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Ativos Intangíveis: Estudo de Caso em Empresas de Telecomunicações no Brasil

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Ativos Intangíveis: Estudo de Caso em Empresas de

Telecomunicações no Brasil

Larissa Abreu Carpi Costa1 larissacarpi@hotmail.com

Resumo: Em um ambiente cada vez mais globalizado, o conhecimento e a utilização da tecnologia vem influenciando as estruturas organizacionais, com isso, a relevância assumida pelos ativos intangíveis em relação aos ativos tangíveis na composição do patrimônio das entidades vem crescendo. Devido a sua dificuldade de definição, mensuração e estimativa de vida útil, esse tipo de ativo é considerado uma área bastante complexa da contabilidade sendo foco de pesquisas acadêmicas e de organizações normatizadoras da contabilidade de todo o mundo. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo verificar a evidenciação dos valores reconhecidos no ativo classificados como intangíveis em uma amostra de três, das principais, companhias abertas do setor de telecomunicações no Brasil, tendo como base as notas explicativas de suas demonstrações financeiras sobre esse grupo do ativo e a sua adequação ao Pronunciamento Técnico CPC 04 – Ativos Intangíveis. A metodologia adotada na realização deste artigo foi um estudo de caso múltiplo, quanto ao objetivo foi descritiva. Os resultados mostram que, com base em qualidade e detalhes, podemos chegar à seguinte ordem de evidenciação do intangível feita pelas três empresas em ordem crescente: Brasil Telecom, Vivo e TIM.

Palavras-Chaves: ativo intangível, evidenciação, nota explicativa, CPC 04

1 Introdução

Estamos vivendo um fenômeno, notadamente nas duas últimas décadas, que é a base das transformações pelas quais a sociedade e a economia mundial vêm passando e que estabeleceu uma conexão entre diversos mercados e países: é a globalização da economia. O avanço da tecnologia da informação e das telecomunicações possibilitou esse fenômeno e formou um novo panorama, onde as mudanças são impostas às empresas para que estas consigam manter sua competitividade e permanência no mercado. (SANTOS, 2002)

Até então, a maior preocupação da contabilidade era a correta avaliação e registro dos ativos tangíveis de uma entidade, para que pudesse refletir sua realidade. Esse cenário foi modificado, já que a crescente competição fez aumentar a busca por um diferencial e, nesta

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circunstância, os ativos intangíveis ganharam maior relevância, devido ao aumento da materialidade de seus valores, na composição do patrimônio. (Autor desconhecido, 2009) No Brasil, a contabilidade está em processo de mudança fundamentado na harmonização das normas contábeis, baseando-se nas Normas Internacionais de Contabilidade emitidas pelo International Accounting Standards Board – IASB, prevista na Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Além de resultar em uma maior transparência e comparabilidade das demonstrações, principalmente no âmbito internacional, essa grande mudança pode gerar, também, dificuldade na avaliação e obtenção de novos julgamentos sobre cada operação e sua melhor maneira de registro. (FERNANDES et al, 2008)

Um bom exemplo disso são os ativos intangíveis. A deficiência existente no registro e mensuração deste tipo de ativos nas demonstrações financeiras, devido a suas dificuldades de identificação, definição e avaliação ou pelas incertezas inerentes ao próprio intangível, pode causar uma distorção do real patrimônio da empresa. Em função de sua importância, é necessário que os profissionais da área contábil conheçam ou dominem as informações sobre esses ativos.

Com isso, o interesse por estudar, esclarecer dúvidas e emitir normas sobre esse assunto vem crescendo. Com a alteração da legislação societária brasileira gerada pela Lei nº 11.638/07 e Medida Provisória nº 449/08, o ativo intangível ganhou um maior reconhecimento. A deliberação CVM nº 553/08, que aprovou o Pronunciamento Técnico CPC 04 – Ativos Intangíveis, correspondente à norma internacional IAS 38, define o tratamento contábil de ativos intangíveis. Descreve em que casos uma entidade deve reconhecer o ativo intangível, especifica como deve ser apurado o valor contábil dos ativos intangíveis e estabelece a necessidade de divulgações sobre esses ativos, entre outros aspectos.

Sendo assim, o objetivo deste artigo é verificar e analisar comparativamente as notas explicativas sobre ativo intangível, através de estudo de caso, de três das principais companhias abertas do segmento de telecomunicações no Brasil: Vivo Participações S.A., Brasil Telecom S.A. e TIM Participações S.A..

