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29º Seminário de Extensão Universitária da Região Sul QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DO PROJETO DE EXTENSÃO CELARI: INFLUÊNCIA DA IDADE

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29º Seminário de Extensão Universitária da Região Sul

QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DO PROJETO DE EXTENSÃO CELARI: INFLUÊNCIA DA IDADE

Área Temática: SAÚDE

Andréa Kruger Gonçalves ESEF/UFRGS (Coordenador da Ação de Extensão) Andréa Kruger Gonçalves1

Eliane Jost Blessman2 Diná Pettenuzzo Santiago3 Adriane Ribeiro Teixeira4 Cíntia de la Rocha Freitas5 Luciana Peruchena Bregagnol 6

Palavras-chave: Envelhecimento, qualidade de vida, atividade física, saúde. Resumo:

O objetivo do estudo foi comparar a qualidade de vida relacionada à saúde entre idosos ativos de dois grupos etários. O tipo de estudo foi descritivo com amostra de 40 sujeitos a partir dos 60 anos integrantes do CELARI da ESEF/UFRGS, divididos em dois grupos (GR1 = 60 a 69 anos, GR2 ≥ 70 anos). O instrumento foi o SF-36 e utilizou-se estatística descritiva e teste ´t´. O GR1 indicou maiores médias na maioria do instrumento. Ambos grupos obtiveram no mínimo 70% de pontuação. O teste ´t´ indicou diferença significativa apenas no componente SM.

Introdução

A ação de envelhecer é considerada um processo universal, dinâmico e irreversível. Para Spirduso (2005), os seres humanos envelhecem de forma diferente entre e si e em ritmos diversos, sendo que as opções ao longo da vida influenciam a sua qualidade e duração.

A prática de atividade física regular está associada com a melhora da qualidade de vida devido a sua importância para a manutenção da independência nas atividades cotidianas, pois com o envelhecimento, ocorre uma diminuição das capacidades motoras, bem como o aumento da probabilidade de doenças. Segundo Sguizzatto, Garcez-Leme e Casimiro (2006) a atividade física regular tem sido vista como um dos procedimentos mais efetivos para promover a qualidade de vida na população.

1

. Profa. Dra. Adjunto da Escola de Educação Física/UFRGS, coordenação do projeto de extensão Centro de Esporte, Lazer e Recreação do Idoso-CELARI – andreakg@ufrgs.br

2

Assistente Social Ms. Técnica da Escola de Educação Física/UFRGS, coordenação do projeto de extensão Centro de Esporte, Lazer e Recreação do Idoso-CELARI – eliane.blessmann@ufrgs.br

3

Profa. Ms. da Escola de Educação Física/UFRGS, coordenação do projeto de extensão Centro de Esporte, Lazer e Recreação do Idoso-CELARI

4

Profa. Dra. Adjunto do Curso de Fonoaudiologia/UFRGS

5

Profa. Dra. Adjunto do Curso de Educação Fìsica/UFSC

6

Acadêmica do curso de Educação Física e Bolsista FAURGS/UFRGS no projeto de extensão Centro de Esporte, Lazer e Recreação do Idoso-CELARI

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O envelhecimento da população tem suscitado a necessidade de novas políticas e ações para atender o grupo idoso. Contudo, tem sido verificado que não apenas a população idosa aumentou, mas também está envelhecendo. Paula (2010) indica que, por exemplo, o grupo de idosos com mais de 80 anos é o que mais cresce. Deste modo, é preciso dar atenção à fase da velhice, identificando suas especificidades. A preocupação com a capacidade funcional está diretamente relacionada ao fator idade, isto é, mesmo que se reconheça a influência positiva de determinados hábitos de vida (tais como: alimentação equilibrada, não fumar e praticar atividade física regular), a maioria da população não adota os mesmos. O objetivo deste estudo foi comparar a qualidade de vida relacionada à saúde (HRQL) entre idosos ativos de dois grupos etários.

Metodologia

O estudo foi do tipo descritivo, com corte transversal. A amostra foi por conveniência, sendo composta por 40 idosos (6 homens e 34 mulheres), com idade a partir dos 60 anos. Os sujeitos foram organizados em dois grupos etários: GR 1 = 60 a 69 anos, GR 2 = idade igual ou superior aos 70 anos. Todos eram praticantes de atividade física regular no projeto de extensão universitária ´Centro de Esporte, Lazer e Recreação do Idoso´/CELARI da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/UFRGS. Os critérios para inclusão na pesquisa foram: ter no mínimo 60 anos de idade, ser alfabetizado, ser independente funcionalmente e ser integrante do projeto de extensão há, no mínimo, seis meses.

O instrumento utilizado foi o ´The Medical Outcomes Study 36 – Item Short Form Health Survery-Short Form-36-SF-3´ (CICONELLI, 1997), e um questionário com dados informativos quanto ao sexo e idade. O SF-36 é um questionário multidimensional, formado por 36 itens, englobados em 8 componentes, ou domínios: capacidade funcional-CF, aspectos físicos-AF, dor-DOR, estado geral da saúde-EGS, vitalidade-VIT, aspectos sociais-AS, aspectos emocionais-AE e saúde mental-SM. Apresenta um escore final de 0 a 100, no qual zero corresponde ao pior estado geral e 100 ao melhor estado de saúde (LEMOS et al., 2006).

