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Figura1: Trajeto da Trilha da Saracura com seus respectivos pontos interpretativos.

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Academic year: 2021

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PLANEJAMENTO E IMPLANTAÇÃO DE UMA TRILHA INTERPRETATIVA NA MATA ATLÂNTICA PARA ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO

INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE CAMPUS RIO DO SUL

Autores: Alessandra Lariza KRUG, Marcelo PEZENTI, Eliane Henkel FRÓES, Marja Zattoni MILANO.

Identificação autores: Bolsista PET (Programa de Educação Tutorial); Bolsista Proex; Bolsista Proex; Orientador

IFC-Campus Rio do Sul. Introdução

A Mata Atlântica é um dos Biomas mais ricos em espécies no mundo e também o segundo mais ameaçado de extinção. Viver na Mata Atlântica é uma grande responsabilidade e também um grande privilégio para os amantes da natureza. A fauna, a flora, os rios, os mares, as montanhas e o solo têm um papel a desempenhar no funcionamento do ecossistema, como na dispersão de semente, no controle biológico, na filtragem de água e no armazenamento de nutrientes, entre outros. E para que isso ocorra é preciso haver equilíbrio. Entretanto, mesmo com a luta para a preservação da Mata Atlântica, ainda ocorrem diversos casos de desmatamentos ilegais, queimadas, cativeiro de animais, e poluição de rios, que colocam em risco o equilíbrio do ambiente. Assim, a divulgação da importância da fauna e da flora e do bioma Mata Atlântica é de grande utilidade e importância para a sociedade.

Nesse sentido, a visitação em trilhas e a interpretação da Mata Atlântica podem ser grandes aliadas para a educação ambiental. Trata-se de uma ponte de comunicação que liga os visitantes aos recursos naturais e leva as pessoas a um novo e fascinante mundo, propiciando novos entendimentos, ideias, entusiasmo e interesses.

A utilização de trilhas interpretativas guiadas ou autoguiadas tem sido um dos meios mais utilizados para a interpretação ambiental, tanto em ambientes naturais, como em ambientes construídos (VASCONCELLOS, 1997). Essas trilhas, quando bem planejadas, contribuem em um nível muito alto para a melhoria da percepção de visitantes acerca do ambiente natural e para a valorização e sensibilização dos visitantes. A percepção caracteriza-se pela apreensão dos objetos e dos caracteriza-sentidos, como por exemplo, árvores, sons, temperatura, etc. (VASCONCELLOS, 1997). Além disso, um bom programa de interpretação procura afetar não somente comportamentos imediatos, mas principalmente, as crenças e atitudes dos visitantes (KINKER, 2002).

O Instituto Federal Catarinense Campus Rio do Sul, desde o início de sua criação vem recebendo visita do público, principalmente de escolas da Região do Alto Vale. Essas visitas, porém, têm como objetivo apenas apresentar os setores agrícolas onde os próprios alunos dos

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cursos técnicos realizam aulas práticas e pesquisas. Mas o campus do IFC Rio do Sul tem uma grande área, onde também é possível observar a variedade de espécies nativas da flora, assim como uma grande diversidade de aves e outros animais da Mata Atlântica.

Desta forma, a implantação de uma trilha interpretativa no campus do IFC Rio do Sul tem como objetivo geral propiciar o desenvolvimento de diferentes estratégias de educação e comunicação ambiental, focando na observação da biodiversidade da Mata Atlântica, por meio da vivência no ambiente natural. Este projeto integra o Programa de Extensão de Apoio à Educação Ambiental nas Escolas do Alto Vale do Itajaí.

Material e Métodos

O projeto está sendo realizado em remanescentes florestais do Instituto Federal Catarinense – Campus Rio do Sul, localizado na comunidade da Serra Canoas, do município de Rio do Sul no Alto Vale do Itajaí.

A Serra Canoas, localidade onde se encontra o IFC, está localizada a 696,6 m de altitude. A área total do IFC é de aproximadamente 190 ha. Neste espaço, existem algumas áreas utilizadas para finalidades didáticas dos cursos técnicos e superiores oferecidos pela instituição e outras para atividades agrícolas, além de áreas que atualmente não são utilizadas para esses fins. Antes da implantação da antiga Escola Agrícola de Rio do Sul, no ano de 1988, suas áreas florestais foram intensamente exploradas para a extração de recursos madeiráveis, restando áreas muito degradadas que se encontram em lento processo de recuperação. A área destes remanescentes é classificada em Floresta Ombrófila Densa Montana (IBGE, 1992).

Dentro do campus foram pré-selecionadas duas áreas com potencial para a implantação da trilha interpretativa. Após o diagnóstico inicial, a Trilha da Saracura foi selecionada para o projeto, por estar em um ambiente menos degradado, contando com representantes de espécies arbóreas características da Mata Atlântica, e também por ter um acesso mais fácil e características adequadas para a prática de observação de aves, tais como menor declividade e maior largura da trilha.

A Trilha da Saracura apresenta um percurso de aproximadamente 1.030m, aproveitando uma antiga estrada de trator da região. Seu ponto inicial está localizado na mata atrás dos setores da mecanização e agricultura II (plantação de culturas anuais e forrageiras) e o seu ponto final localiza-se próximo à estufa do bloco C (Agronomia) (Fig. 1).

