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Os Ideoculturemes in Jorge Amado’s of The Sands (1937)

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Academic year: 2021

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OS IDIOCULTUREMAS EM CAPITÃES DA AREIA

(1937), DE JORGE AMADO

IDEOCULTUREMES IN JORGE AMADO’S OF THE SANDS (1937)

Vicente de Paula da Silva Martins*

Universidade Estadual Vale do Acaraú, Sobral, CE, Brasil Márton Tamás Gémes**

Universidade Estadual Vale do Acaraú, Sobral, CE, Brasil

Resumo: Neste trabalho, apresentamos um estudo dos culturemas relacionados à cultura linguística (denominados, aqui, de

idioculturemas) que marcam estilisticamente o discurso literário do escritor baiano Jorge Amado. Objetivamos analisar as escolhas lexicais do autor no romance Capitães da Areia (1937), com a intenção de elaborar, futuramente, um glossário a ser anexado à referida obra, com fins de práticas de leitura literária na educação básica, no qual apresentamos os culturemas mais expressivos na referida obra do ponto de vista da estilística léxica e suas definições conforme o Dicionário Houaiss (2009). Para o desenvolvimento do estudo, recorremos às teorias fraseológicas e linguísticas, considerando que a linguagem utilizada por Jorge Amado é um reflexo da interação entre sociedade, língua, literatura e cultura, sendo o discurso literário, por excelência, a instância discursiva que transfere para a produção romanesca do escritor o reflexo da sua influência cultural nos anos 30.

Palavras-chave: Léxico; Culturemas; Literatura Brasileira; Discurso Literário; Regionalismo linguístico.

Abstract: In this paper we present a study of culturemes related to linguistic culture (called here idioculturemes) that mark the

literary discourse of Jorge Amado stylistically. We propose to analyse the lexical choices made by the author in Capitães da Areia (1937, Captains of the Sands), having the intention to later develop a glossary that could be attached to the novel, as a practical help towards reading in basic education. In this glossary we present the most expressive cultureme (cultural remarks) in this novel, from the perspective of lexical stylistics and their definitions as they are in Dicionário Houaiss (2009). We based our study on phraseological and linguistic theories, since the language used by Jorge Amado may be understood as a reflection of the interaction between society, language, literature and culture, and being that literary discourse the quintessential discursive instance and which transfers to the author’s novelistic production his cultural influence in the 1930’s.

Keywords: Lexis; Culturemes; Brazilian Literature; Literary Discourse; Linguistic Regionalism

* Doutor da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, Sobral, CE, Brasil; vicente.martins@uol.com.br

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Introdução

O presente trabalho tem por objetivo mostrar alguns culturemas relacionados à cultura linguística de cunho regional presentes no romance Capitães de Areia, em sua edição de 1937. A narrativa literária é uma privilegiada fonte de extração de culturemas, unidades culturalmente motivadas (SANTIAGO, 2014), posto que nos possibilita o contato com tempos e espaços que não conhecemos ou simples-mente ignoramos. Daí o estudo dos culturemas tornar-se insumo importante para a elaboração das sequências didáticas por docentes, sobretudo os que atuam na educação básica ou os que ministram aulas de Português Brasileiro (PB) como L2. Não há dúvida, pois, do alcance didático-pedagógico da leitura literária na forma-ção de novos leitores.

Em Capitães da Areia (1937), de Jorge Amado, o culturema causa fascínio em falantes ou leitores do Português Brasileiro (PB) e não menos em ouvintes ou lei-tores do PB como L2, que facilmente observam e contemplam as relações entre Língua e Cultura mais representativas da cidade de Salvador e das relações sociais descritas pelo romancista na década de 30, particularmente as presentes no âmbito das instituições culturais, universo social, cultural, material e de identidade línguo-cultural, marcadamente regionais, idiossincrásicas e com o jeito próprio baiano de ser.

O romance Capitães da Areia (AMADO, 1937) relata a experiência de vida marginalizada e a luta cotidiana por sobrevivência de um grupo de menores aban-donados, tendo como principal cenário a Cidade Alta e a Cidade Baixa, em Sal-vador. Do ponto de vista da Estilística, trata-se de um romance regional com bas-tante riqueza de componentes morfológicos da estilística léxica, isto é, desde os primeiros capítulos, evidenciam-se aspectos expressivos de lexias simples

(chibun-go), composta (fura-greve) e complexa (bate o trinta e sete), ligados aos elementos

semânticos e morfológicos da língua, os quais são ligados também, expressiva-mente, a aspectos sintáticos e contextuais, como, por exemplo, no contexto do culturema (andar ao léu): “Gostava de andar ao léu nas ruas da cidade, entrando nos jardins para fumar um cigarro sentado num banco, entrando nas igrejas para espiar a beleza do ouro velho, flanando pelas ruas calçadas de grandes pedras negras” (AMADO, 1937, p. 94).

