Febre - História
Hipócrates(460-385 a.C.)
Descrição do curso febril das Doenças
• Febre Tifóide Termómetro (1624) Carl Wunderlich (1868) Medição de Temperatura • 25.000 indivíduos • Período - 20 anos
• Temp. axilar 20mn/2x dia
Actualmente é a resposta fisiológica mais monitorizada na doença
Febre - Definição
É um Sinal de doença (indicador objectivo do estado fisiológico do indivíduo), dado clínico de um processo patológico subjacente. Pouco sujeito a estímulos externos e psicológicos. Temperatura Normal = 36,6 a 37,1˚ C Temperatura varia consoante: Zona do Corpo Sexo Ritmo Circadiano Exercício Temperatura ambiente Gravidade da doença Caracter orgânico Evolução da doença Eficácia terapêutica Avalia:
Temperatura Rectal ! Temperatura Oral ! Temperatura Axilar
Definição Alteração da termorregulação em que o acerto térmico se faz a um nível superior ao fisiológico
Objectivos da Aula
1. Descrever os mecanismos fisiopatológicos da febre.
2. Reconhecer a importância clínica da febre. 3. Identificar a febre como componente da
resposta inflamatória.
4. Distinguir entre febre e hipertermia.
Febre - Etiologia
Infecções Neoplasias: Linfomas; Tumores Primários e Metastases do Fígado/Pâncreas/Pulmão Hemorragias Subaracnoideias, Retroperitoneais, IntraparenquimatosasDoenças metabólicas agudas: Artrite por Microcristais
Doenças Imunológicas:
Lúpus Eritematoso Disseminado Artrite Reumatóide
Obstrução Vascular: Embolia /Trombose
Enfarte do Miocárdio Drogas ouFármacos Traumatismos
Doenças Endócrinas:
Feocromocitoma; Tirotoxicose; Insuficiência corticosuprarenal
Idosos
Diminuição ou ausência de resposta por febre à infecção. Alta morbilidade e mortalidade por falta de beneficios da febre
Crianças
Altas temperaturas cominfecções menores.
Febre – Casos particulares
Idosos
A partir 30 anos, temperatura diminui 0,1-0,2 ºC/10 anos Aos 65 anos < 1/3 sem febre mas infectados
Aos 80 anos < 50% acusarão febre (Roghmann et al., 2001)
Febre – Casos particulares
Em idosos (Bentley et al., 2000), febre se:
1)Temperatura persistentemente elevada (1,1ºC) em relação aos valores basais habituais, ou
2)Temperaturas orais repetidas de 37,2ºC ou rectais de 37,5ºC
Fisiopatologia
da Febre
Bactérias/Vírus Produtos Microbianos Factores Crescimento Substâncias Químicas Fármacos Complexos Imunes Pirogéneos Exógenos IL1/IL6 TNFalfa IFN alfa Pirogéneos EndógenosAlvos e acções induzidas pela IL-1 e pelo TNF
IL-1 "/#
TNF "
LINFÓCITOS SISTEMA NERVOSO CENTRAL
CÉLULAS MONONUCLEADAS ENDOTÉLIØEPITÉLIO FÍGADO CÓRTEX: SONOLÊNCIA ANOREXIA MAL-ESTAR HIPOTÁLAMO: PGE2 FEBRE CRF ACTH
PROTEÍNAS + FASE AGUDA PROTEÍNAS – FASE AGUDA INFILTRAÇÃO LEUCOCITÁRIA E
DESTRUIÇÃO DO AGENTE AGRESSOR FAGOCITOSE
ACTIVIDADE BACTERICIDA DEFESAS CELULARES
Febre
Requisição de energia pelo Organismo Utilização e gasto das reservas de Carbohidratos Baixa de Proteínas Tecidulares e Lipídos Diminuição do aporte alimentar Possibilidade de cetoacidose (crianças)
Balanço Negativo de Nitrogénio Perda de Peso
Perda de Nitrogénio pela Urina Urina Concentrada
Desidratação
Febre - Alterações do Metabolismo
Alterações sanguíneas provocadas pela febre
Velocidade de Sedimentação Anticorpos anti-bacterianos e anti-virais
específicos Proteínas fase aguda (Proteína C reactiva, Factores do complemento, Proteína amilóide A)
Bioquímicas
Leucocitose neutrofílica (infecções bacterianas agudas)
Linfocitose (infecções virais)
Linfopenia
(febre tifóide e infecções debilitantes crónicas)
Benefícios da Febre
Favorece a Resposta à Infecção
Elimina muitos Microrganismos Crescimento Microrganismos Replicação Microrganismos
1
2 no soro o Ferro, Cobre e Zinco
Replicação Bacteriana 3 Desgranulação lisosomal Autodestruição Celular Replicação virusal 4 Transformação Linfoblástica Mobilidade PMNn Resposta Imunitária 5 Fagocitose IFN Risco de Lesões do SN Risco de Convulsões Antipiréticos só se há: Resposta mediada pela IL-1
Alterações Clínicas da Febre
Período de Pródromos • Cefaleias Moderadas • Fadiga
• Mau estar geral • Dores Fugazes • Vasoconstrição • Pele Pálida
• Piloerecção (“Pele de Galinha”) Período de Calafrios • Calafrios • Tremor Generalizado Período de Rubor • Vasodilatação • Rubor Período de Defervescência • Sudação Manifestações Clínicas • Anorexia • Sonolência • Cefaleias • Mialgias • Artralgias • Taquipneia • Taquicardia • Desidratação • Delírio • Convulsões • Lesões Herpéticas
Padrões de Febre
Intermitente Temp. °C Dias Temp. °C Dias Febre IntermitenteA Temperatura volta ao valor normal pelo menos uma vez em cada 24 Horas
Febre Remitente
Remitente
A Temperatura não volta ao normal, mas varia alguns graus durante o dia.
Exs:
Infecções por Agentes Piogénicos
Tuberculose disseminada Linfomas
Ex: Febre inespecífica
Padrões de Febre
Temp. °C Dias Temp. °C Dias Contínuo Recorrente ou Recidivante Febre Contínua A temperatura mantém-se acima do normal com variações mínimas (<1° C).Febre Recorrente
Sucessão de períodos febris que alternam com períodos sem febre.
Febrícula Temperatura < 38°C de predomínio vespertino, e
que se acompanha de sudorese. Ex: Tuberculose Pulmonar
Exs:Febre Tifóide não tratada Endocardite Infecciosa
Exs: Paludismo D. Hodgkin
Terapêutica
Modificação do Ambiente Externo BanhoColchão de Arrefecimento Atenção
Vasoconstrição Tremor
Suporte do Estado Hipermetabólico Hidratação - Água Carbohidratos
Protecção dos Orgãos e Sistemas Vulneráveis Antipiréticos Tratamento da Infecção ou Condição que causa a Febre