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Figura1: Trajeto da Trilha da Saracura com seus respectivos pontos interpretativos.

Inicialmente, foi realizado o diagnóstico do percurso, visando identificar as melhorias estruturais necessárias na trilha, tais como problemas ligados à erosão, pontos com alagamentos frequentes, locais escorregadios ou que apresentam dificuldades para a locomoção. Posteriormente, foi definido o plano de visitação na trilha, apresentando os objetivos que se deseja alcançar com a visita e os temas focais que deverão ser abordados por meio da interpretação.

Para a escolha dos pontos interpretativos, foi adaptado o método IAPI (Indicadores de Atratividade de Pontos Interpretativos), descrito por Magro e Freixedas (1998). Este método é formado por 05 fases: levantamento dos pontos potenciais para a interpretação; levantamento e seleção de indicadores; elaboração da ficha de campo; aplicação da ficha de campo; e seleção final.

Desta forma, foram definidos os pontos interpretativos, onde serão instaladas placas com informações relevantes, ocorrerão paradas para descanso, observação e diálogo com os guias, entre outras atividades.

Em cada ponto interpretativo, está prevista a elaboração de uma placa abordando um dos temas focais do projeto, com informações importantes e curiosidades que complementem e/ou ilustrem as informações repassadas pelos guias.

Com os roteiros de visitação e as placas prontas, a equipe de técnicos que já atua no atendimento às escolas no campus será capacitada para atuar também no atendimento de visitantes na trilha.

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Resultados e discussão

A “trilha da saracura” recebe esse nome devido a grande quantidade dessa ave na trilha.

Primeiramente, para auxiliar no diagnóstico da trilha, foram instaladas estacas numeradas de 1 a 25, com espaçamento aproximado de 50 metros, desde o inicio até o final do trajeto. Foi possível identificar que apesar da trilha ter uma boa estrutura e localização, é preciso fazer roçadas periódicas e solucionar um ponto de alagamento, por meio de valas para saída do excesso de água. Considerou-se necessário a implantação de comedouros para facilitar a visualização das aves, e com o mesmo objetivo, fazer identificações de espécies utilizando plaquetas de alumínio.

Após o diagnóstico de todo o trajeto da trilha, foram definidos os temas focais do projeto (Quadro 1). Localização entre as estacas numeradas Número do ponto interpretativo (placa) Tema Informação

1 1 Apresentação da trilha Croqui, extensão e tempo aproximado de percurso.

2 2 Mata Atlântica Breve descrição sobre o que é a Mata e suas

principais características.

4-5 3 Aves Diversidade, espécies comuns na trilha, tráfico.

6-7 4 Nichos ecológicos e

biodiversidade

Todos os seres vivos têm sua importância e seu papel para o equilíbrio ecológico.

7-8 5 Fungos Diversidade, beleza e importância dos fungos para

o ecossistema.

9-10 6 Exploração de madeira Histórico da exploração da Mata Atlântica em geral

e destaque para algumas espécies de maior interesse madeireiro que foram exploradas na região (cedro,

canela, pau-óleo, peroba).

11-12 7 Sensações Importância de utilizar os diferentes órgãos do

sentido para perceber o ambiente da trilha e toda sua beleza (sons, cores, temperatura, umidade,

cheiros etc) utilizando.

16-18 8 Espécies Nativas x

Exóticas

Diferença entre espécies nativas e exóticas e seu papel no ecossistema.

18-19 9 Toca de tatu Citar as diferentes espécies de tatu que ocorrem na

região e seu papel como “engenheiros” ambientais.

19-20 10 Palmito Destacar a importância econômica, paisagística e

ecológica do palmito, assim como o perigo de sua exploração descontrolada.

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Os respectivos temas vistos no quadro acima forma distribuídos de acordo com os pontos de interpretação. E para escolha do local onde cada ponto se localizou, realizou-se um planejamento de acordo com realidade da trilha. Os critérios observados para definição dos pontos de interpretação foram: presença de características ambientas que tenham relação com os temas focais definidos, possibilidade de visualização da avifauna, presença de árvores de importância econômica e paisagística na região.

Conclusão

Com a implantação da Trilha da Saracura no interior do campus do IFC – Rio do Sul espera-se contribuir para uma maior aproximação com a comunidade, fortalecendo o compromisso com a extensão. Também, esperamos promover a conscientização ambiental e a preservação da Mata Atlântica.

Referências

IBGE. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Série Manuais Técnicos em Geociências, 1. Rio de Janeiro, 1992.

KINKER, S. Ecoturismo e conservação da natureza em parques nacionais. Campinas: Papirus, 2002.

LIMA, S. T. Trilhas Interpretativas: a aventura de conhecer a paisagem, Cadernos Paisagem. Rio Claro, UNESP, n. 3, p. 39-44, 1998.

(http://www.repams.org.br/downloads/Lima,%20Solange.pdf) Acesso: 2/06/15.

MAGRO, T. C.; FREIXÊDAS, V. M.. Trilhas: como facilitar a seleção de pontos interpretativos. Circular Técnica IPEF, n.186, p.4-10, 1998.

VASCONCELLOS, J. M. O. Trilhas interpretativas: aliando educação e recreação. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, 1., 1997, Curitiba.

Referências

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