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Dada a riqueza lexical do romance, foi possível extrairmos 634 culturemas nos sete âmbitos ou áreas estudadas (ecossistema, história, mitos e legados, orga-nização social, instituições culturais, universo social, cultura material e identidade línguo-cultural). A rigor, todos os culturemas selecionados dizem muito do esforço de Jorge Amado de realmente estabelecer uma obra de cunho regional sem qual-quer subserviência a um modelo regionalista ou escola literária dos anos 30.

A obra de Jorge Amado se distingue de outros romances dos anos 30 por sua forte carga ideológica, com elementos fortes da língua e cultura, o equivale a dizer que há expressiva presença de um léxico culturalmente marcado, cuja linguagem regional está condicionada pela fala de seus usuários (crianças de rua, representan-tes das classes mais desprovidas de recursos) e inserta num contexto sócio-político da década de 30 também marcante, de modo a fazer frente às estratégias de con-trole colocadas em jogo pelo Estado Novo durante a Revolução de 30, estando à frente o político gaúcho Getúlio Vargas.

Com um número tão expressivo de referentes culturais, debruçamo-nos so-bre os culturemas mais recorrentes em cada um dos âmbitos mencionados. Assim, no âmbito das Instituições Culturais, demos atenção aos tabuculturemas, isto é, os culturemas referentes à cultura religiosa, às crenças e aos tabus. Do Univer-so Social, selecionamos os antropoculturemas, isto é, os culturemas relacionados aos nomes próprios, pseudônimos, nomes de batismos e alcunhas, bem como os que denominamos de geoculturemas, culturemas relacionados à geografia cultural, com referência a populações, estados, munícipios, distritos, localidades, estrutura viária, ruas, países e toponímia. Esse inventário léxico-semântico revela muito da expressividade estilística da obra.

No âmbito da identidade línguo-cultural, foco de apresentação no presente estudo, extraímos exemplos de idioculturemas, basicamente os de cunho fraseoló-gico (expressões idiomáticas e locuções diversas).

Culturema, língua e cultura no discurso literário

Os teóricos que embasaram nosso estudo são Pamies Bertrán (2008), Luque Na-dal (2009) e Igareda (2011), quando tratamos dos princípios da culturologia, do

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conceito e da classificação de culturemas; e Corpas Pastor (1996), Martins (2013), entre outros, quando buscamos os pressupostos da Fraseologia Geral, mais especi-ficamente, os idiomatismos decorrentes da cultura linguística no campo literário, a que denominamos neologicamente aqui de idioculturemas.

No âmbito dos aspectos linguísticos, este trabalho se justificou, desde logo, devido à escassez de estudos com foco nos culturemas na literatura brasileira, sen-do presen-dominante os estusen-dos voltasen-dos para o campo de Tradução. Além disso, so-ma-se a necessidade de desenvolver pesquisas que envolvam a obra de Jorge Ama-do seguinAma-do os aspectos correspondentes à língua e Estilística Léxica, uma vez que a maioria de estudos atuais está relacionada aos aspectos literários, deixando à margem os estudos do léxico.

Precisamos unir língua e literatura e estudar o discurso literário do ponto de vista linguístico (MOÇO, 2015; e CARDOSO, 2018). A língua portuguesa, o que inclui, evidentemente, o conjunto de suas literaturas europeia, africana e brasilei-ra, é resultado de experiências coletivas, da memória cultural que se materializou antes do surgimento de nossa noção de nacionalidade e também dos passos que cada um de nós demos ao longo de mais de cinco séculos na construção de nossa

brasilidade. Essas experiências deixaram e continuam deixando marcas na

literatu-ra, arte, folclore e música; em particular, as experiências línguo-culturais revelam muito do que verdadeiramente somos enquanto brasileiros, porque expõem nossas idiossincrasias, comportamentos, atitudes, linguagens, artes, ideologias e culturas.

Nessa perspectiva estritamente línguo-cultural, a cultura, entendida como eta-pa evolutiva de valores morais, intelectuais e espirituais de uma comunidade lin-guística, segue uma linha quase imperceptível com a linguagem literária, de modo que língua e cultura formam instrumentos inseparáveis (MIRANDA MÁRQUEZ, 2014). É a língua que se encarrega de criar elementos da cultura linguística capa-zes de expressar as formas particulares em que os falantes ou escritores percebem o mundo a sua volta. Um desses elementos são os chamados culturemas, objeto de nossa atenção neste estudo. Com isto, podemos afirmar que os culturemas criam e constroem limites para outras comunidades linguísticas ou para grupos divergentes dentro da mesma comunidade. Portanto, conhecimento e emprego de culturemas

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específicos demarcam aquilo que Elias e Scotson (2000) definem como outsider x

insider, criando experiência de pertence e, finalmente, identidade.