Este artigo aborda primeiramente os conceitos de ativos e ativos intangíveis, as formas de mensuração, reconhecimento e amortização. Na parte seguinte descreve e classificada a metodologia utilizada em sua elaboração para, na quarta parte apresentar e analisar as notas explicativas de ativos intangíveis para na última concluir.

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2 Revisão Bibliográfica

2.1 Ativos

Conceituaremos, brevemente, a natureza dos ativos antes de falarmos sobre os ativos intangíveis, que são mais complexos em função das dificuldades de definição e, principalmente, das incertezas a respeito de sua mensuração e vida útil.

A definição dada para ativo pelo IASB e pelo CPC diz que um ativo é “um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que futuros benefícios econômicos resultem para a entidade”. (CPC 04, 2008)

Hendriksen e Breda (1999, p.283) expõem a definição de ativos do Financial Accounting Standart Board (FASB), como sendo os "benefícios econômicos futuros prováveis, obtidos ou controlados por uma entidade em conseqüência de transações ou eventos passados".

Segundo Sprouse e Moonitz (apud IUDICÍBUS, 2000, p.129) "ativos representam benefícios futuros esperados, direitos que foram adquiridos pela entidade como resultado de alguma transação corrente ou passada".

O FASB, através do Statement of Financial Accounting Concepts nº 6, define ativos e cita, ainda, que os ativos têm três características essenciais: capacidade de gerar um benefício futuro à entidade, serem controláveis pela entidade que os possui e que esse controle se origina de um evento ou transação passada. Declara também, que os ativos podem possuir outras características, dentre elas a tangibilidade e, posteriormente, alega que essa característica não é satisfatória para definir o ativo reconhecendo, assim, a existência de ativos intangíveis. (SFAC 6, 1985)

2.2 Ativos Intangíveis

O ativo intangível é normatizado pelo International Financial Reporting Standards (IFRS) através do IAS nº 38 e, no Brasil, pelo pronunciamento técnico - CPC 04, aprovado pela Deliberação CVM nº 553, de 12 de novembro de 2008. Aplicando-se aos exercícios encerrados a partir de dezembro de 2008, com uma exceção ao ativo intangível com vida útil indefinida, que não deve ser amortizado, a norma entra em vigor a partir dos exercícios encerrados em 2009.

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reconhecer um ativo intangível apenas quando determinados critérios especificados no pronunciamento forem atendidos e também especificar como mensurar o valor contábil do ativo intangível, exigindo divulgações específicas sobre esses ativos.

Para Hendriksen e Breda (1999, p.387), “ativos intangíveis são ativos que carecem de substância. Como tais, esses ativos devem ser reconhecidos sempre que preenchem os requisitos de reconhecimento de todo e qualquer ativo, ou seja, devem atender à definição de um ativo, devem ser mensuráveis e devem ser relevantes e precisos”.

Segundo Kohler (apud IUDÍCIBUS, 2000, p.209) o Ativo intangível é “um ativo de capital que não tem existência física, cujo valor é limitado pelos direitos e benefícios que antecipadamente sua posse confere ao proprietário.”

No Quadro 1, Iudícibus apresenta a grande discordância entre os dois grandes autores de Teoria da Contabilidade, quanto às características adicionais dos intangíveis:

Quadro 1 – Comparativo entre autores

Hendriksen Most

1

Não são separáveis do valor da empresa como um todo.

Isso se aplica somente a alguns casos, como por exemplo, o portador de contratos de alto valor e de direitos autorais conseguem distingui-los do intangível geral do negócio. 2

Há um alto grau de incerteza relativo ao valor corrente de mercado.

Isto se aplicaria também a muitos itens do imobilizado tangível, para algumas propriedades imobiliárias e para grande parte dos inventários.

3 Não se pode determinar o valor do ativo pela verificação da condição física, do custo de reposição ou de um valor corrente de mercado.

Alguns ativos fixos perdem valor independentemente de sua condição física. Se o goodwill ou um produto patenteável tem custo de reposição ou um valor de mercado é uma questão de fato em cada caso.

4 Quanto ao seu valor ser derivado dos benefícios futuros esperados, é impossível determinar qual parte da receita deriva de um intangível especificamente.

Isso se aplica somente a alguns casos, além disso, a inabilidade em atribuir receitas a ativos específicos aplica-se igualmente à maioria dos ativos tangíveis.