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da UFRGS, e os sujeitos assinaram termo de consentimento livre e esclarecido.

Resultados

Os resultados são apresentados a partir da tabela, contendo as médias e desvio padrão de cada um dos componentes do SF-36 nos grupos 1 e 2, seguido do teste ´t´ e do nível de significância.

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TABELA – Teste ´t´ para amostras independentes entre idosos praticantes de atividade física regular (GR1 = 60 a 69 anos; GR2 = ≥ 70 anos) nos componentes do SF-36

Componentes GR N Média Desv.Padrão ´t´ Sig.

CF 1 18 83,61 17,39 1,220 ,230 2 22 76,59 18,67 AF 1 18 81,94 28,19 -,675 ,495 2 22 87,50 22,82 DOR 1 18 71,50 22,96 ,830 ,416 2 22 65,68 21,29 EGS 1 18 85,83 16,33 1,771 ,085 2 22 76,41 17,08 VIT 1 18 72,78 17,59 ,708 ,487 2 22 68,64 19,34 AS 1 18 88,89 18,63 ,465 ,644 2 22 85,80 22,59 AE 1 18 75,92 39,29 -,961 ,324 2 22 86,35 26,56 SM 1 18 81,78 15,66 2,296 ,027* 2 22 70,18 16,08 *p≤ 0,05

Os domínios do SF-36 indicam diferenças de pontuações entre os dois grupos de idosos avaliados. O grupo de menor idade indicou as maiores médias nos componentes: CF, DOR, EGS, VIT, AS, SM; já nos componentes AF e AE os mais velhos tiveram maior pontuação.

De acordo com o protocolo do instrumento, quanto mais próximo de 100, melhor a qualidade de vida. A partir dos componentes é possível perceber que as médias ficaram entre 70% e 80% da pontuação máxima. Os componentes com maiores médias no GR1 em ordem decrescente foram: AS, EGS, CF, AF, SM, AE, VIT, DOR; variando da maior média com 88,89 a 71,50. Já no GR2: AF, AE, AS, CF, EGS, SM, VIT, DOR, variando entre 87,50 a 65,68.

O teste ´t´ indicou diferença estatística significativa apenas no componente SM entre os dois grupos. O SM associa-se à percepção do sujeito de como se sentiu e como transcorre sua vida, no período de quatro semanas, em relação ao seu ânimo. Analisa a ansiedade, a depressão, as alterações de comportamento, ou descontrole emocional e o bem-estar psicológico. O GR1 teve a média mais alta (81,78) que o GR2 no SM (70,18), indicando que ao avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde, a saúde mental possui uma influência positiva mais forte nos idosos com menos idade do que naqueles com mais anos de vida. Para Gumarães e Caldas (2006), transtornos depressivos e depressão são freqüentes, especialmente entre idosos (estimativas de 10% entre a população idosa que vive em comunidade), tendo sido indicados como: “Considerados talvez as maiores causas de sofrimento emocional e piora da qualidade de vida” (p.482). Este resultado indica a necessidade de mais estudos que analisem a influência da idade na qualidade de vida, bem como seus diferentes aspectos.

O SF-36 avalia a qualidade de vida na perspectiva de saúde integral (não apenas ausência de doenças) e incorpora aspectos primordiais, como independência nas atividades diárias e relacionamento social. Os resultados permitem visualizar uma pontuação próxima entre os componentes nos dois grupos, refletindo a

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interdependência entre os mesmos, de acordo com os pressupostos teóricos desta área de estudo. Por se tratar de um grupo com idade superior aos 60 anos, alguns domínios indicaram menos pontuação, como VIT e DOR (nos dois grupos). Fato que pode estar associado com propensão a alguma doença (como osteoartrite), além da diminuição de força e flexibilidade, as quais dificultam a realização de atividades diárias, causando sobrecarga em algumas articulações, ou também, aumentando a exigência sobre o sistema muscular (o qual se encontra diminuído). O componente VIT relaciona-se ao modo como a pessoa se sente, e como tudo tem acontecido durante as últimas semanas, em relação à sua disposição, considerando, tanto nível de energia, como de fadiga, para enfrentar novas tarefas. Já DOR refere-se à dor no corpo que a pessoa sentiu durante as últimas quatro semanas, e quanto essa dor interferiu no trabalho normal.