Seguindo o instigante ponto de vista etimológico, o termo culturema, como unidade discreta da Culturologia (LUQUE NADAL, 2012) e com emprego se-melhante a outras unidades linguísticas (fonema, morfema, semantema), vem de

cultura, palavra originada do latim cultūra,ae e tem sentido de cuidar, tratar, venerar

(no sentido físico e moral), acrescido do profícuo sufixo –ema. O elemento ante-positivo cult- vem, por sua vez, do verbo latino colo, is, colŭi, cultum, colĕre que, diz

respeito ao ato de plantar e desenvolver atividades agrícolas. Por ampliação, mais tarde, desenvolveu-se o sentido “cultivar a mente”.

Partimos do pressuposto de que os culturemas são referenciais culturais de de-terminada língua e geralmente expressos em unidades do léxico ou lexias de diversos níveis – complexas, compostas e simples, na terminologia de Pottier (1978) –, e que outras combinatórias fixas podem também revelar formas particulares ou especiais de o falante ver e representar a realidade ou o mundo (dimensão extralinguística).

A partir do texto literário, entendemos que são os culturemas que formam parte do patrimônio línguo-cultural, determinando os traços e a construção socio-cultural do idiotismo da língua, com traços peculiares do espírito da nação e com reflexos, por força do relativismo linguístico, na comunicação, cultura e convenção social (MILANI, 2008; TANOS ROBEIN, 2013).

Ao certo, são os culturemas as unidades linguísticas, por excelência, respon-sáveis por fatores de idiomaticidade opaca por parte de falantes não nativos do PB quando estão diante de fraseologismos frequentes na língua-alvo com constituin-tes identificados como próprios do regionalismo literário ou linguístico. Por vezes, as corruptelas ou variações linguísticas chamam a atenção dos falantes não nativos porque, apesar de evocarem a fixação fraseológica das formas canônicas das fra-seologias, têm forte apelo no dialetismo popular, nos termos de Zuluaga (1980), sem falar que essas formas variantes provocam uma metaforicidade alta (MAR-TINS, 2013), em benefício ou não da compreensão ou interpretação do leitor. Substancialmente, no campo literário, podemos afirmar, com segurança, que são os fraseologismos as unidades linguísticas que podem se tornar um obstáculo na compreensão leitora, sejam os leitores nativos ou não nativos de língua portuguesa.

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A definição de culturema adotada em nosso estudo aproxima-se do que pos-tula Pamies Betrán (2008, p. 54), precursor nos estudos desse elemento associado à teoria fraseológica, que considera os culturemas como “símbolos culturalmente motivados”, funcionando como alusões simbólicas. Essas referências culturais da língua geralmente são compostas por lexias compostas ou simples além de com-binatórias fixas e correspondem a uma dimensão extralinguística, ou seja, são ca-pazes de representar as particularidades de uma comunidade. Numa palavra, não podemos compreender bem uma obra como Capitães da Areia (AMADO, 1937) sem fazermos alusão ao Estado Novo, fase ditatorial da Era Vargas.

Os estudos brasileiros referentes aos culturemas, quando abordados dentro da área da Fraseologia, ainda são recentes e de pequeno número, para não dizermos escassos. A maior incidência de pesquisas sobre os culturemas no Brasil diz respei-to, como dissemos anteriormente, ao campo da Tradução, no qual são também co-nhecidos como referências culturais. Nesses trabalhos, como os de Molina Martínez (2001), Giracca (2013) e Mattioli (2014), a temática culturológica tem sido tratada de maneira tangenciada e como forma de elucidar outros tópicos não diretamente re-lacionados às práticas de leitura literária. Em todo caso, vale ressaltar a relevância das pesquisas que buscam tratar as manifestações culturais nos elementos linguísticos.

Os culturemas podem estar associados a diversos setores da vida humana, como acontecimentos históricos, gastronomia, política, religião, geografia, arte, costumes e tantos outros. Além disso, os culturemas contribuem para a formação de imagens mentais tradicionais. Por exemplo, dizemos que é de cortar o coração algo que causa emoções relacionadas com a tristeza ou com a compaixão, ou seja, entendemos o

coração como instrumento dos sentimentos, à guisa das civilizações antigas. E ao

dizermos que alguém é duro de cabeça é o mesmo que dizer teimoso, obstinado, ou se dizemos sem cabeça é o mesmo que não temos condições de pensar, de raciocinar sobre um

determinado assunto no momento, sendo então a cabeça o símbolo da razão.