5 Surgem condições de concorrência imperfeita.

Desde que a concorrência imperfeita é a norma e não a exceção em uma economia moderna.

Fonte: Adaptado de Iudícibus, 2000, p. 214. Segundo o CPC 04 (2008) os ativos intangíveis são ativos não monetários, identificáveis, não possuem substância física, são controláveis e geradores de benefícios econômicos futuros.

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Falaremos um pouco mais sobre a identificação, o controle e os benefícios econômicos futuros supracitados:

Identificação: um ativo intangível satisfaz o critério de identificação, quando for separável, isto é, capaz de ser separado ou dividido da entidade e vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado, seja individualmente ou em conjunto com um contrato, ativo ou passivo relacionado; ou quando resultar de direitos contratuais ou de outros direitos legais, quer esses direitos sejam transferíveis quer sejam separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações. (CPC 04, 2008) • Controle: “a entidade controla um ativo quando detém o poder de obter benefícios

econômicos futuros gerados pelo recurso subjacente e de restringir o acesso de terceiros a esses benefícios.” (CPC 04, 2008, p.7). Normalmente, a capacidade da entidade de controlar os benefícios econômicos futuros de ativo intangível sucede de direitos legais e a ausência destes, torna difícil a comprovação de controle. Entretanto, a entidade pode ter o controle dos benefícios econômicos de outra forma não sendo algum tipo de direito legal, exercido em tribunal, uma condição indispensável ao controle. (CPC 04, 2008)

Benefícios econômicos futuros: estes benefícios gerados pelo ativo intangível podem ocorrer através de uma receita de venda de produtos ou serviços, de uma redução nos custos ou de outros benefícios que sejam gerados em função desse ativo. (CPC 04, 2008)

2.3 Reconhecimento e Mensuração

De acordo com o CPC 04 (2008), para reconhecer um ativo intangível a entidade deve demonstrar que ele atende à definição e aos critérios de reconhecimento, ou seja, se for provável que o ativo irá gerar benefícios econômicos futuros em favor da entidade e se seu custo possa ser mensurado com segurança.

Para Hendriksen e Breda,

“os ativos intangíveis não deixam de ser ativos simplesmente porque não possuem substância. Seu reconhecimento deve obedecer, portanto, as mesmas regras válidas para todos os ativos. Portanto, de acordo com o SFAS 5, parágrafo 63, um item deve ser reconhecido quando: (a) corresponde à definição apropriada, (b) é mensurável, (c) é relevante, e (d) é preciso”. (HENDRIKSEN; BREDA, 1999, p.388)

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Devido a sua essência, a mensuração de um Ativo Intangível pode ser extremamente difícil, principalmente dos que não são identificáveis ou separáveis. Hendriksen e Breda (1999) retratam essa dificuldade, e destacam o caso de intangíveis que não podem ser identificados separadamente, tais como goodwill. Segundo os autores, a mensuração com base nos custos da transação é a base mais usual, escolhida em termos pragmáticos.

Conforme a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis constante no Pronunciamento Conceitual Básico do CPC, para avaliar um ativo, a entidade pode, optar pelo método de custo ou pelo método de reavaliação, quando este não estiver restringido por uma Lei ou norma legal estabelecida. Hoje, a reavaliação de bens intangíveis ou tangíveis não é permitida devido à Lei nº. 11.638/07, sendo assim, a mensuração deve ser feita pelo método de custo, onde os ativos são registrados ao custo menos eventual amortização acumulada e perdas de valor recuperável acumuladas. (CPC 04, 2008)

2.4 Vida Útil e Amortização

Os intangíveis devem ser amortizados já que representam benefícios vinculados a receitas gerados em períodos futuros, além disso, perdem seu valor ao longo do tempo, devendo ser amortizados durante o período estimado em que se espera ter o beneficio. (CAVALCANTE; ZEPPELINI, 2002). Podemos entender como vida útil, esse período de tempo em que se espera ter o benefício gerado pelo bem.

Segundo Hendriksen e Breda (1999), os ativos intangíveis são amortizados assim como os ativos tangíveis são depreciados. A vida útil utilizada deve ser sua duração econômica estimada. Isto é normalmente menos do que sua duração legal e deve, em todos os casos, ser inferior a 40 anos. As revisões de sua vida útil devem ser tratadas prospectivamente, como mudanças de estimativas. Revisões de estimativas de seu valor para baixo devem ser tratadas como despesas extraordinárias.