A maior pontuação foi no componente AS no GR1 e AF no GR2. O componente AS está diretamente associado à percepção da pessoa a respeito de sua saúde física e de problemas emocionais e como esses afetam suas atividades sociais normais, em relação à família, aos vizinhos e aos amigos, ou nas atividades realizadas em grupo, durante as últimas quatro semanas. Pode-se inferir que o grupo entre 60 a 69 anos avaliou que os aspectos sociais mais interferem positivamente na sua qualidade de vida. Já no grupo com idade superior aos 70 anos, o componente AF que está diretamente associado ao impacto da saúde física no desempenho das atividades diárias e ou profissionais, foi melhor avaliado quanto à qualidade de vida. O fato dessas pessoas terem um estilo de vida ativo parece influenciar diretamente a avaliação da qualidade de vida. O processo de envelhecimento é caracterizado, socialmente, pela diminuição de relações sociais em função da aposentadoria, da viuvez e do ´ninho vazio´ (NERI,1995; GONÇALVES,1999). Deste modo, a inserção num grupo, como é o caso desta amostra, é algo muito valorizado. Sentir-se parte de algo, além da família (que para muitos é restrita pela morte do cônjuge, distância dos filhos, ou pelo fato que muitos são solteiros), com encontros frequentes, é motivo de permanência no projeto de extensão. O domínio AF indica que o desempenho nas atividades diárias não é afetado negativamente pela saúde física, parecendo estar associado com a prática de exercícios físicos, a qual é a opção adotada como estilo de vida. A manutenção, ou recuperação de capacidades físicas é viabilizada com a prática de atividade física regular, influenciando a saúde (PUGGAARD, 2003; REBELATTO et al., 2006; PETERSON et al., 2009; BERLEZI et al.,2010).

A literatura aponta que a idade seria algo que interferiria de modo negativo (LIMA et al.,2009; CASTRO et al.,2007), porém, existem indícios de que mais do que os anos de vida, mas sim, as opções que são realizadas, é que interferem.

Conclusões/Considerações Finais

A qualidade de vida relacionada à saúde de idosos, tomando como base o protocolo do instrumento em que a maior pontuação em cada domínio é 100, mostra-se com valores satisfatórios com no mínimo 70% de pontuação na média dos domínios. O objetivo dessa pesquisa foi comparar a qualidade de vida relacionada à saúde (HRQL) entre idosos ativos de dois grupos etários, sendo que houve diferença estatística significativa apenas no componente SM.

O fato do componente SM ter sido o único a indicar diferença entre os grupos, revela a necessidade de mais estudos com amostras maiores e maior atenção a este aspecto. Esse estudo está sendo continuado para aumento da amostra, além de envolver idosos residentes em instituições asilares.

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Referências

BERLEZI, Evelise Morais; ROSA, Patrícia Viana da; SOUZA, Antônio Carlos Araújo de; SCHNEIDER, Rodolfo Heberto. Comparação antropométrica e do nível de aptidão física de mulheres acima de 60 anos praticantes de atividade física regular e não praticantes. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v.9, n.3, p.1-13, 2006.

Disponível em:

http://unati.uerj.br/tse/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180998232006000300005 &lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 01 março 2010.

CASTRO, Paulo Costa; TAHARA, Norma; REBELATTO, José Rubens; DRIUSSO, Patricia; AVEIRO, Maria Chaves; OISHI, Jorge. Influência da universidade aberta da terceira idade (UATI) e do programa de revitalização (REVT) sobre a qualidade de vida de adultos de meia-idade e idosos. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 11, n. 6, p. 461-467, nov./dez., 2007.

CICONELLI, Rozana Mesquita. Tradução para o português e validação do

questionário genérico de avaliação da qualidade de vida “Medical Outcomes Study 36- item Short-Form Health Survey (SF-36)”. 1999. Tese (Doutorado) - Universidade

de São Paulo, São Paulo, 1997.

GONÇALVES, Andréa Kruger. Ser Idoso no mundo: o indivíduo idoso e a vivência

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(Doutorado) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

GUMARÃES, Joanna Miguez Nery; CALDAS, Célia Pereira. A influência da atividade física nos quadros depressivos de pessoas idosas: uma revisão sistemática. Revista

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LIMA; Margarete Guimarães; BARROS, Marilisia Berti de Azevedo; GALVÃO CÉSAR, Chester Luiz; GOLDBAUM, Moisés; CARANDINA, Luana; CICONELLI, Rozana Mesquita. Health related quality of life among the elderly: a population-based study using SF-36 survey. Caderno de Saúde Pública, v.25, n.10, p.2159-2167, out, 2009.

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PAULA, Fátima de Lima. Envelhecimento e quedas de idosos. Rio de Janeiro: Apicuri, 2010.

PETERSON, Matthew J.; GIULIANI, Carol; MOREY, Míriam C.; PIEPER, Carl F.; EVENSON, Kelly R.; MERCER, Vicki; COHEN, Harvey; VISSER, Marjolein; BRACH, Jennifer; KRITCHEVSKY, Stephen B.; GOODPASTER, Bret H.; RUBIN, Susan; ELD, Suzanne S.; NEWMAN, Anne B.; SIMONSICK, Eleanor M. Physical activity as a preventative factor for frailty: the health, aging, and body composition study. Journal

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PUGGAARD, Lis. Effects of training on functional performance in 65, 75 and 85 year-old women: experiences derived from community based studies in Odense,

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