Podemos conceber os culturemas como signos ideológicos, uma vez que tra-zem a realidade concreta e abstrata do indivíduo e refletem a vivência de mundo, devendo ser compartilhados com outros de uma mesma cultura para que sejam compreendidos (OYARZABAL, 2013, p. 63)

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Para identificação dos culturemas em Capitães da Areia (AMADO, 1937), alguns aspectos linguísticos foram previamente levados em conta para definirmos o que poderia ou não ser considerado unidades linguisticamente motivadas.

Tomamos como ponto de partida os estudos de Luque Nadal (2009), que estabelece alguns critérios para reconhecer se um fato linguístico cumpre os requi-sitos necessários para noção de culturema. Um deles, por exemplo, é o que a autora chama de vitalidade, figuratividade e motivação, que diz respeito à usabilidade das expressões pelos falantes. Interessante exemplo de expressão idiomática marcada pelo anacronismo ou obsoletismo é dado por Cerqueira (2018) com a locução

vol-tar à vaca-fria, com sentido equivalente ao de retomar uma questão interrompida

ou o assunto principal, que caiu, segundo a autora, em total desuso na língua por-tuguesa; portanto, de baixa frequência ou usabilidade fraseológica. No entanto, a literatura marca e preserva justamente essas expressões idiomáticas obsoletas que, em consequência, se tornam talvez o maior desafio para o leitor contemporâneo, como podemos conferir na expressão acabar tutu, dado que é desconhecida pela maioria dos falantes hoje em dia.

Segundo Cerqueira (2018), outros culturemas, principalmente os oriundos de religiões e fatos históricos, tendem a ser mais duradouros na língua. A partir desse importante critério, entendemos que os culturemas precisam ter um sentido compartilhado pela comunidade (CASARES, 1969) em benefício da idiomati-cidade (sentido metafórico) e da fixação (repetição), propriedades fraseológicas disponíveis para os falantes.

Tomando ainda como referência o estudo de Luque Nadal (2009), diríamos que o critério “produtividade fraseológica do culturema” (LUQUE NADAL, 2009, p. 105) refere-se às variações fraseológicas que podem ser facilmente compreendidas. Voltando a Cerqueira (2018), que analisa a presença de culturemas em texto literário, são essas variações que indicam que os culturemas têm uma entidade mental própria. O culturema judas, por exemplo, refere-se ao antropônimo Judas Iscariotes, discípu-lo traidor de Jesus Cristo, alusão imprescindível para compreendermos as tradições medievais do queimar ou malhar o Judas, assim como o verbo judiar com sentido de

causar sofrimento físico ou moral; atormentar, maltratar, acepção que resulta do mesmo

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Esses critérios acima assinalados serviram como base para identificação dos culturemas em Capitães da Areia (AMADO, 1937), que foram, poste-riormente, recategorizados para fins didáticos, tendo como ponto de partida o modelo de Igareda (2011).

Surpreendentemente, encontramos dificuldade em separar os conceitos de Culturologia da Fraseologia na análise do texto literário. As dificuldades se dissiparam à medida que chegamos à conclusão de que as principais pesquisas culturológicas têm um fundo fraseológico (LUQUE NADAL, 2012), ou seja, a compreensão de expressões idiomáticas não se assenta predominantemente na configuração sintática, e sim, no sentido não composicional da expressão, ainda que a expressão seja semântica e pragmaticamente aceita para o sentido composi-cional (LEGROSKIL, 2012).

Evidentemente, a Fraseologia e a Culturologia podem ser estudadas a partir de aportes teóricos de outras áreas do conhecimento, como os das ciências sociais, em particular, os da antropologia cultural (a estratificação social, o ciclo de vida, a cultura imaterial, a arte e o folclore).

Este trabalho assume, todavia e, principalmente, os pressupostos de Corpas Pastor (1996, p. 20) para delimitação do campo de estudo, os quais consideram a Fraseologia como parte da Linguística que se encarrega do estudo das unidades fraseológicas, também chamadas de fraseologismos. Nesse sentido, entende-se que a Fraseologia estuda o léxico da língua não constituído de vocábulos soltos e inde-pendentes, mas sim de combinações fixas.

Essas combinações, também ditas lexias, são registradas por grande parte dos dicionários da língua portuguesa, como por exemplo, falar pelos cotovelos, geral-mente encontrada dentro do verbete cotovelo.