Em termos de práticas internacionais, o International Accounting Standards Board (IASB) segue a mesma linha do FASB. O IAS 38 deixa bem claro a postura a ser adotada: caso o intangível possua vida útil limitada, finita deve ser amortizado, se por outro lado, possuir vida útil indefinida, deve ser objeto de testes de impairment periódicos. (Resumo Técnico -IAS 38) De acordo com o CPC 04 (2008), a entidade deve avaliar se a vida útil do ativo intangível é definida ou indefinida e, se definida, a duração ou o volume de produção que constituem essa

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vida útil. A contabilização tem por base a vida útil, já que o ativo intangível com vida útil definida deve ser amortizado de forma sistemática ao longo desse período estimado, com início a partir do momento em que o bem estiver disponível para uso, enquanto a de um intangível com vida útil indefinida não deve mais ser amortizado a partir de 2009, devendo ser submetido ao teste de impairment.

Para fins societários, nos termos da Instrução CVM nº 247/96, com nova redação dada pela Instrução CVM nº 285/98, o ágio, conforme sua fundamentação econômica deve ser amortizado de acordo com a vida útil remanescente do ativo que lhe originou, se este for o fundamento, ou deve ser amortizado no prazo máximo de 10 anos, se for justificado por lucros futuros esperados, ou se advindo de uma concessão governamental onerosa, deve sê-lo no prazo máximo contratual, conforme contrato de concessão celebrado com o ente público. De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos (2007), a entidade deve testar a perda de valor (teste de impairment) dos ativos intangíveis com vida útil indefinida fazendo uma comparação de seu valor recuperável com o seu valor contábil anualmente e quando existirem indícios de que este possa ter perdido valor e não mais amortizá-lo.

2.6. Divulgação

De acordo com o CPC 04 (2008), no item 4, a entidade deve divulgar em notas explicativas, para cada ativo ou classes de ativos intangíveis (marcas, softwares, licenças e franquias etc.), fazendo a distinção entre ativos intangíveis gerados internamente e outros ativos intangíveis, as seguintes informações:

3 - Evidenciação

I - com vida útil indefinida ou definida e, se definida, os prazos de vida útil ou as taxas de amortização utilizados;

II - os métodos de amortização utilizados para ativos intangíveis com vida útil definida;

III - o valor contábil bruto e eventual amortização acumulada (mais as perdas acumuladas no valor recuperável) no início e no final do período;

IV a rubrica da demonstração do resultado em que qualquer amortização de ativo intangível for incluída;

V - uma reconciliação dos valores escriturados no começo e no fim do período, demonstrando:

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a) adições, indicando separadamente as provenientes de desenvolvimento interno e as adquiridas, bem como as adquiridas por meio de e uma combinação de negócios;

b) ativos classificados com disponíveis para venda ou incluídos em grupo de ativos classificados como mantidos para venda e outras baixas;

c) aumentos ou reduções, durante o período, decorrentes de reavaliação e de perdas por desvalorização de ativos reconhecidas ou revertidas diretamente no patrimônio líquido, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos;

d) provisões para perdas de ativos reconhecidas no resultado do período, de acordo com o CPC 01

e) reversão de perda por desvalorização de ativos, apropriada ao resultado do período, de acordo com o CPC 01 (se houver);

f) qualquer amortização reconhecida no período;

g) variações cambiais líquidas geradas pela conversão das demonstrações contábeis para a moeda de apresentação e de operações no exterior para a moeda de apresentação da entidade; e

h) outras alterações no valor contábil durante o período.

3 Metodologia

Este trabalho utilizará à metodologia do estudo de caso multiplo, conforme recomenda Yin (1994), para tal foram escolhidas as empresas: TIM Participações S.A., Brasil Telecom S.A. e Vivo Participações S.A., para analisar a evidenciação dos ativos intangíveis nas notas explicativas de suas demonstrações financeiras.

Quanto ao objetivo da pesquisa, segundo Gil (apud Raupp; Beuren, 2006, p.81) podemos classificá-la em descritiva, já que iremos descrever as características do intangível para posteriormente analisarmos sua divulgação. A respeito da metodologia utilizada para os procedimentos de coleta de dados será documental.

Segundo Silva e Grigolo (apud Raupp; Beuren, 2006, p.89), com relação à análise dos dados é um estudo comparativo, já que as notas explicativas serão comparadas no sentido de podermos concluir algo a respeito da evidenciação de intangíveis.

