fl.
34v, Doc.
1; Doc. 2; fol. 46v, Doc.
8; fol. 82, Doc. 2
e fol. 103v, Doc. 2, respectivamente.
Vejam-se os casos de Femando Afonso. tosador, besteiro da cámara régio, morador em Santarém, lAN/TT,
Chancelaria de D. Afonso V, Liv. 37, fl. 121, Doc. 2; de Louren^o Gomes, besteiro da cámara régio, morador em
Avis, lAN/TT, Chancelaria de
D.
Afonso V, Liv. 13, fl.
98, Doc.
3-Ana Maria S. A. Rodrigues, Espagos, Gente e Sociedade no Oeste. Estados sobre Torres Yedras Medieval,
Patrimonia Histórica, Cascáis, 1996, p. 294
Quadro n°
4
Aposenta^des
concedidas a
pedido
Ano
N."
de
Aposentafdes
Aposentados
concedidos a
pedido
S/ Daüi 15 3
1439
293
1440 22 5 1441 56 7 1442 108 211443
108 11 1444 124 10 1445 66 5 1446 25 2 1447 0 0 1448 0 0 1449 23 2 1450 UO 9 1451 123 6 1452 61 41453
50 4 1454 59 10 1455 66 15 1456 1(M 11 1457 7 2 1458 31 7 1459 123 25 1460 5 2 1461 8 4 1462 92 291463
71 16 1464 79 43 1465 12 1466 90 34 1467 11 8 1468 75 28 1469 55 13 1470 15 3 1471 187 20 1472 76 14 1473 46 4 1474 3 0 1475 74 17 1476 27 7 1477 0 0 1478 1 1 1479 3 0 1480 4 1 1481 5 0 TotaLs 2279 410182
UVRO DE HOMENAGEM
-
PROFESSOR DOUTOR HUMBERTO CARLOS RAQUERO MORENO
Neste caso concrecto, o das aposentagóes concedidas a pedido, podemos também verifi
car que o número de beneficiados sem terem idade de setenta anos é bastante elevado, ou
melhor, notoriamente superior aos aposentados legalmente.
Quadro n,- 5
Idade com
que
foram concedidas aposenta^des a pedido
Sem referencia
53
Com
70
anos
46
Sem
ter 70
anos
311
Meramente a título de pormenor, dos 311 aposentados sem terem atingido a idade de 70
anos, só em sete casos sao mencionadas as razóes que, de alguma forma, nos permitem enten
der a antecipa^ao da aposentagáo. Referimo-nos a uma deficiencia física (cegó), e aos servidos
prestados, quer ñas guerras passadas, quer ñas pragas de África.
Tendo ainda por referencia os aposentados a pedido de outrém, parece-nos útil proceder
á identificagáo da actividade exercida pelos aposentados.
Para o efeito, consulte-se a seguinte tabela:
1
X 23
s! 2* "5 2*1
2 c 3 n5
21
i
R tt "5 X c. "5 r:-u £. a X u fí» TOTAIS - - - Alfilútc-- AlllKKTtVf - - - Bartx-iro --Caipinitirt)
- Camitin» - Cascin) - 0)ntad(>r da mocda •- 0)rrei()r - Ottinlidn) iTKir -Ciilcldrc) -Encarregado de quinta
- Ejicriváo da sis;i.s-
Fornaivin) do pono da mocda
- - - Uvrador - Mamtcm) - - Mmador - - Monlomo - Odrein) - - OIdn) •- Oiirives - I'dxdn) Iw Pescador -- - Picheldfo -N. - tiapaldn) - Servidor do inosteiro - - Talieliáo - Tanoeiro - Tomdro - Valaikw = Velador de vástelo