Para a composição deste trabalho, recorremos à noção de expressão fixa, con-forme esclarece Fulgêncio (2008, p. 101), “qualquer sequência de palavras que é memorizada pelos falantes da língua como um todo unitário, sendo igualmente re-cuperada da memória em bloco”. São expressões que não devem ser interpretadas composicionalmente, ou seja, por meio da soma de seus elementos constituintes. A partir das definições apresentadas, deduzimos, simplificadamente, que os fra-seologismos ou expressões fixas são uma combinação de palavras que apresentam

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características próprias, como certa estabilidade e rigidez estrutural e semântica, e que são memorizados em bloco pelo falante.

Para recorrermos mais uma vez à Cerqueira (2018), os falantes nativos de uma língua contam sobremaneira com unidades línguo-culturais disponíveis no seu sistema linguístico. A utilização dessas expressões línguo-culturais, em geral, fixas, é uma das formas de representar e categorizar o mundo, por meio de estru-turas repletas de significação.

Metodologia e constituição de corpus de culturemas

A presente pesquisa sobre culturemas aproxima-se muito, em se tratando de pro-cedimentos metodológicos, de pesquisas realizadas pelo Grupo de Investigação de Linguística Tipológica e Experimental (GILTE) da Universidade de Granada, que trabalha desde 1997 com temas relacionados ao léxico e às culturas das lín-guas modernas. Seguindo os passos do GILTE, selecionamos itens com acepções, exemplos e outras informações enciclopédicas para uma posterior formatação de um glossário línguo-cultural de termos regionais, a ser disponibilizado para a ree-dição crítica ou comentada da obra em tela.

No dicionário (independente) ou glossário línguo-cultural (anexado ao texto literário, como apêndice), base fundamental para um estudo de natureza mais in-terlinguística e intercultural, as relações entre cultura e linguagem são investigadas através do estudo de fraseologias, parêmias, palavras culturais, comparações pro-verbiais, piadas, alusões, trechos de músicas, discursos repetidos, clichês, slogans, etc. Aqui, daremos exemplos de expressões idiomáticas ou de locuções verbais com grau médio de idiomaticidade (metaforicidade).

Os processos metodológicos deste trabalho foram constituídos das seguintes etapas:

a) Leituras, releituras da edição antiga da obra: esta etapa consistiu na leitura da obra Capitães da Areia na sua edição mais antiga (1ª edição, de 1937). Após esse processo leitor, iniciamos o processo de buscas eletrônicas mais

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sistematizadas de culturemas em suas diversas manifestações formais, bem como contabilizando o número de ocorrências.

b) Revisão de literatura: realizamos nessa fase uma busca, no Google Acadêmico e em repositórios acadêmicos online de artigos, dissertações e teses, por pes-quisas envolvendo culturemas em textos literários, com o objetivo de conhecer a sistemática das pesquisas já realizadas e suas temáticas

c) Levantamento de culturemas nos seus diversos âmbitos línguo-culturológi-cos: procuramos construir um inventário de culturemas, nos seus diversos âmbitos, na obra literária. Para esta etapa de trabalho, fizemos o recorte dos itens relacionados à cultura linguística, idiomatismos ou, como já menciona-mos, anteriormente, idioculturemas.

d) Análise e refinamento dos culturemas: de posse da recolha de culturemas, seguimos para organização e análise desse material, iniciando uma discussão léxico-semântica.

A organização do levantamento dos culturemas percorreu os seguintes critérios:

Corpus: durante a constituição do corpus, todos os culturemas foram apresentados

entre colchetes e hashtags, da seguinte forma: [#culturema#].

Contexto: cada um dos elementos do levantamento segue acompanhado do seu

res-pectivo trecho em que aparece em Capitães da Areia (AMADO, 1937). En-riquecemos esta seção com informações etimológicas, datações e formas his-tóricas (aqui, para deixarmos os culturemas, mais enxutos, procedemos com o apagamento dessas informações na seção). Graças a esse procedimento, pode-remos, no futuro, propor datação e retrodatação para muitos verbetes do Gran-de Dicionário Houaiss (2009), nossa principal fonte Gran-de consulta quando da apresentação de acepções para os termos (verbetes e locuções) selecionados.

Referência: baseando-se na versão impressa da obra, incluímos, nas notas

informa-tivas de remissão sobre os culturemas, as indicações de página, como neste exemplo: (AMADO, 1937, 45).

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Informações enciclopédicas: nesta parte, couberam os comentários livres ou de caráter

enciclopédico sobre os culturemas selecionados.

A classificação escolhida para nossa pesquisa foi baseada em Igareda (2011). Apesar de voltado para o campo da Tradução, elegemos o método de Igareda (2011) para embasar nosso corpus devido à sua amplitude e por ser direcionado para análise estilística do discurso literário, conforme Martins (2008), foco privi-legiado neste trabalho.