Os procedimentos realizados consistiram em realizar uma revisão bibliográfica sobre o assunto, selecionar três das principais companhias abertas do segmento de telecomunicações no Brasil de forma aleatória e coletar em seus sites suas Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFP) enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Após coleta das

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DFP, foram selecionadas as notas explicativas relacionadas ao intangível para apresentação, verificação da adequação ao CPC 04 e comparação entre a evidenciação feita pelas empresas.

4 Apresentação da amostra

TIM PARTICIPAÇÕES S.A.

A TIM Participações S.A. é uma companhia holding, que presta serviços de telecomunicações em todo o território nacional através de suas subsidiárias, TIM Celular S.A. e Intelig Telecomunicações LTDA. A Companhia iniciou suas operações no Brasil em 1998 e se consolidou como uma empresa nacional a partir de 2002, tornando-se a primeira operadora móvel a ter presença em todos os estados do Brasil.

Em sua demonstração financeira, na nota explicativa de número 15, os intangíveis são demonstrados no Quadro 2, como segue:

Quadro 2 – Composição do Intangível da TIM Participações S.A.

Fonte: Retirado da Empresa TIM (2010). Em seu intangível, a TIM Participações S.A. evidenciou as autorizações para exploração do Serviço Móvel Pessoal (SMP) e os direitos de uso de softwares e radiofreqüências apresentados ao custo de aquisição, e também, o ágio e softwares que estão em uso ou em desenvolvimento.

A amortização é calculada com base no método linear de acordo com da vida útil dos ativos, correspondo a cinco anos para bandas de radiofreqüência e software e quinze anos para

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licenças. As estimativas do tempo de vida útil dos bens intangíveis são revisadas regularmente a fim de refletir as mudanças tecnológicas.

O ágio foi constituído com base na expectativa de rentabilidade futura sendo sujeito a revisões periódicas de sua rentabilidade. Sua amortização foi realizada até dezembro de 2008 de acordo com a vida útil estimada em dez anos, não sofrendo amortização a partir do ano de 2009.

BRASIL TELECOM S.A.

A Brasil Telecom, no início de 2009, foi adquirida pela Oi que é a principal provedora de serviços de telecomunicações do Brasil e, após esta aquisição tornou-se a maior operadora de telecomunicações do país em faturamento e a maior empresa de telefonia fixa da América do Sul com base no número total de linhas em serviço.

Sobre o intangível, na nota explicativa número 16 de sua demonstração financeira, a empresa divulgou o que segue no nos Quadros 3, 4 e 5 a seguir:

O intangível da Brasil Telecom é mensurado pelo custo de aquisição, deduzido de amortização e, quanto aplicável, de provisão para ajuste ao valor de realização (teste de impairment). Sendo composto, basicamente, por: termos de autorização de uso de radiofreqüências e prestação de SMP, direitos de uso de software e ágios na aquisição de investimentos.

A amortização é feita pelo método linear levando em consideração, no caso de termos de autorizações: o seu prazo de vigência e para softwares: o prazo máximo de cinco anos.

A Brasil Telecom e suas controladas possuem ágios originados na aquisição de investimentos que estão fundamentados na expectativa de rentabilidade futura (goodwill) dos negócios adquiridos, tendo como base uma projeção de dez anos elaborada por empresas especializadas. Em 2009, a empresa, realizou e evidenciou, conforme o quadro 3, as análises do valor recuperável, ou seja, fez o teste de impairment dos ágios registrados, e não apurou perdas.

Outras informações divulgadas pela empresa referem-se ao fato de que em dezembro de 2009 o Conselho de Administração da companhia e de suas controladas, aprovou um laudo de avaliação da vida útil econômica dos itens que constituem seu intangível. Este laudo não propôs alteração na vida útil dos ativos intangíveis.

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Quadro 3 – Composição do Intangível da Brasil Telecom S.A.

Fonte: Retirado da Empresa Brasil Telecom (2010) Quadro 4 – Demonstração do Teste de Impairment do Ágio da Brasil Telecom S.A.

Fonte: Retirado da Empresa Brasil Telecom (2010) Quadro 5 – Composição das Licenças Regulatórias da Brasil Telecom S.A.

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VIVO PARTICIPAÇÕES S.A.