A categorização de Igareda (2011, p. 19) é dividida gradativamente em três níveis, sendo: categorização temática, categorização por áreas e subcategorias. A autora divide o primeiro em sete classes: ecologia, história, estrutura social, ins-tituições sociais, universo social, cultura material, aspectos linguísticos culturais e humor. Os demais níveis podem ser variados e receber novas nomenclaturas (por exemplo, moedaculturemas, para se referir a moedas), à medida que o pesquisador vai extraindo os culturemas do texto literário.

Seleção de Idioculturemas

Como afirmamos anteriormente, podemos conhecer a cultura da comunidade por meio de sua fraseologia, seja expressa na língua falada ou na língua escrita (PAMIES BERTRÁN, 2008; BOUGHABA, 2014; e MIRANDA MÁRQUEZ, 2014).

A língua literária, por excelência, pode ser considerada produto da cultura (Saussure, 2012, p. 54), sendo os culturemas os elementos culturais que melhor ex-pressam o cotidiano, as tradições e os costumes de uma determinada comunidade. São os culturemas que, em geral, evocam uma realidade cultural, impregnada de símbolos e metáforas próprias de uma sociedade.

Os culturemas relacionados à identidade línguo-cultural mais frequentes em

Capitães da Areia (1937), de Jorge Amado, permitem-nos adentrar no ambiente

cultural vivenciado e construído pelo povo baiano. Alguns de seus culturemas, nesse âmbito, dizem muito da cultura baiana, do seu jeito idiossincrásico de ser, entre os quais citamos: [#comentar para os botões da farda#], [#abrir no mun-do#], [#acabar tutu#] [#acertar as contas#], [#agora é que vão ser elas#], [#andar

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ao azar#], [#andar ao léu#], [#bate o trinta e sete#], [#bater a caçuleta#], [#bater asa#], [#bater coisas#],[#bater coxa#], [#dar dois dedo de prosa comigo#], [#do-brar a língua#], [#estar com um peso da mãe#], [#fazer o amor (com) #],[#fazer o amor (completo) #], [#fazer os serviços#],[#fazer pelo sinal#], [#fechar a cance-la#], [#fechar os olhos#], [#ficar com nó na garganta#], [#negro quando pinta, três vezes trinta#], [#pagar a pena#], [#pagar o bem com o bem#], [#pensar na morte da bezerra#], [#receber um presente de grego#],[#puxar ao#], [#puxar conversa (com)#], [#a sede é pior que uma cobra cascavel#], [#dar o fogo#] [#meter as mãos#], [#não ser pra teu bico#], [#tirar o cabaço (a)#], [#ficar em maus lençóis#] e [#tocar bronha#]

Comentamos a seguir, a partir do conjunto de itens acima, alguns dos idio-culturemas, em seus respectivos contextos, que, na eleição léxica de Jorge Ama-do, apresentaram maior grau de expressividade estilística em Capitães da Areia (AMADO, 1937).

[#COMENTAR PARA OS BOTÕES DA FARDA#]

“O guarda o espiava. Depois comentou para os botões da farda: — Bem di-zem que estes poetas são doidos.” (CA, 1937, p. 185)

Trata-se de uma variação fraseológica de “falar com seus botões” com sentido de “falar consigo mesmo”, levando o leitor a recuperar a forma fixa “aos seus botões ou com seus botões “, por metáfora, com sentido de “de si para consigo”. [#ABRIR NO MUNDO#]

“Pedro Bala e João Grande abalaram pela ladeira da Praça. Barandão abriu no mundo também.” (CA, 1937, p. 318)

Pelo contexto, equivalente a “cair no mundo”, com acepção de “fugir, desaparecer”.

[#ACABAR TÚTÚ#]

“— Tú não pode passar um dia sem bater coxas com esta bruaca, não é? Tú vae acabar tútú..” (CA, 1937, p. 92).

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À primeira vista, pareceu-nos um cochilo editorial. Não se trataria de “acabar tútú”, e sim, “acabar tatu”, como variante da expressão “levar um tatu ou pegar um tatu” com acepção de “ser derrubado; cair”, como nos sugere o contexto da expres-são. Não encontramos um significado específico. Provavelmente é uma gíria da época, um jargão dos capitães da areia.

[#ACERTAR AS CONTAS#]

“— Então podem ir. Depois, tem que ser antes de duas horas, voltem aqui. Mas só quando a rua estiver deserta. Eu os esperarei. Acertaremos nossas contas então.” (CA, 1937, p. 76).

No sentido de “dar remuneração a; gratificar, recompensar”, é bem transparente. [#AGORA É QUE VÃO SER ELAS#]

“— Com certeza está com o homem. Agora é que vão ser elas.” (CA, 1937, ´p. 79). Mesmo que “agora é que são elas”, com sentido de expressão usada para indicar que os problemas ou as dificuldades vão começar. São formas variantes e equiva-lentes em termos de acepção “agora é que são elas” ou “aí é que são elas”, “aí é que reside a dificuldade”, “agora é que começam os problemas”; “aí é que bate o ponto”, aí é que a coisa fia fino”.

[#ANDAR AO AZAR#]

“Pedro Bala enquanto sobe a ladeira da Montanha vae pensando que não existe nada melhor no mundo que andar assim, ao azar, nas ruas da Bahia.” (CA, 1937,

p. 176).

Ao contexto dado, a acepção mais próxima seria a de “andar à sorte”, isto é, “à sorte, ao acaso, a esmo; aleatoriamente, acidentalmente”.

[#ANDAR AO LÉU#]

“Gostava de andar ao léu nas ruas da cidade, entrando nos jardins para fumar um cigarro sentado num banco, entrando nas igrejas para espiar a beleza do ouro ve-lho, flanando pelas ruas calçadas de grandes pedras negras.” (CA, 1937, p. 94).

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Tem o mesmo sentido de “andar à toa, a esmo”. [#BATE O TRINTA E SETE#]

“— O Gringo andou ruim. Quasi bate o trinta e sete. Andou por pouco. Se não fosse Don’Aninha que deu beberagem a ele que botou ele em pé, tú não via mais ele. Tá mais magro que um espeto...” (CA, 1937, p. 168).

Com a acepção de “falecer, morrer; bater o trinta e um de roda, bater o trinta e um”. Acreditamos que se trata de variação fraseológica ou uma “corruptela fraseológica” da expressão “bater o trinta e um” (hipótese da escrita da expressão distanciada de uma linguagem com maior prestígio social).

[#BATER A CAÇULETA#]

“— De que morreu, sua mãe? — Mesmo não sei. Deu uma coisa exquesita na po-bre, uma febre de mau agouro, ela bateu a caçuleta em cinco dias. E me deixou só no mundo.” (CA, 1937, p. 156).

Houaiss (2009) registra como acepção de “morrer; bater as botas” para a referida expressão.

[#BATER COXA#]

“— Tú não pode passar um dia sem bater coxas com esta bruaca, não é? Tú vae acabar tútú..” (CA, 1937, p. 92)

Atualmente, tem-se o substantivo “bate-coxa”, forma tabuística de “relação sexual; cópula”.

[#DAR DOIS DEDO DE PROSA COMIGO#]

“— O “Loiro”, que morreu na greve? Como não me lembro. Era um que toda tarde vinha dar dois dedo de prosa comigo. Gostava de tirar pilhéria.”(CA, 1937, p. 111) A locução fixa é “dois dedos de”, com a ideia de “um tantinho, um pouquinho”. [#DOBRAR A LÍNGUA#]

“— Dobre a língua, filho da mãe.” (CA, 1937, p. 248).

Seria possível aqui uma metáfora mista: dobrar o joelho como sinal de respeito e dobrar a língua, falar de forma respeitosa.

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[#FAZER O AMOR COM ALGUÉM #]

“O Gato respondia aos sorrisos e seguia. Esperava que uma o chamasse e fizesse o amor com ele.” (CA, 1937, p. 54)

Com o sentido da obra, atualmente, utilizamos a expressão, sem o artigo “o”, “fazer amor” com sentido informal de “manter relações sexuais; copular”.

[#FECHAR A CANCELA#]

“Já fechei a cancela, Boa Vida. Passei da idade. Pergunta a este. — apontava João de Adão. — Vi quando ele, quasi menino assim como tú, fez a primeira greve aqui nas doca. Naquele tempo ninguém sabia que diabo era greve. Tú te lembra, com-padre?” (CA, 1937, p. 110).

Equivalente hoje a “não ter mais relações sexuais”. [#FICAR COM NÓ NA GARGANTA#]

“Olhou o desenho semi-apagado, seguio seu caminho ainda com as mãos nos rins. Ia quasi sem pensar, com um nó na garganta.” (CA, 1937, p. 129)

Houaiss (2009) data a locução de 1551, cuja acepção é “aperto na garganta causado por uma emoção forte”.

[#NEGRO QUANDO PINTA, TRÊS VEZES TRINTA#]

“Pedro Bala falou: — Negro quando pinta, três vezes trinta.” (CA, 1937, p. 110). A expressão “negro quando pinta três vezes trinta” era uma expressão utilizada para dizer que os negros não aparentavam a idade que tinham. Negro quando apresenta a idade (pinta), já tem muito mais do que se imagina (três vezes trinta).

[#PENSAR NA MORTE DA BEZERRA#]

“— Tá pensando na morte da bezerra, seu mano?” (CA, 1997, p. 113).