Vivo Participações presta serviços de telecomunicações móveis, telefonia celular, transmissão de dados e internet em todo o território nacional. Líder no mercado de telefonia celular, Vivo é a marca da joint venture constituída em 2002 entre a Portugal Telecom e Telefonica. Cobrindo mais de 2.9 mil municípios é a maior empresa do setor no país e também o maior grupo de telefonia celular do Hemisfério Sul.

Os quadros abaixo extraídos da demonstração financeira, na nota explicativa de nº 12, evidenciam a composição (quadro 6), as taxas de amortização (quadro 7) e a movimentação (quadro 8) do ativo intangível:

Quadro 6 – Composição do Intangível da Vivo Participações S.A.

Fonte: Retirado da Empresa Vivo (2010) Seu intangível é composto por direitos de uso de software adquiridos de terceiros, licenças de autorização adquiridas da ANATEL, valores de fundo de comércio referentes a lojas e ágios na aquisição de investimentos.

Os ativos intangíveis da Vivo Participações S.A. adquiridos separadamente são mensurados inicialmente pelo seu custo de aquisição e, posteriormente, são deduzidos da amortização acumulada e das perdas do valor recuperável, quando pertinente.

Ativos intangíveis com vida útil finita são amortizados ao longo da vida útil econômica e submetidos ao teste de impairment quando há indicação de perda de seu valor econômico. Tanto o período quanto o método de amortização são revistos pelo menos ao encerramento de cada exercício.

Os intangíveis com vida útil indefinida, como é o caso do ágio, não são mais amortizados e, a partir de 2009, testados anualmente em relação a perdas de valor recuperável. A avaliação de vida indefinida é revista ao final de cada exercício com o objetivo de determinar se essa avaliação continua válida.

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Os ágios gerados em aquisições de participações societárias estão fundamentados em rentabilidade futura. Sua amortização foi feita até 31 de dezembro de 2008 de forma linear pelo prazo de 5 a 10 anos, desde as datas das transações que os originaram. Em 2009, deixaram de ser amortizados, conforme as diretrizes da Lei nº 11.638/07. As taxas anuais de amortização praticadas são apresentadas no Quadro 7.

Quadro 7 – Taxas de Amortização do Intangível da Vivo Participações S.A.

Taxa Anual (%) Direito de uso de software 20,00 Licença de autorização 6,67 a 20,00

Fundo de comércio Conforme prazos contratuais Outros ativos intangíveis 6,67 a 20,00

Fonte: Retirado da Empresa Vivo (2010)

Além disso, a Vivo apresenta um quadro detalhado sobre a movimentação ocorrida nas contas de Intangíveis da empresa (Quadro 8).

Quadro 8 – Movimentação do Intangível da Vivo Participações S.A.

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Nela é possível saber, por exemplo, que a adição realizada no custo do intangível, em 2008, refere-se ao ágio gerado na aquisição da Telemig Participações e Telemig e, em 2009, ao ágio gerado na incorporação de ações (troca de ações) da Telemig, Telemig Participações e Vivo Participações.

Não obstante, a empresa apresenta detalhadamente os valores que compõem a adição feita na amortização, nas notas explicativas: 21, 22, 23 e 24 na linha de “amortização” que constam no anexo I.

Com base nas análises preparadas pela Companhia e suas controladas, através do teste de recuperação dos intangíveis, não foram necessárias provisões para recuperação de ativos intangíveis ao final de 2009 e de 2008.

5 Conclusão

Observamos que os principais itens de composição do ativo intangível apresentados são: licenças regulatórias, direitos de uso de software e ágios relacionados à aquisição de investimentos apurados com base na expectativa de geração de benefícios econômicos futuros.

Todas as companhias reconheceram que os ágios relacionados à aquisição de investimentos estavam fundamentados em rentabilidade futura e os classificaram na conta de ativo intangível. A amortização desses ágios ocorreu até o final de 2008, em virtude de limitação imposta pelo Pronunciamento nº 04 do CPC. A partir de 2009, a amortização dos ativos intangíveis com vida útil indefinida, como é o caso do ágio, deixou de ser realizada, dando início ao teste anual de recuperabilidade de ativos – impairment.

As companhias revisam anualmente o valor contábil líquido dos intangíveis, atendendo ao estabelecido no pronunciamento contábil CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável dos Ativos, com o objetivo de avaliar eventos ou mudanças nas circunstâncias econômicas, operacionais ou tecnológicas, que possam indicar deterioração ou perda de seu valor recuperável. A Brasil Telecom e a Vivo especificaram que o teste de impairment foi realizado não havendo perda. A TIM divulgou em nota explicativa que seus ativos intangíveis passam por revisões periódicas de rentabilidade, mas não especificou se houve perda ou não.

Os intangíveis com vida útil definida, conforme orientação do CPC 04, continuam sendo amortizados, normalmente, de forma sistemática ao longo desse período estimado. E todas as

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empresas divulgaram os prazos de vida útil de cada grupo do intangível que são utilizados para sua amortização.

As três empresas analisadas mensuram seus intangíveis inicialmente pelo custo de aquisição, e posteriormente deduzem a amortização acumulada e as perdas do valor recuperável, se houver, divulgando, por grupos, a composição e os valores líquidos de amortização de seu intangível. A Brasil Telecom e a Vivo evidenciaram de forma mais detalhada a movimentação realizada ao longo do período.

A Brasil Telecom foi a única que evidenciou o teste de impairment de maneira detalhada, em um quadro específico (nº 4), demonstrando, em valores, o saldo do ativo na data de realização do teste, o ágio, a base utilizada na avaliação do valor recuperável e o valor em uso. Foi a única, também, a apresentar a composição de suas Licenças Regulatórias em outro quadro (Quadro 5).

De maneira geral a três companhias evidenciaram seus intangíveis de acordo com as diretrizes estabelecidas no CPC 04. Sendo que a Brasil Telecom e a Vivo foram as empresas que melhor divulgaram a composição do intangível e suas movimentações.

Classificando a evidenciação do intangível feita pelas três empresas em ordem crescente, com base em qualidade e detalhes, podemos chegar à seguinte ordem: Brasil Telecom, Vivo e TIM.

6 Referências

BRASIL. Instrução CVM nº 247, de 27 de março de 1996. __________. Instrução CVM nº 285, de 31 de julho de 1998.

BRASIL TELECOM S.A.. Demonstrações Financeiras Padronizas (DFP). Disponível em: <http://www.novaoi.com.br>. (acessado em: 16/05/10 às 03h10min)

CAVALCANTE, F.; ZEPPELINI P. D. O que é ativo intangível?. São Paulo, 2002. Disponível em: <http://expresstraining.com.br>. Acesso em 22 maio 2010, 14:23.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico CPC-01 - REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DOS ATIVOS, 2007.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico CPC-04 - ATIVO INTANGÍVEL, 2008.

FERNANDES, L. J. D.; PEREIRA, R. G.; SANTOS,F. N. R. e SZUSTER, N. Uma abordagem sobre a harmonização entre a Contabilidade brasileira e a internacional: o caso da parada programada. Revista Contemporânea de Contabilidade, v.1, n. 9, p. 49-70, jan./jun., 2008.

FINANCIAL ACCOUNTING STANDARDS BOARD (FASB). Statement of Financial Accounting Concepts

(SFAC) n. 6, 1985.

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INTERNATIONAL ACCOUNTING STANDARDS BOARD (IASB). Resumo Técnico International Accounting Standard (IAS) 38 - Ativos Intangíveis, 2004.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

RAUPP, Fabiano Maury; BEUREN, Ilse Maria. Metodologia da Pesquisa aplicável às Ciências Sociais. In: LONGARAY, A. A.; RAUPP, F. M.; BEUREN, I. M.; SOUSA, M. A. B.; COLAUTO, R. D.; PORTON, R. A. B., 3 ed., São Paulo, Editora Atlas, 2006 p.76-93.

SANTOS, J. L. ATIVOS INTANGÍVEIS. ConTexto, Porto Alegre, v. 2, n. 2, 1º semestre 2002. Disponível em: <http://www.seer.ufrgs.br>. Acesso em: 18 maio 2010, 10:06.

TIM PARTICIPAÇÕES S.A.. Demonstrações Financeiras Padronizas (DFP). Disponível em: <http://tim.riweb.com.br>. Acesso em: 15 maio 2010, 21:28.

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<http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso/anais/1CCF/>. Acesso em: 18 maio 2010, 10:12.

VIVO PARTICIPAÇÕES S.A.. Demonstrações Financeiras Padronizas (DFP). Disponível em: <http://www.vivo.com.br>. Acesso em: 16 maio 2010, 04:10

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ANEXO I

A empresa Vivo Participações S.A. apresentou as notas explicativas abaixo, onde podemos observar os valores da amortização, mencionados anteriormente:

Referências

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