No contexto, há um interessante caso de uso de “seu mano” como interlocutório pessoal. Trata-se de uma fraseologia cujo sentido idiomático é “estar distraído ou absorto consigo próprio; estar pensativo, não estar atento ao que se passa em torno”

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[#SABER O SEU A. B. C.#]

“— Até parece Rosa Palmeirão. Nunca houvera mulher tão valente como Rosa Palmeirão. Dera em seis soldados de uma vez. Todo marítimo sabe o seu A. B. C. no cais da Bahia. Por isso Dora gosta da comparação e sorri: — Obrigado, mano.” (CA, 1937, p. 251).

A acepção figurativa mais adequada ao contexto é a mesma de bê-a-bá, isto é, “his-tória relatada; narrativa”.

[#TÁ COMO URUBU EM CIMA DE CARNIÇA#]

“— Tá tudo como urubu em cima de carniça.” (CA, 1937, p. 226).

Uma variação fraseológica de “tá mais alegre do que urubu na carniça”, com a acepção figurativa mais aproximada de “abutre”, isto é, “pessoa que espera ou deseja a morte ou o desaparecimento de outrem de modo a obter bens ou vantagens”. [#NÃO SER PRA TEU BICO#]

“A negra atirou o chinelo, Boa Vida desviou o corpo:— Se eu tivesse uma filha não era pra teu bico, malandro.” (CA, 1937, p. 114).

Trata-se de fraseologia com sentido idiomático de “não estar de acordo com as possibilidades de (alguém)”.

[#TIRAR O CABAÇO (A)#]

“— Quem tirou teu cabaço?— Ora, me deixe ... — respondeu o pederasta rindo.” (CA, 1937, p. 136).

Com acepção de desvirginar, descabaçar (especialmente, mulher), mas o contexto refere-se a desvirginamento do pederasta “Mariasinha”.

[#FICAR EM MAUS LENÇÓIS#]

“Almiro foi mesmo levado para o lazareto e o padre ficou em maus lençóes pois o medico (que se dizia livre-pensador, mas em verdade era espirita) denunciou o padre também como encobridor do caso.” (CA, 1937, p. 196).

Com pelo menos duas acepções adequadas ao contexto: (i) “em situação crítica, difícil, arriscada”; e (ii) “em posição indefensável perante seus acusadores”.

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[#TOCAR BRONHA#]

“— Mesmo esse couro — disse o Gato — não me tenta. Nem pra me tocar bro-nha.” (CA, 1937, p. 58).

Automasturbação, isto é, masturbação praticada em si próprio Considerações finais

No decorrer deste trabalho se evidenciou, de forma bastante explícita, o quan-to o conhecimenquan-to de culturemas é importante para uma recepção adequada de

Capitães da Areia (AMADO, 1937), e, por outro lado, da diversidade linguística,

tanto no sentido sincrônico, como diacrônico. O recorte cultural e linguístico que o romance de Amado nos traz representa falas e expressões bastante específicas – as da cultura urbana e popular baiana da entre-guerras – que se constituem, desta forma, como representação da diversidade cultural brasileira ou, como diria Darcy Ribeiro, de uma das muitas ilhas Brasis. Enquanto alguns destes culturemas mar-cam e distinguem, portanto, a cultura e, em última instância, a identidade baiana dos anos 30, outros demonstram, pela sua transparência e emprego em outras ilhas Brasis, uma rica relação de interfecundação linguística entre diferentes regiões do Brasil e, portanto, expressam uma identidade linguística brasileira.

Sabemos que este trabalho só pode ser um início, tanto em relação a uma práxis leitora, seja isto no ensino médio ou na aprendizagem do português brasi-leiro como segunda língua, quanto na pesquisa de culturemas em busca de uma descrição das identidades linguísticas e culturais do Brasil. É evidente que textos literários são, em muitos aspectos, fontes muito proveitosas para essas atividades. Representando, por necessidade, experiência humana, estão enraizados nos tem-pos e espaços culturais-linguísticos da sua gênese, enquanto, ao mesmo tempo, ultrapassam essas em direção ao universal.

A pesquisa, no futuro, deverá aprofundar-se ainda em relação às origens, à motivação e à difusão desses culturemas, tanto no sentido diacrônico, como em sentidos sincrônicos, como a questão de regiões, grupos sociais ou profissões. O quanto isto pode constituir-se como desafio se demonstrou, claramente, no

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culturema [#acabar tútú#]. No entanto, entendemos que este trabalho se constitui como um primeiro passo da exploração cultural-linguístico ou línguo-culturológi-ca dessa obra signifilínguo-culturológi-cativa e que pode servir de modelo para pesquisas sobre outras obras.

Referências

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Recebido: 30/7/2019. Aprovado: 11/11/2019.

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